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E o vídeo mais visto do mundo em 2017 traz um cara fantasiado de ostra

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E o vídeo mais visto do mundo em 2017 traz um cara fantasiado de ostra

Pois é. Se você acreditava em alguma situação bem lacradora chegando em primeiro lugar no ranking do YouTube de 2017, ou pelo menos algum cantor pop bem conhecido na posição, não foi dessa vez. O vídeo mais visto do ano foi um um clipe da segunda temporada do reality show The mask singer, exibido na Tailândia. Que traz um cantor usando uma máscara e uma fantasia de… ostra.

A diferença deste programa para um reality musical normal é que os participantes usam máscaras que cobrem todo o seu rosto (enfim, o nome é “o cantor mascarado”). E fantasias BEM elaboradas e chamativas.

O sujeito aí do vídeo acima se chama Panthapol Prasarnratchakij e cantou uma musiquinha romântica no programa. Until we will become dust (minha ignorância não me permitiu descobrir o autor). Apesar da ousadia, ele não levou o caneco. O vencedor foi um cara que se fantasiou de tartaruga para cantar Crazy in love, de Beyoncé.

Crítica

Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em setembro

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Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em setembro

Tá saindo cada vez mais atrasado porque o Pop Fantasma é um site de uma pessoa só, mas desde julho temos uma listinha de melhores discos do ano que a gente ouviu no mês (essa é a de julho, essa a de agosto, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024).

Enfim, demos uma olhadinha 30 dias atrás e vimos quais foram os discos desse começo de semestre que balançaram mais nosso (meu, no caso) coração e receberam nota 8 ou acima disso. A única nota 10 foi para o extremamente notável Opus, de Ryuichi Sakamoto, trazendo seu último recital de piano. Mas queremos chamar MUITO sua atenção para o retorno de Linda Thompson, dessa vez como compositora, no álbum Proxy music (um dos discos que tiraram nota 9). Na foto, um bololô de discos da nossa relação de setembro.

TURMA DA NOTA 8
Apeles, Estasis
Bill Wyman, Drive my car
David Gilmour, Luck and strange
Fcukers, Baggy$$ (EP)
Hinds, Viva Hinds
Jup do Bairro, in.corpo.ração (EP)
King Hannah, Big swimmer
Laurie Anderson, Amelia
Sabrina Carpenter, Short n’ sweet
Suuns, The breaks
T. Greguol, Bum
Toro Y Moi, Hole erth

TURMA DA NOTA 8,5
Chico Chico, Estopim
The Jesus Lizard, Rack
Mercury Rev, Born horses
Pete Yorn, The hard way
Sparkle*Jets UK, Box of letters
The The, Ensoulment
Velocity Girl, UltraCopacetic (Copacetic remixed and expanded)

TURMA DA NOTA 9
Childish Gambino, Bando Stone and The New World
The Dare, What’s wrong with New York?
Fontaines DC, Romance
Graham Gouldman, I have notes
Hifi Sean & David McAlmont, Daylight
Linda Thompson, Proxy music
Milton Nascimento e Esperanza Spalding, Milton + Esperanza
Nick Cave and The Bad Seeds, Wild god
Nilüfer Yanya, My method actor
Oasis, Definitely maybe – 30th anniversary
Papangu, Lampião Rei
Pluma, Não leve a mal
Redd Kross, Redd Kross
The Police, Synchronicity – Super deluxe edition

TURMA DA NOTA 10!
Ryuichi Sakamoto, Opus

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Lançamentos

Faixa a faixa: LuizGa, “Real cinema” (EP)

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Faixa a faixa: LuizGa, "Real cinema" (EP)

Com uma sonoridade bem acústica e brasileira, Luiz Gabriel Lopes, o LuizGa, estreia com o EP Real cinema, lançamento do selo independente Pequeno Imprevisto. Um disco que teve suas faixas apresentadas ao longo de 2024, e que reúne um pouco do calor do “ao vivo” com o clima certinho das gravações em estúdio, já que LuizGa buscou inovar ao captar as canções. As cinco faixas foram feitas a partir de takes ao vivo gravados no Teatro do IX Mundo, em São Paulo, em 2023. Ele e o produtor Otávio Carvalho adicionaram material ao que já havia sido feito.

“É um disco que pega aquele quente do take ao vivo, aquela imprecisão viva, mas descontextualizando um pouco o tradicional ao vivo e passando a usar isso mais como matéria prima. E isso me pareceu bem interessante como abordagem de produção musical”, explica LuizGa, que já tem três álbuns solo gravados desde 2010, além de dois EPs e alguns singles. Ele também é fundador das bandas Rosa Neon e Graveola, e tem trabalhos ao lado de Luiza Brina e Maglore.

“A junção de ao vivo com estúdio trouxe uma personalidade muito interessante na sonoridade, que a gente achou com os efeitos sonoros acrescentados às bases gravadas ao vivo. Destaco também a presença do violinista português João Silva, que aparece em três das cinco faixas. Ele criou arranjos maravilhosos, todos gravados posteriormente em Barcelona, na Espanha”, complementa Luiz, que apresenta uma parceria com a mineira Clara Delgado (Quadrante) e uma canção escrita em idioma originário, Yame awa kawanay, feita por Maxi Huni Kuin e Daniela Sales Pereira Kaxinawa.

Abaixo, LuizGa comenta as canções do EP. Ouça em sua plataforma favorita.

