Connect with us

Crítica

Os melhores EPs de 2024!

Published

on

Os melhores EPs de 2024!

Já que temos as listas dos melhores álbuns de 2024 ouvidos pelo Pop Fantasma, muita gente deve ter se perguntado: cadê os EPs?

Os melhores EPs de 2024 que a gente ouviu seguem aqui embaixo e, como são apenas 22 discos, não separamos entre nacionais e internacionais. Aperta o play! Feliz 2024 e feliz 2025!

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

22 VERDES & VALTERIANOS, “SOCIAL CLIMBER”. “Banda pernambucana de afiliação psicodélica, o Verdes & Valterianos tem muita coisa que lembra Mutantes, Mothers Of Invention e até sons da vanguarda paulistana. Social climber é o terceiro e mais bem produzido EP do grupo”.

21 ELEMENTO ZERO, “EFÊMERA”. “Se o EP do Elemento Zero tivesse sido lançado em vinil lá por 1988, a chance dele hoje em dia virar objeto de culto seria bem grande. É pós-punk forte, com afiliações góticas, feito em dupla, por gente ligada em The Cure, New Order, Velvet Underground, e em construções eletrônicas de canções que soam orgânicas”.

20 MYNK, “PLEASER”. “O Mynk é uma daquelas bandas que você depara em playlists de novidades e acaba grudando no ouvido. Esse grupo londrino bastante influenciado pelo universo de David Lynch (olha!) mistura no EP Pleaser pós-punk, distorção e batidas diferentes”.

19 DESIRÉE MARANTES, “BREVE COMPILADO DE MÚSICAS PARA _______”. “Em 14 minutos de música, o EP de Desirée Marantes, Breve compilado de músicas para _______, já mostra no título (com um espaço pontilhado) sua disposição para que o ouvinte preencha as histórias das músicas como quiser – seja com sua imaginação, ou com o uso particular de cada faixa no dia a dia”.

18 NINA CAMILLO, “NASCENTE”. “Trabalhando nos territórios do neo-soul e do jazz misturado com música brasileira, Nina Camillo impressiona em seu EP de estreia pela qualidade dos vocais, sobrepostos em vários momentos, e quase sempre construindo outras melodias dentro da melodia”.

17 GUANDU, “PLANOS EM CIMA DE PLANOS”. “Um som com linhas vocais ligadas ao punk e ao hardcore (e ao emocore), mas com músicas lentas como um shoegaze. O som não chega a ganhar exatamente um paredão de guitarras, mas as cinco faixas deixam a impressão de que algo bem ruidoso pode acontecer a qualquer momento”.

16 JUP DO BAIRRO, “in.corpo.ração. “As letras batem na tecla da sobrevivência, do enfrentamento, das frustrações, das mensagens para pessoas que se foram e deixaram marcas boas ou ruins. Mas também seguem no tema principal de Jup desde suas primeiras músicas, que é o se sentir em casa no próprio corpo”.

15 TONTOM, “MANIA 2000”. “Tontom chega ao mercado fazendo um som que poderia ter arranjos e/ou produção de nomes como Liminha e Lincoln Olivetti – as faixas são pop, dançantes, trazem referências de MPB dos anos 1970 e 1980, e são músicas mais para tocar no violão do que propriamente para se tornarem a mais nova novidade pop”.

14 ANOCEAN, “CLIMBING WALLS”. “Um grupo que tem jeitão de banda de shoegaze, mas une outras referências. Às vezes, a banda flerta com o noise pop dos anos 90 (ou seja: as bandas que faziam algo próximo do shoegaze sem usar o rótulo, como o Velocity Girl)”.

13 FCUKERS, “BAGGY$$’. “O material que eles vêm soltando em singles, e as músicas do EP Baggy$$ são coisa de quem sabe como chamar a atenção, incluídos aí os riffs distorcidos, as batidas intensas, e os vocais ASMR de Shanny Wise – que volta e meia lembram uma versão mais tranquila e sob controle de Karen O, do Yeah Yeah Yeahs”.

12 WILCO, “HOT SUN COOL SHROUD”. “O Wilco selecionou sobras de gravações recentes e criou um disco pequeno que serve mais como um LP curto do que como um lançamento de entressafra. Um disco melhor e mais conciso que muitos álbuns mais recentes da banda”.

