Notícias
Ih, rapaz. Tem disco novo do Black Grape e nem sabíamos
Vinte anos depois (e muitas drogas e rehabs depois, também) do segundo disco, Stupid, stupid, stupid, quem tá de volta é o Black Grape. Defecção bizarra dos drogadaços Happy Mondays, e banda queridíssima da onda alternative dance dos anos 90, o Uva Preta soltou em agosto o terceiro disco, Pop voodoo. O disco novo (muito bom, por sinal) foi puxado pelo single Everything you know is wrong, cujo clipe zoa impiedosamente Donald Trump e seus eleitores.
O Black Grape, que jura ter feito o novo disco em quatro semanas, tem hoje só os mandachuvas: o vocalista Shaun Ryder e o rapper Kermit. Nem mesmo o dançarino e percussionista Bez está nesse retorno (ele passou um tempo preso por agredir fisicamente a namorada e parceira musical Monica Ward e tem feito atuações como DJ). Acabou sendo mais tranquilo para Ryder fazer logo um disco inteiro do Black Grape justamente pelo esquema bem menos zoado do projeto.
“Somos só eu e Kermit, mais fácil. Tenho só um parceiro para fazer as músicas e é mais divertido”, contou num papo com o site Gigslutz. No mesmo papo, Ryder disse que para 2018 deve vir o tão aguardado disco dos Happy Mondays, já que “é o que Alan McGee (presidente do selo Creation) quer e geralmente ele consegue o que ele quer”. Os excessos não foram molezinha para a dupla: Kermit, diz Shaun, teve que colocar uma válvula tirada do coração de um porco (!) numa cirurgia cardíaca. “E frequentemente ele tem que substituí-la por uma outra, tirada de outro porco. Eu acabei de operar uma hérnia”, contou.
Agora pode parar de ler e escute logo o disco!
Aliás pega aí os Happy Mondays tocando Kinky afro, o hit deles que provavelmente quase todo mundo conhedce, no Rock In Rio II, em 1991. Na época, Shaun declarou que traria tabletes de ecstasy para o Brasil, mas desistiu da ideia.
Crítica
Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em novembro
Demoramos um pouco, mas tá no ar a listinha dos melhores discos de 2024 que ouvimos em novembro. Estamos fazendo uma lista mensal desde julho (essa é a de julho, essa a de agosto, essa a de setembro, essa a de outubro, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024). A nota 10 foi para uma novidade (a banda ruidosa Julie), para um veterano da mistura de hip hop com rock (Planet Hemp, em disco ao vivo) e para um cara que já tem certa estrada no hip hop e na construção de paisagens sonoras e histórias de arrepiar (Tyler The Creator). Leia tudo, ouça tudo, repasse.
TURMA DA NOTA 8
Abril Belga, Metrô hi-fi
Alvaro Lancellotti, Arruda, alfazema e guiné
Anastasia Coope, Darning woman
Bodega, Brand on the run
Dora Morelenbaum, Pique
Duda Fortuna, Dual
Friedberg, Hardcore workout queen
Katie Gavin, What a relief
Linkin Park, From zero
Madre, Vazio obsceno
Maria Beraldo, Colinho
Molchat Doma, Belaya polosa
Quito Ribeiro, Umguerrê
S.E.I.S.M.I.C, S.E.I.S.M.I.C.
Suki Waterhouse, Memoir of a sparklemuffin
Tamar Berk, Good times for a change
Tássia Reis, Topo da minha cabeça
TURMA DA NOTA 8,5
Cloud Nothings, Here and nowhere else (10th anniversary)
Dani Bessa, Hiperdrama
Dolores Forever, It’s nothing
Hayden Thorpe, Ness
Man/Woman/Chainsaw, Eazy peazy (EP)
Porridge Radio, Clouds in the sky they will always be there for me
Primal Scream, Come ahead
Sue, Quando vc volta?
