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Fazedora de Vídeos: um canal que ensina tudo sobre como fazer conteúdo para o YouTube

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Fazedora de Vídeos: um canal que ensina tudo sobre como fazer conteúdo para o YouTube

A jornalista Carolina Barros, 34 anos, transformou sua paixão em profissão – e em empreendimento. Quando criança, a paulista de Mogi das Cruzes gostava de brincar de rádio com a irmã. Depois passou a trabalhar com rádio e televisão e, hoje, orienta profissionais de vídeo com seu canal no YouTube, Fazedora de Vídeos. O canal da jornalista tem vídeos explicando o passo a passo para começar a gravar para o YouTube, para estruturar roteiros, para transmitir mais emoção através da voz, para fazer vendas pelo Instagram, além de outros tópicos.

Carol, que também dá workshops e mentorias ao vivo (“o canal foi criado para oferecer esses serviços”, conta, dando uma dica de monetização), ensina truques básicos para perder a timidez, para fazer roteiros, para editar (ou até se virar sem edição) e dá toques para quem não tem mais do que um celular para fazer as imagens.

Bati um papo com Carol (inicialmente para uma reportagem publicada no jornal O Dia) e ela me falou um pouco sobre como começou a trabalhar no Fazedora de Vídeos e sobre os primeiros passos para começar a se dar bem no YouTube. Entre uma resposta e outra, você acompanha alguns dos mais úteis vídeos dela.

POP FANTASMA: Como começou sua história com vídeos? Você chegou a trabalhar com TV na sua cidade, Mogi das Cruzes, não? Tinha estudado jornalismo antes?
CAROLINA BARROS (FAZEDORA DE VÍDEOS): Eu desde os nove anos queria ser comunicadora. Eu, minha mãe e minha irmã tínhamos comprado um rádio gravador de presente pro meu pai, e nesse rádio por acaso tinha um microfone. Quando descobri aquilo, fiquei maravilhada. Eu tinha nove anos, adorava tudo da Disney e inventei com minha irmã de fazer uma rádio – e a rádio se chamava Rádio Disney. Gravava tudo em fita cassete. A gente entrevistava meus pais, minhas tias, minhas primas, bolava quadros nos programas. Desde essa época percebi que queria trabalhar falando, me comunicando. Anos depois quando comecei a ganhar dinheiro como vendedora. Eu descobri que gostava de ser vendedora, adorava servir gente, servir pessoas, e isso vende. Então eu era sempre a primeira vendedora da loja. Trabalhei em loja de celular lá por 2001, 2002, eu tinha 18 anos.

Um dia, a loja em que eu trabalhava contratou um programa de TV regional. Era um daqueles programas de varejo, que vendem produtos de TV. Eu era a representante da loja que falava as ofertas dos celulares. A apresentadora me perguntava das vantagens. Aquilo foi fácil para mim, porque era só vender na TV o que eu já vendia para os meus clientes. Todo mundo vinha na loja falar comigo. Eu acabei fazendo sucesso e o dono do quadro em que eu aparecia quis montar um programa só para varejo, e queria dois apresentadores, um homem e uma mulher. E me convidou.

Nessa época eu trabalhava para a Renault e já queria muito trabalhar em TV. Era o meu grande objetivo, mas meu grande obstáculo eram minhas cicatrizes no rosto, que tive após um acidente (aos 13 anos, Carolina foi atropelada por uma kombi e o espelho do utilitário bateu em seu rosto, perto do olho direito). Eu achava que eu jamais seria capaz de trabalhar numa grande mídia por causa disso. Eu tinha 18 anos e ainda não tinha feito jornalismo. Achava que era impossível, porque eu nunca tinha visto ninguém com cicatrizes na TV, todas as mulheres que eu tinha ouvido falar fizeram plástica, tinham maquiagem de última geração. Era um bloqueio para mim. Eu achava que tinha que fazer plástica antes de ir para a faculdade. Mas fiz o programa e já tinha feito curso de locução no Senac, mais voltado para radialismo. Depois uma rádio AM de Mogi estava precisando de uma voz feminina e jovem e me chamou. O dono do programa não gostou muito dessa história e acabei nem ficando com rádio nem com TV. Fiquei desempregada, mas as coisas foram mudando. Eu mudei para São Paulo, casei, tive filho, me separei. E optei por nunca operar as cicatrizes.

