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Lançamentos

Radar: Partido da Classe Perigosa, Dedo de Bruxa, Rachel Reis e outros sons

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Radar: Partido da Classe Perigosa, Dedo de Bruxa, Rachel Reis e outros sons

Música muda vidas – e tem muita gente fazendo música para alertar pessoas sobre os perigos do dia a dia, sobre coisas que a gente nem percebe que estão roendo a gente por dentro. Pelo menos dois grupos do Radar de hoje destacam-se por terem músicas bastante sinceras e diretas, e que vão exatamente nessa linha – e não basta meter o dedo na cara, o som tem que ser ótimo, o que é o caso deles. Com ou sem protesto, as músicas abaixo giram em torno do que move a todos nós: lutas, amores, sonhos. Dá o play e aumenta o volume! (Foto Partido da Classe Perigosa: Yanni Avellar/Divulgação).

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PARTIDO DA CLASSE PERIGOSA, “MONTAGEM DA MAIS VALIA”. Esse grupo carioca é de luta – luta de classes, por sinal. O primeiro álbum do Partido da Classe Perigosa, Práxis, lançado no começo do ano (e em breve neste site) une funk, drum’n bass, krautrock, metal, punk, hardcore, tudo junto e misturado, com letras corrosivas, que reviram e dissecam os horrores do capitalismo e do sistema de cobra comendo cobra. Montagem da mais valia está no EP Devorador, lançado apenas no Bandcamp e gravado para comemorar um ano de banda. A faixa é um funk — proibido para neofascistas e estômagos frágeis — que escancara, entre samples e batidas, como o sistema vai crucificando todo mundo aos poucos, dia após dia.

DEDO DE BRUXA, “ELON MUSK E O FOGUETE”. Direto do Rio de Janeiro, o Dedo de Bruxa soltou seu primeiro EP no ano passado — homônimo, cinco faixas que soam como um grito de urgência: o tempo é agora, as atitudes também. O som vem pesado: um hard rock que transita entre o grunge, o metal e o pós-punk. Elon Musk e o foguete é um grunge-metal-funk colérico e dançante, em que a letra manda o dono da Tesla para o espaço — junto com negacionistas, terraplanistas e a fauna toda do preconceito e da extrema-direita. Com nomes, endereços e a fúria bem direcionada.

RACHEL REIS, “JORGE BEN”. Fãs da antiga fazem questão de chamar Jorge Ben Jor de Jorge Ben – ainda que o veteraníssimo cantor carioca já tenha mudado seu nome artístico desde o fim dos anos 1980. Rachel Reis, baiana de Feira de Santana (BA), lançando o excelente álbum Divina casca, vai literalmente na tradição e homenageia o artista com um samba-rock praieiro, e repleto do imaginário do autor do disco A tábua de esmeralda (1974), com seus toques de esoterismo, balanço malemolente e lirismo que beira o místico. Mas tudo aqui é filtrado por uma estética contemporânea, sem perder a leveza. Um aceno respeitoso e amoroso ao mestre, com os dois pés cravados no agora.

MÁQUINA VOADORA, “A HOSPEDARIA DOS JAMAIS ILUMINADOS”. Duo instrumental formado por Marcelo Garcia (guitarra, baixo, programações) e Enrico Bagnato (bateria, percussões acústicas e eletrônicas), o Máquina Voadora prepara um álbum inspirado no livro Paulicéia desvairada, de Mário de Andrade. Chama-se A grande boca de mil dentes, e vem aí. Enquanto isso, entregam a faixa A hospedaria dos jamais iluminados — título pinçado do poema Religião, do próprio Mário. A música abre alas com jazz, sons afro-latinos e progressivos de texturas finas, evocando os momentos mais contemplativos do Focus.

ORBITAL ENSEMBLE, “DAYDREAMS”. Felipe Sena, músico brasileiro radicado no Canadá, puxa as cortinas de seu novo projeto, o Orbital Ensemble — e o primeiro single, Daydreams, já diz muito. Lançado pelas selos Balaclava (São Paulo) e We Are Busy Bodies (Toronto), a faixa mira alto: mistura jazz, psicodelia, rock e um quê cinematográfico à la Verocai e Khruangbin. O clipe, luminoso, complementa a experiência. O álbum de estreia, Orbital, sai ainda este ano. “Fazer música hoje parece um devaneio — é luta, é resistência”, diz Felipe, mostrando que a criatividade é tarefa diária, e tarefa política.

LOOK INTO THE ABYSS, “EYES ON ME”. Duo curitibano que já soltou um EP em formato live session (e em fita cassete, pelo selo Kerozene Discos), o Look Into The Abyss une grunge, screamo, nu-metal e math rock. Charlie (baixo e voz) e BadVibes (bateria e voz) chegam agora com o single Eyes on me — barulhento, denso, direto — e um álbum em gestação.

