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RoliMan: de projeto solo, virou banda, em single novo

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Após ter passado por bandas como Maskavo Roots e Prot(o), o músico e compositor Carlos Pinduca lançou o RoliMan, que soltou recentemente o EP Queria ser Lô Borges (Mas sou só lo-fi). O disco foi feito em casa, com Pinduca tocando de tudo (falamos com ele sobre o disco aqui). Mas agora tem um single novo, Nada demais, feito de forma bem diferente: Pinduca chamou uma galera conhecida de Brasília para tocar com ele – quase todos justamente ligados ao Maskavo Roots, e que tocaram no clássico primeiro disco da banda, lançado em 1995 pelo selo Banguela. A música também já ganhou clipe.

Batemos um papo com Pinduca sobre esse reencontro com os antigos amigos, e sobre as novidades do RoliMan.

O EP de estreia do RoliMan foi gravado por você sozinho, com o uso de equipamentos em casa mesmo. Como surgiu a ideia de gravar com outros colegas esse single? Era uma música que você achava que só soaria bem desta forma?

A ideia era experimentar coisas novas e também buscar uma melhor qualidade de gravação. Eu sempre vivi num movimento pendular (ou bipolar) de uma hora fazer as coisas sozinho, procurando uma certa autonomia pra não depender de ninguém, e depois ir pro lado oposto, que também adoro, que é o de me juntar a um grupo, de forma que todos possam somar suas contribuições pra composição e pro arranjo da música. E, no caso da gravação de Nada Demais, eu fiz um papel que nunca tinha feito: o de dono da banda. Então, as coisas meio que giraram em torno de ideias que eu já havia pré-concebido, mas que acabaram se abrindo muito e até mudando no contato com os outros músicos. Enfim, não acho que só soaria bem desta forma, mas, com certeza, soou melhor do que se eu tivesse gravado sozinho.

Quem está tocando com você nessa música nova?

Quem toca comigo são meus amigos de longa data e músicos que estão no rol dos que mais respeito na vida, meus ex-companheiros de Maskavo Roots Txotxa (bateria), Quim (teclados) e Marrara (baixo), somados ao nosso “maestro” Rafael Farret (guitarra), que era líder do Bois de Gerião e é praticamente um oitavo Maskavo. Essa nossa intimidade e respeito mútuo fez com que os arranjos saíssem de forma muito rápida e natural. Levei uma ideia inicial, mas todos contribuíram, enriquecendo muito a música.

Onde foi gravado o clipe e como ele foi feito? Aquilo foi uma viagem da sua família?

Sim. O clipe foi gravado numa viagem que fiz com a minha família, nas últimas férias de julho. Fomos para uma praia em Cabo Frio (RJ), naquela semana que fez mais frio no ano. Isso contribuiu para que o local estivesse quase deserto, virando uma ótima locação pro clipe. Como sempre, eu não tinha planejado nada nesse sentido, mas enxerguei ali uma boa oportunidade de cenário.

Como meus clipes são todos caseiros, bastou levar meu celular pra praia e gravar em duas tomadas: uma sozinho, no esquema de selfie e gravação do cenário propriamente, e outra com a ajuda da minha esposa me filmando. Foi bem prazeroso e, como moro em Brasília há mais de 30 anos, a praia tem um significado especial: é algo quase mágico, que não está no meu cotidiano.

A música parece ser um relato do que você aprendeu com as redes sociais, sobre como as pessoas fingem ser uma coisa e são outra. Você diria que colocou tudo o que você usa no seu dia a dia nas redes naquela letra?

A música Nada demais é praticamente um desabafo de algo que vivi e observei nas redes sociais. Por se tratar de um fenômeno ainda novo, acho que não sabemos lidar com essa nova ferramenta. No meu caso específico, há uns cinco anos, entrei na onda de falar tudo o que pensava, inclusive sobre política e acabei comprando muitas brigas, perdendo amigos, sendo taxado de algo que não sou… Aquilo foi assustador pra mim.

Até cheguei a me afastar um tempo do mundo virtual, pra repensar sobre a minha própria postura. Muitas vezes, estamos de mau humor e com algum problema, carência e, em vez de guardarmos pra gente, vamos externar aquilo nas redes sociais, talvez para buscar alguma resposta pras nossas inseguranças.

Também me assustou como algumas pessoas constroem uma imagem daquilo que não são nas redes, quase que tentando concorrer a uma espécie de Prêmio Nobel da Paz virtual. Enfim, é realmente algo assustador de se ver e se vivenciar e acho que quis expor isso na letra, com certo tom de revolta em relação às farsas sociais, que são muitas e fáceis de identificar em pessoas que conhecemos. Mas, bem, espero que, cada vez mais, aprendamos a conviver melhor com isso enquanto sociedade.

O que é a Sala Fumarte, local onde você fez a gravação?

