Connect with us

Lançamentos

Urgente!: City Mall em single, Beth Gibbons ao vivo, Ligia Kamada em clipe, MPB e rock nacional em vinil e CD

Published

on

Urgente!: City Mall em single, Beth Gibbons ao vivo, Ligia Kamada em clipe, MPB e rock nacional em vinil e CD

Comentada aqui no Pop Fantasma algumas vezes, a banda paulista City Mall — especializada nos sons que ecoam por consultórios e elevadores (um city pop relaxado, mas com imaginação de sobra) — acaba de somar à sua discografia o single City tour. A faixa junta synth pop e jazz, e transforma a paisagem urbana do centro de São Paulo em trilha sonora. Para marcar o momento, a banda lançou também uma live session com a nova música.

O som novo do City Mall inaugura a quinta edição do projeto Patterns, parceria do selo Sound Department com a Cavaca Records, o Museu do Sintetizador e o Estúdio Trampolim. A ideia do projeto é ousada nesses tempos de algoritmos: foco em artistas que expandem os limites da linguagem musical e mergulham fundo nas experimentações (Foto City Mall: Yasmin Kalaf/Divulgação).

***

Você se apaixonou por Lives outgrown, disco sublime que Beth Gibbons lançou no ano passado (e que a gente resenhou por aqui)? Então corre: Beth foi a convidada da vez no Tiny Desk Concerts, e levou sete músicos para apertarem-se entre prateleiras e mesas no estúdio da série. Entre estantes, fios, mesas e papéis, o repertório solo da cantora do Portishead chega a ranger. É daqueles vídeos que não dá pra deixar passar.

***

“Sentir mas sem sofrer do corte / olhar pra dor e até sorrir com a sorte”, canta Lígia Kamada em Sacode, uma das faixas mais marcantes do álbum Kamadas, gravada com participação de Jhayam. A música acaba de ganhar um clipe em preto e branco, dirigido por Gui Midões, com cenas urbanas e tomadas na Serra da Mantiqueira. Para conferir o repertório de Kamadas ao vivo: no dia 23 de maio, Lígia sobe ao palco do Sesc São José dos Campos.

***

Jornalista especializado em rock e histórias em quadrinhos, Heitor Pitombo tem muitas histórias para contar — e uma das mais curiosas é a de ter sido o primeiro jornalista a entrevistar Paul McCartney no Brasil, durante a coletiva de 1990 (foi o primeiro a abrir os trabalhos com uma pergunta). “Mas alguns anos antes disso, comecei a trilhar uma trajetória muito ligada à música, que me levou a tocar com diversos grupos e formações dos mais variados estilos, e a compor centenas de canções”, diz ele, que agora se prepara para lançar o CD (sim, CD) O tempo não é nada, com participações de Guto Goffi, Torcuato Mariano, Beto Saroldi, Andrea Ernest Dias e Luiz Lopez.

O álbum chega às plataformas em versão digital, mas também vai ganhar edição física — um crowdfunding (confira aqui) está no ar para bancar o lançamento em CD, com encarte e letras. A gente aqui no Pop Fantasma já apoiou, e recomendamos que você faça o mesmo. Mas atenção: o financiamento vai só até esta terça (13), às 23h59.

***

Dois discos que nasceram digitais agora ganham vida em vinil. A banda paraibana Papangu anuncia o lançamento físico de Holoceno (2021) — o primeiro disco deles — em LP vermelho marmorizado 180g, além de CD digipack e fita cassete. A pré-venda já está rolando no site da Taioba Music.

Tudo é minha culpa, álbum que funciona como autobiografia musical da pernambucana Joyce Alane, também vai sair em vinil, CD e cassete — no LP, há luxos como capa holográfica 3D e encarte de 12 páginas com fotos e letras. Em parceria com o selo cearense Wakati Produções, o disco já está em pré-venda. Os envios começam em setembro.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Mais Urgente! aqui.