SÉRGIO SACRA, “FIQUE COMIGO (COMO SE FOSSE A ÚLTIMA VEZ)”. Depois de lançar o disco Duvide dos astros (2024), Sérgio Sacra retorna com um novo single. Fique comigo (como se fosse a última vez) mistura indie, folk e até um sopro de toada caipira. “É uma canção sobre perdas e sobre o que ainda pode ser salvo”, conta. A inspiração veio de uma história pessoal e de um amigo, marcada por desilusão — mas a intenção é emocionar, sem cair na superfície.

RELVAS, “POR ONDE VOCÊ ANDA?”. Primeiro lançamento de Relvas, a faixa Por onde você anda? junta MPB, rap, trap e o pop de agora para contar a história de um casal que vai se perdendo no tempo. Mas sem perder de vista a reconciliação. “Falo sobre não desistir do que vale a pena”, explica o artista, que assina a música ao lado de Raphael Dieguez e Pedro Duque. É pop com propósito — e coração no centro da cena.

Lançamentos

Radar: Folk Bitch Trio, Stealing Sheep, Mae Martin, Dream Bodies, Lal Tuna, Desu Taem, Power Station

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Radar: Folk Bitch Trio (foto), Stealing Sheep, Mae Martin, Dream Bodies, Lal Tuna, Desu Taem, Power Station

E a fila de lançamentos internacionais que a gente separa para sair no Radar tá cada vez maior – o que significa que muita música legal tem saído aqui com atraso. Tem espaço pra todo mundo (todo mundo que está fazendo música boa, claro!) e vai tudo saindo devagar – com direito a novidades e, às vezes, alguns relançamentos, como é o caso do clipe clássico do Power Station que está voltando ao YouTube. Leia, veja, ouça, passe adiante.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução de capa de disco (Folk Bitch Trio)

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FOLK BITCH TRIO, “CATHODE RAY”. Esse trio australiano gosta de um papo introspectivo e literário. Now would be a good time, primeiro álbum de Heide Peverelle, Jeanie Pilkington e Gracie Sinclair, sai em 25 de julho e já teve três singles lançados: The actor, God’s a different sword e esse Cathode ray, que usa metáforas ligadas à química para falar de amor, sexo e autenticidade. O texto de lançamento do álbum avisa que o grupo curte falar de “devaneios dissociativos e términos irritantes, fantasias sexuais e sobrecarga de mídia, todos os pequenos ressentimentos e pequenas humilhações de estar na casa dos vinte anos na década de 2020”, sempre com uma sonoridade vaporosa e folk.

STEALING SHEEP, “FOUND YOU”. Misturando experimentação musical e psicodelia derretida, esse trio de Liverpool diz estar mais interessado em movimentos de guerrilha do que apenas em música. “Pense em festas de escuta nas ruas, passeios de bicicleta, grupos de corrida noturna e competições de dança — trata-se de viver artisticamente e fazer de cada momento uma celebração”, contam Emily Lansley, Luciana Mercer e Rebecca Hawley, que lançam o novo álbum, GLO (Girl life online) em 25 de setembro. Found you é eletrônica e percussiva a ponto de lembrar pop novaiorquino independente, e não rock feito na terra dos Beatles – mas tem a inovação e a criatividade do rock britânico no DNA.

MAE MARTIN, “TRY ME”. Indie rock, letras confessionais e referências que vão do emo ao folk marcam o álbum de Mae, I’m a TV – que é sua estreia no universo da música, já que seu trabalho de atuação e roteiro (especialmente em comédia, em séries como Feel good, popular no Reino Unido) é mais conhecido. “É como se estivesse aprendendo um novo idioma. Mas as músicas que escrevi e às quais tenho mais apego são aquelas que fluíram de mim e tinham algo específico a dizer, ou um sentimento específico a capturar”, disse Mae, num papo com a revista Exclaim!  E Try me, uma das melhores faixas da estreia, tem cara simultaneamente soft rock e pós-punk, com beleza e clima levemente lo-fi nas guitarras do início. Um universo assustador e tóxico surge na letra, e é revisto de forma construtiva. “Me experimente / já estive lá tantas vezes”.

DREAM BODIES, “DON’T LOOK BACK”. A bateria eletrônica do começo dessa faixa vai te levar direto para os anos 1980 – lembra-se daquelas viradas de drum machine que surgiam até em gravações de música brasileira lá por 1984? Só que o Dream Bodies invade a área da darkwave com um clima diferente, bem mais próximo de um synthpop que se orgulha das próprias raízes. A lista de referências do projeto, criado por um músico norte-americano chamado Steven Fleet (que toca quase todos os instrumentos na faixa), é grande: “Clan of Xymox, the Glove, the Cure, New Order, Joy Division, Drab Majesty, Cocteau Twins, the Chameleons UK…”, enumera.

