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Artes

Capa de Three Imaginary Boys, do The Cure, inspirada em revista de decoração

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Você já viu a capa de Three imaginary boys, primeiro disco do The Cure (1979) e sentiu vontade de morar nela? Olha que essa ideia não é tão absurda assim.

Primeiro porque, de acordo com o site Arkade, Bill Smith – capista que trabalhou no layout do álbum – estava com a ideia de criar algo que se parecesse com uma capa de 1967 da revista Ideal Home. Tipo essas aí de baixo.

“A imagem dos três aparelhos domésticos deveria parecer uma foto tirada da revista por volta de 1967, e Robert Smith era realmente um candelabro?”, brincou Smith, que considerou a capa da estreia do Cure um de seus projetos mais memoráveis.

Apesar de ser uma capa memorável, o vocalista Robert Smith já disse em várias entrevistas que não gosta de nada relativo ao disco. A banda foi contratada pelo selo Fiction, da Polydor, e não teve nenhum tipo de controle na produção ou na gravação do álbum.

Chris Parry, diretor do selo, escolheu o repertório e botou Bill Smith para fazer o lay out, escolhendo três objetos que representassem os integrantes do grupo: uma luminária (Robert Smith), uma geladeira (o baixista Michael Dempsey, que era considerado um sujeito “frio” por Robert) e um aspirador de pó (o baterista Lol Tolhurst, que não era exatamente chegado em cocaína, mas teve vários problemas com bebida).

Logo depois de Imaginary, Parry reeditou o disco como Boys don’t cry, com mudanças na ordem das faixas e outra capa, com três palmeiras representando o grupo. A capa também é de Bill Smith e a tal ilustração já aparecia no encarte de Three imaginary boys, representando a música. Robert Smith também odiou essa capa.

Bill (não, ele não é parente de Robert) também desenhou a capa de Seventeen seconds, segundo disco do Cure (1980). Aliás, ele tinha sido diretor de arte da Polydor desde 1976 e desenhou capas para Ella Fitzgerald, Rory Gallagher e vários outros. Também viu de perto a sessão de fotos da capa de Who are you, do The Who (1978), último disco com o baterista Keith Moon.

Ele também fez capas como as de Abacab (1981) e Genesis (1983), do Genesis, e de This is the modern world (1977) e All mod cons (1978), do The Jam.

Aliás, Smith também foi recentemente diretor de arte do tabloide LA Weekly. Olha aí algumas capas dele.

Ricardo Schott é jornalista, radialista, editor e principal colaborador do POP FANTASMA.

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

Frank Kozik, um dos mais criativos artistas gráficos e criadores de capas de discos dos últimos 30 anos, morreu no sábado, de causas não-reveladas, aos 61 anos, na Califórnia. Nascido na Espanha e radicado nos Estados Unidos, filho de norte-americano e espanhola, Kozik fez artes para bandas como Queens Of The Stone Age (o primeiro disco, de 1998, epônimo), Melvins (Houdini), Offspring (Americana), e ainda criou pôsteres de turnê para Nirvana, Sonic Youth, White Stripes, Butthole Surfers e outros grupos.

“Frank era um homem maior do que ele mesmo, um ícone em cada gênero em que trabalhou”, diz uma declaração compartilhada pela esposa de Kozik, Sharon. “Ele mudou drasticamente a indústria da qual fazia parte. Ele era uma força criativa da natureza. Estamos muito além de sortudos e honrados por fazer parte de sua jornada, e ele fará falta além do que as palavras poderiam expressar”. Ele costumava atribuir muito do seu trabalho artístico ao fato de ter “um senso de humor sombrio” e a ter crescido no meio do punk rock.

Kozik começou a fazer pôsteres enquanto morava em Austin, Texas, no início dos anos 1980 e chegou a trabalhar com publicidade antes das capas de discos, Também foi dono de uma gravadora, a Man’s Ruin Records, e foi diretor criativo da Kidrobot, a empresa de brinquedos artísticos de edição limitada. Dirigiu também um clipe do Soundgarden, Pretty noose.

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E se a capa “da raquete” do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

Se você ouviu o episódio mais recente do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre o Led Zeppelin no ano de 1972 (não ouviu? tá aqui), deve lembrar que em 1972, o grupo estava elaborando o disco Houses of the holy, que acabou sendo lançado só um ano depois. E que antes daquela capa com as crianças ficar pronta, Storm Thorgerson, da empresa Hipgnosis, havia sugerido a eles uma capa “com uma quadra de tênis verde e uma raquete” – que Jimmy Page odiou.

Aparentemente essa capa rejeitada (rejeitadíssima, Page ficou p… da vida com a sugestão e mandou o designer sumir da frente dele) nunca tinha sido desenhada. Pelo menos até agora. A Aline Haluch, que faz as artes do Pop Fantasma Documento e do Acervo Pop Fantasma, fez três versões da ideia original de Storm para Houses of the holy. Mais do que uma brincadeira com a história, fica aqui como homenagem a esse designer morto em 2013, e que revolucionou as capas de discos.

“A ideia foi fazer aquelas brincadeiras das capas do Pink Floyd, como a do cara cheio de lâmpadas no disco ao vivo A momentary lapse of reason (de 1988, feita pelo mesmo Storm Thorgerson). Quis brincar com as sobreposições das redes, mas são redes de aço, aquelas de cadeia. Um pouco como se fosse um condomínio, já que tênis é um jogo da elite, cercada de proteção”, conta. “Na segunda capa, a própria raquete é de grama. E na terceira, tem um céu, meio que para brincar com a paisagem da capa do disco Atom heart mother, também do Pink Floyd (1970, com capa também de Storm)“.

A que a gente mais gostou (a do céu), ganhou a faixinha branca com o nome do disco e da banda, que vinha envolvendo a capa do LP original. 🙂

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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Aquela vez em que Elifas Andreato começou a fazer capas de discos

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“Em 2009, os jornalistas Marcos Lauro e Peu Araújo entrevistaram o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbnail da rede mundial. Players como Spotify já existiam, mas ainda não eram populares como hoje. A matéria nunca saiu, isso acontece. Mas um trecho do material guardado está aqui em homenagem a Elifas Andreato, que nos deixou no dia 29 de março aos 76 anos. Vida eterna ao artista e sua imensa obra”.

Logo depois que Elifas morreu, o radialista, jornalista e podcaster Marcos Lauro subiu no YouTube esse bate-papo dele e de Peu com o capista. A conversa é curtinha mas cheia de detalhes a respeito de como Elifas entrou no mundo das capas de discos – ele trabalhava na editora Abril Cultural em 1970 e acabou fazendo as capas da série História da Música Popular Brasileira, com discos vendidos em bancas de jornal. O trabalho gráfico foi considerado inovador para a época, “e a ideia era interpretar cada personagem de uma maneira”, conta. Foi a partir daí que Elifas conheceu vários artistas e se envolveu com o trabalho nas capas de discos. Partiu direto para a produção de uma capa de Paulinho da Viola – a do disco Foi um rio que passou em minha vida, em 1970, mas ainda apenas usando uma foto do cantor, sem desenhos.

Confira o bate-papo aí.

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