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Tem disco de PJ Harvey vindo aí

Já tem single novo de PJ Harvey, A child’s question, august, lançado em 26 de abril. E o álbum novo da cantora é o primeiro desde The hope six demoltion project, de 2016. I inside the old year dying é o décimo disco de PJ, tá programado para sair dia 7 de julho de 2023, e é o primeiro disco da cantora pela Partisan Records. A Partisan é uma gravadora recente, fundada em 2007 pelos executivos Tim Putnam e Ian Wheeler, e que tem no catálogo nomes como Beth Orton e Cigarettes After Sex.
Tanto o nome do álbum quanto a letra do primeiro single – uma série de lembranças de infância, com o verso “Me ame com ternura/Amor terno” no refrão, além de imagens estranhas como “gralhas contam histórias através do milho” – já mostram que o disco novo deverá vir mais introspectivo e cheio de recordações tristes.
“Acho que o álbum é sobre pesquisar, procurar – a intensidade do primeiro amor e buscar significado”, explicou Harvey. “Não precisa haver uma mensagem, mas o sentimento que recebo do disco é de amor – é tingido de tristeza e perda, mas é amor. Acho que é isso que o torna tão acolhedor, tão aberto”, contou PJ, que espera que o novo disco venha como “um espaço de descanso, um consolo, um conforto, um bálsamo, que é o que precisamos para os tempos de hoje”. O disco também está repleto de “imaginário biblico e referências a Shakespeare”, diz um texto assinado por John Harris para o lançamento.
Por acaso, a cantora também disse que o novo álbum foi bastante difícil de ser feito, e que demorou bastante para ser terminado. Em fevereiro de 2022 já havia fotos dela gravando o disco, e em abril do ano passado ela divulgou que ele só sairia neste ano. O clipe da faixa é repleto de rascunhos, fotos antigas e imagens distorcidas.
O disco novo foi gravado no complexo de gravação do Battery Studios, localizado no noroeste de Londres, cujos donos são ninguém menos que os produtores Flood e Alan Moulder. Por acaso, Flood, que já vem trabalhando com PJ há anos, divide a produção do disco com ela e John Parish. O Battery tem uma sala especial para gravações ao vivo, e o disco de PJ foi gravado lá, num take só, com inspiração direta em nomes como Bob Dylan e Nina Simone.
E essas são as músicas de I inside the old year dying:
Prayer at the gate (4:14), Autumn term (3:20), Lonesome tonight (3:48), Seem an I (3:06), The nether-edge (3:17), I inside the old year dying (1:52), All souls (4:21), A child’s question, August (2:46), I inside the old I dying (3:08), August (2:41), A child’s question, July (3:02), A noiseless noise (3:57)
Lançamentos
Urgente!: E o festival do CBGB’s?

Se há algum festival que pode ser chamado de “encontro de gerações”, é esse festival que o célebre CBGB, meca do punk e do pré-punk novaiorquino, anunciou nesta segunda (12). O CBGB Festival vai rolar no dia 27 de setembro no Under the K Bridge Park, no Brooklyn, Nova York, e a ideia do evento, que traz do ex-ramone Marky Ramone a novidades como The Linda Lindas e Lambrini Girls, é tentar responder à pergunta: “quem estaria tocando no CBGB hoje?”.
Na verdade, imaginar quem estaria tocando ali hoje nem exige tanto esforço de futurologia — afinal, o fim do CBGB ainda é relativamente recente. O lendário clube nova-iorquino, cujo nome completo era CBGB & OMFUG (siglas para Country, Bluegrass and Blues e Other Music For Uplifting Gormandizers — algo como “outras músicas para gulosos edificantes”), abriu as portas em 10 de dezembro de 1973 e encerrou suas atividades em 15 de outubro de 2006, com um show histórico de três horas de Patti Smith, que está disponível no YouTube.
