Crítica
Os melhores discos do segundo trimestre de 2025!

Demorou um mês mas nossa lista de melhores saiu: tudo o que você deveria ter ouvido no segundo trimestre do ano. Alguns discos que saíram antes do segundo trimestre de 2025 vazaram para abril, maio e junho aqui na nossa curadoria, mas a maioria da lista saiu bem nessa época.
Aqui, você dá uma olhada (e uma ouvida) no que os três primeiros meses de 2025 tiveram de melhor. E veja também os 50 melhores discos nacionais e internacionais de 2024. Os melhores EPs do ano passado você confere aqui.
E como teve disco bom nesse 2025, até agora. Vamos ver como ficam os três últimos meses! (Ricardo Schott)
Arte: Aline Haluch
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
TURMA DA NOTA 8
Addison Rae – Addison
Ana Cañas – Vida real
Basement Tracks – Midnight show
Black Country, New Road – Forever howlong
Blondshell – If you asked for a picture
Bon Iver – Sable, Fable
Bria Salmena – Big dog
Bryony Lloyd – Aerial (EP)
Charlie Nieland – The ocean understands (EP)
Cliffords – Salt of the Lee (EP)
clipping. – Dead channel sky
Craig Finn – Always been
Cristian Dujmović – Atisbo (EP)
Darkside – Nothing
Deerhoof – Noble and godlike in ruin
Eugenia Cecchini – Ay, amor! (EP)
Fluxo-Floema – Ratofonográfico
Gabre – Arquipélago de Ilhas Surdas
Glazyhaze – Sonic
Infinity Broke – This masthead
Jensen McRae – I don’t know how but they found me!
João Jardel – Anti-pop
Josyara – Avia
Jovens Ateus – Vol 1
Le Volume Courbe – Planet ping pong
Ligia Kamada – Kamadas
Luedji Luna – Antes que a Terra acabe
Marcos Lamy – Braço de mar
Marina Sena – Coisas naturais
Matt Berninger – Get sunk
Merli Armisa – Ortensie comete
Mild Horses – Grime’s graves (EP)
Nova Materia – Current mutations
Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs – Death hilarious
Pup – Who will look after the dogs?
Rael – Onda
Rico Nasty – Lethal
Satanique Samba Trio – Cursed brazilian beats Vol. 1 (EP)
Shape – A way out (EP)
Shn Shn – Serpent’s skin
Skunk Anansie – The painful truth
Slick Rick – Victory
Snapped Ankles – Hard times furious dancing
Snoop Dogg – Iz it a crime?
Stela Cole – I die where you begin
Sunday (1994) – Devotion (EP)
T. Greguol – Coisa
TV Sundaze – Plastic bags/Packing tape
Tennis – Face down in the garden
These New Puritans – Crooked wing
Trema¨ – M (EP)
Velvet Grove – For the living
Verbian – Casarder
Vōx – All my best friends are ghosts
Waterboarding School – The little sports mirror
Willie Nelson – Oh what a beautiful world
Yungblud – Idols
Yuno – Blest
Zeca Baleiro – Piano
TURMA DA NOTA 8,5
Σtella – Adagio
akaStefani e Elvi – Acabou a humanidade
Amy Millan – I went to find you
Artificial Go – Musical chairs
Ator Carioca – Nada a esconder
Aya – Hexed!
Azymuth – Marca passo
BDRMM – Microtonic
Bambara – Birthmarks
Backxwash – Only dust remains
Bong Brigade – Morte pela pizza
Brenda Cruz – Pagando pra ver (EP)
Car Seat Headrest – The scholars
D4vd – Withered
Damiano David – Funny little fears
Deathretro – The art of collision
Divide and Dissolve – Insatiable
Echo Upstairs – Estranhos lugares para os olhos
Eduardo Manso – Wow
Eduardo Pereira – Canções de amor ao vento
Elton John e Brandi Carlile – Who believes in angels?
