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Maurício Barros (Barão Vermelho): solo, finalmente

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Isolamento, para Maurício Barros, é palavra de ordem. O tecladista do Barão Vermelho respeitou todos os protocolos da pandemia, ficou em casa e só saiu para o estritamente necessário. Concluiu seu primeiro disco solo, o recém lançado Não tá fácil pra ninguém, à distância, mandando arquivos para o técnico de som mexer.

O músico bateu um papo por telefone com o POP FANTASMA – de máscara, inclusive, já que tinha precisado dar uma saída rápida. Entre protocolos e alguns encontros com os colegas do Barão para acertar a turnê comemorativa de 40 anos do primeiro disco (que começa em 2022), fechou o álbum, repleto de parcerias com nomes como Bruno Levinson, Arnaldo Antunes, Otto (Abra essa porta, uma das melhores), Mauro Santa Cecilia e Bruna Beber.

Maurício também sobe ao palco do Circo Voador no próximo dia 18, mas como integrante do Barão Vermelho, que faz show – tendo na abertura Marcelo Gross (Cachorro Grande). Turnê do disco solo não deve rolar por enquanto. O resto ele mesmo te conta.

Como você resolveu lançar um disco solo? Acho que dos Barões só você e o Peninha (percussionista do grupo, morto em 2016) não tinham disco solo…

Pois é, o Peninha acho que até tinha um, não sei se foi comercializado… Tinha o Gungala, a banda dele. O disco começou, na verdade, a ser rascunhado há bastante tempo. Aos poucos comecei a fazer repertório, a gravar, mas algumas coisas que gravei há bastante tempo. Eu não me concentrei direito quando começou a pandemia, fui deixando de lado. A gravação foi nos últimos anos, estava encaminhado, mas parei para me concentrar no Barão Vermelho (o retorno da banda, com Rodrigo Suricato nos vocais). Fiz aulas de canto, mas isso veio de um desejo de cantar que eu tinha desde o Buana 4 (banda que Maurício teve após sair do Barão no fim dos anos 1980) e da Midnight Blues Band.

Eu cheguei a lançar um single solo, Horizonte perdido (em 2007), fiz até alguns shows nessa época, justamente para ter essa preparação. Fiz fono, tive preocupações, procedimentos para melhorar a voz. Uma coisa que eu posso dizer é que minha carreira solo foi iniciada tardiamente, mas é ativa. Posso a qualquer momento botar música no streaming, vai ficar paralelo com o Barão.

O disco está cheio de parcerias. Como surgiram?

Eu tenho mais facilidade para fazer músicas, embora eu faça letras também, tanto que o disco tem duas letras minhas. No repertório todo eu participei das letras de alguma forma, algumas de forma mais direta. Convidei essas pessoas em primeiro lugar por admirar o trabalho delas. Algumas são mais próximas, só foi o caso de propor “vamos fazer uma música juntos”. O Bruno Levinson e o Mauro Santa Cecília, eu já tenho músicas com eles. A Patricia Polayne é uma cantora sergipana e a gente se encontrou uma vez. Algumas precisei mexer um pouco na letra, a do Arnaldo e a do Fausto Fawcett foram as que eu menos mexi. Acrescentei só o refrão que não tinha na do Arnaldo, o “não vou ficar” eu acrescentei “não vou ficar esperando nem açúcar nem afeto”.

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O nome do disco tem bastante a ver com o que a gente está vivendo, já que de fato não está fácil pra ninguém. Como é lançar um disco com esse nome num tempo desses?

Basicamente é isso que você falou (rindo). Essa música é uma parceria com o Rogério Batalha, e ele é parceiro do Moacyr Luz. Não sei se fui influenciado por essa informação, de que eu sabia que ele era parceiro do Moacyr, mas pensei nela e falei: “Isso é um samba”. Sentei no piano e fiz um samba, que nem é minha zona de conforto, mas ficou legal. Fiz essa composição até antes da pandemia, tinha uma coisa ou outra que eu queria mudar na letra. Botei uma percussão para dar uma onda de samba.

