Notícias
Urgente!: Little Simz espanta os problemas, Madonna em série, Lemonheads com novidades, e mais

Prestes a lançar disco novo, Lotus (sai dia 6 de junho pela AWAL), a rapper Little Simz andou passando por alguns maus bocados. Irritada com um calote que diz ter recebido do produtor InFlo, com quem trabalhou no misterioso grupo Sault, ela foi atrás dos seus direitos – botou o cara na justiça por supostamente não ter pago um empréstimo de £ 1,7 milhão, incluindo £ 1 milhão para cobrir o único show ao vivo do grupo até o momento, em dezembro de 2023.
De qualquer jeito, vida que segue: ela acaba de lançar o single Young, o terceiro a anunciar Lotus. A música é um rap-rock sinuoso e divertido, no qual Little Simz fala sobre um dia a dia descompromissado no qual a zoeira nunca acaba. No clipe, dirigido por Dave Meyers, ela surge interpretando uma personagem bem mais velha que ela, que toca baixo. O site Stereogum andou comparando a faixa com o ritmo de Low rider, sucesso do grupo War – faz sentido.
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Depois de quase vinte anos sem lançar um álbum de inéditas, os Lemonheads reaparecem com sinais vitais fortes. Love chant, o novo disco, sai em breve, e já tem um primeiro cartão de visitas: o single duplo Deep end / Sad Cinderella, que também ganha um clipe dirigido pelo coletivo Surreal Hotel Arts. Em paralelo, a faixa será lançada em vinil 12” (edição limitada de 500 cópias) no dia 13 de junho.
A suingada Deep end soa quase grunge, com solo de J Mascis (Dinosaur Jr), e letra que parece saída de um encontro em um beco qualquer. A faixa tem a assinatura de Evan Dando e Tom Morgan (Smudge), velho parceiro australiano, e conta com backing vocals de Juliana Hatfield. A Austrália, aliás, entra nesse roteiro: a banda passa por lá ainda este mês, encerrando as comemorações pelas três décadas (e uns quebrados) dos álbuns It’s a shame about Ray e Come on feel The Lemonheads.
O lado B do single traz Sad Cinderella, cover sensível do saudoso Townes Van Zandt, cantor norte-americano de country, morto em 1997. A faixa é um dueto feito por Evan e Erin Rae, e basicamente é um country melancólico, lembrando Gram Parsons e Emmylou Harris. Dois lados, duas atmosferas, e uma banda que parece finalmente pronta pra sair da hibernação.
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Depois de anos namorando a ideia de um filme sobre sua vida, Madonna resolveu mudar o formato. Agora, a história da Rainha do Pop deve virar uma minissérie da Netflix, ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento. O projeto tem produção da própria Madonna e de Shawn Levy (Stranger Things), um dos nomes de confiança da plataforma. A semente da virada foi plantada em novembro, quando Madonna sugeriu no Instagram que poderia deixar o filme de lado e transformar sua história em uma série.
A série será feita do zero e não tem ligação com o longa que estava em desenvolvimento na Universal — aquele que teria Julia Garner no papel principal. Mas o nome da atriz de Ozark segue cotado, especialmente depois de ter aparecido no palco com Madonna durante a Celebration Tour, em dezembro passado. A escolha depende de disponibilidade, já que Garner não tem contrato assinado.
Ainda não há definição sobre qual fase da carreira a minissérie vai abordar. Também não se sabe se Madonna vai coescrever o roteiro, como faria no filme. Em 2020, ao anunciar o longa, ela comentou que queria “mostrar a jornada de uma artista, dançarina e mulher tentando abrir caminho no mundo”. A frase segue valendo.
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A banda pernambucana Mundo livre s/a dá largada à turnê que celebra seus 40 anos de estrada com parada dupla em Brasília, no dia 22 (quinta). Às 18h, o vocalista Fred Zero Quatro participa de um bate-papo e do lançamento da biografia Mundo livre s/a 4.0 – Do punk ao mangue, ao lado do autor Pedro de Luna, na Biblioteca Demonstrativa (506/507 Sul, entrada gratuita). Mais tarde, o show rola na Infinu (CRS 506).
