Crítica
Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em dezembro

Acabou 2024, certo? Só se for pra você, porque o ano passado continua bem vivo em nossos corações, e ainda vai ter disco do ano passado aqui no Pop Fantasma em janeiro e talvez, em fevereiro – e tem melhores de 2024 logo logo. Isso enquanto a gente dá uma olhada nos lançamentos de 2025 e nas coisas que vão acontecendo. Mas os melhores de dezembro tão aí.
(confira também as listas de novembro, outubro, setembro, agosto, julho e do primeiro semestre)
TURMA DA NOTA 8
2nd Grade, Scheduled explosions
A Day In Venice, A man without a name
Afonso Antunes, Filho único
Anocean, Climbing walls (EP)
Caco/Concha, Caco/Concha
Elemento Zero, Efêmera (EP)
Fashion Club, A love you cannot shake
Good Morning, The accident
Guandu, Planos em cima de planos (EP)
Gueersh, Interferências na fazendinha
Halsey, The great impersonator
I Ya Toyah, Drama
Nina Camillo, Nascente (EP)
Os Paralamas do Sucesso, 10 remixes
Rã, Praia Grande shore
Ryan Adans, Blackhole
TURMA DA NOTA 8,5
Alvilda, C’est déjà l’heure
Applegate, Mesmo lugar
Joyce, Voyce
The National, Rome (ao vivo)
Our Girl, The good kind
Pata Söla, Migrante (EP)
Piglet, For Frank forever
Sly & The Family Drone, Moon is doom backwards
Sofie Royer, Young-girl forever
Somesurprises, Perseids
Supervão, Amores e vícios da geração nostalgia
Tomemitsu, Dream 2
Westfalia, Odds and ends
TURMA DA NOTA 9
Azul Delírio, Delírio nº 9 (EP)
Blood Wizard, Grinning William
Body Count, Merciless
Boogarins, Bacuri
The Cure, Songs of a lost world + Songs of a live world: Live Troxy London MMXIV (ao vivo)
Lazy Day, Open the door
New Order, Brotherhood (Definitive edition)
Saint Etienne, The night
TURMA DA NOTA 10!
Fantastic Negrito, Son of a broken man
Michael Kiwanuka, Small changes
Miragem, Muitos caminhos prum lindo delírio
Omni, Souvenir
Sault, Acts of faith
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Crítica
Ouvimos: Jovens Ateus, “Vol. 1”

Aguardado com certa expectativa, o álbum da banda paranaense Jovens Ateus é sombrio, opera entre o pós-punk e a darkwave, e pode ser resumido por uma referência: o The Cure de discos sorumbáticos como Seventeen seconds (1980) e Disintegration (1989). O baixo de Bruno Deffune dá a argamassa de boa parte do repertório, e ele caminha, em várias faixas, para algo próximo dos hits mais deprês do grupo britânico, como A forest e Lovesong.
Você encontra essa sonoridade em faixas de Vol. 1 como Espelhos, Cedo demais, Homem em ruínas e Passos lentos, e também na fantasmagórica Introspectro, algo entre The Cure, Joy Division e My Bloody Valentine. Em Mágoas, um riff de guitarra costura aquele que é o pós-punk mais ensolarado do álbum – por sinal num álbum no qual a palavra “ensolarado” não pode ser encaixada com facilidade. Baixo e synth dão a cara de Flores mortas, vibrações eletrônicas marcam a vinheta tamanho-família Twinturbo mixtape e um insuspeito lado metalcore (!) da banda dá as caras em Saboteur got me bloody, que lembra Ministry.
Nota: 8
Gravadora: Balaclava Records
Lançamentos: 10 de abril de 2025.
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Crítica
Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

Com origens na “cacofonia da favela de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio” (frase tirada do próprio Instagram do grupo), o som do Funeral Macaco une pós-punk e brasilidades, num resultado que lembra tanto o rock pernambucano dos anos 1990 quanto bandas como Black Future e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita. A capa do disco, por sua vez, dá uns traços com a de Exuma I, a estreia do Exuma (do hit Exuma, The Obeah Man).
Canicule, a faixa-título, resume tudo: baixo pesado, batuque de umbanda, vocal parecendo um dialeto, guitarra econômica, bateria soando como uma porrada rápida, entre rock e jazz – basicamente uma só nota entendida e transformada em algo pesado e sombrio. Congo e Angola é um samba fantasmagórico, com letra que lembra algo de Luiz Melodia. Frevo é um frevo de vocal furioso e bateria igualmente tensa, uma energia que passa pelo entendimento pós-punk do estilo.
General Candongueiro traz vocal cantado num ponto de umbanda, letra soando como homenagem a uma entidade – algo que ressoa na percussão-e-voz de Morangueira, e no ritmo quase cardíaco, que vai crescendo aos poucos em letra e peso musical, de O tempo do maquinário não é o mesmo e Exu Elégbará. Ao vivo, o Funeral Macaco deve ser uma enorme surpresa – e vale esperar pelos próximos shows.
Nota: 10
Gravadora: Independente
Lançamento: 13 de março de 2025
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Crítica
Ouvimos: Morcegula, “Caravana dos desajustados”

Com formação pouco usual – um duo de guitarra e bateria, sendo que a bateria é tocada em pé e sem uso de pratos – o Morcegula, formado por Badke (Carbona) e Rebeca Li (Pulmão Negro) faz rock de garagem e punk com referências de Ramones, Blondie, B-52s, Cramps e até Rita Lee e Mutantes.
Algo que remete ao grupo paulistano pode ser encontrado nas letras de faixas como Formiga (uma espécie de apologia às formigas, e uma das melhores letras do disco) e Ratazanagem, enquanto um cruzamento com The Hives surge em Jupiter falou. Tomo 13 é punk melódico com lembranças de Strenght to endure (Ramones) e um clima próximo das músicas de Chuck Berry aparece na abertura de R de rei.
O lado Cramps do Morcegula surge não apenas em referências musicais, como também na opção por um rock “de terror” – sempre apontando para o lado das criaturas marginais, como na faixa-título, e em músicas como Noiva cadáver e Causa mortis. Basicamente rock simples e com ganchos que remetem ao punk noturno e rueiro, destinado ao último volume.
Nota: 8,5
Gravadora: Goma Base
Lançamento: 10 de abril de 2025
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