Connect with us

Lançamentos

Estranhos Românticos lança dois singles e clipe feito com IA

Published

on

Estranhos Românticos lança dois singles e clipe feito com IA

A banda carioca Estranhos Românticos foi reformulada recentemente e não para. Só esse mês já saíram dois singles. O primeiro, lançado justamente em 1º de junho, foi o da psicodélica Breve história, uma canção romântica e distorcida, quase na mesma batida de Taxman, dos Beatles.

A canção ganhou um clipe bastante criativo, gravado inteiramente em celular, cena a cena – para, posteriormente, ser desenhado frame a frame. E a banda lançou mão de um truque bem moderno no vídeo novo. “Para acelerar o processo de animação, o diretor do clipe Luciano Cian, que também é tecladista da banda, lançou mão de algumas ferramentas de IA para otimizar o tempo”, conta o grupo em comunicado.

O segundo lançamento é a indie-disco-rock-latina Maverick 73, parceria da banda com o produtor argentino Seu Cris e com o cantor e compositor Homobono, de projetos e bandas como Disstantes, Esquadrão Sonzera Total, Los Djangos, além do trabalho solo com seu nome. Rock com leve acento ska, é uma canção de amor por um… carrão Maverick, que nasceu de uma jam no estúdio carioca La Cueva, e originalmente era um instrumental, feito quando a banda ainda estava escolhendo novo vocalista. Na letra, escrita por Homobono, versos como “então que mal tem/a crise do petróleo/e água para ninguém/vamos dar um jeito/consertar os seus defeitos/e te botar pra andar”.

O Estranhos Românticos já tem três álbuns e, na nova formação, tem Victor Barros(voz e guitarra), Mauk Garcia (baixo e guitarra), Luciano Cian (teclados) e Pedro Serra (bateria)

Foto: Ana Paula Moniz/Divulgação

Lançamentos

Radar: Partido da Classe Perigosa, Dedo de Bruxa, Rachel Reis e outros sons

Published

on

Radar: Partido da Classe Perigosa, Dedo de Bruxa, Rachel Reis e outros sons

Música muda vidas – e tem muita gente fazendo música para alertar pessoas sobre os perigos do dia a dia, sobre coisas que a gente nem percebe que estão roendo a gente por dentro. Pelo menos dois grupos do Radar de hoje destacam-se por terem músicas bastante sinceras e diretas, e que vão exatamente nessa linha – e não basta meter o dedo na cara, o som tem que ser ótimo, o que é o caso deles. Com ou sem protesto, as músicas abaixo giram em torno do que move a todos nós: lutas, amores, sonhos. Dá o play e aumenta o volume! (Foto Partido da Classe Perigosa: Yanni Avellar/Divulgação)

PARTIDO DA CLASSE PERIGOSA, “MONTAGEM DA MAIS VALIA”. Esse grupo carioca é de luta – luta de classes, por sinal. O primeiro álbum do Partido da Classe Perigosa, Práxis, lançado no começo do ano (e em breve neste site) une funk, drum’n bass, krautrock, metal, punk, hardcore, tudo junto e misturado, com letras corrosivas, que reviram e dissecam os horrores do capitalismo e do sistema de cobra comendo cobra. Montagem da mais valia está no EP Devorador, lançado apenas no Bandcamp e gravado para comemorar um ano de banda. A faixa é um funk — proibido para neofascistas e estômagos frágeis — que escancara, entre samples e batidas, como o sistema vai crucificando todo mundo aos poucos, dia após dia.

DEDO DE BRUXA, “ELON MUSK E O FOGUETE”. Direto do Rio de Janeiro, o Dedo de Bruxa soltou seu primeiro EP no ano passado — homônimo, cinco faixas que soam como um grito de urgência: o tempo é agora, as atitudes também. O som vem pesado: um hard rock que transita entre o grunge, o metal e o pós-punk. Elon Musk e o foguete é um grunge-metal-funk colérico e dançante, em que a letra manda o dono da Tesla para o espaço — junto com negacionistas, terraplanistas e a fauna toda do preconceito e da extrema-direita. Com nomes, endereços e a fúria bem direcionada.

