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Cinema

Quando o filme de Woodstock causou polêmica na África do Sul

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Quando o filme de Woodstock causou polêmica na África do Sul

Tem uma história polêmica sobre o documentário do festival de Woodstock, dirigido por Michael Wadleigh. O filme passou em países que muita gente não faz ideia. Se para quem morava nos Estados Unidos e não pôde ir ao festival, aquilo tudo parecia um sonho dentro de outro sonho, imagine o que acontecia em países um tanto quanto imunes a novidades.

Na Grécia, sob governo militar, o documentário de 1970 foi agendado para exibição em cinema em praça pública – a polícia chegou na hora e quis impedir, mas rolou. No Japão, igualmente, Woodstock, o filme, fez um sucesso enorme, até porque ninguém no país sabia coisa alguma sobre o festival, daí o filme virou “o festival”.

Flyer japonês do filme Woodstock

Flyer japonês do filme Woodstock

Já na África do Sul, que vivia sob o regime do apartheid (que separava negros e brancos), há certa controvérsia sobre o que aconteceu com o filme. É certo que não ficou tudo muito normal. No livro Woodstock, de Pete Fornatale, o diretor Michael Wadleigh jura que o filme foi inicialmente proibido e depois foi liberado. Mas com ressalvas. “O filme tinha sido tão popular – estamos falando de uma época de Apartheid – que as pessoas na África do Sul quiseram muito vê-lo e fizeram pressão para isso. Claro que havia artistas negros no palco, o que era proibido. Não se podia ter artistas negros e brancos juntos no palco ou mesmo alternando-se separadamente”, recordou.

Wadleigh foi ao país, escapou de ter seus cabelos compridos raspados no aeroporto (era um procedimento comum na África do Sul na época), deu várias entrevistas (surpreendeu-se de depois ver apenas “comentários inócuos” publicados) e… o pior ainda estaria por vir. A censura local cortou, segundo o diretor, todos os artistas negros do filme. E qualquer cena da plateia onde houvesse um negro. Santana, que tinha músicos negros em sua banda, também desapareceu do filme.

Essa história é a versão do diretor. Há controvérsias sobre o que realmente aconteceu no país. O radialista, colecionador de discos e executivo de gravadora sul-africano Benjy Mudie disse ao The Herald que viu o filme em seu país na época e jura que ninguém cortou as cenas dos artistas negros. “Vi o DVD e as cenas que foram cortadas foram as de nudez e as cenas mais ostensivas de consumo de drogas”, recordou.

Seja como for, Wadleigh diz que não deixou de passar outros maus bocados na África do Sul. A começar porque aquele clima todo fez com que ele se interessasse pela história do Apartheid. O cineasta acabou fazendo filmes clandestinos sobre o regime separatista, e voltou ao país algumas vezes. Numa dessas, ele diz ter quase morrido.

“Numa das vezes em que estive lá, estava num carro com um famoso cineasta e jornalista quando fomos atingidos por um caminhão. Fiquei em coma num hospital e quase morri, como ele também. O acidente foi obra da polícia secreta. Enquanto estávamos hospitalizados, eles tiraram o equipamento de filmagem que estava no carro, depois foram na casa desse cara e confiscaram tudo. Quando tive alta, me puseram na prisão e me disseram: ‘Você pode sair do país ou continuar preso’. Foi isso”, disse Wadleigh.

Se você chegou até aqui, pega aí uma entrevista bem interessante com Wadleigh em 2010. Ele também dirigiu filmes de baixo orçamento como My girlfriend’s wedding (em 1969), um documentário sobre Janis Joplin (Janis, de 1974, que passou até na TV no Brasil várias vezes), um filme de terror (Wolfen, de 1981) e depois passou a fazer filmes sobre desenvolvimento sustentável.

Cinema

Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

Marcado para este domingo (28) na Areninha Cultural Hermeto Pascoal (Lona Cultural de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o Parayba Rock Fest, do qual você ficou sabendo aqui, vai ter shows, DJs, exposições e várias outras atrações. E Michael Meneses, criador do selo Parayba Records e realizador da festa (que também comemora seus 50 anos de idade), vai exibir seu primeiro filme, Ver + – Uma luz chamada Marcus Vini. Michael, que é fotógrafo e professor de fotografia, iniciou o filme como trabalho de conclusão de curso de sua faculdade de Cinema.

“O que eu vou exibir no evento são os 50 minutos que já estão prontos do filme e que apareceram na apresentação do meu TCC. Ainda estou inclusive fazendo pesquisas para ele”, conta Michael, que com o filme, homenageia Marcus Vini, seu melhor amigo (“o irmão homem que eu não tive”, conta), morto por covid. Marcus era fotógrafo e, como Michael, foi professor universitário e cobriu festivais de música como o Rock In Rio.

“Marcus contraiu covid naquela época mais braba da doença, e morreu no dia em que ele deveria estar tomando a primeira dose”, lembra Michael. “Ele foi fotojornalista e curiosamente fazia aniversário no dia 19 de agosto, que é o Dia Mundial da Fotografia. E só soube disso depois que virou fotógrafo. Ele inclusive fez uma foto super importante numa enchente, que foi publicada no jornal Le Monde. A ideia do filme é focalizar o lado humanitário dele, um cara que estava sempre pensando em fazer doação de alimentos, coordenou um curso de fotografia em Madureira (Zona Norte do Rio)“. Antes do evento de Michael, o filme foi exibido também em lugares como a livraria carioca Belle Epoque.

O Pop Fantasma é um dos apoiadores do evento, ao lado de uma turma enorme. Para saber mais e comprar seu ingresso, confira o serviço abaixo.

SERVIÇO:
SHOWS COM AS BANDAS:

Netinhos de Dna Lazara, Benkens, NoSunnyDayz, New Day Rising (NDR) e Welcome To Tenda Spírita.
ALÉM DOS SHOWS:
Exibição do Documentário:
 VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini – Direção: Michael Meneses
DJs: Explica e Chorão 3
Expo de fotos dos fotógrafos da Rock Press
Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais
Gastronomia Vegana: Vegazô – A Feira Vegana da Zona Oeste/RJ
DATA: 28 de julho 2024, às 14h.
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ
INGRESSOS: antecipados aqui, na bilheteria da Areninha e na loja Requiem (Camelódromo de Campo Grande).

Foto: reprodução Instagram

 

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