Connect with us

Cultura Pop

Tem documentário controverso sobre as Runaways no YouTube

Published

on

Tem documentário controverso sobre as Runaways no YouTube

Quem já deparou com o filme The Runaways (2010) de Floria Sigismondi, contando a história da banda feminina ligada ao punk (mas cujo som estava bem mais próximo do hard rock cheio de picardia), lembra que a trajetória de Cherie Currie (voz), Joan Jett (guitarra), Lita Ford (guitarra solo), Sandy West (bateria) e Jackie Fost (baixo, depois substituída por Vicki Blue) não foi das mais tranquilas.

Mas para se aprofundar mesmo em questões bizarras ligadas às Runaways (cujo disco de estreia, epônimo, completa 45 anos nesta terça, 01), vale dar uma olhada no documentáro Edgeplay: A film about the Runaways (2004) que alguém jogou inteiro no YouTube, infelizmente sem legendas.

Edgeplay foi dirigido e roteirizado justamente por uma ex-integrante da banda, Vicki Blue. Ela hoje é mais conhecida pelo nome verdadeiro, Victory Tischler-Blue, e acumula alguns trabalhos como cineasta e diretora de clipes. Victory foi convidada e incentivada pelo diretor Rob Reiner, que fez This is Spinal Tap, filme no qual ela atuou.

À Rolling Stone, Reiner disse que adorou o olhar cru dela sobre o dia a dia de um grupo de rock formado por adolescentes. “É um relato real e nítido de uma banda verdadeiramente disfuncional”, explicou ele.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Cherie Currie (Runaways) em dupla com a irmã gêmea Marie, em 1980

De fato: Victory focou principalmente no fato de que as meninas do grupo mal tinham chegado aos 18 anos e eram tratadas quase como pedaços de carne pelo produtor-empresário das Runaways, Kim Fowley. Fowley e sua equipe saíram pelos lugares “jovens” de Los Angeles procurando garotas para fazer parte da banda. Ao ter a primeira formação à disposição, pôs para rodar métodos de humilhação em série.

Em meio a ensaios, o produtor chamava Sandy e Cherie de “vadias”, insultava todas as integrantes e se colocava acima delas. Cherie não vai direto ao assunto, mas deixa claro que passou por situações “doentias” (abuso? agressão física?) causadas por Fowley. O empresário é visto como o maior vilão da história da banda.

Aliás, Cherie lembra no filme que a ideia de usar um corset no palco partiu dela, quando visitou uma loja de underwear. Mas recorda que tudo veio após ela ter ouvido a sugestão de que “já que não tocava nenhum instrumento no palco”, poderia fazer trocas de roupas durante as apresentações. Lita Ford faz cara feia, diz não ter curtido a ideia e reclama que o objetivo de Fowley tenha sido fazer delas “adolescentes chave de cadeia”.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Lembra quando os personagens de Judy is a punk, dos Ramones, se juntaram ao Ice Capades?

Alguns dos momentos mais divertidos do filme surgem com a participação de uma antiga amiga da banda, Suzi Quatro. A cantora de 48 crash, sucesso nos anos 1970, lembra que se assustou quando viu o visual de Joan Jett, bastante chupado do dela – o então assessor de imprensa diz que achava que as Runaways eram “Suzi Quatro Juniors”. Suzi aparece dando depoimentos e tocando/cantando algumas músicas da trilha sonora, ao lado de Lita Ford.

A presença de Suzi, aliás, tem outro significado. Ela e Lita foram chamadas a colaborar com a trilha justamente porque Joan Jett, autora ou coautora de quase todas as canções das Runaways, se recusou a fazer qualquer contribuição para o filme.