RACHEL REIS, “JORGE BEN”. Fãs da antiga fazem questão de chamar Jorge Ben Jor de Jorge Ben – ainda que o veteraníssimo cantor carioca já tenha mudado seu nome artístico desde o fim dos anos 1980. Rachel Reis, baiana de Feira de Santana (BA), lançando o excelente álbum Divina casca, vai literalmente na tradição e homenageia o artista com um samba-rock praieiro, e repleto do imaginário do autor do disco A tábua de esmeralda (1974), com seus toques de esoterismo, balanço malemolente e lirismo que beira o místico. Mas tudo aqui é filtrado por uma estética contemporânea, sem perder a leveza. Um aceno respeitoso e amoroso ao mestre, com os dois pés cravados no agora.

MÁQUINA VOADORA, “A HOSPEDARIA DOS JAMAIS ILUMINADOS”. Duo instrumental formado por Marcelo Garcia (guitarra, baixo, programações) e Enrico Bagnato (bateria, percussões acústicas e eletrônicas), o Máquina Voadora prepara um álbum inspirado no livro Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade. Chama-se A grande boca de mil dentes, e vem aí. Enquanto isso, entregam a faixa A hospedaria dos jamais iluminados — título pinçado do poema Religião, do próprio Mário. A música abre alas com jazz, sons afro-latinos e progressivos de texturas finas, evocando os momentos mais contemplativos do Focus.

ORBITAL ENSEMBLE, “DAYDREAMS”. Felipe Sena, músico brasileiro radicado no Canadá, puxa as cortinas de seu novo projeto, o Orbital Ensemble — e o primeiro single, Daydreams, já diz muito. Lançado pelas selos Balaclava (São Paulo) e We Are Busy Bodies (Toronto), a faixa mira alto: mistura jazz, psicodelia, rock e um quê cinematográfico à la Verocai e Khruangbin. O clipe, luminoso, complementa a experiência. O álbum de estreia, Orbital, sai ainda este ano. “Fazer música hoje parece um devaneio — é luta, é resistência”, diz Felipe, mostrando que a criatividade é tarefa diária, e tarefa política.

LOOK INTO THE ABYSS, “EYES ON ME”. Duo curitibano que já soltou um EP em formato live session (e em fita cassete, pelo selo Kerozene Discos), o Look Into The Abyss une grunge, screamo, nu-metal e math rock. Charlie (baixo e voz) e BadVibes (bateria e voz) chegam agora com o single Eyes on me — barulhento, denso, direto — e um álbum em gestação.

SÉRGIO SACRA, “FIQUE COMIGO (COMO SE FOSSE A ÚLTIMA VEZ)”. Depois de lançar o disco Duvide dos astros (2024), Sérgio Sacra retorna com um novo single. Fique comigo (como se fosse a última vez) mistura indie, folk e até um sopro de toada caipira. “É uma canção sobre perdas e sobre o que ainda pode ser salvo”, conta. A inspiração veio de uma história pessoal e de um amigo, marcada por desilusão — mas a intenção é emocionar, sem cair na superfície.

RELVAS, “POR ONDE VOCÊ ANDA?”. Primeiro lançamento de Relvas, a faixa Por onde você anda? junta MPB, rap, trap e o pop de agora para contar a história de um casal que vai se perdendo no tempo. Mas sem perder de vista a reconciliação. “Falo sobre não desistir do que vale a pena”, explica o artista, que assina a música ao lado de Raphael Dieguez e Pedro Duque. É pop com propósito — e coração no centro da cena.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Residents, “Doctor Dark”

Published

on

Ouvimos: Residents, "Doctor Dark"

Morto em 2018, Hardy Fox era um dos raros integrantes dos Residents que costumavam ter seu nome citado em matérias sobre o grupo – que sempre tentou trabalhar secretamente, não revelando nem mesmo as identidades de seus integrantes, escondidos atrás da famosa máscara de globo ocular usada em shows e aparições públicas.

