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Blacker Than Black: lançaram um LP de black metal feito de café (?)

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Se você é um hipster fã de música, sempre tem alguém para ser mais hipster que você, como já comprovamos quando falamos a respeito de gente que está fabricando álbuns em cilindro, fita de rolo e até comercializando música em disquete. Ou colecionando antigas fitas de oito pistas fabricadas no Brasil.

Agora os fãs de café, de discos de vinil e de black metal podem unir as três paixões, graças a uma empresa chamada Peter’s Cold Brew, dos Estados Unidos, que lançou um EP chamado Blacker than black, com quatro músicas na onda do rock pesado e satanista, feito a partir de grãos de café. Tudo bem que os títulos são de brincadeirinha, com músicas como Balada para um unicórnio morto e Jantar dos canibais (Trilha sonora original).

Para prensar o álbum, a empresa juntou-se ao chocolatier Patrick Gelencser, que pôs notas de chocolate na mistura. Detalhe: você pode depois quebrar o disco, ferver os pedacinhos e produzir um café mocha com o EP. Se esse rolê vai ferrar com sua agulha, ou com seu estômago, ou com sua sensibilidade musical, ou com nenhum dos três, ou com todos os três, só testando.

Eu falei lá em cima “discos de vinil”, mas a referência ao material é meramente ilustrativa, já que você pode ferver o disco e consumi-lo. O disquinho é apenas uma amostra, não está à venda, e foi apenas entregue a jornalistas e influenciadores. O POP FANTASMA não recebeu um e está fazendo propaganda de graça.

Via Reprobate Press.

Lançamentos

Chapel of Roses: pós-punk experiente, falando sobre o “valor do amor” em novo single

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Chapel of Roses: pós-punk experiente, falando sobre o “valor do amor” em novo single

O Chapel Of Roses está bem longe de ser uma banda nova. O grupo do cantor Chris Kelley começou sua carreira em meados dos anos 1980 em Nashville, tocando numa festa voltada para o som skate-punk (a foto acima é dessa época). Chegaram a lançar um single na época (também intitulado Chapel of roses) e tiveram boa execução em college radios. Agora, estão de volta com uma face diferente do seu trabalho, já que It’s not nothing é uma canção romântica – e uma balada que une punk, power pop e country.

It’s not nothing é um dos singles de uma série de compactinhos que a banda está lançando em seu retorno – – incluindo Cast out of sea e Lose control. A canção tem história: Chris escreveu essa música em 2016 enquanto trabalhava no vídeo de Put me in a spell, uma música de seu projeto solo Lost American. “Eu estava morando em Barcelona, ​​recentemente divorciado, e estava pensando sobre, er, o valor do amor”, conta.

“Talvez eu estivesse meio miserável, mas também – esperançoso? A frase ‘não é nada’ surgiu na minha cabeça, e cortei uma demo rápida”, continua ele. “Eu tinha algumas filmagens sobrando do vídeo e hackeei um pequeno clipe. Alguns dias depois, reorganizei a música e fui de bicicleta até o espaço de ensaio da minha banda para adicionar bateria à demo e atualizei o pequeno clipe. No ano seguinte, fui para Nashville e gravei uma nova versão com meus companheiros de banda Chapel of Roses – senti que a música tinha um toque de Nashville, um toque triste”.

Passou tempo, veio a pandemia e só agora o material é lançado. “Esta é uma direção diferente para Chapel of Roses: somos uma banda pós-punk. Ficamos mais confortáveis ​​fazendo um barulho alto”, conta. O Chapel Of Roses volta com os quatro integrantes originais (Chris no vocal, Houston Greer na guitarra, Preach Rutherford no baixo e Colin Parker na bateria), e acrescido de dois convidados: Jim T. Graham no pedal steel e Brittany Hadley nos background vocals.

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Lançamentos

Cosmopaark: shoegaze francês com produção impressionante em “Backyard”

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Cosmopaark: shoegaze francês com produção impressionante em “Backyard”

Com um álbum chamado I can’t breathe enough (2023) na discografia, a banda francesa Cosmopaark faz shoegaze sem economizar na pesquisa de texturas e nos ruídos. Olive tree, uma das faixas do novo EP, Backyard, chega a assustar: abre com um som supostamente tranquilo, com vocais no limite da desconstrução musical, e ganha uma torrente de guitarras lá pelas tantas.

O material é complementado pelo ruído-silêncio no estilo dos Pixies de Pure intention (que ganha um ar meio Sonic Youth lá pela segunda metade, graças às guitarras e vocais que vão crescendo), pela parede de guitarras de Starve, pelo som poderoso de Hole (que ganha uma abertura dançante que até engana) e pelo tom sombrio e quase espacial de Tiny shelter.