Eskröta – Blasfêmea
Flaira Ferro – Afeto radical
Foxwarren – Foxwarren 2
Garbage – Let all that we imagine be the light
Godofredo – Tutorial
Hellacopters – Overdriver
The Horrors – Night life
House Of Protection – Outrun you all (EP)
Jadsa – Big buraco
Julia Mestre – Maravilhosamente bem
Kill Your Boyfriend – Disco kills (EP)
The Kooks – Never/Know
L.A. Witch – DOGGOD
Lab Rat – In the walls we wait
Lael Neale – Altogether stranger
Leoni – Baladas sortidas (EP)
Les Rita Pavone – ¡El baile rock!
Lola Kirke – Trailblazer
Mamalarky – Hex key
Maré Tardia – Sem diversão pra mim
Mclusky – The world is still here and so we are
Melvins – Thunderball
Men I Trust – Equus caballus
Model/Actriz – Pirouette
Monte Resina – Nem era
Moptop – Long day
Morcegula – Caravana dos desajustados
Morcheeba – Escape the chaos
OK Go – And the adjacent possible
The Ophelias – Spring grove
Pai Guga – O túmulo do mergulhador
Papatinho – MPC (Música Popular Carioca)
Perfume Genius – Glory
Pic-Nic – Volta
Preoccupations – Ill at ease
Prima Queen – The prize
Propagandhi – At peace
Sam Fender – People watching
Samia – Bloodless
Saya Gray – Saya
See Night – Just another life
Sergio Reze Falando Música Quarteto – Um olhar interior
Spiderman Pterodactyl – Shore leaves (EP)
Sports Team – Boys these days
Steve Queralt – Swallow
Sunflower Bean – Mortal primetime
Tagua Tagua – Raio
Terno Rei – Nenhuma estrela
TH da Freak – Negative freaks
The Ting Tings – Home
The Tubs – Cotton crown
Turnstile – Never enough
Unknown Mortal Orchestra – IC-02 Bogotá
Van Morrison – Remembering now
Vitória Faria – Vacas exaustas
Wander Wildner – Diversões iluminadas
Y3ll – Entre samples roubados & cerveja barata
Young Widows – Power sucker
TURMA DA NOTA 9
Alaíde Costa – Uma estrela para Dalva
Adrian Younge – Something about April III
Anna Ratto – Vison negro
Bedridden – Moths strapped to each other’s back
Benefits – Constant noise
Billy Nomates – Metalhorse
Bruce Springsteen & E Street Band – Land of hope & dreams (EP)
Celacanto – Não tem nada pra ver aqui
Chime Oblivion – Chime Oblivion
Clara Bicho – Cores da TV (EP)
Cynthia Erivo – I forgive you
The Darkness – Dreams on toast
Deafheaven – Lonely people with power
Deradoorian – Ready for heaven
Destroyer – Dan’s boogie
Disstantes – Cybertrópico
Djonga – Quanto mais eu como, mais fome eu sinto!
Doce Creolina – Debaixo do chapéu de um cogumelo (EP)
Doves – Constellations for the lonely
FBC – Assaltos & batidas
Femi Kuti – Journey through life
Fernando Motta – Movimento algum
Guandu – No-fi
Greentea Peng – Tell dem it’s sunny
Gritando HC – Libertariamente
Haim – I quit
Julien Baker e Torres – Send a prayer my way
King Gizzard & The Lizard Wizard – Phantom Island
Lexi Jones – Xandri
Lido Pimienta – La belleza
Lifeguard – Ripped and torn
Little Simz – Lotus
Luedji Luna – Um mar pra cada um,
Mark Pritchard & Thom Yorke – Tall tales
Marya Bravo – Eterno talvez
Mukeka Di Rato – Generais de fralda
Panchiko – Ginkgo
Partido da Classe Perigosa – Práxis
Peter Doherty – Felt better alive
Push Puppets – Tethered together
Raquel – Não incendiei a casa por milagre
Renegades Of Punk – Gravidade
Samuel de Saboia – As noites estão cada dia mais claras
Scar – Lado A: O óbvio ululante (EP)
Sparks – MAD
Spellling – Portrait of my heart
Stefanie – Bunmi
TVOD – Party time
Taxidermy – Let go (EP)
Tigre Robô – Telefone pra cachorro
Vera Fischer Era Clubber – Veras I
Viagra Boys – Viagr aboys
The Wants – Bastard
The Waterboys – Life, death and Dennis Hopper
Yves Jarvis – All cylinders
TURMA DA NOTA 10
Catto – Caminhos selvagens
David Longstreth, Dirty Projectors e Stargaze – Song of the Earth
Funeral Macaco – Idade do pássaro (EP)
