
Claro que você não se recorda. Até porque isso jamais aconteceu no Brasil. Nos anos 1970, nos Estados Unidos, havia empresas que movimentavam o negócio de aparelhos de televisão anexados a poltronas, em aeroportos ou rodoviárias. Esses aparelhos de TV funcionavam à base de moedas e você podia ficar acompanhando a programação da sua estação de TV preferida enquanto esperava seu ônibus sair.
Um site chamado TV Obscurities deu uma pesquisada nessa história e descobriu um artigo de 26 de junho de 1970 no The Los Angeles Times que falava sobre uma empresa chamada Tel-A-Chair, divisão de uma outra empresa chamada chamado International Movie Chair, Inc, que mexia com esse negócio. Em 1970, tinha cerca de 160 Tel-a-Chairs em operação no sul da Califórnia, incluindo 49 no Greyhound Bus Terminal em Los Angeles. Você podia assistir dez minutos de televisão por 10 centavos, e meia hora por 25 centavos. Esses terminais faturavam US$ 4.000 por mês e cada terminal tinha uma TVzinha de 9 polegadas.
Como não existe almoço grátis, era preciso um gasto de segurança para manter as Tel-A-Chairs em ordem. O terminal de Greyhound gastava de US$ 5.000 a US$ 6.000 para manter uma turma tomando conta dos aparelhos. Uma das principais funções dos guardas de Tel-A-Chair, você deve imaginar, era impedir que tivesse gente dormindo nas poltronas (que eram bastante confortáveis).
Um mês depois, o The New York Times avisava que no terminal de ônibus Milwaukee Greyhound tinha sido instalada uma engenhoca chamada TV-Chair, fabricada por uma empresa chamada Plastic Cast Products e distribuída pela corporação Rich’s Midwest International (o nome vinha do dono, John Rich). A ergonomia da parada já era um pouco diferente: era uma cadeira de fibra de vidro com um aparelho de TV Panasonic. Os preços para o uso da TVzinha eram os mesmos. E as tentações tambpem. “Às vezes eu ando por aí e encontro pessoas dormindo nos terminais”, reclamava Arthur M. Wittman, gerente do Milwaukee Greyhound.
Via TV Obscurities, Messy Nessy Chic, History Culture Education