11 PIGLET, “FOR FRANK FOREVER”. “O irlandês Charlie Loane – popularmente conhecido como Piglet – une tons eletrônicos e orgânicos, criando uma sonoridade pouco presa a rótulos, mas que tangencia rock, trap, emo, hip hop, folk e até pop de câmara”.

10 BILLY TIBBALS, “NIGHTLIFE STORIES”. “Billy Tibbals tem lá seu lado indie anos 2000 – volta e meia dá pra lembrar de Strokes e The Hives ouvindo o som dele. Mas na prática, ele só existe porque um dia, nos anos 1970, o glam rock foi criado e ganhou milhares de fãs graças a aparições de David Bowie e Marc Bolan no Top of the pops, da BBC”.

9 CHLOE SLATER, “YOU CAN’T PUT A PRICE ON FUN”. “Ouvindo You can’t put a price on fun, especialmente para quem vive bem longe da Inglaterra, chama a atenção o quanto ainda há para se protestar contra na terra de Oasis, Blur e Beatles – um potencial que só de vez em quando é levado adiante por novas bandas e artistas”.

8 LENNA BAHULE, “KWISA”. “Kwisa mostra os sons tradicionais de Moçambique como algo quase mágico. Como uma sonoridade pura, que vai surgindo de repente nos ouvidos e com a qual é preciso se acostumar – o que não é nada difícil”.

7 MEAT IN SPACE”, TANGERINE”. “O garage rock espacial dessa banda norte-americana deixa qualquer um feliz. Na verdade o Meat In Space é um projeto musical de um cara só – e o cara em questão é Shawn Stedman, um músico da Bay Area de San Francisco, que toca de tudo, e cujo leque de influências vai de Nirvana a Ty Segall, passando por grupos neo psicodélicos”.

6 MAN/WOMAN/CHAINSAW, “EAZY PEAZY”. “Em seu EP de estreia, o Man/Woman/Chainsaw faz som ruidoso e ágil sem ser exatamente punk, faz uma música quase orquestral (com riffs e convenções que lembram mais a música clássica do que o rock) sem ser progressiva, e se deixa influenciar pelo experimentalismo ou pela casualidade do indie rock por poucos segundos”.

5 MOSES SUMNEY, “SOPHCORE”. “É um soul progressivo, repleto de referências clássicas e de demonstrações de alcance e criatividade vocal – um som que alude a Stevie Wonder, Nina Simone e Brian Wilson, e também ao pós-punk artístico do TV On The Radio”.

4 PATA SÖLA, “MIGRANTE”. “Cantado em inglês e espanhol, o EP do Pata Söla é uma experiência quase sobrenatural. Os vocais de Iara Bertolaccini surgem com uma ambiência diferenciada, como se viessem de um lugar distante – bem mais distante que o peso do trio tocando junto, que soa como algo terreno e pesado”.

3 PAIRA, “EP01”. “O som do duo mineiro de rock alternativo e eletrônico chama a atenção pelas boas composições, pelo experimentalismo dosado com belas melodias e pelas letras, bastante poéticas”.

2 UGLY, “TWICE AROUND THE SUN”. “Twice… é o tipo de disco que não cabe em definições fáceis e que precisa ser ouvido várias vezes. Tudo parece meio maníaco e variado, mais próximo de uma variação atual das viagens art rock dos anos 1970 – ou uma espécie de prog que fãs de indie rock e até de punk podem ouvir”.

1 AZUL DELÍRIO, “DELÍRIO Nº 9. “O EP de estreia do Azul Delírio é impressionante, pelas composições e pelo cuidado das gravações de vocais – que lembram grupos brasileiros dos anos 1970/1980, como Quinteto Ternura e até 14 Bis e Céu da Boca”.

Crítica

Ouvimos: Home Is Where – “Hunting season”

Published

on

Ouvimos: Home Is Where - "Hunting season"

RESENHA: No segundo disco, Hunting season, o Home Is Where troca o emo por um alt-country estranho e criativo, misturando Dylan, screamo e folk-punk em faixas imprevisíveis.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O Home Is Where é uma banda emo – mas no segundo disco, Hunting season, eles decidiram que estava na hora de mudar tudo, ou quase tudo. O grupo volta fazendo um alt-country pra lá de esquisito, com referências que vão de Bob Dylan a Flying Burrito Brothers. Sendo que a ideia de Bea McDonald (voz, guitarra) parece inusitada demais para ser explicada em poucas palavras (“um disco que dá para ouvir num churrasco, mas que também dá para chorar”, disse).