Numa entrevista em 2006, Joan deixou claro que não gostaria de contribuir para um filme que não fosse falar sobre “o que realizamos, as turnês que fizemos, as bandas com quem tocamos, as pessoas que inspiramos”, e considerou que o plot de Edgeplay era sensacionalista demais, por tocar nos dilemas internos e no histórico de abuso praticado contra o grupo.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Quando Richard Lloyd (Television) levou porrada de Jimi Hendrix

Curiosamente, Fowley, com cara de maluco e aparência de presidiário recém-saído da cadeia, dá depoimentos o tempo todo. Enfatiza que a banda “fazia parte da cultura das amazonas, como a Mulher Maravilha”, e que elas eram “duronas, um time esportivo com guitarras”.

Só que a aparição do ex-empresário não foi um almoço grátis para Vicki. Inicialmente, Kim pedira dez mil dólares para dar depoimentos. Depois fez uma sugestão bizarra: apareceria de graça se pudesse cantar suas respostas, acompanhado de um guitarrista.

Nem tanto: depois de tudo pronto, disse a Victory que cada resposta sua era como se fosse uma trilha sonora, com licença à parte. “Ele queria que eu pagasse royalties a ele por cada resposta, porque cada resposta era uma música diferente. Isso me levou ao limite. Eu pensei, ‘oh meu deus, ele fez isso comigo de novo.'”, reclamou. Victory foi malandra: soube que o canal VH1 estava fazendo uma matéria com Kim, enviou perguntas pelo produtor e licenciou o material. Daí conseguiu a entrevista.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Naoko Yamano (Shonen Knife) fala com o POP FANTASMA sobre Nirvana, Ramones, videogames e pandemia

A ideia de se aprofundar nos danos causados pela permanência na banda surgiu justamente pelo fato de Joan ter decidido não colaborar com o filme, disse Victory à Rolling Stone.

“O que aprendi – e até hoje fico impressionado de saber que eu estava lá – é que existe esse nível de dano. Todas fomos prejudicadas por nossas passagens pelas Runaways. Muitos abusos aconteceram na banda, e não quero dizer tipo: ‘somos pobres bebês e não conseguimos um contrato com uma gravadora’. Há alguns danos psicológicos sérios que aconteceram conosco e ocorreram em nossas vidas adultas. Essa se tornou a nova história”, disse a cineasta.

Tá aí o filme.

>>> Saiba como apoiar o POP FANTASMA aqui. O site é independente e financiado pelos leitores, e dá acesso gratuito a todos os textos e podcasts. Você define a quantia, mas sugerimos R$ 10 por mês.

Crítica

Ouvimos: The The, “Ensoulment”

Published

on

Ouvimos: The The, “Ensoulment”
  • Ensoulment é o novo disco do The The, banda-de-um-homem-só criada em 1979 pelo músico Matt Johnson, sempre com o auxílio de convidados. O disco sai pelo Cineola, selo criado pelo próprio Matt, que abarca também uma rádio com o mesmo nome. A produção foi feita por Matt e Warne Livesey.
  • No começo da epidemia de covid-19, Matt foi internado para remover um abcesso da garganta. Depois disso, ele ficou seis meses sem cantar. A estadia sombria no hospital vazou para uma das faixas do novo disco, Linoleum smooth to the stockinged feet. “Talvez eu tenha morrido. Pensei que era isso que tinha acontecido. Estou morto. Agora estou naquela sala de espera entre o céu e o inferno”, contou ao The Independent.

The The é a banda-de-uma-pessoa-só que tem hits como Uncertain smile, This is the day e Slow emotion replay – músicas que já animaram festas por aí e que costumam rolar em rádios rock, das mais ousadas às mais motoclubistas e conservadoras. O fato de terem vindo dos anos 1980 e terem uma estética que fica a meio caminho de grupos como The Cure e New Order, ajudou nesse sucesso aqui no Brasil, claro.