Lançamentos

Radar: Stina Marie Claire, King Princess, Mèr, Esteves Sem Metafísica, Suede, Mantra Of The Cosmos, Rosetta West

Published

on

Radar: Stina Marie Claire, King Princess, Mèr, Esteves Sem Metafísica, Suede, Mantra Of The Cosmos, Rosetta West

Ouça no último volume: em comum, as músicas do Radar internacional de hoje têm a inquietação – seja a inquietação existencial, a inquietação criativa, ou aquele estado que tira a gente da letargia e obriga a fazer alguma coisa urgentemente. A lista começa com Stina Marie Claire dando um trato no arranjo de sua própria música, e prossegue até a psicodelia dançante do Mantra Of The Cosmos.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Bandcamp (Stina Marie Claire)

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Mais Radar aqui.

STINA MARIE CLARIE, “THE HUMAN CONDITION (MEMENTO VERSION)”. Stina Tweeddale é mais conhecida por liderar a banda Honeyblood, que gravou álbuns excelentes unindo emo, power pop (com mais ênfase no “power”), sons misteriosos e um certo clima grunge. O Honeyblood tá meio sumido desde o single You’re standing on my neck (2019) e após a pandemia, Stina tem se dedicado a seu projeto solo, assinado com seu nome quase completo (que é Christina Marie Claire Tweeddale).

Na real, o Honeyblood já vinha funcionando como um projeto de uma mulher só. A diferença é que Stina Marie Claire dedica-se a uma sonoridade mais próxima do dream pop e do som-de-quarto. O EP A souvenir of a terrible year, repleto de lembranças do isolamento pandêmico, saiu em 2021, e agora sai a versão “memento” das faixas, reimaginadas com arranjos de cordas. A de The human condition humaniza tudo aquilo que era eletrônico e quase chiptune no original. Ficou bonito.

KING PRINCESS, “RIP KP”. No dia 12 de setembro sai Girl violence, novo álbum de Mikaela Strauss, ou King Princess, produzido por ela ao lado de Jake Portrait (Alex G, Unknown Mortal Orchestra) e Aire Atlantica (SZA). O disco marca a volta da artista a Nova Iorque e a um som mais cru e direto, após rompimentos pessoais e profissionais. O single RIP KP, que anuncia o álbum, mistura desejo feminino, melancolia e autossabotagem com batidas pulsantes e guitarras viscerais.

“É é sobre o lado sexy da violência feminina – quando o amor toma conta do seu cérebro e, de repente, você está sendo fodida pela casa toda, agindo como uma idiota. É a maneira perfeita de abrir o disco: dramática, desequilibrada e um pouco irônica”, conta ela, que no clipe, encara um clube de strip tease bem estranho. “É um hino safado para as lésbicas. Precisamos de devassidão neste verão”.

MÈR, “LET’S FIGHT”. A dupla formada pelas cantoras e compositoras francesas Cindy Doire e Sarah Burton uniu-se ao Chorus of Courage – um coletivo que amplifica as vozes de sobreviventes da violência. Do trabalho em conjunto saiu a delicada e etérea Let’s fight, uma canção em inglês e francês, que põe em versos a convivência com pessoas narcisistas e tóxicas. Aliás, a faixa é a estreia da dupla: Sarah e Cindy conhecem-se há duas décadas e mantém carreiras solo, mas só agora gravam juntas.

“Você já teve um amigo ou amante que sempre queria começar uma briga? É um ciclo exaustivo de manipulação e mágoa”, diz Sarah, localizando o sentido da letra. “A música é interpretada com ironia e calma, como se a pessoa dissesse: ‘Não vou mais brigar'”. A gravação foi feita durante uma nevasca na casa de Cindy, e o Mèr misturou sons acústicos e eletrônicos, lançando mão de sintetizadores vintage.