A história de Patti Smith se confundia com a do CBGB, mas nos seus últimos anos, a casa também abriu espaço para bandas mais recentes, como os Strokes. Em uma das apresentações do grupo nova-iorquino, um desentendimento sobre o horário de encerramento do show acabou virando uma confusão que começou no palco e se espalhou para a plateia. Em 2000, os brasileiros Ratos de Porão também passaram por lá — e o show rendeu até um disco ao vivo.
No CBGB Festival, as lendas indiscutíveis a tocarem lá são os Sex Pistols em nova formação, The Damned, Marky Ramone e ninguém menos que Iggy Pop, em seu primeiro show em Nova York em mais de uma década. Iggy é a atração principal do festival, ao lado de Jack White. Nomes lançados entre os anos 1980 e 1990, como Johnny Marr, Lunachicks e Melvins completam o evento, ao lado de bandas clássicas do hardcore novaiorquino (Gorilla Biscuits, Murphy’s Law e Cro-Mags) e as novidades punk The Linda Lindas, Lambrini Girls, Destroy Boys, Angel Du$t, Scowl, Pinkshift, Teen Mortgage, YHWH Nailgun, Soul Glo e Lip Critic.
Uma outra pergunta que importa é: como arrumar grana pra viajar e assistir ao evento? Isso porque a decisão tem que ser rápida: a pré-venda de ingressos começa na quinta-feira, 15 de maio, às 10h (horário do leste dos EUA), e a venda ao público começa na sexta-feira, 16 de maio, às 10h (horário do leste dos EUA). Se você realmente tem grana e bota fé, pode se registrar no site cbgbfest.com. Detalhe que há um lote limitado de 350 tíquetes com descontos, apenas para residentes de Nova York com menos de 25 anos. O mimo se chama “Young Punk” e pode ser adquirido somente no cara a cara.
Lançamentos
Urgente!: City Mall em single, Beth Gibbons ao vivo, Ligia Kamada em clipe, MPB e rock nacional em vinil e CD

Comentada aqui no Pop Fantasma algumas vezes, a banda paulista City Mall — especializada nos sons que ecoam por consultórios e elevadores (um city pop relaxado, mas com imaginação de sobra) — acaba de somar à sua discografia o single City tour. A faixa junta synth pop e jazz, e transforma a paisagem urbana do centro de São Paulo em trilha sonora. Para marcar o momento, a banda lançou também uma live session com a nova música.
O som novo do City Mall inaugura a quinta edição do projeto Patterns, parceria do selo Sound Department com a Cavaca Records, o Museu do Sintetizador e o Estúdio Trampolim. A ideia do projeto é ousada nesses tempos de algoritmos: foco em artistas que expandem os limites da linguagem musical e mergulham fundo nas experimentações (Foto City Mall: Yasmin Kalaf/Divulgação).
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Você se apaixonou por Lives outgrown, disco sublime que Beth Gibbons lançou no ano passado (e que a gente resenhou por aqui)? Então corre: Beth foi a convidada da vez no Tiny Desk Concerts, e levou sete músicos para apertarem-se entre prateleiras e mesas no estúdio da série. Entre estantes, fios, mesas e papéis, o repertório solo da cantora do Portishead chega a ranger. É daqueles vídeos que não dá pra deixar passar.
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“Sentir mas sem sofrer do corte / olhar pra dor e até sorrir com a sorte”, canta Lígia Kamada em Sacode, uma das faixas mais marcantes do álbum Kamadas, gravada com participação de Jhayam. A música acaba de ganhar um clipe em preto e branco, dirigido por Gui Midões, com cenas urbanas e tomadas na Serra da Mantiqueira. Para conferir o repertório de Kamadas ao vivo: no dia 23 de maio, Lígia sobe ao palco do Sesc São José dos Campos.