Bom, não é bem por ai. Matt Johnson, criador e único integrante oficial do grupo, já foi louco de tacar pedra. Um dos maiores hits da banda é o eletrogótico Infected, e a coleção de clipes Infected: The movie, lançada em 1986, traz vídeos em que o cantor se mete em brincadeiras bastante arriscadas. Tipo descer um rio selvagem num barco, só que amarrado numa cadeira, ou contracenar com uma cobra. O período em que Matt chamava Jesus de Genésio por causa das drogas se foi, sua banda passou a ser mais conhecida como autora de trilhas sonoras e, em 2018, anunciou o retorno dos shows ao vivo.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O sombrio Ensoulment, álbum novo do The The, continua na linha de mostrar que o grupo de Matt Johnson sempre esteve mais para banda pop dirigida por Tim Burton do que pra autores de jingle radiofônico de loja de surf wear (Slow emotion replay, a “da gaitinha”, foi por muito tempo usada no Rio de Janeiro exatamente para essa função). Era o que vinha acontecendo nas trilhas sonoras feitas pelo The The e foi o que rolou no obscuro disco NakedSelf (2000), basicamente um álbum de rock industrial.

Ensoulment é uma trilha para um filme que possivelmente só existe na cabeça de Matt, e cujo design sonoro está mais para discos de Iggy Pop e Leonard Cohen do que para qualquer som de festa, como rola na abertura com a climática Cognitive dissident e na folk e nostálgica Some days I drink my coffee by the grave of William Blake – esta com melodia delicadamente sampleada de The house of the rising sun, tema tradicional imortalizado por The Animals. O blues maldito Zen & the art of dating lembra uma mescla de David Bowie e Marilyn Manson, enquanto Kissing the ring of POTUS é uma balada de terror, e Life after life volta a mexer no baú de Leonard Cohen. Ajuda o fato de Matt ter enfatizado mais ainda o registro grave de sua voz com o passar dos tempos.

Daí para a frente, o álbum traz músicas como a funérea e romântica I want to wake up with you, o blues de piano fantasmagórico Down by the frozen river, o r&b lúgubre de Risin’ above the need e o folk de outros mundos de Where do we go when we die?. Sem contar as lembranças sombrias da estadia num hospital em Linoleum smooth to the stockinged feet. E assim Ensoulment é a volta do The The num clima de fantasia, mais narrativo e sofisticado.

Nota: 8,5
Gravadora: Cineola

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Nando Reis, “Uma estrela misteriosa”

Published

on

Ouvimos: Nando Reis, “Uma estrela misteriosa”

Se você não for exatamente um/uma fã ardoroso (a) de Nando Reis, provavelmente vai achar um enorme exagero o lançamento de um álbum triplo de carreira do cantor. Vale acrescentar que poucos artistas se aventuraram por esse tipo de formato, e entre eles estão Smashing Pumpkins e ninguém menos que Nelson Gonçalves. E que, se em outros tempos, uma ousadia dessas era sinal de que há público pagante, hoje em dia, com os mistérios das redes sociais e das plataformas, tudo fica na base do ”só vendo”.

No caso de Uma estrela misteriosa – que na versão em vinil ainda ganha um LP bônus, estendendo o título do álbum com o rabicho …revelará o mistério – Nando volta ao noticiário com um projeto tão ambicioso quanto a turnê Encontro dos Titãs, sua ex-banda. Tudo bem conveniente para um artista que sempre soube usar muito bem a mídia e suas ramificações (show, lançamentos ao vivo, feats, podcast, entrevistas, canal do YouTube). E tudo, quem sabe, ótimo para os fãs, que ganham o primeiro material verdadeiramente novo do cantor desde 2016, quando saiu Jardim-pomar. Não custa lembrar que Nando, mesmo sendo parte integrante do mainstream musical brasileiro, é um artista independente, não está rasgando dinheiro, e o projeto todo deve ter partido de uma relação custo-benefício (que já rendeu além do disco, uma turnê por todo o Brasil), e não de megalomania patrocinada por uma gravadora.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Se o disco triplo é bom… Aí vamos por partes. Em sua obra, Nando costumeiramente se dá melhor quando veste a capa de uma certa MPB heartland, baseada em riffs roqueiros, argamassa quase pesada, letras que mostram detalhes diferentes do cotidiano, e um certo romantismo idealizado, de retorno ao passado – lembrando uma mescla pouco usual de Roberto & Erasmo e Neil Young. Em Uma estrela misteriosa, essa estética toma conta do disco 3, em faixas como O muro, Ginger e Red, Na lagoa e Tome o seu lugar. Rola também na abertura do set com A chave, e na fanfarra brega (no bom sentido) de Coragem é poder mostrar. Os arranjos de metais são uma atração à parte, soando em alguns casos como uma mescla de MPB popularesca dos anos 1970 e Dexy’s Mindnight Runners. Já Azul febril ameaça lembrar uma versão MPB-balada de Ballet for a rainy day, do XTC.