ESTEVES SEM METAFÍSICA, “SÓBRIA”. Com nome inspirado num verso do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos (heterônimo do poeta Fernando Pessoa), o Esteves Sem Metafísica é uma banda de uma mulher só – a escritora portuguesa Teresa Esteves da Fonseca, que acaba de lançar com seu projeto o álbum de.bu.te. Não é um pop fácil: é um dream pop com referências de folk, música clássica, sons de Portugal e a fase mais elaborada dos Beatles. Nas letras, há espaço para crônicas pessoais e comentários existenciais: a bela e contemplativa Sóbria, single que antecedeu o álbum, é definido por Teresa como “um hino à juventude inconsequente”.

SUEDE, “TRANCE STATE”. No dia 5 de setembro, os reis do glam rock dos anos 1990 voltam às plataformas e prateleiras: o Suede lança o novo álbum Antidepressants (BMG). Produzido por Ed Buller, parceiro de longa data da banda, o disco promete um mergulho no pós-punk, segundo o vocalista Brett Anderson. Depois do ótimo primeiro single, Disintegrate, agora é a vez de Trance state, um rock dramático e elegante sobre perder o controle (entrar em estado de transe, enfim) ao ver alguém. Nada de trance eletrônico, como o nome da canção sugere, mas o clima hipnótico está garantido: é Suede puro, com clima de arena e direção de vídeo feita por Chris Turner.

(e falamos de Disintegrate aqui).

MANTRA OF THE COSMOS feat NOEL GALLAGHER, “DOMINO BONES (GETS DANGEROUS)”. O tira-casaco-bota-casaco envolvendo Zak Starkey na formação do The Who manteve o nome do baterista na mídia. Aliás, no caso, pior para a veterana banda britânica, que agiu de maneira bem estranha na demissão do músico.

Zak permanece aparecendo: seu supergrupo Mantra Of The Cosmos – que também tem na formação Shaun Ryder e Bez, do Happy Mondays, e o guitarrista do Ride, Andy Bell – volta com o terceiro single, um dance-rock lisérgico que lembra os próprios Mondays e o Black Grape (a “outra banda” de Shaun e Bez), e que tem participação de Noel Gallagher, do Oasis. Starkey, provavelmente o único filho de beatle que dispensa tal aposto ao lado no nome, usou os brinquedos do filho no clipe da faixa.

ROSETTA WEST, “DORA LEE”. Lembra do Rosetta West, banda que chegou até nós pelo nosso perfil no Groover e da qual já falamos diversas vezes? Eles estão de volta com o ótimo EP Gravity sessions, com músicas antigas do grupo gravadas numa sessão no estúdio Gravity, de Chicago. Dora Lee, uma das mais legais do álbum Night’s cross (resenhado aqui), era um blues acústico no original, e virou punk-blues com herança de Jimi Hendrix e Tad.

“A música conta a história de um homem assombrado por uma visita breve e apaixonada de uma figura feminina aparentemente sobrenatural. No clipe, o narrador assume o papel de um endurecido comandante de tanque, ainda perturbado por essa aparição mesmo em meio aos combates”, avisa o grupo, chegadíssimo nos climas sombrios.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Hyldon e Adrian Younge – “JID023”

Published

on

Ouvimos: Hyldon e Adrian Younge - "JID023"

RESENHA: Hyldon celebra 50 anos de seu primeiro álbum com o psicodélico JID023, feito com Adrian Younge e com as últimas gravações de Mamão, do Azymuth.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

É um momento ótimo para Hyldon, que acaba de ter sua história lembrada num documentário (As dores do mundo, de Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues, em cartaz no festival In-Edit), comemora 50 anos de seu primeiro álbum, Na rua, na chuva, na fazenda e vem lançando coisas: já saíram dois singles – um deles é uma versão ao vivo da gozadora Três éguas, um jumento e uma vaca – e este álbum JID023, dividido com o produtor norte-americano Adrian Younge.

Adrian, um cara que sonhava com a música brasileira lá de longe e conseguiu trabalhar com vários de seus ídolos, tem uma perspectiva bem diversificada de música. Seus discos costumam descascar a música até sobrar nelas o que há de mais psicodélico, despojado, experimental e viajante. Foi assim quando ele trabalhou com Marcos Valle, Azymuth, João Donato – e também quando, recentemente, ele reuniu uma galera animada para gravar o ótimo disco solo Something about April III (que resenhamos aqui).