A Sala Fumarte é um estúdio de gravação, gerenciado pelo amigo e grande guitarrista e compositor Breno Brites (atualmente com a banda Bílis Negra). Trata-se de um espaço que fica no sótão da casa dele, no Lago Norte, o que acaba tornando o ambiente mais familiar e menos com aquela cara fria de estúdio. Além disso, o Breno consegue tirar uma sonoridade “quente” das gravações, num esquema muito rock’n’roll. É uma experiência bem peculiar, que começa com você tendo a missão de colocar bateria e amplificadores pesados no segundo andar de uma casa, por meio de uma espécie de escada de incêndio. Se suas costas não derem mau jeito no começo da gravação, já é um bom presságio de que o som vai sair ótimo. 🙂

Lançamentos

Ouvimos antes: Bel Medula, “Giro” (EP)

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Ouvimos antes: Bel Medula, “Giro” (EP)

Com exclusividade para o Pop Fantasma, o duo gaúcho Bel Medula – formado por Isabel Nogueira e Luciano Zanatta (LucZan) – adianta as músicas de seu novo EP, Giro, que chega às plataformas nesta quinta (12 de setembro). Um material que a dupla acredita ser um pequeno interlúdio no que eles vinham fazendo, e na história que levou a discos como A dança do caos (2023). No texto de lançamento, o duo faz questão de explicar que está convidando seu público para “uma nova dança” (e de fato, é um disco bem dançante e variado).

O material do EP traz canções feitas há um tempinho. A mais recente, Quebrada do tempo, foi feita há dois anos. A mais antiga, Teus olhos, foi composta há duas décadas. “Este ano nos dedicamos a dar forma a energias criativas que estavam fluindo há um tempo, em paralelo ao fluxo dos shows dos álbuns anteriores. Giro é substantivo e verbo, é passagem. E continua de onde o álbum anterior parou”, conta Isabel, explicando como o conceito de Giro foi criado.

Mario Arruda assina a produção musical do disco, gravado entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, e cujo trabalho foi marcado, segundo o próprio produtor, por muita experimentação no estúdio. Ouvindo Giro, fica claro: Não vem de garfo que hoje é sopa, a faixa de abertura, inspirada na frase da música Nem vem que não tem (imortalizada por Wilson Simonal) traz uma cara mais samba-rock para o som da dupla. De repente senti-me tão besta, na sequência, combina batida funkeada, um baixo que é a cara do Roxy Music, e senso melódico herdado da jovem guarda – a dupla enfatiza que as guitarras têm uma cara meio Beach Boys.

O lado B do disco traz Quebrada do tempo, quase um synth pop nortista – a inspiração, diz a dupla, veio das canções de Dona Onete – aberto por uma vinheta com o mesmo nome da faixa, de teor quase psicodélico. Teus olhos, dos versos “eu não esqueço não/foram teus olhos que me deixaram na solidão”, fecha o disco unindo indie rock e o lado Norte-Nordeste da jovem guarda (Reginaldo Rossi é citado como influência na música, surgida de uma ideia de LucZan, imaginando um personagem compondo uma música sobre coração partido).

Você pode conferir o disco antes de todo mundo aí embaixo. A capa de Giro, que você viu lá em cima, tem foto de Lau Baldo e arte de Vinicius Angeli.

  • Mais Bel Medula no Pop Fantasma aqui.

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Crítica

Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em agosto

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Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em agosto

Tá saindo cada vez mais atrasado porque o Pop Fantasma é um site de uma pessoa só, mas desde julho temos uma listinha de melhores discos do ano que a gente ouviu no mês (essa é a de julho, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024).

Enfim, demos uma olhadinha 30 dias atrás e vimos quais foram os discos desse começo de semestre que balançaram mais nosso (meu, no caso) coração e receberam nota 8 ou acima disso. O primeiro lugar vai pra Tobogã, disco novo de Lô Borges, que traz uma sonoridade profundamente britânica, lembrando até bandas do pós-britpop (além do receituário beatle que já é comum no som dele).

(na foto acima, só alguns dos discos mais legais que ouvimos no mês passado)

TURMA DA NOTA 8
Raça, 27
Willie Nelson, The border
Foster The People, Paradise state of mind
Pete Townshend, Live in Concert 1985-2001 (box set)
Desirée Marantes, Breve compilado de músicas para _______ (EP)
Neil Young & Crazy Horse, Early daze
Cults, To the ghosts
Jack White, No name
Shed Seven, A matter of time

TURMA DA NOTA 8,5
Inocentes, Antes do fim
Beabadoobee, This is how tomorrow moves
Moses Sumney, Sophcore (EP)
Beachwood Sparks, Across the river of stars
Telenova, Time is a flower
Fabiana Palladino, Fabiana Palladino
Felipe Aud, Acumulado
Blur, Live at Wembley Stadium

TURMA DA NOTA 9
Illuminati Hotties, Power
Cassandra Jenkins, My light, my destroyer
Osees, Sorcs 80
Guilherme Peluci, São Paulo instrumental
X, Smoke & fiction
Brigitte Calls Me Baby, The future is our way out
The Raveonettes, Sing…

TURMA DA NOTA 10!!
Lô Borges, Tobogã

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Lançamentos

Lovnis: punk lo-fi e garageiro em “Running out of luck”, novo single

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Lovnis: punk lo-fi e garageiro em “Running out of luck”, novo single

Lovnis é uma banda brasileira radicada em Berlim – e que já foi até entrevistada pelo Pop Fantasma. O grupo abriu inicialmente espaço como duo, formado por Murilo Sá e Amanda Longo, e ao mudar-se para a Alemanha, virou um trio, acrescentando o baterista Putti. O single novo, Running out of luck, vai para os lados do punk, tem influências confessas de bandas como The Jam e Buzzcocks, e uma cara garageira, típica das bandas indies dos anos 1990 e 2000.

“É uma música que fala sobre estar perdido e sem rumo”, diz o grupo, enfatizando que a ideia no novo single foi dar uma ambientação lo-fi, como se fosse um som gravado em fita K7.

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