Ela nem estava no repertório, mas estava no meio do ano fechando a ideia do disco e vi que esse seria o nome perfeito. Quando mostrei pro Rogério até disse a ele: “Nessas partes aqui eu quero dar uma cutucada no negacionismo”. Esse negacionismo absurdo e patético que a gente está vivendo hoje. Tem na letra a frase “cansou de ver gente surtar por não confiar no que diz o doutor”. É uma cutucada, mas eu queria que a música não ficasse datada, nem fosse uma música ranzinza ou rabugenta. Queria que fosse uma coisa irônica, bem humorada. E continua esse governo aí fazendo esses absurdos todos, afetando a gente de forma feroz… Vamos ver ano que vem, né?

Falamos do Buana 4, que aliás foi uma banda que chegou a ter música em novela. Como foi essa época?

Eu tinha acho que 24, 25 anos em 1989, por aí. Eu tinha feito essa música que eu lancei como single em 2007, Horizonte perdido, que era uma parceria minha com o Humberto Effe (Picassos Falsos). Ela era para ter entrado no Rock’n geral (disco do Barão de 1987), disco que foi produzido pelo Liminha. Deixou de entrar para entrar uma versão dos Rolling Stones, na verdade de uma música do Bobby Womack (Agora tudo acabou, versão de It’s all over now, gravada pelos Stones em 1964). Não tenho nada contra, mas isso me deixou – não vou esconder – meio triste, desmotivado. Depois da turnê desse disco, saí justamente para tentar alguma coisa minha, um espaço para as minhas músicas, que eu cantasse. Não estava contente com meu espaço no grupo.

Montei o Buana 4, a gente passou um tempo tocando em barzinho, em tudo quanto era lugar. Até que o produtor da novela Top Model, que iria estrear, perguntou se a gente não queria dar uma olhada na sinopse. “De repente vocês fazem alguma coisa para algum personagem…”, ele disse. Daí vimos o personagem do Taumaturgo Ferreira, que gostava de Jim Jarmusch, era grafiteiro, fazia desenhos pelas ruas. Usamos isso na letra, “deixo os meus recados
por onde você possa passar”. Mas o Mariozinho Rocha, que fazia as trilhas sonoras, adorou a música e escolheu como tema de abertura, mesmo ela tendo a ver com o personagem. O disco saiu pela EMI e não aconteceu muita coisa com ele. Tempos depois o Barão me chamou para comemorar dez anos de banda e eu voltei como músico convidado.

O Barão, por sinal, volta aos palcos em breve no Rio. E você, quando faz show solo do disco?

Bom, aí é que está: esse disco é mais a realização de botá-lo no mundo, mais do que qualquer coisa. Nesse momento específico a gente está comemorando 40 anos do primeiro disco do Barão (a estreia do grupo carioca saiu em 1982). O planejado é a gente fazer uma turnê celebrando esses momentos, vai ser um ano de celebrações. Pretendemos brindar nossos fãs com um pouco de coisas acústicas, lados B, coisas que fizemos. Pensamos em algum momento fazer algo no formato audiovisual. Isso vai ocupar a gente – e especialmente me ocupar – no começo do ano. Daí não pretendo fazer nenhum show da minha turnê. Pode ser que depois que acabar a turnê do Barão eu pare para fazer algo…

Mas eu tenho a intenção de fazer um show aqui, outro ali, do meu trabalho. Para mostrar isso tudo, além de canções minhas com outras pessoas. Quero fazer em algum momento, mas não estou preparando uma banda, nem mesmo a logística dá para isso nesse momento

2021 por sinal seria a comemoração de 40 anos do Barão Vermelho. Foi uma frustração não ter podido aproveitar o ano para comemorar nos palcos?

De certa forma foi muito frustrante pelo momento, que agora está voltando a ter alguma normalidade. Nossos companheiros atrizes, atores, músicos, compositores voltando a trabalhar… Mas o Barão sempre comemorou a data do primeiro disco. A turnê de dez anos foi em 1992, como fizemos também há dez anos para comemorar os 30 anos.

Aliás, seu pai, o jornalista Péricles de Barros, foi uma pessoa bem presente no começo da história do Barão Vermelho, e os primeiros ensaios da banda eram na sua casa. Como era isso?

Sim, ele foi bastante presente na minha vida, pra começar. Todos da banda tínhamos muito carinho por ele. A gente ensaiava na minha casa, ele era jornalista do O Globo, ia trabalhar e a gente ficava lá tocando (rindo). Depois ele conseguiu um show que veio a ser o primeiro do Barão Vermelho, na Feira da Providência. Lembro que nem tinha PA pra tocar. Meu pai era diretor de eventos como o Projeto Aquarius, a Chegada do Papai Noel. O Projeto Aquarius, ele criou com o Isaac Karabtschevsky e o Roberto Marinho. Eu e Guto, que éramos amigos de colégio, viajávamos para Brasília com o Coral da Gama Filho, para vermos concertos de música. Conheço o Guto há mais de 40 anos, meus pais tinham muito carinho por ele.

