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Destaque

Homobono: Rogério Águas, single em homenagem a Latino e Roger Waters, vai gerar EP com amigos

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Homobono: "homenagem" a Latino e Roger Waters com Rogério Águas vai gerar EP coletivo

Autor de um dos discos mais bacanas lançados em 2017 – o EP 21 de março de 1973 – o músico carioca Marco Homobono viu um vídeo em que o cantor Latino canta uma música em homenagem ao candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL). Logo em seguida, viu pela TV as vaias recebidas pelo cantor e compositor Roger Waters em seu show em São Paulo – quando o ex-Pink Floyd incluiu o nome do candidato numa lista de políticos neofascistas. Juntou tudo e lançou o single Rogério Águas, uma “homenagem a Latino e Roger Waters” gravada rapidinho em seu estúdio, o Sarapa Babylon.

Para quem curte o som do vocalista dos Djangos, banda carioca histórica que já andou fazendo retornos, ele avisa que vem mais aí. O single Rogério Águas prenuncia um EP feito a seis mãos, a ser lançado em breve. Batemos um papo com Homobono sobre a música, o EP que tá chegando e a repercussão do primeiro disco.

Você lançou a música Rogério Águas justamente no dia do show carioca do Roger Waters. O quando o que vinha rolando nos shows dele pelo Brasil te inspirou?
MARCO HOMOBONO: Na verdade, o que serviu de estopim foi o vídeo do Latino em que ele canta uma música em apoio ao Bolsonaro. Um amigo compartilhou e eu fui escutar. Dei de cara com uma música que destilava puro ódio, em cima de uma base de reggae, com uma letra repulsiva, violenta e gratuita.

Fiquei indignado e triste, porque um cara do ramo do entretenimento, que trabalha com música, usou seus poderes para produzir uma peça com alto poder ofensivo, em prol de um candidato que é uma ameaça a essa nação, no meu entender.

Quase que na sequência, vejo uma postagem do BNegão com um coraçãozinho para o Roger Waters. Fiquei sabendo o que havia acontecido no show de São Paulo e a reação destemperada dos eleitores desse mesmo candidato. Aquilo soou engraçado e lamentável, pois mostrava um grande mal entendido de várias gerações que eram fãs do ex-integrante do Pink Floyd mas não haviam assimilado a mensagem política e humanitária que permeia toda a sua obra. Eles esqueceram também (ou não sabiam) que um músico ou um artista pode ser engajado e espalhar mensagens positivas e combativas em suas letras.

E fora isso, havia (e ainda há) a preocupação com nosso momento atual e com o futuro que se desenha nesse país.

Isso tudo veio explodir na música.

Eu estava dentro de uma lan house, na Cidade de Deus, quando esse refrão me veio à cabeça e eu pensei em fazer algo pesado, como um metal, com muita guitarra pesada. Quando sentei no computador para começar a produzir acabei criando uma célula que remetia ao funk carioca, que eu aprecio muito. Resolvi misturar tudo, com uma guitarrinha com uma vibe moura, árabe. Assim, pude dar minha resposta a essa bad vibe que tem revoado sobre nossas cabeças.

https://www.youtube.com/watch?v=HbI1Vt00lsk

Rogério Águas faz parte de algum projeto teu? Pensa em lançá-la em algum disco ou ela vai ficar como um single comum? Me veio a ideia de chamar mais gente para produzir um disco com canções produzidas durante esses dias de tensão. Cooptei o Jomar Schrank e o Gabriel Gutierrez, e com eles vou lançar um ep, com a música de cada um. Rogério Águas é minha colaboração para essa empreitada. Vai ficar como parte de um EP especial, então!

Quando sai disco novo do Homobono? Só agora voltei a produzir no meu estúdio caseiro e já estamos no fim do ano, então, só vai ter alguma coisa nova mesmo em 2019.