Depois da capital, os mangueboys partem para Goiânia e São Paulo, onde tocam na Virada Cultural. Pedro de Luna segue em Brasília para o Porão do Rock — festival que também virou livro pelas mãos dele (Histórias do Porão). No domingo (25), ele faz um segundo lançamento da biografia da banda, agora solo, na livraria Platô (CLS 405). Se você ainda não sabia do livro de Pedro, corra atrás e mergulhe na história do mundo livre, banda cujas primeiras músicas chegam a ser proféticas (Samba esquema noise, a música, diz: “ou você explora o próximo / ou o próximo é você / esta é a única moral / do mundo livre”).
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Antes do “luzes, câmera, ação!” tem o som – e a imagem não vive sem ele. A partir de 28 de maio, o canal Curta! estreia Na trilha do cinema, uma série documental apresentada por André Abujamra sobre a construção do som no cinema brasileiro. São oito episódios, sempre às quartas-feiras, às 21h30 — com streaming no dia seguinte no CurtaOn (via Prime Video Channels, Claro tv+ e CurtaOn.com.br).
Abujamra, que entende do assunto (compôs trilhas para dezenas de filmes), conversa com nomes essenciais da área — montadores, compositores, técnicos e designers de som — para explorar como o som participa da narrativa de um filme. Spoiler: não é só barulho ou trilha bonita — é dramaturgia.
O programa passa por temas como som direto, foley (a famosa sonoplastia), edição e mixagem. Entre os convidados, estão Tide Borges (responsável por A hora da estrela), o engenheiro de som Luiz Adelmo, a compositora Flávia Tygel e o premiado Antonio Pinto, de Central do Brasil. No episódio final, o próprio Abujamra vira entrevistado e fala sobre os bastidores sonoros de Durval discos e Carandiru. Vale pra quem quer ouvir o que o cinema brasileiro tem a dizer — literalmente.
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Por último, mas não menos importante: o Telecine Cult exibe Os sonhos de Pepe, documentário sobre o já saudoso ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, nesta quinta (15), às 20h25, e no sábado (17), às 15h10. O filme também está no streaming do Telecine, via Globoplay, Prime Video Channels e operadoras de TV paga.
Lançamentos
Radar: Folk Bitch Trio, Stealing Sheep, Mae Martin, Dream Bodies, Lal Tuna, Desu Taem, Power Station

E a fila de lançamentos internacionais que a gente separa para sair no Radar tá cada vez maior – o que significa que muita música legal tem saído aqui com atraso. Tem espaço pra todo mundo (todo mundo que está fazendo música boa, claro!) e vai tudo saindo devagar – com direito a novidades e, às vezes, alguns relançamentos, como é o caso do clipe clássico do Power Station que está voltando ao YouTube. Leia, veja, ouça, passe adiante.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução de capa de disco (Folk Bitch Trio)
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FOLK BITCH TRIO, “CATHODE RAY”. Esse trio australiano gosta de um papo introspectivo e literário. Now would be a good time, primeiro álbum de Heide Peverelle, Jeanie Pilkington e Gracie Sinclair, sai em 25 de julho e já teve três singles lançados: The actor, God’s a different sword e esse Cathode ray, que usa metáforas ligadas à química para falar de amor, sexo e autenticidade. O texto de lançamento do álbum avisa que o grupo curte falar de “devaneios dissociativos e términos irritantes, fantasias sexuais e sobrecarga de mídia, todos os pequenos ressentimentos e pequenas humilhações de estar na casa dos vinte anos na década de 2020”, sempre com uma sonoridade vaporosa e folk.
STEALING SHEEP, “FOUND YOU”. Misturando experimentação musical e psicodelia derretida, esse trio de Liverpool diz estar mais interessado em movimentos de guerrilha do que apenas em música. “Pense em festas de escuta nas ruas, passeios de bicicleta, grupos de corrida noturna e competições de dança — trata-se de viver artisticamente e fazer de cada momento uma celebração”, contam Emily Lansley, Luciana Mercer e Rebecca Hawley, que lançam o novo álbum, GLO (Girl life online) em 25 de setembro. Found you é eletrônica e percussiva a ponto de lembrar pop novaiorquino independente, e não rock feito na terra dos Beatles – mas tem a inovação e a criatividade do rock britânico no DNA.
MAE MARTIN, “TRY ME”. Indie rock, letras confessionais e referências que vão do emo ao folk marcam o álbum de Mae, I’m a TV – que é sua estreia no universo da música, já que seu trabalho de atuação e roteiro (especialmente em comédia, em séries como Feel good, popular no Reino Unido) é mais conhecido. “É como se estivesse aprendendo um novo idioma. Mas as músicas que escrevi e às quais tenho mais apego são aquelas que fluíram de mim e tinham algo específico a dizer, ou um sentimento específico a capturar”, disse Mae, num papo com a revista Exclaim! E Try me, uma das melhores faixas da estreia, tem cara simultaneamente soft rock e pós-punk, com beleza e clima levemente lo-fi nas guitarras do início. Um universo assustador e tóxico surge na letra, e é revisto de forma construtiva. “Me experimente / já estive lá tantas vezes”.