A gente fez alguns eventos com meu pai, como o Rock Concerto, com Barão Vermelho e Blitz na Praça da Apoteose (em 1984, com regência de Isaac Karabtchevsky e orquestra e coro do Teatro Municipal), chegada do Papai Noel… Ele não botava a gente porque eu era filho dele, mas o grupo estando num ponto daquele de sucessos, ele colocaria se pudesse.

Por sinal você tem uma trajetória bem diferente dentro do Barão Vermelho: fundou a banda, depois saiu, voltou como músico convidado e refundou a banda junto com o Guto Goffi. Qual o balanço que você faz disso aí?

É uma trajetória muito diferente da trajetória do universo (rindo). É uma situação meio enrolada, bizarra. Fui que fundei o Barão, a banda começou comigo e com Guto na minha casa. A gente era do mesmo colégio, depois entrou o Dé, depois o Frejat e finalmente o Cazuza. Eu e o Guto somos os membros originais, a gente sempre brinca: “Quem é o membro 000?”, porque a gente começou junto. Quando fui para o Buana 4, eu deixei de ser integrante, mas pouco antes da turnê dos dez anos, eles me chamaram como convidado especial e voltei a tocar com eles. Teve um momento em que o Guto quis voltar oficialmente mesmo, daí eu apareceria nas entrevistas, teria parte executiva na banda.

Eu tinha esse desejo de ter meu trabalho solo, não precisava sair da banda. Estava ali de novo, à vontade, até porque a gente era amigo. Participava da parte criativa da banda, mas era uma situação meio desconfortável que eu criei pra mim mesmo. Imagina, saí da banda, depois voltei como convidado da banda que eu mesmo formei… Realmente é uma parada meio esquisita. Mas ao longo dos anos comecei a compor. Eu já compunha desde o primeiro disco e recomecei a contribuir. Por você é parceria minha com Frejat e Mauro Santa Cecilia. Puro êxtase fiz com Guto Goffi. Meus bons amigos fiz com Guto e Fernando Magalhães. Teve também Cuidado, Nosso mundo, Enquanto ela não chegar.

Eu produzia com eles cada vez mais. Eu dizia que estava bem assim mas no fundo era esquisito. Minhas filhas iam ver o show e eu não estava no cartaz da porta do teatro. Ou eles iam tocar na TV uma música que eu tinha composto. As pessoas começaram a não saber quem eu era. Depois o Frejat me chamou para coproduzir o disco dele, Amor pra recomeçar (2001). Compus a música-título com ele e Mauro. Fiquei tocando 15 anos com ele, e quando o Guto veio falar que queria voltar,  e o Frejat disse que não voltaria, porque queria priorizar a carreira solo, decidi que voltaria com o Barão.

O disco termina com Não desista, que também é uma mensagem bem apropriada…

É aquilo que eu costumo dizer: quem canta seus males espanta. E a gente canta para os outros o que a gente quer dizer para a gente mesmo. Tem um pouco isso de perseverança, de “não chegou a hora, continua batalhando”. Isso serviu até para mim em relação ao próprio disco, para continuar trabalhando. E serve para as pessoas que não estão satisfeitas com o que estamos vendo, com as escolhas que estão sendo feitas pelo governo federal. É preciso resistir.

Foto: Marcos Hermes/Divulgação

Lançamentos

Radar: Eleon, Communist Sex Magic, Acme, Zen Smith – e mais sons do Groover

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Eleon, na foto

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. Fizemos hoje uma relação do que tem chegado de legal até a gente por lá – começando com a eletrônica pós-punk do Eleon.

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Eleon):Divulgação

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ELEON, “SCREENS”. Com referências em grupos como Muse, Editors e Nothing But Thieves, esse grupo da Suíça faz o que chamam de “fusão sombria e cinematográfica de rock eletrônico e energia pós-punk”. Os solos de guitarra e os vocais têm também uma onda ligada ao metal e a hard rock – algo que surge, por exemplo, nesse single recente, Screens. O Eleon já tem um álbum, Terra incognita (2024), definido por eles como “uma jornada profunda rumo ao desconhecido”.

