Notícias
Phonocut: vão lançar um aparelho pra fazer discos de vinil em casa

Não se sabe ainda se isso vai sair no Brasil, mas acaba de chegar na pré-venda lá fora um aparelho chamado Phonocut, que se propõe a ser uma espécie de máquina Polaroid dos discos de vinil. Ele faz o corte de discos de vinil de 10 polegadas, com 10 a 15 minutos de áudio de cada lado. E, sim, é tudo feito em tempo real: uma agulha de diamante sai riscando o disco enquanto a música toca, e em pouco tempo o disco tá pronto.
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O entusiasta analógico austríaco e co-fundador do Phonocut, Florian “Doc” Kaps, evitou meias palavras ao falar com a Wired sobre a invenção: “A máquina tem que ser à prova de idiotas. Até eu mesmo deveria estar em posição de cortar os discos”, contou. A ideia, esclarece Kaps, é satisfazer um tipo especial de consumidor de música que anda voltando ao mercado: a pessoa que não se contenta com arquivos digitais e quer “ter” a música.
“O digital tem um grande problema, você sabe: ele não é real”, disse Kaps. “Você pode acessá-lo com muita facilidade, mas você pode apenas vê-lo ou ouvi-lo. Você nunca pode lamber, não sentir o cheiro e não pode tocá-lo. Nós, seres humanos, temos esses cinco sentidos. E no final do dia, precisamos de todos esses cinco sentidos para nos apaixonarmos, nos sentirmos felizes, construirmos confiança”.
Se você pensou em comprar um, se prepara para coçar o bolso, porque o preço é (er) US $ 1.100. No site do produto, há informações sobre a pré-venda. O único problema é que vai demorar até você fazer seu primeiro vinil em casa, já que a empresa planeja enviar as primeiras unidades às lojas apenas em dezembro de 2020. A ideia é que você possa fazer de tudo com aparelho: passar para o vinil música, sua voz gravada, aquela palestra daquele coach que marcou sua vida, etc. E os fins, garante Kaps à Wired, são didáticos.
“As pessoas adoram discos, mas não sabem nada sobre como são produzidos”, diz Kaps. “Temos que inspirá-los a pensar sobre isso e aumentar a conscientização sobre as possibilidades do que eles podem fazer com isso”.
Lançamentos
Radar: Pic-Nic, Millos Kaiser, Jangada Pirata, ZéVitor e mais sons nacionais novos

O Insituto Pop Fantasma informa: a galera realmente está curtindo aparecer no Radar, tanto que o número de músicas que o site recebe dobrou – até mesmo músicas de fora do país. Tem muitas novidades hoje por aqui: o Pic-Nic, joia do rock carioca dos anos 2000, prepara mais um disco e vem com single novo, por exemplo. Acompanhe aí embaixo (Foto Pic-Nic: Divulgação).
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PIC-NIC, “POBRE DE MIM”. A nova da banda carioca Pic-Nic passeia entre décadas com desenvoltura: tem o guitar rock dos anos 1990, o rock abolerado dos anos 1960 e aquele pop nacional oitentista – tudo bem misturado no mesmo caldeirão. A letra, diz a vocalista Guidi Vieira, “trata, entre outras coisas, da inveja – esse sentimento tão demonizado – e também da admiração”. E mais: fala sobre o quanto esse vaivém entre dois extremos emocionais pode machucar. Em maio, sai o novo álbum do grupo, Volta, pela Bonde Music
MILLOS KAISER feat JUJU BONJOR, “TE QUERO PERTO (CLUBMIX)”. Primeira faixa autoral do produtor Millos Kaiser – que esteve à frente da festa Selvagem até 2019 – Te quero perto flerta com a house music, lounge e boogie nacional, tudo costurado por sintetizadores com perfume vintage. É som pra beira de praia, pra estrada sem sinal de celular, pra viagem com horizonte aberto. O EP Te quero perto traz quatro versões da faixa – nossa dica: comece pela que abre o disco.
JANGADA PIRATA, “FORMAS E PENSAMENTO”. Lançado pelo selo cearense Mercúrio Música, Sal de casa é o disco de estreia do grupo Jangada Pirata. O som vem com pé no rock contemporâneo, mas não deixa de ser profundamente brasileiro: ecos de pós-punk, melodias do guitar rock dos anos 1980/1990, e uma busca pessoal por liberdade. O tema central, dizem eles, é a volta às origens e a memória como bússola.