Trabalhando com Hyldon, não foi diferente – aliás o Hyldon de JID023 é o artista que observava os sons por um viés absolutamente pessoal em Deus, a natureza e a música (o segundo disco, de 1976) e que cantava as paixões possíveis e impossíveis a plenos pulmões em Nossa história de amor (1977). Músicas como Viajante do Planeta Azul e O caçador de estrelas alinham-se a uma perspectiva quase pinkfloydiana do soul, com psicodelia, climas viajantes e certa sensação de desnorteio – além de uma ambiência que lembra o Khruangbin.

Músicas como Um lugar legal e Olhos castanhos continuam na mesma vibe espacial, combinando jazz e soul. Jenipapo robô abre com sons distorcidos e, ao engatar, chega a lembrar um tema de série. Favela do Rio de Janeiro vai para a área do samba-soul e Verão na Califórnia (Summertime in California) é o lado hippie do álbum, com guitarra wah-wah e balanço latino. No final, o afrobeat panteísta de Nhandervuçu (The creator god) impressiona mais ainda.

E se mesmo depois disso ainda falta motivos para você ouvir JID023, vai aí mais um: ele tem as últimas gravações de Ivan Conti (Mamão), baterista do Azymuth morto em 2023. Ouça tudo no volume máximo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 10
Gravadora: Jazz Is Dead
Lançamento: 4 de abril de 2025.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Azymuth – “Marca passo”

Published

on

Ouvimos: Azymuth - "Marca passo"

RESENHA: O Azymuth volta com Marca passo, disco que homenageia o saudoso baterista Mamão e reafirma seu samba-jazz elegante, nostálgico, vivo e (bastante) resistente.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O trio carioca Azymuth tem mostrado com o passar dos anos uma resistência digna das bandas de rock mais duradouras: foram-se o tecladista José Roberto Bertrami e o baterista Ivan Conti (Mamão), e o baixista Alex Malheiros manda bala no “o show tem que continuar”. Kiko Continentino já assumira os teclados após a partida de Bertrami (em 2012) e o experiente Renato Massa hoje ocupa as baquetas. Marca passo, novo álbum do grupo, foi anunciado pela gravadora britânica Far Out justamente quando completávamos dois anos sem Mamão (17 de abril).

O Azymuth não ressurge com nenhum hit de assimilação rápida, como aconteceu com as quase gêmeas Na linha do horizonte e Voo sobre o horizonte, e com a misteriosa Melô da cuíca – por sinal, as três impulsionadas por trilhas de novela, Cuca legal (1974), Locomotivas (1977) e Pecado capital (1975). Mas a banda ressurge afiada, com sua mistura vintage de samba, jazz, soul e pop que sempre definiu sua música. Tem o clima retrô de Fantasy 82, o balanço elegante de Marca tempo e O mergulhador (com vocoder nos vocais), e a beleza percussiva e quase etérea de Crianças valentes – faixa que parece pedir uma letra e um vocal feminino.

  • Ouvimos: Marcos Valle – Túnel acústico
  • Marcos Valle: “Por causa de Estrelar, em 1983, eu virei o Xuxo” (entrevista)

O trio também homenageia Mamão com a melódica Samba pro Mamão, que parece evocar trechos de O Guarani, de Carlos Gomes. Ainda revisita Last summer in Rio, do álbum Telecommunication (1983), agora com a guitarra de Jean Paul “Bluey” Maunick, do Incognito. E mostra que o samba-jazz ainda pode ganhar as rádios com Andaraí, samba-jazz simples ágil e rimado, com letra curta que combina “Andaraí” e “Icaraí”, entre outros lugares. Pra ouvir logo cedo e sair bem no dia.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Far Out Recordings
Lançamento: 6 de junho de 2025

Continue Reading
Advertisement

Trending