Com essa migração sonora pouco usual, o Home Is Where se tornou algo entre Pixies, Sonic Youth, Neil Young e Cameron Winter, com vocal empostado lembrando um som entre Black Francis e Redson (Cólera). Reptile house é pós-punk folk, Migration patterns é blues-noise-rock, Artificial grass tem vibe ligeiramente funkeada e é o tipo de música que uma banda como Arctic Monkeys transformaria num hit – mas é mais esparsa, mais indie, e os vocais chegam perto do screamo.

Hunting season tem poucas coisas que são confusas demais para serem consideradas apenas inovadoras ou experimentais – Bike week, por exemplo, parece uma demo dos Smashing Pumpkins da época de Siamese dream (1993). Funcionando em perfeta união, tem o slacker rock country de Black metal mormon, o folk punk de Stand up special e uma balada country nostálgica com vibe ruidosa, a ótima Mechanical bull. Os melhores vocais do álbum estão na balada desolada Everyone won the lotto, enquanto Roll tide, mesmo assustando pela duração enorme (dez minutos!), vale bastante a ouvida.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Wax Bodega
Lançamento: 23 de maio de 2025.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Satanique Samba Trio – “Cursed brazilian beats Vol. 1” (EP)

Published

on

Ouvimos: Satanique Samba Trio - "Cursed brazilian beats Vol. 1" (EP)

RESENHA: Satanique Samba Trio mistura guitarrada, lambada, carimbó e jazz experimental em Cursed brazilian beats Vol. 1

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Como o Brasil insiste em não ouvir o Satanique Samba Trio, vale dizer que a banda brasiliense não é um trio e o som vai bem além do samba – é puramente jazz unido a ritmos brasileiros variados, com ambientação experimental e (só às vezes) sombria. O novo disco é Cursed brazilian beats vol. 1 – que apesar do nome, é o segundo lançamento de uma trilogia (em português: Batidas brasileiras amaldiçoadas).

Dessa vez, a banda caiu para cima de ritmos do Norte, como guitarrada, lambada e carimbó, transformando tudo em música instrumental brasileira ruidosa. O grupo faz lambada de videogame em Lambaphomet, faz som regional punk em Brazilian modulok e Sacrificial lambada, e um carimbó que parece ter sido feito pelos Residents em Azucrins. Já Tainted tropicana, ágil como um tema de telejornal, responde pelo lado “normal” do disco.

A surpresa é a presença, pela primeira vez, de uma música cantada num disco do SST: Aracnotobias tem letra e voz de Negro Leo – talvez por isso, é a faixa do grupo que mais soa próxima dos experimentalismos do selo carioca QTV.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Rebel Up Records
Lançamento: 21 de março de 2025.

Leia também:

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Mugune – “Lua menor” (EP)

Published

on

Ouvimos: Mugune - "Lua menor" (EP)

RESENHA: O Mugune faz psicodelia experimental e introspectiva no EP Lua menor, entre Mutantes e King Gizzard.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Trio introspectivo musicalmente vindo da cidade de Torres (RS), o Mugune é uma banda experimental, psicodélica, com design musical esparso e “derretido”. O EP Lua menor abre com a balada psicodélica Capim limão, faixa de silêncios e sons, como se a música viesse lá de longe – teclados vão surgindo quase como um efeito, circulando sobre a música. Duna maior é uma espécie de valsa chill out, com clima fluido sobre o qual aparecem guitarras, baixo e bateria.

A segunda metade do EP surge em clima sessentista, lembrando Mutantes em Lua, e partindo para uma MPB experimental, com algo de dissonante na melodia, em Coração martelo – música em que guitarras e efeitos parecem surgir para confundir o ouvinte, com emanações também de bandas retrô-modernas como King Gizzard & The Lizard Wizard.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 17 de abril de 2025.

Continue Reading
Advertisement

Trending