DREAM BODIES, “DON’T LOOK BACK”. A bateria eletrônica do começo dessa faixa vai te levar direto para os anos 1980 – lembra-se daquelas viradas de drum machine que surgiam até em gravações de música brasileira lá por 1984? Só que o Dream Bodies invade a área da darkwave com um clima diferente, bem mais próximo de um synthpop que se orgulha das próprias raízes. A lista de referências do projeto, criado por um músico norte-americano chamado Steven Fleet (que toca quase todos os instrumentos na faixa), é grande: “Clan of Xymox, the Glove, the Cure, New Order, Joy Division, Drab Majesty, Cocteau Twins, the Chameleons UK…”, enumera.
LAL TUNA, “TELEVISION FOREVER”. A artista turca Lal Tuna saiu de Istambul aos 18, dizendo-se sufocada num país em que os artistas se autocensuravam. Hoje vive em Bordeaux, França, e faz um trabalho autoral que mistura música, vídeo, colagem, poesia. Television forever, seu primeiro single, é sombrio, delicado e direto: fala do trauma de uma sobrevivente de abuso sexual que não consegue mais sair da cama – restando apenas a TV como janela para o mundo, daí o “televisão para sempre”. O clipe, feito ao lado Hugo Carmouze, é cru, bonito, tem clima de videoarte – e muda de tom quando o som cresce.
DESU TAEM, “THE BOOT IN THE ASS I’VE BEEN LONGING FOR”. Essa curiosíssima banda dos Estados Unidos – formada por um pai e um filho – lança discos na base do “você bobeou, nós lançamos um álbum duplo” (falamos deles aqui e aqui). 1/Infinity é o quarto (!) álbum lançado só em 2025, e mostra o grupo bandeando-se de vez para o lado do punk-metal (no estilo de bandas como Backyard Babies).
O destaque de 1/Infinity é essa música que fala sobre uma figurinha bem estranha que, certo dia, acorda com “um tijolo na cabeça” e achando que a cidade é uma selva, e há uma sombra à espreita em cada canto.
POWER STATION, “SHE CAN ROCK IT”. Lembra deles? O supergrupo formado nos anos 1980 por Robert Palmer (voz), Tony Thompson (bateria, Chic), John Taylor (baixo, Duran Duran) e Andy Taylor (guitarra, Duran Duran) gravou um disco epônimo em 1985 e em 1996 retornou com formação mudada – John saiu para fazer rehab e deu lugar a um pequeno rodízio de baixistas que incluiu Bernard Edwards (Chic) e Guy Pratt.
Living in fear, segundo álbum do Power Station (1996, cujo baixo foi creditado a John mas gravado por Bernard), destacou essa pérola meio hard rock, meio glam, cujo clipe retorna ao YouTube em HD, com som e imagem melhorados. Para o vídeo, o Power Station foi um trio, já que Bernard havia morrido em abril daquele ano. Vale para curtir o som e para matar saudades não apenas da banda, mas também de Palmer, morto em 2003.
Notícias
Urgente!: Quando a magia de Brian Wilson voltou a funcionar

Brian Wilson, o cérebro criativo dos Beach Boys, passou décadas mergulhado em um estado de espírito mais denso e desafiador que o simples fracasso. Era, enfim, aquela coisa de observar que todas as suas fórmulas mágicas, de uma hora para outra, pararam de funcionar. Ainda que o sucesso insistisse em dar as caras, aqui e ali.
A palavra “fórmula” parecia acompanhar a história dos Beach Boys. Isso porque Mike Love, primo dos Wilson e eterno algoz de Brian no grupo, supostamente odiava as mudanças que Brian queria fazer no som dos BB. E supostamente teria soltado um ríspido “não foda com a fórmula (da banda)” numa das discussões com Brian. O “supostamente” é apenas um mínimo benefício da dúvida, porque Love cansou de negar tudo isso – disse que, pelo contrário, sempre gostou de Pet sounds (há controvérsias), que defendia Smile (mais ainda), etc.