ZÉVITOR feat CESAR MENOTTI & FABIANO E DORA SANCHES, “ATÉ ME PERDER”. Filho do cantor e ator Jackson Antunes (aquele mesmo, das duas versões da novela Renascer), ZéVitor lança seu quarto álbum, Imago mundi. Um trabalho diverso – e que gira em torno de uma música interiorana, reflexiva, libertária. Até me perder, um blues bonito e melancólico, reúne Dora Sanches e a dupla sertaneja Cesar Menotti & Fabiano. Uma canção sobre seguir adiante, e que faz parte de um disco que ele próprio define como “uma expedição a si mesmo”.
FUNERAL MACACO, “CANICULE”. Presença marcante no lineup de festivais como o Rockarioca, aqui no Rio, o Funeral Macaco provoca com sua mistura de sustos pós-punk e pulsos afro-brasileiros. Em março, lançaram o EP Idade do pássaro, onde se destacam vinhetas climáticas e faixas que perturbam – como Canicule, em que o tom grave e o ritmo psicodélico criam um transe próprio. Lembra, por vezes, os delírios do Black Future.
IGOR DE CARVALHO, “O MELHOR LUGAR DA PRAIA”. No novo álbum do pernambucano Igor de Carvalho, também chamado O melhor lugar da praia, o clima é de superação com sol no rosto e fones nos ouvidos. “Músicas que ajudem as pessoas a atravessar crises e celebrar a vida”, diz ele. E entrega: há rock, brasilidade e essa energia que parece feita sob medida pra fone de ouvido e tarde dourada. A faixa-título, com sua pegada de surf rock, é puro astral.
Lançamentos
Radar: Mild Orange, Peach Fuzz, Levitation Room e mais sons novos internacionais

Nesse novo Radar internacional, uma novidade: privilegiamos sons achados por acaso no YouTube e nas plataformas digitais, além de tudo que mandaram para a gente. As novas novidades estrangeiras do Pop Fantasma estão aí, indo do country-indie do Mild Orange à psicodelia sarcástica do Kazaizen (que chegou pelo Groover). Bora?
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MILD ORANGE, “RIGHT OR WRONG”. Da Nova Zelândia, o Mild Orange cultiva um som que eles próprios chamam de “melodias derretidas”. A escolha do nome do grupo vem da cor: laranja, dizem eles, é um tom que estimula o otimismo. Right or wrong, o novo single, vem nessa toada: country-indie, inspirado, servindo como uma lufada de luz e ar em um quarto escuro. Versos como “vamos fazer desta casa / o nosso lar” embalam a canção com doçura e esperança. Pode ir sem medo.
PEACH FUZZ, “WORLD WHOLE FOOLED”. Essa banda absurda da Austrália faz power pop e punk com melodias que pegam de cara – e uma certa sujeira, dosada, no som. O single novo, World whole fooled, é uma doce e ágil canção que, na letra, manda bala em algum idiota que engana bem, mas que sempre acaba mostrando sua verdadeira identidade. “Está claro para mim que a maneira como você vê a vida / é através de uma lente onde tudo é preto e branco / que maneira de começar uma briga / você esconde bem, mas isso deve acabar / pelo menos você não fala merda na frente de todos os meus amigos”. Porrada!
TINLICKER feat. HERO BALDWIN, “I STARTED A FIRE”. O duo holandês de música eletrônica, prestes a subir no palco do Coachella e dar início a uma nova turnê, retorna em boa companhia: o produtor londrino Hero Baldwin entra no jogo com eles numa faixa dançante, enevoada, quase etérea. I started a fire fala – segundo o próprio Hero – “sobre a perda da confiança e do amor, sobre alguém que observa você desmoronar só para proteger o próprio orgulho”. A pista é suave, mas o drama é profundo. Há burburinhos sobre um novo álbum vindo aí. Fique atento.
LEVITATION ROOM, “IT HAPPENS ALL THE TIME”. Direto de Los Angeles, a Levitation Room volta com um single novo que carrega ecos explícitos da Plastic Ono Band de John Lennon – mais especificamente por conta de uma guitarra solo com efeito rotativo, ideia do guitarrista Gabe Fernandez. Mas… é impossível não pensar em Gal Costa nos tempos de Fa-tal, e não é exagero: o som reverbera Pepeu Gomes, Lanny Gordin, e todo aquele clima lisérgico que morava nos palcos do Brasil setentista. Aumente o volume e mergulhe.
VIRGINIA TO VEGAS, “HEAVEN TONIGHT”. Projeto musical do Canadá, o Virginia To Vegas faz pop adulto-contemporâneo com cara de 2025, e com vários daqueles ganchos musicais que grudam na mente. Derik Baker, o criador da banda, deu a Heaven tonight uma cara de música de sonho, com teclados e corais “voando” em torno do ouvinte, e uma letra que fala sobre “fechar a porta, fechar as persianas e deixar o mundo lá fora, com alguém que você ama”.