Por outro lado, tem as horas em que Nando parece lembrar que produz músicas para serem tocadas nas poucas rádios de MPB que ainda tomam conta do dial – e aí surgem músicas um tanto repetitivas, como Inverso, a balada blues Pedra fundamental e Daqui por diante. Como letrista, Nando não é como Gilberto Gil, que sabe misturar metáforas e conversas simples, às vezes numa mesma música. No disco triplo, essa disposição para exagerar nas imagens e patinar no hermetismo fica bem clara em várias letras. Por acaso, o álbum tem uma faixa, justamente Estrela misteriosa, que leva o discurso de O segundo sol para Júpiter, e que fala em “79 luas”.

Uma estrela misteriosa foi feito para os fãs de verdade – até pelo seu caráter exclusivista, de ser uma caixa de LPs – e provavelmente vai ser compreendido por eles devido a seu aspecto afetuoso. Como produto, rende altos e baixos. E Para quando o arco íris encontrar o pote de ouro, segundo álbum de Nando (2000) ainda é o disco recomendável a quem quiser encontrar MPB verdadeiramente ligada ao lado invernal da música dos anos 1990.

Nota: 7
Gravadora: Relicário

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Velocity Girl, “UltraCopacetic (Copacetic remixed and expanded)”

Published

on

Ouvimos: Velocity Girl, "UltraCopacetic (Copacetic remixed and expanded)"

No ano passado, os indies norte-americanos do Velocity Girl se reuniram para seu primeiro show depois de duas décadas separados. Sarah Shannon (voz), Kelly Riles (baixo), Jim Spellman (bateria), Archie Moore e Brian Nelson (ambos guitarra) aproveitaram para entrar em estúdio e remexer em seu disco de estreia, Copacetic, lançado originalmente pelo selo Sub Pop em 1992, e que agora retorna em edição remixada e expandida, com capa nova, e nome alterado para UltraCopacetic.

A edição nova traz as doze faixas do disco original, incluindo músicas queridas dos fãs, como Audrey’s eyes (cujo clipe passou até mesmo na MTV Brasil), Pop loser, Crazy town e a faixa-título. Além do som sombrio e levemente sessentista (e lembrando Velvet Underground) de Here comes. Complementando, surgem músicas de compactos, uma faixa inédita gravada nas sessões de Copacetic (e que se chama Even die) e faixas gravadas no programa do DJ britânico John Peel –  incluindo duas faixas que não foram ouvidas desde a transmissão original.