“O QUE EU QUERO PRO MUNDO”. “Nessa época, eu estava fazendo uma residência em Lisboa, na Fábrica Braço de Prata, e morava numa caravana do lado de fora do prédio da fábrica. Lembro que no fim de um dia de trabalho, já era noite, eu sentei com o violão e me veio essa letra, como uma manifestação das coisas que estavam passando na minha cabeça naquele momento. É uma música que logo se tornou – pela clareza do texto mesmo – um pequeno amuleto pra mim. Uma espécie do profissão de fé, do que que a gente quer pro mundo, pra nossa vida, desenvolvimento da nossa sensibilidade como seres humanos nessa planeta tão maravilhoso que a gente vive”.

“QUADRANTE”. Eu estava em Portugal e tinha acabado de terminar um relacionamento. Fiz a melodia e mandei para a Clara Delgado, que é uma escritora, poeta e letrista maravilhosa de Belo Horizonte. E ela fez essa letra, que é meio de saudade, meio de coração partido, de memórias, de lembranças”.

Quadrante é uma alusão direta ao mar e à navegação. É um instrumento com o qual você checa a linha do horizonte. É um formato clássico de parceria, muito consagrado na música popular brasileira. Eu tenho alguns parceiros letristas com quem componho com alguma regularidade, e a Clara Delgado é uma dessas pessoas. Ela é uma artista, escritora e poeta que tem esse hábito de escrever letras de música. Isso exige uma sensibilidade muito específica, e ela tem isso muito consolidado. Com a Clara, as experiências tem sido muito bonitas, muito bem sucedidas. Você ouve a música e sente a integração entre melodia e palavra. Ela tem um feeling muito interessante de achar o assunto da melodia”.

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“APRENDER A PERDER”. “É uma música que tem batido muito forte nos shows. Ela parece criar uma conexão emocional com as pessoas através dessa ‘universalidade da vulnerabilidade’. Esse sentimento que, apesar de ser profundamente humano, talvez não encontre muita referência no cancioneiro produzido mais recentemente. E como todas as músicas desse disco, Aprender a perder também foi produzido a partir de um take ao vivo de voz e violão gravado durante um show, sobre a qual foram acrescentadas pequenas camadas sutis de alguns poucos elementos de paisagem de sonora, como os violinos do João Silva. Ele imaginou, performou e gravou um arranjo fabuloso de cordas”.

“ABYA AYALA”. “Comecei a escrever há muito tempo atrás e ela ficou numa espécie de limbo das canções não-terminadas. Parecia sempre faltar ou sobrar alguma coisa. Mas eu sempre quis que essa música falasse sobre a misteriosa natureza de liberdade do espírito sul-americano, especialmente aqueles de matrizes indígenas. Abya ayala é uma expressão que historicamente considerada um dos grandes nomes que o continente tinha numa linguagem originária, antes da invasão dos europeus”.

“Esse desejo de falar disso tem, claro, muito a ver com o meu encontro com o povo Huni Kuin. Os trabalhos que eu tenho feito em parceria com ele nos últimos seis anos, modificaram minha forma de ver a arte, a música, a minha própria música e a minha forma de fazer música. Escrevi ela em espanhol, o que não é muito usual pra mim, mas é algo que tem se tornado mais comum recentemente”.

“YAME AWA KAWANAY”. “É uma canção Huni Kuin, cuja letra é na língua Hantxa Kuin, que é um idioma originário, com melodia de uma jovem artista da aldeia, Maxi Huni Kuin, que foi aluna das residências artísticas que eu tenho feito por lá. É uma canção que sempre teve um impacto muito grande pra mim. Acho a melodia muito forte e muito bonita”.

“Eu me lembro deles cantando na aldeia, era sempre muito emocionante. E aí eu tive a feliz surpresa de ter alguns integrantes do grupo Kayathibu em São Paulo na mesma data em que eu estava gravando a apresentação ao vivo que gerou as bases desse disco. E sem muito planejamento, eu os chamei para participar e pintou a ideia de cantarmos juntos essa música. Ali tem a voz da Maspã, que na altura da gravação tinha de 8 para 9 anos. Estavam ainda o pai dela, Txana Tuin, e Yura Shane e Shane Saite, todos integrantes do grupo e parentes entre si. E essa música se tornou uma espécie de portal quântico do disco, é quase uma vinheta que abre um outro espaço sonoro dentro do EP”.

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Lançamentos

No Bass No Love: duo eletrônico fala de ansiedade no single “Tudo ao mesmo tempo”

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No Bass No Love: duo eletrônico fala de ansiedade no single "Tudo ao mesmo tempo"

O No Bass No Love, duo eletrônico de Hortolândia (SP), já apareceu no Pop Fantasma – quando participou da coletânea Fragmentos, lançada no ano passado pelo selo Paranoia Musique, com repertório dedicado ao Setembro Amarelo.

Dessa vez, Fernando Anastácio (baixo e synths) e Grazi Correa (vocal e controladora), adiantam o primeiro álbum com o single Tudo ao mesmo tempo, que eles definem como “um hino para os tempos modernos”, e que une elementos de synth pop e disco-punk – destacando a combinação entre sujeira e tons pop na gravação e mixagem. “A música captura a sensação de sobrecarga e a busca por equilíbrio em meio ao caos”, afirma o duo (“procure respirar/tudo acontece ao mesmo tempo/e eu sei que vai passar”, diz a letra).

Tudo ao mesmo tempo foi gravada e produzida de forma totalmente independente pela banda e mixada no Estudio Level 10 por Pedro Gambá, guitarrista da banda Djamblê. E já tem até clipe. Confira abaixo.

Foto: Divulgação.

 

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