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Jornalista especializado em rock e histórias em quadrinhos, Heitor Pitombo tem muitas histórias para contar — e uma das mais curiosas é a de ter sido o primeiro jornalista a entrevistar Paul McCartney no Brasil, durante a coletiva de 1990 (foi o primeiro a abrir os trabalhos com uma pergunta). “Mas alguns anos antes disso, comecei a trilhar uma trajetória muito ligada à música, que me levou a tocar com diversos grupos e formações dos mais variados estilos, e a compor centenas de canções”, diz ele, que agora se prepara para lançar o CD (sim, CD) O tempo não é nada, com participações de Guto Goffi, Torcuato Mariano, Beto Saroldi, Andrea Ernest Dias e Luiz Lopez.
O álbum chega às plataformas em versão digital, mas também vai ganhar edição física — um crowdfunding (confira aqui) está no ar para bancar o lançamento em CD, com encarte e letras. A gente aqui no Pop Fantasma já apoiou, e recomendamos que você faça o mesmo. Mas atenção: o financiamento vai só até esta terça (13), às 23h59.
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Dois discos que nasceram digitais agora ganham vida em vinil. A banda paraibana Papangu anuncia o lançamento físico de Holoceno (2021) — o primeiro disco deles — em LP vermelho marmorizado 180g, além de CD digipack e fita cassete. A pré-venda já está rolando no site da Taioba Music.
Já Tudo é minha culpa, álbum que funciona como autobiografia musical da pernambucana Joyce Alane, também vai sair em vinil, CD e cassete — no LP, há luxos como capa holográfica 3D e encarte de 12 páginas com fotos e letras. Em parceria com o selo cearense Wakati Produções, o disco já está em pré-venda. Os envios começam em setembro.
Lançamentos
Radar: Vitória Faria, Day Limns, Heal Mura, Quarto Quarto e outros sons

Sons lançados agorinha e muita variedade (a ponto de irmos da dance music hipnotizante ao forró, passando pelas guitarras pesadas) é a receita do Radar de hoje, aqui no Pop Fantasma. Ponha tudo na sua playlist! (foto Vitória Faria: Flora Negri/Divulgação).
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VITÓRIA FARIA feat ASSUCENA ASSUCENA, “DOIS CENTÍMETROS”. Canção com vibe de forró e clima de blues, tudo misturado, Dois centímetros é o terceiro single da acordeonista e cantora Vitória Faria. A letra fala de uma época delicada na vida da cantora, quando estava apaixonada por uma pessoa em transição de gênero, mas o relacionamento estava chegando ao fim. “Essa música é a fotografia do nosso último encontro”, ela diz. “Acho louco pensar que o meu chão estava desabando, eu não sabia onde colocar todo aquele amor mas não sabia também, que exatamente naquele momento, ela estava num processo interno e pessoal de transição”, conta ela, que trouxe Assucena Assucena, com quem tocou na banda As Baías, para participar da faixa. Uma música que parece sussurrada no ouvido da gente. E Vacas exaustas, álbum de Vitória Faria, sai neste mês.
DAY LIMNS, “DEUS É HUMANO”. “Eles estão vivendo o Armageddon / colocando deus contra todos / de onde eu vi, para onde eu vou / deus é humano.” É assim, sem rodeios, que Day Limns abre o recém-lançado A beleza do caos, seu novo EP. A faixa de abertura, Deus é humano, já dá o tom: uma mistura intensa de nu-metal, trap, rap e variedade hyperpop — na mesma linha ousada de discos recentes de Charli XCX. A canção faz uma leitura nada ortodoxa do sagrado: aqui, o divino caminha pelas ruas, respira o mesmo ar poluído das cidades, sente as dores do agora. Deus, afinal, é humano. O título do EP também vem como uma faísca filosófica. “Se o caos veio antes da luz, então é em nós que ela nasce”, diz Day.