Hyldon e Adrian Younge – JID023
Joaquim – Varanda dos palpites
Kali Uchis – Sincerely,
The Mars Volta – Lucro sucio; Los ojos del vacio
Mateus Aleluia – Mateus Aleluia
Pulp – More
Rhiannon Giddens & Justin Robinson – What did the blackbird say to the crow
Sacred Paws – Jump into life
Sault – 10
Stereolab – Instant holograms on metal film
Steven Wilson – The overview
Suzanne Vega – Flying with angels
Tunde Adebimpe – Thee black boltz
Ty Segall – Possession
Crítica
Ouvimos: Zaynara – “Amor perene”

RESENHA: Nomão do beat melody, a paraense Zaynara mistura brega, calipso, pop e eletrônica em Amor perene, disco vibrante que une sofrência, festa e invenção sonora.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Sony Music Brasil
Lançamento: 9 de outubro de 2025
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
O beat melody, estilo defendido pela paraense Zaynara, é um primo do tecnobrega, só que mais chegado ainda às raízes do brega paraense: ele tem influências mais demarcadas de calipso, ao mesmo tempo que junta tudo com música eletrônica (ela própria explicou a receita num papo com o Gshow ano passado), e não dispensa a sofrência como assunto de letras e músicas.
Isso tudo junto em doses às vezes iguais, às vezes desiguais, faz com que o som de Amor perene, segundo disco de Zaynara – e sua estreia pela Sony Music Brasil – tenha lá um certo lado pop que se assemelha ao sertanejo. Ou pelo menos à apropriação de gêneros feita pelo estilo, que volta e meia se avizinha do som dela em alguns refrãos – como o de Eu me enganei, uma sofrência bacana que surge na metade do álbum.
- Entrevista: Les Rita Pavone fala sobre disco de estreia, cena musical paraense, viver ou não de música
Pra dizer a verdade, tudo isso aí só torna a audição de Amor perene uma experiência mais instigante. Do começo ao fim, ele é um disco de festa e uma investigação particular do encontro entre brega, latinidades, guitarras e até referências do rock e do pop gringo. A faixa-título mistura folk-pop, sons grandiloquentes na onda do Coldplay, e o refrão parece versão de hit estrangeiro. Aceita meu tchau, gravada com Raphaela Santos, tem vocal saturado, ecos na bateria e na guitarra, e clima de quem cresceu ouvindo ABBA.
5 estrelas, música criativa que narra uma conversa romântica entre uma passageira e um motorista de aplicativo, tem participação do baiano Tierry, e é um tema esperando por uma trilha de novela – e quem sabe, por uma personagem. Se vira aí abre com um piano simples e elaborado, e embica numa balada brega. Aceita meu tchau, gravada com Raphaela Santos, tem vocal saturado, ecos na bateria e na guitarra, e clima de quem cresceu ouvindo ABBA. O fim do disco é com a dance music paraense de Perfume da bôta. Essa onda vai pegar.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Crítica
Ouvimos: Janine Mathias – “O rap do meu samba”

RESENHA: Janine Mathias une samba, soul e rap em O rap do meu samba, disco moderno que celebra resistência, ancestralidade e groove.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: YB Music
Lançamento: 7 de outubro de 2025
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
Cantora brasiliense produzida pelo paulistano Rodrigo Campos, Janine Mathias faz os anos 1960 e 1970 se encontrarem com 2025 em O rap do meu samba. É basicamente um álbum de samba com clima soul, e que em vários momentos, soa como um disco arranjado por João Donato, com participação do Som Imaginário, como acontece no piano Rhodes sinuoso do single Um minuto, na guitarra distorcida de Enredo de Angola e Me enfeita, e na bateria forte, abafada, que surge em introduções e viradas de várias canções.