(Por sinal, nas costas de Love repousa a responsabilidade por um dos maiores superfracassos da história dos Beach Boys: uma turnê com o ex-guru dos Beatles, Maharishi, em 1968. Um rolê que deu errado do começo ao fim. E que se resumiu a apenas três datas com som ruim, atuações cagadas – por parte dos BB – e vaias quando Maharishi abria a boca.)
Brian era aquele famoso caso de gênio incompreendido pelo mercado. Com direito a discos recusados pelas gravadoras (ao longo da vida foram vários), ordens expressas para fazer álbuns que vendessem, ideias interessantes quando ninguém ainda estava preparado para elas (o tal single engavetado de rap que ele fez em 1991).
Havia uma magia em ação ali que parece mesmo deslocada de tempo e espaço – por mais sucesso que ele tenha tido em fases anteriores. Num determinado momento dos anos 1970 tanto Brian quanto sua banda, trilhas sonoras da felicidade norte-americana na década anterior, haviam virado um troço absolutamente uncool. Mal comparando, era como ser fã de Belchior no Brasil dos anos 1980/1990.
Não que a imagem dos Beach Boys já não houvesse sido posta em cheque antes – isso ja vinha acontecendo desde a era de Woodstock. Lá por 1967 / 1968 / 1969, a estética do “sonho americano” do grupo estava em baixa e era tido como música da velha guarda. Em compensação, a turma do Norte da Califórnia (Grateful Dead, em especial) chegava à toda.
Só para você ter uma ideia: Brian Wilson era um dos caciques do festival de Monterey, realizado de 16 a 18 de junho de 1967. Mesmo assim a banda cancelou seu show no evento porque achou que o material antigo não levantaria a plateia – e Brian, comandante dos últimos movimentos do grupo em estúdio, estava sem tocar ao vivo com o BB fazia tempo.
Em 1970, os Beach Boys lançaram Sunflower, sua estreia pela Reprise Records – um disco excelente, mas ignorado por muitos. Em plena era de Led Zeppelin, Black Sabbath e do nascente glam rock, os Beach Boys pareciam completamente fora de lugar. As turnês da banda soavam mais como entretenimento nostálgico para fãs antigos do que como eventos imperdíveis. Bruce Johnston – um dos poucos membros que não fazia parte do clã Wilson – resumiu bem o clima da época: os Beach Boys eram vistos como “uma Doris Day do surfe”.
Com o tempo, o culto em torno da figura de Brian foi surgindo – trilhas de filmes resgataram a banda, jornalistas-fãs trouxeram de volta a história do aborto do disco Smile, e o próprio Brian, ainda paciente do controverso dr. Eugene Landy, foi voltando com álbuns novos. A ideia de que Brian foi um gênio demorou bastante a surgir na mente dos fãs de rock – e não custa lembrar que Pet sounds (1966), disco-virada dos Beach Boys, vendeu bem menos que os anteriores e foi visto pela Capitol, selo do grupo, como um risco não muito calculado.
O Brian Wilson que se despediu nesta quarta (11) era um cara diferente: um gênio aclamado pelos fãs, um cara cujos shows atraíam pessoas, um artista cuja ausência dos palcos (por motivos de saúde) era lamentada por quem nunca pôde vê-lo ao vivo. A magia do artífice dos Beach Boys voltou definitivamente a funcionar. Ou, vendo por outro aspecto, a genialidade de Brian demorou a coincidir com as expectativas do público e do mercado, essas duas entidades que muitas vezes, não esperam por ninguém. Seja como for, o mundo acabou, enfim, se curvando àquele som de praia, dor e vanguarda – que nunca deixou de soar, mesmo quando não era ouvido.
Texto: Ricardo Schott
Lançamentos
Radar: Drugdealer e Weyes Blood, Indigo de Souza, Water From Your Eyes, Astra Vaga – e mais

Viver só de arte – várias bandas que estão em começo de carreira sonham com isso (e tem muita banda experiente que também recorre a outros jobs pra pagar as contas, normal). Hoje no Radar internacional tem uma banda de Portugal, o Astra Vaga, que surgiu dessa necessidade de viver a música 24 horas por dia. E tem uma turma na nossa lista de hoje que encara o dia a dia entre estúdios e palcos na maior intensidade – a dupla Drugdealer e Weyes Blood, Indigo de Souza, etc – e leva isso para suas músicas, clipes e performances. Ouça, leia e veja.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação (Drugdealer e Weyes Blood)
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DRUGDEALER feat WEYES BLOOD, “REAL THING”. Tem coisa nova (e retrô na medida certa) no universo do pop barroco de Michael Collins, mais conhecido como Drugdealer. A nova faixa Real thing, com os vocais de Natalie Mering (que usa o codinome Weyes Blood, e com quem ele já havia feito outras músicas), é puro encanto setentista: tem ecos de Carpenters, e é pop com alma de jazz, baixo dançante e sax envolvente.