TURMA DA NOTA 9
Batata Boy, MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)
Dale Crover, Glossolalia
The Cure, Songs of a lost world
George Harrison, Living in the material world – 50th anniversary edition
The Hard Quartet, The Hard Quartet
Kim Deal, Nobody loves you more
Jerry Cantrell, I want blood
Laura Marling, Patterns in repeat
Leon Bridges, Leon
Luiz Amargo, Amor de mula
Michelle, Songs about you specifically
Oruã, Passe
Peter Perrett, The cleansing
Tess Parks, Pomegranate
Zé Manoel, Coral
TURMA DA NOTA 10!
Julie, My anti-aircraft friend
Planet Hemp, Baseado em fatos reais: 30 anos de fumaça
Tyler The Creator, Chromakopia
Lançamentos
Eel Men: reapresentando o punk rock (e o pós-punk) com “Exeter exit”
Algo me diz que, se estivéssemos lá por 2001, ou 2002, os Eel Men já estaria contratados por uma gravadora grande – a estética punk dessa banda, que parece o tempo todo homenagear bandas como Buzzcocks e Gang Of Four, tem tudo a ver com uma certa confluência entre anos 1970 e 2000 que se abriu nessa época. Esse grupo do Norte de Londres abriu atividades em 2021, já gravou um punhado de singles e um EP “ao vivo no estúdio”, e divulga agora o single Exeter exit.
A nova música dessa banda abre com uma certa cara de Roxanne, do The Police, ou de London calling, do Clash, graças à guitarra em clima quase ska. Só que o que vem em seguida é uma mescla do pós-punk de bandas como Gang Of Four com (de fato) o ataque selvagem do Clash, até mesmo nos vocais e no sotaque londrino. De modo geral soa como uma daquelas bandas punk do fim dos anos 1970 que não quiseram de jeito nenhum ser chamadas de new wave, ou algo do tipo.
O repertório dos Eel Men (que é formado por Jimmy nos vocais e guitarra, Rory na guitarra solo, Alec no baixo e Matt na bateria) inclui ainda outras músicas tão boas quanto Exeter exit, como Pink ones, a levemente sessentista Archetype (que tem uma inexplicável batida meio samba-punk-rock), a mod West green pirate e a dançante Are you there god it’s me, esta funcionando como um relógio rítmico. O grupo já fez uma extensa turnê pela Europa, com shows que foram “de festivais familiares a ex-quartéis-generais da Gestapo transformados em squats anarquistas”, e prepara seu primeiro álbum para fevereiro de 2025. Ouça Eel Men em alto volume aí embaixo.
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Lançamentos
Sara Diana: voz forte e madura aos 18 anos, em EP e single
Com apenas 18 anos, Sara Diana (que vem de Miami, Flórida) tem uma voz bastante madura – fica claro na audição de seu EP Can’t be fazed, definido por ela mesma como um disco sobre sobrevivência. “Todo o conceito de não ficar ‘perturbada’ é sentir como se nada mais pudesse machucar você. Tenho certeza de que muitas pessoas já passaram por um momento na vida em que sentem que estão lidando com tanta coisa que não conseguem mais se abalar. Então, esse projeto é simplesmente isso”, diz ela.
O repertório do disco traz influências evidentes de Bilie Eilish e Lana Del Rey, mas com uma musicalidade herdada de heavy metal e nu-metal lá no fundo – aparecendo inclusive em alguns arranjos e composições do EPzinho. All up in my head, música escolhida por ela para apresentar o disco no Groover, tem muito disso: um tom mais clássico e até jazzístico dado pelas influências de novas cantoras como Lana, mas algo mais roqueiro que transparece em alguns momentos – e que retorna ao longo do EP, em músicas como a faixa-título. O texto de apresentação faz questão de mostrar que o disco lida com temas como “amor, crescimento, sobrevivência, invencibilidade e autodescoberta”.
Conheça All up in my head abaixo.
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