Notícias
The Baggios lança clipe novo, “Deixa raiar”
O quinto disco da banda The Baggios, Tupã-Rá, sai em outubro pelo selo Toca Discos. A banda vem lançando alguns singles antes do álbum chegar às plataformas. O clipe do single mais recente, Deixa raiar, você conhece agora com exclusividade no POP FANTASMA. A música traz novidades para a história da banda vinda de São Cristóvão (SE): o trio de Julio Andrade (voz, guitarra), Rafael Ramos (baixo, teclados) e Gabriel Perninha (bateria) retorna em clima de afrobeat na nova faixa.
O disco que está chegando, diz Julio Andrade, é mais “pra frente, mais dançante, mais extrovertido, menos introspectivo, como foi o Vulcão (álbum mais recente, de 2018)“, conta. Tupã-Rá é o terceiro movimento de uma trilogia que abriu no peso de Brutown (2016) e passou pela introspecção do anterior. O “personagem” do disco novo, após a reflexão de Vulcão, é um ser mais evoluído, mais preparado para o mundo.
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“O disco é mais solar, o elemento luz, sol, já está representado no próprio título disco, Tupã-Rá. Rá é o deus do sol, na cultura egípcia. Tupã é o deus do trovão, o deus maior para algumas tribos. Isso traz uma onda, o trovão traz um impacto muito forte que assusta, o sol traz a sensação de plenitude, de um dia mais tranquilo, alegre, feliz. Dizem que depois de uma tempestade vem um dia de sol, e o título tem a ver com essa dualidade, do ser humano ser dual, viver em conflito consigo mesmo”, conta Julio, adiantando que vem por aí um álbum com mais elementos do sertão e da música africana. “Tem duas ou três músicas na linha do afrobeat, umas outras com mais elementos de percussão. E coisa de baião misturado com rock e blues”, completa.
E falando do clipe, ele tem direção de Julio, que já vem trabalhando com vídeo há algum tempo. “Eu já venho de alguma maneira atuando nisso (de dirigir), mas só fui descobrir que estava dirigindo depois. Como editor e criador de conteúdo em vídeo eu já atuo desde o início da banda, 2004, 2005. Nos últimos anos pude assumir mais isso, dirigir, criar roteiro, editar”, conta o guitarrista.
“Acho que é uma vertente natural para mim porque as músicas que eu vou compondo já vêm com algumas imagens, alguma sensibilidade imagética”, conta o músico, que procurou explorar imagens que representem esperança e pureza, incluindo a figura de um enorme coração (a ideia é representar a sensibilidade nesse momento peculiar do mundo). O clima do vídeo, assim como o da faixa, é bem afrobeat.
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“Lembrei das estampas de roupas africanas, com os contrastes de cores, e também me lembrei de artes gráficas, que mistura tons mais vivos e monocromáticos, uma brincadeira com a psicodelia, que influencia diretamente o The Baggios”, conta.
Recentemente Julio lançou seu primeiro disco solo, o excelente Ikê maré (que já apareceu aqui no POP FANTASMA). Para o lançamento, adotou o apelido Julico como nome artístico. “Me trouxe muito conhecimento técnico, gravei tudo em casa, com equipamento limitado. Experimentei muita coisa, tirei o som que eu queria de guitarra, baixo, voz. Fiquei mais seguro de poder assumir a produção do disco, uma nova forma de construir as músicas. Venho construindo músicas nos últimos três anos em cima de beats, de grooves, de afoxé, afrobeat, de coisas mais populares. Às vezes vira outra coisa. São infinitas as possibilidades”, conta ele, dizendo que tem outras dezenas de músicas na fila e que já está pensando num segundo disco solo.
“É para o segundo semestre de 2022. Graças a Jah a fonte está bem fluida, e a música tem salvado bastante, na parte de se ocupar, de criar, exorcizar essas angústias do mundo”, completa.
Fotos: Marcelinho Hora (1), frames do clipe (2, 3 e 4)
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Lançamentos
Wina: versão maximizada de “Screaming” com participação do The Mönic
Unplugged nada. A cantora DJ e produtora paulistana Wina (que participou do The Voice em 2011 e é hoje jurada do programa Canta Comigo) curte mesmo é o overplugged – que, diz ela, é o ato de maximizar uma produção. No caso de seu novo single, Screaming, isso significa inserir o máximo de ruídos e guitarras altas numa faixa, sempre transitando entre o metal e o eletrônico.
Screaming, que já ganhou um visualizer 3D assinado por Johnny D’Avila, já havia sido lançada e rendeu um milhão de streams para a artista. E volta agora numa parceria de Wina com a banda The Monic. “Quando ouvi a master final sabia que faltava algo e imediatamente pensei na energia da The Mönic e nos gritos da Dani Buarque. A energia e a mensagem que passam é exatamente o que essa nova versão da música precisava”, comenta Wina. “A faixa é um grito interno de uma mulher que está deixando todas as suas sombras e âncoras para trás, determinada a engolir o mundo. Mundo esse que não para, que implode em piloto automático. Essa música foi inspirada por todos que me motivaram, mas também por todos que me fizeram mais forte e menos inocente”.