Por sinal, você postou um vídeo mostrando essas cicatrizes e como passou a lidar com elas. Qual foi o efeito que o vídeo provocou em outros fazedores de vídeos? Eu estou até para fazer outro vídeo O resultado foi bastante impactante, mas não tanto para quem produz vídeo. Foi mais para as pessoas que têm questões pessoais. Muitas psicólogas disseram que põem nos grupos de pacientes, muitas alunas deram em workshops. O canal Diva Depressão comentou do vídeo, fiquei muito feliz. Foi impactante para a comunidade em geral.

E como surgiu especificamente o canal? Como você foi estudando e aprendendo os conteúdos que explica lá? Muitos conteúdos que eu postava lá, no começo, eu nem estudava muito. Tinha tudo aquilo nas minhas vivências como apresentadora, e eu ainda por cima treinava equipes de apresentadores, treinava pessoas para performar bem no vídeo. E eu sempre fui a entrevistadora das pessoas das lojas. Geralmente, essas pessoas morriam de vergonha e eu tinha que conduzir para que se sentissem confortáveis, ignorassem a câmera, pensassem que ela era o cliente. Eu conseguia fazer isso muito bem sempre, e todo mundo elogiava. Isso me deu um grande know how. Hoje, além de gravar e editar, eu ajudo as pessoas a performarem bem a a fazerem roteiro, que é um grande diferencial do meu público.

Para quem vê o Fazedora de Vídeos, fica claro o amor com que você faz os conteúdos. Na sua opinião, o que seus vídeos têm de mais especial para quem os assiste? Qual ingrediente você coloca a mais na receita? Bom, as pessoas veem isso porque eu não queria estar fazendo outra coisa que não fosse isso. Posso ser que eu quero ser, posso compartilhar todo o conhecimento que eu sempre quis, e com isso eu adquiro mais conhecimento ainda… Eu não sei qual é a receita, mas talvez seja muita leitura, muita pesquisa, muita empatia, ouvir das pessoas que me seguem, o que estão precisando. Um ingrediente da receita é me conectar com as pessoas, me relacionar com elas, ficar feliz com a transformação que eu causo na vida delas. E, claro, a grana que vem no fim do mês, porque eu ganho com isso (risos).

Um dos vídeos que você fez ensina as pessoas a perderem a timidez. Ela ainda atrapalha muitos futuros fazedores de vídeos? A timidez atrapalha muito os fazedores de vídeo. É um dos temas que eu mais abordo em sala de aula. Eu não sou psicóloga, não tenho aprofundamento psicológico para falar do assunto. Tento trabalhar essa vergonha, essa timidez porque a pessoa precisa definir qual o recado dela, com quem ela quer falar, e a sua motivação para se colocar em frente ao vídeo. Faço isso tudo com as pessoas na prática.

O excesso de autocrítica pode ser um obstáculo, então… Ele atrapalha muito, até atrapalha mais que o excesso de crítica alheia. As pessoas são muito perfeccionistas. Muitas pessoas demoram para se colocar em movimento, pensam que têm que ser mais conhecidas, ter mais equipamento. Se você é especialista em alguma coisa, se tem conteúdo para compartilhar, já pode ir para o vídeo.

Uma das dicas que você costuma dar no Fazedora de Vídeos é que não é preciso um equipamento fantástico para fazer um vídeo. Você pode usar uma câmera de celular, um pequeno tripé, a luz vinda de uma janela… No YouTube, mesmo com esse excesso de canais novos, essa onda de “influencers”, de gente que faz vídeos com uma baita produção, ainda é o conteúdo que manda? Sim, é que ele que manda. Apesar de muitos youtubers terem equipamentos incríveis, tem muitos vídeos que viralizam e não têm uma qualidade legal de câmera. Aliás, essa é a grande tendência: vídeos serem cada vez mais captador pelo celular, num formato mais caseiro, menos profissional. Isso até aproxima as pessoas, quem está do outro lado da tela. Sim, o conteúdo ainda é o rei.