Sua partida é o combustível de Doctor Dark, novo disco dos Residents, espécie de ópera-rock de terror musical, falando sobre temas “agradáveis” como morte, eutanásia, abuso de drogas, suicídio e assassinatos. Para dar o tom sombrio da coisa, os Residents chamaram músicos do Conservatório de São Francisco.

O resultado é uma trilha sonora tensa, quase cinematográfica, como em White guys with guns — que, além de cordas ameaçadoras, traz ruídos de tiros — e Maggot remembers, que evolui para um híbrido de industrial e stoner rock. Em The gift, as cordas soam tristes e fúnebres, lembrando os momentos mais sombrios de Berlin, de Lou Reed.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Por trás das faixas, há outro subtexto inquietante: o famoso julgamento da banda de heavy metal Judas Priest em 1990, quando a banda foi acusada de incitar suicídios com mensagens subliminares. Tension, que soa como um conto infantil em seu momento mais assustador, fala diretamente disso. O mesmo vale para She was never lovelier e Remembering mother, que têm o clima gélido de um funeral.

Tem espaço até para um momento quase amigável: Ol’ man river tem um quê de rock progressivo à moda da banda canadense FM — embora, claro, com o selo de bizarrice habitual dos Residents. E o fim da faixa já emenda em Take me to the river, uma avalanche de ruídos que lembram uma guerra de balas traçantes.

Doctor Dark é aquele disco que até os fãs mais fiéis vão ouvir com fascínio — mas provavelmente só ouvirão uma vez. Intenso, desconfortável e profundamente perturbador, é uma obra que encara de frente temas que muita gente prefere manter à distância. Mas, enfim, os Residents não vieram ao mundo para fazer concessões.

Nota: 7
Gravadora: Cryptic Corp
Lançamento: 28 de fevereiro de 2025.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Tigre Robô, “Telefone pra cachorro”

Published

on

Ouvimos: Tigre Robô, "Telefone pra cachorro"

Muito do que está no primeiro disco do Tigre Robô, Telefone pra cachorro, confirma uma velha teoria nossa: bandas como Wire, The Fall e Public Image Ltd talvez sejam mesmo algumas das mais influentes da história. Com apenas onze faixas e nenhuma enrolação, o álbum da banda brasiliense mistura pós-punk de quarto com o experimentalismo lo-fi do Weatherday — como na abertura, Desconforto.

Há espaço também para uma mescla esperta de punk e rap, como em Atlas, com o excelente verso “como se dança com o mundo nas costas?”. A faixa remete a Akira S & As Garotas Que Erraram, e só não parece ainda mais com eles porque destaca uma guitarra — econômica, seca, honrando o pós-punk.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O Tigre Robô, aliás, parece gostar de contrariar expectativas: Desperdício é punk de garagem que soa como o já citado Wire, ou como um Titãs alternativo, gravado na tora e meio bêbado. Definitivamente um indivíduo traz um baixo herdado da disco music (pense em Gang Of Four) e uma letra crua, com versos como “não sou uma ideia formada de certezas” e “nos fluidos pegajosos escorrem gosmentos os meus desejos”.

Carne de pescoço é blues rock ruidoso que remete à Patife Band – e que parece uma faixa gravada numa máquina de oito canais, em 1985, pronta para ser lançada num LP independente. Já Desconserto tem pegada power pop, melodia que flerta com os Beatles e uma vibe que, curiosamente, lembra o Blur dos primeiros discos.

Na salada sonora do Tigre Robô, ainda cabe Turismo, um punk com teclados e baixo em diálogo, na linha dos Stranglers. E uma pequena joia quase psicodélica: Todos seus amigos são supermodelos, que começa como se o Jefferson Airplane tivesse caído no punk e prossegue com solos de guitarra tomando o comando.

Nota: 9
Gravadora: Manga Rec
Lançamento: 20 de janeiro de 2025.

Continue Reading
Advertisement

Trending