No todo, um som angustiado e um espécie de primo em comum do shoegaze e do indie rock britânico. No comecinho, o grupo (que veio de Washington DC) dizia inclusive que bandas da Rough Trade e do começo do selo Creation haviam inspirado o som deles. E não custa lembrar que o nome do grupo foi tirado de Velocity girl, canção do Primal Scream, lançada numa época em que o grupo escocês estava mais próximo do jangle pop – aquele rock batido na guitarra, influenciadíssimo pelos anos 1960. Além disso, o VG era um exemplo de supergrupo indie, com ex-integrantes de bandas como Black Tambourine e Piper Club na formação.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O Velocity Girl tinha raízes bem mais sessentistas do que fazia supor – e vale recordar que o grupo chegou a ser cortejado pela Silvertone, gravadora dos Stone Roses, mas se sentiu mais segura na Sub Pop. No caso de Copacetic, o que ficou mais na mente dos fãs era que o disco trazia canções bastante melodiosas, em meio a uma parede de guitarras e distorções, que também havia levado de roldão os vocais habilidosos de Sarah. Era basicamente um shoegaze mais melódico que o habitual, compreensível para fãs de bandas como Jesus and Mary Chain e Primal Scream.

Curiosamente, uma entrevista recente de Sarah e Moore à newsletter First Revival surpreende um total de zero pessoas: os integrantes da banda nem sabiam direito o que era shoegaze quando começaram a compor as músicas do disco, e foram descobrindo a posteriori que o som que faziam estava inserindo numa cena (“mas nunca fomos influenciados pelo Slowdive, ou por aquele som de guitarra etéreo”, diz Moore). Sarah, por sua vez, ouvia um tipo de música completamente diferente do rock indie da época – era fã de bandas como Fishbone e Trouble Funk.

O objetivo da nova edição é dar uma guaribada monstra no original, produzido e mixado por Bob Weston, um cara bem próximo do estilo de produção de Steve Albini – tocou com ele na banda Shellac e trabalharia inclusive como assistente dele no In utero, do Nirvana, lançado em 1993. Na época, o VG não entendia muito de produção, e Weston fez exatamente o que o grupo pediu para ele fazer.

O resultado é que a própria banda detestou o resultado final. Um texto do site Stereogum conta que o grupo pegou ranço a ponto de nem sequer ouvir o disco. O jornalista Rodrigo Lariu, que conta ter também ficado decepcionado com o álbum na época, enfatizou na Midsummer Madness que as masters do disco passaram anos sumidas, e só foram encontradas ano passado na casa da ex-sogra de Jim Spellman. “Pensa bem, você se separa da sua mulher e larga as masters de um disco seu na casa da mãe dela… é zero apego isso”, afirmou.

No tal papo com o First Revival, Moore entrega que alguns integrantes sentiram de cara que o disco não representava o que eles queriam. “Queríamos que soasse mais como os discos britânicos que estávamos ouvindo, comprimido, brilhante, um pouco psicodélico de um jeito pop barulhento, um disco adjacente ao shoegaze”, contou, acrescentando que os fãs do disco original podem perceber algumas mudanças na nova versão. “Uma das grandes coisas é que a bateria vai soar mais como bateria em um disco estilizado de new wave ou pós-punk (…) Não é o Copacetic que você ouviu antes, é para ser um disco falso de shoegaze”.

O shoegaze falca do Velocity Girl rendeu um grande álbum em 1992, mesmo não tendo saído como a banda achava que deveria soar – pela capa original, com uma foto distorcida e colorida, dá para notar que climas psicodélicos e nublados faziam mesmo a cabeça do quinteto. Detalhe: nos dois discos que o VG gravou depois de Copacetic (Simpatico!, de 1994, e Gilded stars and zealous hearts, de 1996) fica bem clara a disposição da banda de trabalhar numa zona entre o power pop, o punk e o rock herdado dos sons sessentistas. Não há distorções, as canções são privilegiadas, o esquema de composição e arranjo é quase beatle às vezes, e os vocais de Sarah soam límpidos e bem na frente.

Copacetic sobreviveu mesmo com os problemas de produção (que só hoje se tornam claros para vários fãs), e mesmo com o fato de vir de uma cena que, em termos de batidas na porta do mainstream, parecia esconder-se dentro de si própria. E a edição que retorna mostra, no entendimento do grupo, como ele deveria ter soado em 1992.

Nota: 8,5
Gravador: Sub Pop

Continue Reading
Advertisement

Trending