KAZAIZEN, “MR. MUSK”. Projeto criado pelo músico norte-americano Jonny Kasai, o Kazaizen prepara um álbum, Sky fish fly, para julho. O som é basicamente synthpop psicodélico e doidão – e pelo que dá para ver pelo single Mr. Musk, o sarcasmo é o melhor amigo deles. A letra conta a história do dia em que Elon Musk decide ir para Marte, encontra marcianos psicodélicos iluminados, e os ETs dizem educadamente para o dono da Tesla se mandar e voltar para seu planeta – e ainda mandam que ele cuide primeiro da Terra, “antes de se aventurar no cosmos com intenções destrutivas”
Foto/desenho Mild Orange: Reprodução Bandcamp
Lançamentos
Radar: Mahmundi, Alaíde Costa, Paulo Metello e outros sons novos nacionais

O Radar de hoje, só com novidades nacionais – e agora tem Radar todo dia, a não ser que a falta de tempo impeça – tem uma característica que une boa parte das músicas escolhidas. Algumas canções escolhidas para figurar aqui não são apenas canções. São mensagens cifradas de outras épocas, sons que poderiam ter sido compostos há décadas, mas que por algum motivo escolheram nascer agora. Ouça tudo em altíssimo volume.
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MAHMUNDI, “IRREVERSÍVEL”. Depois de alguns anos no elenco da Universal Music Brasil – e de encerrar o contrato com o excelente Amor fati (2023) – Mahmundi volta à cena independente, mas bem acompanhada: Irreversível, seu novo single, sai com distribuição pela norte-americana United Masters. A faixa a reencontra em grande forma no pop adulto cool, com clima ensolarado e referências eletrônicas sofisticadas. Se tivesse sido lançada em 1988, hoje seria um flashback inesquecível.
ALAÍDE COSTA feat. VITOR ARAÚJO, “HÁ UM DEUS”. Alaíde Costa nunca parou, mas vem sendo redescoberta – com a reverência que merece – há alguns anos. Aos 89 (faz 90 em 8 de dezembro), prepara Uma estrela para Dalva, tributo a Dalva de Oliveira com produção de Thiago Marques Luiz, que sai pela Deck. O primeiro single, Há um deus (de Lupicínio Rodrigues), traz Alaíde acompanhada pelo piano quase erudito de Vitor Araújo. Sua voz, precisa e emocionada, despeja mililitros de sentimento em cada verso.
PAULO METELLO, “TARÂNTULA”. Pelo selo carioca Paranoia Musique – especializado em sons góticos – Paulo Metello lança Tarântula, um mergulho na melancolia pós-punk. A canção combina batidas eletrônicas, guitarras que lembram The Smiths, e uma atmosfera glacial que remete ao clássico Ocean rain, do Echo and The Bunnymen. A letra completa o clima, feita de introspecções, sombras e contradições bem resolvidas na melodia.
FRESNO, “DISK ME”. Eu nunca fui embora, lançado em 2023 com uma penca de colaborações (Pabllo Vittar, NX Zero, Dead Fish, Chitãozinho & Xororó), ganha edição deluxe com versões bônus em formato intimista. Entre elas, uma releitura surpreendente de Disk me, da Pabllo, que tinha sido lançada pela banda apenas em single. Se o tecnobrega pop da original já flertava com o drama do emocore, o Fresno leva a faixa definitivamente para esse território – com intensidade e delicadeza.
FAVOURITE DEALER feat. JOÃO DIEGUES, “DROWNING”. Tem surgido, por todos os cantos do Brasil, uma nova geração shoegaze – bandas que misturam o gênero a outras influências, da MPB ao noise-pop e ao grunge. O grupo curitibano Favourite Dealer faz parte desse movimento e mostra a que veio em Drowning, faixa urgente com a participação de João Diegues (Kings Of Noise). Barulhenta, melódica e cheia de textura.
GAB FERREIRA, “CARROSSEL”. Vem aí Carrossel, o primeiro álbum de Gab Ferreira, depois de duas mixtapes e um EP. A estreia chega com o single-título, em que Gab une dream pop e psicodelia, inspirada por nomes como Stereolab e Melody’s Echo Chamber. A faixa tem guitarras enevoadas, vocais com eco e versos que evocam uma alegria lisérgica e contemplativa (“sabe amor / às vezes a gente esquece de olhar pro céu”).
Foto Mahmundi: Roma Joana/Divulgação.
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