Se um canal de vídeos tem baixa audiência, e o responsável pelo canal procura a Fazedora de Vídeos, qual a primeira recomendação? Eu falo sempre que é preciso persistir. O YouTube está mais competitivo do que nunca. Por outro lado, tem muita gente entrando para consumir o YouTube. A partir de agora é que a gente vai começar a ter mais espaço. É uma plataforma muito democrática. Eu vendo muito pelo Instagram. Se eu tivesse acesso a isso tudo há dez anos, eu estaria felicíssima, e agora que eu tenho, faço meu trabalho.

Foto: Divulgação

Cultura Pop

Quando Suicide gravou… “Born in the USA”, do Bruce Springsteen

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Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

A way of life, disco de 1988 da dupla de música eletrônica Suicide, é tido como um disco, er, acessível. Acessível à moda de Martin Rev e Alan Vega, claro. O disco pelo menos podia ser colocado tranquilamente na prateleira dos artífices da darkwave e era bem mais audível do que o comum de um grupo que havia lançado a assustadora Frankie teardrop. O disco era produzido por Ric Ocasek, líder dos Cars (que já havia produzido o segundo disco deles, de 1981, Alan Vega/Martin Rev), e tinha até uma eletro-valsinha, Surrender, além de um estiloso misto de rockabilly e synthpop, Jukebox baby 96.

O que ninguém esperava era que a dupla tivesse feito nessa mesma época uma estranhíssima versão de… Born in the USA, de Bruce Springsteen. A faixa surge numa versão ao vivo, gravada num show de Vega e Rev em 1988, em Paris. A dupla nem sequer disfarçou que a ideia era fazer uma versão bem lascada – saca só o sintetizadorzinho da música, e a referência a músicas como Lucille, de Little Richard, e o tema When the saints go marching in, logo na abertura. A “versão” da faixa resume-se a quase nada além do título da canção. Parece um karaokê do demo (e é).

A versão poderia ser uma bela pirataria, mas vira oficial nesse mês: vai aparecer em uma reedição de A way of life, prevista para o dia 26. A edição de luxo estará disponível em vinil azul transparente com Born in the USA e em CD com quatro faixas bônus, além do formato digital. O material extra inclui versões ao vivo de Devastation e Cheree, bem como uma versão inicial de estúdio de Dominic Christ. O pesquisador Jared Artaud encontrou as faixas enquanto trabalhava no arquivo de Vega, após a morte do cantor em 2016.

Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

E se você não sabia, vai aí a surpresa: Springsteen tá bem longe de ser um sujeito que diria “what?” ao ser informado da existência do Suicide. Pelo contrário: era fã da dupla e costumava dizer que a estreia do Suicide, o disco epônimo de 1977, era “um dos discos mais sensacionais que já ouvi”. Em 1980, o cantor esteve com a dupla e Vega descobriu que Springsteen era seu fã – e se surpreendeu.

“Ele estava gravando o disco The river (1980) e nós estávamos gravando nosso segundo álbum em Nova York. Então tivemos uma reunião de audição do nosso álbum. Havia três ou quatro figurões da nossa gravadora, e Bruce também estava lá. Depois que tocamos o álbum, houve um silêncio mortal… exceto por Bruce, que disse, ‘Isso foi ótimo pra caralho.’ Ele fazia questão de nos dizer o quanto nos amava”, contou em 2014 ao New York Post.

Mais: um texto do site Treblezine, a partir de audições da obra de Bruce e de entrevistas do Suicide, descobre: a dupla influenciou muito o sombrio disco Nebraska, tido como o “primeiro disco solo” (sem a E Street Band) de  Springsteen (1982), basicamente um disco sobre crise, desemprego e gente à beira do desespero pela falta de oportunidades. Houve uma versão elétrica e pesada de Nebraska, mas Bruce quis lançar o disco acústico, de voz, violão e registros crus, e que de fato lembram o clima esparso do Suicide do primeiro disco.