LAL TUNA, “TELEVISION FOREVER”. A artista turca Lal Tuna saiu de Istambul aos 18, dizendo-se sufocada num país em que os artistas se autocensuravam. Hoje vive em Bordeaux, França, e faz um trabalho autoral que mistura música, vídeo, colagem, poesia. Television forever, seu primeiro single, é sombrio, delicado e direto: fala do trauma de uma sobrevivente de abuso sexual que não consegue mais sair da cama – restando apenas a TV como janela para o mundo, daí o “televisão para sempre”. O clipe, feito ao lado Hugo Carmouze, é cru, bonito, tem clima de videoarte – e muda de tom quando o som cresce.

DESU TAEM, “THE BOOT IN THE ASS I’VE BEEN LONGING FOR”. Essa curiosíssima banda dos Estados Unidos – formada por um pai e um filho – lança discos na base do “você bobeou, nós lançamos um álbum duplo” (falamos deles aqui e aqui). 1/Infinity é o quarto (!) álbum lançado só em 2025, e mostra o grupo bandeando-se de vez para o lado do punk-metal (no estilo de bandas como Backyard Babies).

O destaque de 1/Infinity é essa música que fala sobre uma figurinha bem estranha que, certo dia, acorda com “um tijolo na cabeça” e achando que a cidade é uma selva, e há uma sombra à espreita em cada canto.

POWER STATION, “SHE CAN ROCK IT”. Lembra deles? O supergrupo formado nos anos 1980 por Robert Palmer (voz), Tony Thompson (bateria, Chic), John Taylor (baixo, Duran Duran) e Andy Taylor (guitarra, Duran Duran) gravou um disco epônimo em 1985 e em 1996 retornou com formação mudada – John saiu para fazer rehab e deu lugar a um pequeno rodízio de baixistas que incluiu Bernard Edwards (Chic) e Guy Pratt.

Living in fear, segundo álbum do Power Station (1996, cujo baixo foi creditado a John mas gravado por Bernard), destacou essa pérola meio hard rock, meio glam, cujo clipe retorna ao YouTube em HD, com som e imagem melhorados. Para o vídeo, o Power Station foi um trio, já que Bernard havia morrido em abril daquele ano. Vale para curtir o som e para matar saudades não apenas da banda, mas também de Palmer, morto em 2003.

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Crítica

Ouvimos: Pulp – “More”

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Ouvimos: Pulp, "More"

RESENHA: Se o Pop Fantasma desse nota 20 para um álbum, seria para More, retorno elegante do Pulp, com Jarvis Cocker inspirado e um disco cheio de estilo, classe e surpresas.

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O Pop Fantasma só dá notas de 5 a 10 pros discos, indo de ruim (mas audível e checável) a transcendental. Discos que mereceriam nota de 0 a 4, honestamente, são ouvidos apenas até a faixa 4, se tanto – e dispensados. Pois bem, se houvesse uma nota 20 por aqui, seria dada ao retorno do Pulp: More não é apenas um disco, é um sonho que David Bowie, Bryan Ferry, Serge Gainsbourg, Scott Walker, Leonard Cohen e Ian Curtis tiveram, e que motivou uma conversa entre os seis.

Jarvis Cocker, líder do Pulp, é uma daquelas figuras que motivam qualquer jornalista a escrever mais sobre ele do que sobre sua banda – sua póetica o torna quase um personagem de filme. Essa figuraça do rock dos anos 1990, que alcançou o sucesso tardiamente (o Pulp surgiu em 1978 e só estourou quase 15 anos depois), às vezes soa como uma versão irônica de Bryan Ferry à frente do Roxy Music. Ou como uma versão britpop do Marcelo, aquele personagem amoral e despudorado que apareceu em quase todos os filmes de Walter Hugo Khouri. Nas letras do Pulp, Cocker surge disposto a observar de forma inusitada temas como amor, sexo, envelhecimento, vida íntima, luta de classes e particularidades em geral.

More é um disco elegante, cheio de cordas, com emanações do glam rock, do chamber pop, do pop francês (em especial) e da esquina entre disco music e pós-punk – Slow jam, por exemplo, tem algo de Sister Midnight (David Bowie e Iggy Pop) e lembra os passeios da dupla pelos estúdios da França e de Berlim. O tom de faixas como Spike island e da valsa rock Farmers market, duas canções que criam a sensação de paraíso na mente, serve para trazer à memória que no Roxy Music, durante vários anos, tocaram vários artistas de rock progressivo – gente muito eficiente em criar climas.