COMMUNIST SEX MAGIC, “ANOTHER MESS I HAVE SWALLOWED”. “Nosso som é para aqueles que se sentem deslocados, politicamente sem-teto, artisticamente esgotados — mas ainda seguem teimosamente aqui”, diz essa banda de Liverpool que fala sobre escalada do fascismo na Inglaterra, caos urbano e zoeira geral no sistema. O som, por sua vez, tem a ver com Slowdive, com os B-sides do Radiohead e com bandas recentes como Fontaines DC, unindo mumunhas do shoegaze, do grunge e de várias vertentes do rock ruidoso. Another mess…, single novo, volta o foco para o inferno pessoal de cada um, “aquele ciclo muito familiar de caos autoinfligido, aqueles momentos em que você percebe que é você quem continua criando sua própria bagunça”.

ACME, “MIDNIGHT CRISIS”. Essa banda pop-punk chilena existiu lá pelos anos 2000 e retorna quase duas décadas depois com um EP que está para sair. Midnight crisis, single que serve de batedor para o disco, fala sobre aquelas decisões que você tem o dia inteiro para tomar, mas só toma lá pela meia-noite, quando deveria estar dormindo ou indo dormir – ou aqueles decisões que você igualmente evita tomar.

A banda avisa que não se trata de uma reunião que vai durar pouco. “Estamos trabalhando em um novo material, explorando as temáticas de ficar adulto, os passos do tempo e as cicatrizes deixadas pela juventude”, contam.

ZEN SMITH, “YES YES YES”. Esse músico canadense produz todo seu material em casa, da execução à mixagem – e ainda faz clipes surrealistas para as músicas, como este de Yes yes yes, que usa “um bowl daqueles de leite com tinta e óleos”. O som, por sua vez, é psicodelia + pós-punk, uma curiosa mistura de Psychedelic Furs, Pink Floyd e – pode acreditar – Pixies. Zen se define como um “exército de um homem só de som e visão” e é por aí que ele equilibra sua carreira musical.

HIGHLAND, “BITS AND PIECES”. Uma espécie de bedroom synthpop, gravado de forma totalmente caseira, com clima confessional e influências de The Killers e Jeff Buckley. Elliot Alexander Lomas, o criador do Highland, diz fazer todas as músicas “à mão”, da composição à masterização, o que torna a aventura bastante experimental e diferente – rola um pouco de som ambiente em alguns momentos, como se tudo tivesse sido feito de maneira bem casual.

GLASS COFFIN CLUB, “WILLOW”. Esse grupo de darkwave do Kentucky tem influências bem clássicas: The Chameleons, Gun Club e Christian Death estão entre as referências de Willow, música que parece ter sido gravada nos anos 1980 num clube escuro e esfumaçado – não apenas pela instrumentação de época, mas pela qualidade de gravação que lembra as bandas do período. Música curtinha (menos de um minuto), gutural e sombria.

THE CAPTAINS SYNDROME, “TRAPPED”. Essa banda da Suécia faz punk como antigamente, com direito a lembranças de Iggy Pop nas letras, nas melodias e em especial, nos vocais. Trapped, single novo, fala de um tema que todo mundo já viveu: “Ela é inspirada nos desafios mentais e emocionais que enfrentei após perder meu emprego. Por meio de imagens vívidas e irônicas, ela captura a sensação de estar deslocado, mas ainda assim seguir em frente”.

ORPHAN PRODIGY, “TRAITOR”. Projeto criado pelos músicos Ian Keller e Danielle Hope (que são casados), o Orphan Prodigy une música eletrônica e punk pop – e pelo visto, tenta não soar parecido com a turma do nu-metal. Tanto que seu novo single, Traitor, traz uma mescla de teclados de house music, beats vindos do pós-punk e clima musical que alude tanto a Offspring quanto a Radiohead, No mínimo, inusitado – e pesado.

DREAM BODIES, “DEAD AIR” / “LIMERENCE”. Esse projeto musical de Los Angeles lança muita coisa – este ano já saíram alguns singles. O som é quase sempre entre o darkwave e o synthpop, com um clima desértico nas letras. Dead air, um dos singles mais recentes, tem esse clima esparso em letra, melodia e solos de guitarra. Limerence, outro single, une elementos de New Order e The Cure para falar de um relacionamento romântico mal-sucedido – e de todo o clima de pé na bunda que se segue depois, além das tentativas de superação.