Na dúvida, ouça State trooper, cujos uivos lembram bastante os gritos (sem aviso prévio) de Frankie teardrop. “Lembro-me de entrar na minha gravadora logo após o lançamento do meu disco”, disse Vega depois de ouvir State trooper pela primeira vez. “Eu pensei que era um dos meus álbuns que eu tinha esquecido. Mas era Bruce!”

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Cultura Pop

No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

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No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

A morte do baixista Cliff Burton, em 27 de setembro de 1986, desorientou muito o Metallica. Além do que aconteceu, teve a maneira como aconteceu: a banda dormia no ônibus de turnê, sofreu um acidente que assustou todo mundo, e quando o trio restante saiu do veículo, só restou encarar a realidade. A partir daquele momento, estavam não apenas sem o baixista, como também estavam sem o amigo Cliff, sem o cara que mais havia influenciado James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett musicalmente, e sem a configuração que havia feito de Master of puppets (1986) o disco mais bem sucedido do grupo até então.

Hoje no Pop Fantasma Documento, a gente dá uma olhada em como ficou a vida do Metallica (banda que, você deve saber, está lançando disco novo, 72 seasons) num período em que o grupo foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Metallica já era considerado uma banda de tamanho BEM grande (embora ainda não fosse o grupo multiplatinado e poderoso dos anos 1990) e, justamente por causa disso, teve que passar por cima dos problemas o mais rápido possível. E sobreviver, ainda que à custa justamente da estabilidade emocional de Jason Newsted, o substituto do insubstituível Cliff Burton…

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Skull Koraptor e Manger Cadavre?

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta-feira!

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Destaque

Dan Spitz: metaleiro relojoeiro

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Se você acompanha apenas superficialmente a carreira da banda de thrash metal Anthrax e sentia falta do guitarrista Dan Spitz, um dos fundadores, ele vai bem. O músico largou a banda em 1995, pouco antes do sétimo disco da banda, Stomp 442, lançado naquele ano. Voltaria depois, entre 2005 e 2007, mas entre as idas e as vindas, o guitarrista arrumou uma tarefa bem distante da música para fazer: ele se tornou relojoeiro (!).

A vida de Dan mudou bastante depois que o músico teve filhos em 1995, e começou a se questionar se queria mesmo aquela vida na estrada. “Fazíamos um álbum e fazíamos turnês por anos seguidos, e então começávamos o ciclo de novo – o tempo em casa não existia. É uma história que você vê em toda parte: tudo virou algo mundano e mais parecido com um trabalho. Eu precisava de uma pausa”, contou Spitz ao site Hodinkee.

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Na época, lembrou-se da infância, quando ficava sentado com seu avô, relojoeiro, desmontando relógios Patek Philippe, daqueles cheios de pecinhas, molas e motores. “Minha habilidade mecânica vem de minha formação não tradicional. Meu quarto parecia uma pequena estação da NASA crescendo – toneladas de coisas. Eu estava sempre construindo e desmontando coisas durante toda a minha vida. Eu sou um solucionador de problemas no que diz respeito a coisas mecânicas e eletrônicas”, recordou no tal papo.

Spitz acabou no Programa de Treinamento e Educação de Relojoeiros da Suíça, o WOSTEP, onde basicamente passou a não fazer mais nada a não ser mexer em relógios horrivelmente difíceis o dia inteiro, aprender novas técnicas e tentar alcançar os alunos mais rápidos e mais ágeis da instituição.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Discos de 1991 #9: “Metallica”, Metallica

A música ainda estava no horizonte. Tanto que, trabalhando como relojoeiro em Genebra, pensou em largar tudo ao receber um telefonema do amigo Dave Mustaine (Megadeth) dizendo para ele esquecer aquela história e voltar para a música. Olhou para o lado e viu seu colega de bancada trabalhando num relógio super complexo e ouvindo Slayer.

O músico acha que existe uma correlação entre música e relojoaria. “Aprender a tocar uma guitarra de heavy metal é uma habilidade sem fim. É doloroso aprender. É isso que é legal. O mesmo para a relojoaria – é uma habilidade interminável de aprender”, conta ele. “Você tem que ser um artista para ser o melhor – seja na relojoaria ou na música. Você precisa fazer isso por amor”.

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