A sonoridade de More aponta também para glam rock + easy listening (em Tina e Grown ups), sons entre o country e a música dos girl groups sessentistas (A sunrise), rock lunar e belo (Partial eclipse, cuja beleza mostra como o Coldplay reduziu o rock britânico a uma empulhação e a um mínimo reconhecível como experiência musical), mais sons elegantes e dançantes (Got to have love e o trip hop enrockado de My sex) e algo próximo de Heroin, do Velvet Underground, só que com magia e estilo (Background noise).

  • O comecinho do Roxy Music no nosso podcast
  • Relembrando: Iggy Pop – New values (1979)
  • Quem é quem (e o que é o que) na ficha técnica de Ziggy Stardust, de David Bowie

Quanto às letras… Jarvis fala de amor platônico em Tina – o narrador se apaixona por uma menina que viu no trem e imagina com ela desde casamento até sexo em lugares inusitados (“transando em uma loja de caridade / em cima de sacos de lixo pretos / cheio de doações”). Grown ups faz comentários quase automáticos sobre os lados ruins e bons de crescer e envelhecer, quase sempre pela ótica do “vai ser sempre a mesma coisa?”. Got to have love, próxima do soul britânico, prega verdades como “sem amor / você só está se masturbando dentro de outra pessoa” e que “quando o amor desaparece/ a vida desaparece”.

My sex, por sua vez, causa estranheza: você não entende se Jarvis está falando de um ser agênero, ou de um tipo de ato sexual que é próprio de alguém, ou de um sexo que abarca tudo – todas as preferências, gêneros, estilos, o que aparecer. Esse clima bizarro, que gera fichas que caem às vezes vários anos depois, é a cara do Pulp, eternamente condenado a ser aquela banda do britpop que muita gente não vai gostar da primeira vez que ouvir – não tem a zoeira intelectual do Blur, o clima rocker do Oasis, por exemplo. Até que um dia você e o Pulp se esbarram, como um futuro casal que se conhece numa batida de carrinho no supermercado. Pode acontecer com More.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 10
Gravadora: Rough Trade
Lançamento: 6 de junho de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Marya Bravo – “Eterno talvez”

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Ouvimos: Marya Bravo, "Eterno talvez"

RESENHA: Marya Bravo imprime muita força em Eterno talvez: trip hop, jazz, psicodelia e sombras se misturam num disco belo, estranho e cheio de camadas.

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“Qual de vocês consegue sustentar uma nota alta?”, perguntou Paul McCartney em 1967, diante de um grupo de fãs dos Beatles no portão da gravadora EMI. Lizzie Bravo, então adolescente brasileira, estava lá, e se candidatou. Entrou no estúdio e eternizou sua voz no coral da faixa Across the universe, dos quatro de Liverpool.

Eterno talvez, novo álbum da filha Marya Bravo (cujo pai é o cantor, compositor e multi-homem Zé Rodrix), herda esse sopro de história. E transporta tudo para vocais extensos e performáticos, músicas introspectivas, climas sombrios, e para uma sonoridade que une trip hop, jazz, pós-punk e psicodelia em doses quase iguais. Pouca coisa no álbum não dá sensação de estar à deriva, ou em busca de algo no meio de uma praia deserta.

É o que acontece na faixa-título, em (olha aí!) À deriva, na contemplativa Braços abrigo e na visual Tudo por acaso – esta, lembrando a vibe setentista de Joni Mitchell, mas sob outros aspectos musicais. Avisei, por sua vez, une peso e leveza em doses iguais – é um som ligeiramente orquestral, mas com batida quase industrial no começo. Já Quem é que vai? inicia nas sombras, com programações e guitarra fazendo ruído. Uma das faixas mais experimentais e eletrônicas do disco, mas com clima quase pop.

  • Ouvimos: Maria Beraldo – Colinho
  • Ouvimos: Catto – Caminhos selvagens
  • Ouvimos: Flaira Ferro – Afeto radical
  • Ouvimos: Jadsa – Big buraco

Existe algo de tropicalista sendo insinuado em faixas como Loucura confirmando e Ai quem dera. Poderiam ser canções gravadas por Gal Costa ou até por Marisa Monte, mas o design musical é bem mais perturbador – no caso da segunda, ela é uma balada-blues soturna, com um clima derretido e psicodélico, que surge também no blues texturizado Rainha do nada, e paira sobre muita coisa do álbum.

Além do material totalmente autoral (feito ao lado de Nobru e Dony Von), Marya também resgata em Eterno talvez uma inédita do pai – a insone Faca no peito, trip hop imagético em que parece que vai acontecer algo a qualquer momento, e no qual dá pra enxergar as entidades “bem” e “mal” tão misturadas quanto arroz e feijão. No final, a eletrônica Vai acontecer é um pop barroco, ou uma canção de ninar às avessas, em clima de Air e Massive Attack.

Nome: Ricardo Schott.

Nota: 9
Gravadora: Independente
Lançamento: 21 de maio de 2025.

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