Para Backyard – que sai pelos selos Howlin’ Banana Records e Stellar Frequencies, e ganha edição até em fita K7 – o grupo decidiu investir numa gravação mais profissional, trancando-se por duas semanas no estúdio Shorebreak, na França, ao lado de Johannes Buff (Thurston Moore, Lee Ranaldo, Lysistrata) e Pierre Loustaunau (Petit Fantôme).

Usualmente, a banda preferia trabalhar em seu próprio estúdio caseiro, mas decidiram testar algo diferente, “para trazer novas cores à nossa identidade e colocar uma ênfase especial na produção. Conseguimos levar as texturas mais longe usando os incríveis sintetizadores de Pierre e executando nossas drum machines por vários módulos de efeitos”, afirmam no texto de divulgação. O grupo é formado por Clément Pelofy (voz, guitarra), Baptiste Sauvion (bateria) e Wanda Mehalleb (baixo).

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Crítica

Ouvimos: Leon Bridges, “Leon”

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Ouvimos: Leon Bridges, “Leon”
  • Leon é o quarto álbum do cantor norte-americano Leon Bridges, produzido por Ian Fitchuk e Daniel Tashian. Depois de um bom tempo de gravação em Los Angeles e Nashville, o cantor mudou a produção para a Cidade do México. Passou lá os últimos meses de 2023 gravando o álbum no estúdio El Desierto.
  • A faixa When a man cries, por sua vez, foi gravada no estúdio do músico John Mayer – e tem a colaboração dele como co-autor.
  • O tema do disco é a infância e adolescência de Leon em Fort Worth, Texas – ele credita a entrada de muitas influências de folk e country em Leon a isso. Ele diz que o disco Astral weeks, de Van Morrison (1968) é uma das referências.

No começo da carreira, em especial no álbum de estreia, Coming home (2015), Leon Bridges fazia “som de época”: sua união de soul e r&b soava como se tivesse saído de um estúdio da era pré-Motown. Muita coisa foi mudando: Leon começou a soar cada vez menos vintage, passou a parecer cada vez mais próximo de uma música pop “moderna”, etc. Mas Leon, o novo álbum, tem ponto certo na linha do tempo.

O cantor e produtor norte-americano volta a tempos bem menos complicados de sua vida pessoal, como prega na letra de Simplify, uma das faixas do disco. E põe em seu som boas doses de bittersweet, de country e de pop nostálgico dos anos 1970 (uma música de uma era que ele, nascido em 1989, não viveu). Em Leon, tem uma coisa ou outra que lembra até um dos reis da mistura de soul, jazz e folk, Terry Callier – vale dizer que sem o mesmo apuro e sem a mesma melancolia, porque na essência, o novo álbum de Bridges é um disco alegre, quase comfort music para dias complexos.

O repertório traz Leon fazendo uma lista de coisas amáveis (That’s what I love), recordando dias legais no Texas (Laredo, com violões, pianos e uma flauta, misturados a um balanço meio Lionel Richie, meio neo-soul), lembrando dias de dureza, diversão, cuidados paternais, perigo nas ruas e Nintendo 64 (o surpreendente indie-rock Panther city), dizendo que nem todo o ouro do mundo é melhor que a mulher amada (Ain’t got nothing on you) e louvando a infância (o baladão folk de piano e violão Simplify). Não por acaso, ele deixa de lado o visual posado das capas dos álbuns anteriores, e ressurge na capa de Leon em clima de férias à beira do rio.

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E vai por aí, com Leon Bridges encarnando uma persona pop que (Roberto Carlos que o diga) sempre deu certo: o arquétipo do cara bem sucedido que, num domingo qualquer, se aventura a circular pelas ruas nas quais foi criado. Ou responde ao estresse do dia a dia recordando do mingau de aveia da avó, da sorveteria da esquina, da ingenuidade do primeiro namoro, ou do colo da mãe. Se alguém se decepcionou com o fato de Leon ter sido remodelado com uma produção mais moderna a partir do segundo álbum, vale dizer que o disco novo reequilibra a balança. Leon parece vestido com uma capa anos 60/70 mesmo quando tangencia o neo-soul ou o indie-rock.

A Pitchfork considerou Leon um disco abafado, monocromático, com uma produção “sem atrito” e certinha demais. Não tem atrito e não tem que ter. Até porque Leon Bridges fez sua versão particular dos discos para ouvir em família, como eram nos anos 1970 os álbuns de Roberta Flack e Stevie Wonder (e Roberto Carlos, por que não?). E se deu muito bem. Ouça com seus filhos, sobrinhos, enteados e filhos de amigos.

Nota: 9
Gravadora: Columbia

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