- Ouvimos: Pero Manzé – Ave, êxodo!
O ar moderno do disco surge nos vocais com fraseado de rap, nas texturas que parecem quase sólidas, e na vibe de empoderamento pessoal, existencial e político de músicas como Deixa pra lá (hino de resistência que lembra as canções gravadas por Sonia Santos), o soul-funk-samba Me ilumina, e na onda vintage, marcada por uso de órgão, de Quando o couro bate na mão – esta, um canto de reação e de briga, que fala em “silenciar o senhor / a verdadeira abolição”.
Devoção, com melodia belíssima, une samba, reggae, soul e umbanda, e A Bahia virá rende um clima de afrobeat jazzístico. Na releitura de Barracão é seu, de João da Gente, imortalizada por Clementina de Jesus, prato, faca e samba de roda combinam-se com raps feito por Janine e pelo convidado Criolo.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Crítica
Ouvimos: Lucas Grill – “Grill – O rei do Deprê Chic”

RESENHA: Estreia solo de Lucas Grill mistura blues, folk, pós-punk e MPB em um disco de sofrência existencial e melancolia pensante, que ele classifica como “deprê chic”.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 9
Gravadora: Independente/Tratore
Lançamento: 2 de outubro de 2025
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
Cantor e compositor de Niterói, Lucas Grill estreia solo com O rei do Deprê Chic, disco que, na real, traz mais uma ordenação sonora do que a inauguração de um estilo. Lucas abriu uma gaveta musical e, dentro dela, inseriu elementos de blues, folk, vibes góticas, um ou outro elemento do pós-punk e do dream pop, além de referências de Zeca Baleiro e Belchior, e do som popularíssimo de José Augusto e Fernando Mendes.
Isso tudo junto, em doses nem sempre iguais, forma o som do álbum de Lucas, que se apresenta ao público na vinheta O terror de tudo. E em seguida, se joga na melancolia e na redenção de O preço das luas, balada com ar blues que prega que “a vida não é evitar de cair / é sobre levantar”, e na filosofia pessoal do folk Loser, música de versos como “tem um lado meu que nunca quer acordar / e se diverte jogando no breu / o meu medo é descobrir que esse lado venceu”.
- Ouvimos: Eduardo Pereira – Canções de amor ao vento
Lucas não fala apenas de amor. Na verdade O rei do Deprê Chic mexe mais em temas existenciais, e mesmo quando fala de romantismo, busca falar de vida, existência e trens que partem independentemente da nossa vontade. Nessa ontem, tem o amor que vai pros cacetes em A gnt n é assim (balada deprê lembrando um misto de Cranberries e Echo and The Bunnymen) e Moldura quebrada, a dor de cotovelo de Estrago (com Barbara Savie) e a mescla de Sullivan, Massadas e pop funkeado de Poesia na chuva, música que fala sobre fingir normalidade após o fim de um relacionamento. Valsinha, com Clara Coral dividindo as vozes, leva a O rei do Deprê Chic um clima de sonho acordado que quase não surge no disco.
No fim, Grill surge cantando ao vivo Não é nostalgia, canção de voz-e-guitarra com clima bem humorado (“essa não fala de coração partido, mas fala um pouquinho”, avisa ele) e unindo Cazuza, Zeca Baleiro e Raul Seixas em versos como “eu ando achando tudo um saco, mas acho que o saco sou eu”. No geral, um disco de sofrência pensante.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Cultura Pop5 anos agoLendas urbanas históricas 8: Setealém
Cultura Pop5 anos agoLendas urbanas históricas 2: Teletubbies
Notícias8 anos agoSaiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
Cinema8 anos agoWill Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
Videos8 anos agoUm médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
Cultura Pop7 anos agoAquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
Cultura Pop9 anos agoBarra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
Cultura Pop8 anos agoFórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?

