E o quanto o EP que você lançou ano passado te abriu portas? Ele teve uma ótima repercussão e contou com uma divulgação feita por mim mesmo, sem nenhuma estratégia, sem nenhuma verba, com ajuda dos amigos, que compartilharam maciçamente, de blogUeiros e jornalistas. Conheci muitas pessoas por causa dele, fiz um show com um bom público na Audio Rebel, um lugar muito especial aqui do Rio… Então, posso dizer que fiquei muito feliz com o resultado.

Cultura Pop

Quando Suicide gravou… “Born in the USA”, do Bruce Springsteen

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Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

A way of life, disco de 1988 da dupla de música eletrônica Suicide, é tido como um disco, er, acessível. Acessível à moda de Martin Rev e Alan Vega, claro. O disco pelo menos podia ser colocado tranquilamente na prateleira dos artífices da darkwave e era bem mais audível do que o comum de um grupo que havia lançado a assustadora Frankie teardrop. O disco era produzido por Ric Ocasek, líder dos Cars (que já havia produzido o segundo disco deles, de 1981, Alan Vega/Martin Rev), e tinha até uma eletro-valsinha, Surrender, além de um estiloso misto de rockabilly e synthpop, Jukebox baby 96.

O que ninguém esperava era que a dupla tivesse feito nessa mesma época uma estranhíssima versão de… Born in the USA, de Bruce Springsteen. A faixa surge numa versão ao vivo, gravada num show de Vega e Rev em 1988, em Paris. A dupla nem sequer disfarçou que a ideia era fazer uma versão bem lascada – saca só o sintetizadorzinho da música, e a referência a músicas como Lucille, de Little Richard, e o tema When the saints go marching in, logo na abertura. A “versão” da faixa resume-se a quase nada além do título da canção. Parece um karaokê do demo (e é).

A versão poderia ser uma bela pirataria, mas vira oficial nesse mês: vai aparecer em uma reedição de A way of life, prevista para o dia 26. A edição de luxo estará disponível em vinil azul transparente com Born in the USA e em CD com quatro faixas bônus, além do formato digital. O material extra inclui versões ao vivo de Devastation e Cheree, bem como uma versão inicial de estúdio de Dominic Christ. O pesquisador Jared Artaud encontrou as faixas enquanto trabalhava no arquivo de Vega, após a morte do cantor em 2016.

Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

E se você não sabia, vai aí a surpresa: Springsteen tá bem longe de ser um sujeito que diria “what?” ao ser informado da existência do Suicide. Pelo contrário: era fã da dupla e costumava dizer que a estreia do Suicide, o disco epônimo de 1977, era “um dos discos mais sensacionais que já ouvi”. Em 1980, o cantor esteve com a dupla e Vega descobriu que Springsteen era seu fã – e se surpreendeu.

“Ele estava gravando o disco The river (1980) e nós estávamos gravando nosso segundo álbum em Nova York. Então tivemos uma reunião de audição do nosso álbum. Havia três ou quatro figurões da nossa gravadora, e Bruce também estava lá. Depois que tocamos o álbum, houve um silêncio mortal… exceto por Bruce, que disse, ‘Isso foi ótimo pra caralho.’ Ele fazia questão de nos dizer o quanto nos amava”, contou em 2014 ao New York Post.

Mais: um texto do site Treblezine, a partir de audições da obra de Bruce e de entrevistas do Suicide, descobre: a dupla influenciou muito o sombrio disco Nebraska, tido como o “primeiro disco solo” (sem a E Street Band) de  Springsteen (1982), basicamente um disco sobre crise, desemprego e gente à beira do desespero pela falta de oportunidades. Houve uma versão elétrica e pesada de Nebraska, mas Bruce quis lançar o disco acústico, de voz, violão e registros crus, e que de fato lembram o clima esparso do Suicide do primeiro disco.

Na dúvida, ouça State trooper, cujos uivos lembram bastante os gritos (sem aviso prévio) de Frankie teardrop. “Lembro-me de entrar na minha gravadora logo após o lançamento do meu disco”, disse Vega depois de ouvir State trooper pela primeira vez. “Eu pensei que era um dos meus álbuns que eu tinha esquecido. Mas era Bruce!”