Real thing nasceu de sessões de Michael com o produtor parisiense Max Baby no estúdio de um dos membros da banda progressiva. O resultado é suave, nostálgico e feito com afeto. Uma joia pop que parece saída de um especial de TV de 1978 – e que já tem até clipe, dirigido por James Manson. E Natalie Mering/Weyes Blood, mais uma vez, encanta com seus vocais – mas isso já era de se esperar…
WATER FROM YOUR EYES, “LIFE SIGNS”. A TV dos anos 1990, com seus comerciais “ligue djá”, seus telejornais cheios de letreiros passando pela tela, sitcoms e talk shows, é a fonte de inspiração para o novo clipe do Water From Your Eyes. Rachel Brown e Nate Amos, os dois do WFYE, unem tédio, vazio, sátira, ritmos quebrados (numa abordagem mais pro pós-punk que pro pós-hardcore), vocais doces e guitarras ruidosas, numa canção que anuncia o próximo álbum, It’s a beautiful place, agendado para agosto. Um disco que, explicam-confundem eles, será “sobre tempo, dinossauros e espaço”.
INDIGO DE SOUZA, “CRYING OVER NOTHING”. “Essa música é sobre uma dor que transcende a razão. Uma dor que persegue aonde quer que você vá ou o quanto tente apagá-la. Uma dor que vem de memórias que você não consegue apagar e de um amor que você não consegue desfazer. É sobre uma perda que não tem fim”, conta Indigo de Souza sobre seu novo single, Crying over nothing – mais uma música que adianta o próximo álbum da cantora, Precipice, que sai dia 25 de julho. Canção e clipe são bastante felizinhos, apesar da letra ser bastante melancólica.
SUNGAZE, “SHADOWS”. Apesar de ter o clima enevoado do shoegaze como uma de suas referências, o nome desse grupo chega a soar como uma paródia do estilo – só uma ironia diante do clima cabisbaixo do gênero musical. O Sungaze deixa entrar também muitas influências de emo, grunge e até country, e no novo single, o grupo liderado pela dupla Ian Hilvert e Ivory Snow libera espaço para vários tipos de energias – a letra da nova faixa fala sobre o bom e velho equilíbrio entre bem e mal que todos nós vivemos no dia a dia.
PLANET OPAL, “CONNECTION OVERDRIVE”. Não chega a ser um synthpop, mas o som dessa banda italiana experimental é bstante robótico: o Planet Opal se dedica a sons balançados adiante por um clima que lembra bastante o krautrock, e também a dance-punk de bandas como Gang Of Four. Connection overdrive tem até algo de disco music – e em alguns momentos, parece com uma canção punk produzida por Giorgio Moroder. O álbum Recreate patterns, Release energy já está entre nós desde o começo de maio e é som novo, de verdade.
EMPTYSET, “ANTUMBRA”. Essa dupla britânica de música eletrônica trabalha de forma bastante experimental, a ponto de quase ser possível enxergar os sons que eles tiram nas músicas. Algumas canções soam tão esféricas quanto a foto da capa de Dissever, o novo álbum. Já o single Antumbra consiste em uma só nota, no teclado, sendo distorcida de diferentes modos – chegando a parecer uma varrição de vento e areia no deserto. Detalhe: tudo é feito ao vivo e com o uso de equipamento vintage – como se a história do gênero musical fosse repassada.
ASTRA VAGA, “LAMENTO”. Depois de anos no corre entre escritório e estúdio, o português Pedro Ledo (ex-The Miami Flu) larga o inglês e a vida dupla pra lançar seu projeto solo em seu idioma, o Astra Vaga. O primeiro single, Lamento, já tá no ar com clipe e tudo, misturando pós-punk, dream pop e um climão nostálgico noventista. Um som urgente, cheio de contraste, feito pra quem vive entre o mundo real, e a vontade de jogar tudo pro alto e viver de arte. E no qual Pedro fala do que vive: “Tenho sentido, com cada vez mais força, que se não tentar agora viver de forma diferente, talvez nunca venha a descobrir o que é realmente viver da arte”, diz.
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