PANKOW__77c, “MAD RAW MAX (CYBERPUNK INSANE FURY) V 1.1”. Esse projeto italiano costuma lançar temas ruidosos, na onda cyberpunk, acompanhado de clipes que mais parecem remixes de vídeo – mais até do que remixes de áudio. Dessa vez, a fúria cyber deles mexe com a franquia Mad Max e com sons pesados e eletrônicos, cheios de glitch.

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Urgente!: Parayba Rock Fest de volta no Rio neste fim de semana

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O subúrbio do Rio volta a tremer ao som do faça você mesmo. Neste sábado (25) e domingo (26), a Areninha Hermeto Pascoal, em Bangu, recebe mais uma edição do Parayba Rock Fest, evento que há quase duas décadas movimenta a cena independente com uma mistura de rock, cinema, feira cultural e veganismo. A proposta vai além da música: é uma celebração da arte suburbana e da resistência criativa. E o Pop Fantasma é um dos apoiadores.

Idealizado por Michael Meneses, fundador do selo Parayba Records e editor do site Rock Press, o festival segue fiel ao lema “Idealismo para agregar, arte para revolucionar”. Sem grandes patrocínios ou editais, o evento se apoia na força coletiva de produtores, bandas e público que acreditam na cultura como ferramenta de transformação.

O line-up reflete essa diversidade: nomes como Quadrilha Neolatina, Trash No Star, Gadelha Superdrive, Hungry Jackalz, Selflab, Pic-Nic, Anacrônicos, O Bando, Macaco Sapiens, Iguanas-X e The Dead Suns sobem ao palco da Lona de Bangu, representando diferentes vertentes do rock autoral carioca. Entre um show e outro, o DJ Chorão3 comanda as pick-ups com sets de punk e metal, e músicos como Wagner José, Paulo Schwinn e Luizinho Tranquilo fazem pocket shows.

A programação também inclui debate sobre literatura feminina independente, com as autoras Jaciane Alves e Hanna Halm, e a exibição do documentário A maldita, de Tetê Mattos, sobre a histórica Rádio Fluminense FM – primeira vez que o filme será mostrado na Zona Oeste carioca.

Desde 2007, o Parayba Rock Fest é um espaço onde o underground se encontra, troca e resiste. De fanzines e discos a performances e bate-papos, o festival reafirma que o rock carioca pulsa forte – mesmo longe dos holofotes, mas perto de quem faz.

SERVIÇO:
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ – @areninhahermetopascoal
DATAS: Dias 25 e 26 de Outubro de 2025

INGRESSOS:
Antecipados com descontos:
Bilheteria da Areninha Hermeto Pascoal
Site do Sympla:
Valor PROMOCIONAL – SÁB (25)
Valor PROMOCIONAL – DOM (26)

ATRAÇÕES:
9 Horas – Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais.
POCKET SHOW COM: Wagner José + Paulo Schwinn e Luizinho Tranquilo
DJ: Chorão 3

SÁBADO 25 de Outubro
10 Horas – DEBATE: A importância da literatura Feminina Independente
14 Horas – SHOWS: Quadrilha Neolatina, Pic-Nic, Diavolos, Trash No Star, Hungry Jackalz, Móbile Drink e Iguanas-X

DOMINGO – 26 de Outubro
10 Horas – A MALDITA – Doc. da Fluminense FM com a diretora Tetê Mattos
14 Horas – SHOWS: Partido da Classe Perigosa, O Bando, Macaco Sapiens, Selflab, Anacrônicos, Gadelha Superdrive e The Dead Suns

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Lançamentos

Radar: Tuany, Josie, Funk Como Le Gusta, Rafa Bicalho, Trabalhos Espaciais Manuais

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Tuany, na foto

Vai ter pelo menos um Radar nacional nesta semana – aliás tá tendo, abrindo com uma novidade na seção (Tuany) e prosseguindo com algums retornos (Josie, Trabalhos Espaciais Manuais), outra boa novidade (Rafa Bicalho) e um clássico (o Funk Como Le Gusta). Leiam, ouçam e repassem.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Tuany): Pietro Lionardi/Divulgação

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TUANY, “CURA”. O novo single dessa cantora de Santo André (SP) une MPB e rock brasileiro da mesma forma que Rita Lee e Cássia Eller faziam – o som de Cura, por sinal, tem emanações tanto de uma quanto da outra, com uma letra que “surgiu como um lembrete da Tuany de hoje para a Tuany do passado, de que tudo passa”, diz ela, que vê suas músicas, antes de tudo, como mensagens de conforto.