O overplugged vai ser o fio condutor do próximo EP de Wina, com produção musical de Niko Kamada e Leticia Meyer. No disco, Wina vai reler dessa forma cinco canções que fazem parte de sua discografia. Uma delas já chegou ao público e é Damage. Wina começou a lançar músicas autorais em 2019, e lançou a versão inicial de Screaming em 2020.
Foto: Alan Silva/Divulgação
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Lançamentos
Emilio Lanza: pop acústico em inglês com cara britânica, feito na Itália
Emilio Lanza é italiano de Nápoles, mas faz música pop como se morasse na Inglaterra e seguisse as leis do pop pós-britpop – aquele som acústico, voltado para canções românticas, e com um ou outro clima grandiloquente nas composições. Just say something, seu single mais recente, fala sobre um contato com uma ex-namorada, que passou a dar telefonemas após o fim do relacionamento – telefonemas durante os quais ela não dizia uma palavra sequer e ficava tudo em silêncio.
Uma música que faz sentido diante do repertório de Emilio, um sujeito que se diz dedicado a “melodias felizes e reflexões destemidas sobre as complexidades do coração partido e da perda” – e que, opa, tem uma certa ligação com ninguém menos que Ed Sheeran, que chegou a compartilhar nas redes sociais uma cover que Emilio havia feito de uma canção sua. – vale citar: o som de Lanza é pop para quem curte música acústica e romântica, e o tipo de som que estaria numa trilha de novela das 21h. E ele diz que “minhas músicas geralmente mergulham em emoções cruas – desgosto e perda desempenharam um papel importante na determinação da minha identidade como cantor e compositor. Mas acredito em transformar esses sentimentos em belas melodias, oferecendo aos ouvintes uma sensação de esperança em meio ao caos”.
A carreira de Emilio como cantor autoral começou em 2015. Antes ele fazia covers de artistas como James Bay, Adam Rafferty e o próprio Ed Sheeran em seu canal no YouTube. Segundo o próprio Emilio, a mudança em sua carreira surgiu quando ele passou a ter aulas de violão acústico fingerstyle com Adam Rafferty e passou, graças a isso, a conseguir compartilhar suas próprias canções online. Em fevereiro de 2024 já havia saído um outro single dele, Honestly (Offshore).
O som de Emilio tá aí.
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Crítica
Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em novembro
Demoramos um pouco, mas tá no ar a listinha dos melhores discos de 2024 que ouvimos em novembro. Estamos fazendo uma lista mensal desde julho (essa é a de julho, essa a de agosto, essa a de setembro, essa a de outubro, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024). A nota 10 foi para uma novidade (a banda ruidosa Julie), para um veterano da mistura de hip hop com rock (Planet Hemp, em disco ao vivo) e para um cara que já tem certa estrada no hip hop e na construção de paisagens sonoras e histórias de arrepiar (Tyler The Creator). Leia tudo, ouça tudo, repasse.
TURMA DA NOTA 8
Abril Belga, Metrô hi-fi
Alvaro Lancellotti, Arruda, alfazema e guiné
Anastasia Coope, Darning woman
Bodega, Brand on the run
Dora Morelenbaum, Pique
Duda Fortuna, Dual
Friedberg, Hardcore workout queen
Katie Gavin, What a relief
Linkin Park, From zero
Madre, Vazio obsceno
Maria Beraldo, Colinho
Molchat Doma, Belaya polosa
Quito Ribeiro, Umguerrê
S.E.I.S.M.I.C, S.E.I.S.M.I.C.
Suki Waterhouse, Memoir of a sparklemuffin
Tamar Berk, Good times for a change
Tássia Reis, Topo da minha cabeça
TURMA DA NOTA 8,5
Cloud Nothings, Here and nowhere else (10th anniversary)
Dani Bessa, Hiperdrama
Dolores Forever, It’s nothing
Hayden Thorpe, Ness
Man/Woman/Chainsaw, Eazy peazy (EP)
Porridge Radio, Clouds in the sky they will always be there for me
Primal Scream, Come ahead
Sue, Quando vc volta?
TURMA DA NOTA 9
Batata Boy, MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)
Dale Crover, Glossolalia
The Cure, Songs of a lost world
George Harrison, Living in the material world – 50th anniversary edition
The Hard Quartet, The Hard Quartet
Kim Deal, Nobody loves you more
Jerry Cantrell, I want blood
Laura Marling, Patterns in repeat
Leon Bridges, Leon
Luiz Amargo, Amor de mula
Michelle, Songs about you specifically
Oruã, Passe
Peter Perrett, The cleansing
Tess Parks, Pomegranate
Zé Manoel, Coral
TURMA DA NOTA 10!
Julie, My anti-aircraft friend
Planet Hemp, Baseado em fatos reais: 30 anos de fumaça
Tyler The Creator, Chromakopia
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