HEAL MURA feat RENATO COHEN, “TANTRUM (RENATO COHEN REMIX)”. Sob o nome Heal Mura, o tecladista Murilo Faria (da Aldo The Band) vem lapidando um universo eletrônico que flutua entre o experimental e a healing music. Seu disco The limited repetition of pleasure (já resenhado por aqui) mostrou isso com clareza e sutileza. Agora, ele volta com uma nova leitura de Tantrum, remixada por ninguém menos que Renato Cohen – lenda das pistas e, nas palavras do próprio Murilo, um verdadeiro herói pessoal. Cohen levou a faixa original para outro plano: intensificou o pulso dançante da música e empurrou a experiência para um transe completo. O resultado é uma viagem que começa introspectiva e termina no meio da pista, de olhos fechados e corpo entregue.
QUARTO QUARTO, “ME FAZ MAL”. Formado em São Paulo em plena pandemia, o Quarto Quarto pratica um emocore urgente, nervoso e cheio de sensibilidade, que fala das incertezas do agora — como em Me faz mal, seu novo single. Há momentos em que a quebradeira rítmica se aproxima do pós-hardcore, mas sempre com espaço para respiro e afeto. Com dois EPs lançados (Prédio cinza, tempo bom, de 2022, e Sorte, de 2024), a banda prepara Revés, que sai em breve. Ele e Sorte, juntos, formam um álbum inteiro — feito em partes, como se necessário viver cada lado da história antes de contá-la por completo.
MARCOS LAMY feat LUCAS LÓ, “MULECAGEM”. “É um single importante, que carrega influência de grandes nomes da música nordestina, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, e transporta todo mundo para as festas juninas que se aproximam”, conta o maranhense Marcos Lamy sobre Mulecagem. Um forró que se inicia com uma parte instrumental duradoura (quase um minuto de solos de sanfona, no mais puro virtuosismo nordestino), e que está programado para o repertório de Braço de mar, álbum que vai sair ainda esse mês. A letra é pura zoeira, avisando que a sala tá cheia, ainda tem gente chegando – mas pisando devagarzinho, dá para se divertir. Novidade, mas com o pé na tradição.
GUANDU feat MARINA MOLE, “MAIS UM DIA”. O novo single da banda paulistana Guandu, que volta a colaborar com a artista experimental Marina Mole, mergulha num lo-fi melancólico, com aquela textura de gravação caseira feita nos anos 1990. E não é só charme estético: Mais um dia foi mesmo registrada em fita, num gravador Tascam de quatro canais, como se fosse uma demo perdida no tempo. O clipe acompanha esse espírito: passeia pela paisagem urbana de São Paulo com olhos que parecem ver tudo pela primeira — ou talvez pela última — vez. A canção antecipa o álbum de estreia do Guandu, previsto para junho, com doze faixas. Se seguir esse clima, vem coisa bonita por aí.
UNDO, “PORCOS NÃO OLHAM PRO CÉU”. “Fomos pegos de assalto / acordados com tapas na cara / dinossauros apontam suas Taurus / nos escombros do Museu Nacional”. O novo single do supergrupo de André Frateschi (voz), Rafael Mimi (guitarras), Johnny Monster (guitarras), Dudinha (baixo) e Rafael Garga (bateria) é direto e vai na veia do autoritarismo, da desigualdade e da intolerância – coisas que o Brasil viu de perto várias vezes. O som é um pós-punk que faz lembrar os anos 1980, graças aos synths e programações, mas sempre com os dois pés na modernidade de bandas como Idles e Arctic Monkeys. Barulho com propósito, feito por quem não quer apenas passar pela história, mas sacudi-la um pouco antes de seguir em frente.
ATOR CARIOCA, “A DOR É A GRAÇA”. Com nome descontraído e fotos de divulgação que mostram os integrantes em cenários luminosos, o Ator Carioca se dedica mesmo é à angústia sonora – com toques de pós-punk, math rock, MPB anos 1970 e outros estilos. Nada a esconder, novo disco da banda maranhense, já está entre nós, e último single a anunciá-lo foi A dor é a graça, som que tem até toques de flamenco nos solo de violão. Para quem ainda não escutou o álbum, Hugo Rangel (guitarra) e Orlando Ezon (vocal) avisam que se trata de um som acústico, experimental e introspectivo.
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