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Cultura Pop

No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

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No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

A morte do baixista Cliff Burton, em 27 de setembro de 1986, desorientou muito o Metallica. Além do que aconteceu, teve a maneira como aconteceu: a banda dormia no ônibus de turnê, sofreu um acidente que assustou todo mundo, e quando o trio restante saiu do veículo, só restou encarar a realidade. A partir daquele momento, estavam não apenas sem o baixista, como também estavam sem o amigo Cliff, sem o cara que mais havia influenciado James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett musicalmente, e sem a configuração que havia feito de Master of puppets (1986) o disco mais bem sucedido do grupo até então.

Hoje no Pop Fantasma Documento, a gente dá uma olhada em como ficou a vida do Metallica (banda que, você deve saber, está lançando disco novo, 72 seasons) num período em que o grupo foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Metallica já era considerado uma banda de tamanho BEM grande (embora ainda não fosse o grupo multiplatinado e poderoso dos anos 1990) e, justamente por causa disso, teve que passar por cima dos problemas o mais rápido possível. E sobreviver, ainda que à custa justamente da estabilidade emocional de Jason Newsted, o substituto do insubstituível Cliff Burton…

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Skull Koraptor e Manger Cadavre?

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta-feira!

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Destaque

Dan Spitz: metaleiro relojoeiro

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Se você acompanha apenas superficialmente a carreira da banda de thrash metal Anthrax e sentia falta do guitarrista Dan Spitz, um dos fundadores, ele vai bem. O músico largou a banda em 1995, pouco antes do sétimo disco da banda, Stomp 442, lançado naquele ano. Voltaria depois, entre 2005 e 2007, mas entre as idas e as vindas, o guitarrista arrumou uma tarefa bem distante da música para fazer: ele se tornou relojoeiro (!).

A vida de Dan mudou bastante depois que o músico teve filhos em 1995, e começou a se questionar se queria mesmo aquela vida na estrada. “Fazíamos um álbum e fazíamos turnês por anos seguidos, e então começávamos o ciclo de novo – o tempo em casa não existia. É uma história que você vê em toda parte: tudo virou algo mundano e mais parecido com um trabalho. Eu precisava de uma pausa”, contou Spitz ao site Hodinkee.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Rockpop: rock (do metal ao punk) na TV alemã

Na época, lembrou-se da infância, quando ficava sentado com seu avô, relojoeiro, desmontando relógios Patek Philippe, daqueles cheios de pecinhas, molas e motores. “Minha habilidade mecânica vem de minha formação não tradicional. Meu quarto parecia uma pequena estação da NASA crescendo – toneladas de coisas. Eu estava sempre construindo e desmontando coisas durante toda a minha vida. Eu sou um solucionador de problemas no que diz respeito a coisas mecânicas e eletrônicas”, recordou no tal papo.

Spitz acabou no Programa de Treinamento e Educação de Relojoeiros da Suíça, o WOSTEP, onde basicamente passou a não fazer mais nada a não ser mexer em relógios horrivelmente difíceis o dia inteiro, aprender novas técnicas e tentar alcançar os alunos mais rápidos e mais ágeis da instituição.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Discos de 1991 #9: “Metallica”, Metallica

A música ainda estava no horizonte. Tanto que, trabalhando como relojoeiro em Genebra, pensou em largar tudo ao receber um telefonema do amigo Dave Mustaine (Megadeth) dizendo para ele esquecer aquela história e voltar para a música. Olhou para o lado e viu seu colega de bancada trabalhando num relógio super complexo e ouvindo Slayer.

O músico acha que existe uma correlação entre música e relojoaria. “Aprender a tocar uma guitarra de heavy metal é uma habilidade sem fim. É doloroso aprender. É isso que é legal. O mesmo para a relojoaria – é uma habilidade interminável de aprender”, conta ele. “Você tem que ser um artista para ser o melhor – seja na relojoaria ou na música. Você precisa fazer isso por amor”.

>>> POP FANTASMA PRA OUVIR: Mixtape Pop Fantasma e Pop Fantasma Documento
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