“Quando estamos imersos nos sentimentos ruins, parece que nunca vai ter fim, mas essa música foi escrita pra mostrar que não é bem assim. A felicidade pode ser reinventada”, acredita. Além da letra confessional, Cura é marcada por um riff de guitarra na cola de Santana, e por uma musicalidade que junta a descontração do rock nacional dos anos 1980 e a magia da música nacional setentista (além de Rita, nomes como Mutantes, Secos & Molhados e Kid Abelha são listados por ela como referências).

JOSIE, “LUZ”. Depois de Escuro – single lançado com exclusividade pelo Pop Fantasma -, a paulista Josie retorna com Luz. Mais do que o simples contraponto da faixa anterior, a nova música fala sobre o reencontro consigo mesma: “É sobre achar um lugar de plenitude dentro de nós, depois de atravessar o escuro em busca de ferramentas”, explica a artista. Na letra, essa sensação aparece em versos como “de tanto procurar, eu encontrei”.

O som de Luz passeia entre o eletrônico e o acústico, unindo programações a tímpanos e percussões mais comuns em orquestras. A inspiração para o arranjo veio do piano de Cais, clássico de Milton Nascimento e Fernando Brant.

FUNK COMO LE GUSTA feat LINO KRISS, “RADIO BOOGIE”. Essa big band paulistana que existe desde os anos 1990 já estava havia sete anos sem novos lançamentos, fazendo apenas shows. O FCLG volta em grande estilo com uma homenagem ao balanço e às rádios que divulgavam artistas como Carlos Dafé, Sandra de Sá, Hyldon, Tim Maia, Kool & The Gang e vários outros nomes nacionais e internacionais. Radio boogie traz também a participação de um velho amigo, Lino Krizz, nos vocais.

“Além de ser um convidado frequente nos nossos shows, ele é um expert quando se trata de funk e soul music. Estamos realizando um sonho em dividir uma faixa com ele”, explica Renato Galozzi, guitarrista do grupo. Radio boogie também é uma homenagem aos “aplicativos” de som mais populares dos anos 1970 e 1980: rádio, K7 e toca-discos.

RAFA BICALHO, “AMÉRICA DO SUL (VAZIA)” / “PROBLEMA SEU”. Cantor e compositor de Divinópolis (MG), Rafa já realizou trabalhos (compondo ou produzindo) com Clara X Sofia, Ana Laura Lopes e banda Escadacima – também lançou um álbum solo em 2024, Cena 1. Seu novo single duplo tem inspiração em nomes como Haim, Lou Reed, Beck, Mac deMarco e Fontaines DC, mas tem também uma filiação séria com a música pop nacional: dá para lembrar bastante de Paralamas do Sucesso ouvindo o clima dolorido e romântico de América do Sul (Vazia) e Problema seu.

América do Sul, por exemplo, é “sobre todo tipo de perda, saudade ou incompletude que a gente sente durante a vida e sobre aprender a fazer as pazes com isso, sejam elas passageiras ou não”, conta Rafa. Assuntos que ainda estavam frescos em sua mente na época em que a música foi feita, como a morte de sua avó, ou “uma conversa com minha namorada sobre passarmos o ano novo em continentes diferentes”, acabaram inspirando a canção.

TRABALHOS ESPACIAIS MANUAIS, “HARAPAN”. Em novembro sai Ponto de curva, o primeiro álbum dessa banda instrumental gaúcha, que costuma ser mais conhecida como TEM. Harapan é o último single antes do álbum sair, e traz uniões musicais entre forró, maracatu e afrobeat. Tomás Piccinini, o saxofonista do grupo, iniciou a música num improviso, e depois a faixa foi completada pelo grupo.

“O nome Harapan significa ‘esperança’ em malaio. Encontrei esse nome procurando traduções da palavra em outras línguas, e quando vi e ouvi ‘harapan’, achei uma sonoridade bonita e condizente com o significado que buscava”, conta.

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