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Artes

As capas de discos de Andy Warhol nos anos 1950

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As capas de discos de Andy Warhol: além do Velvet Underground e dos Rolling Stones

Andy Warhol, o cara que criou a capa de Velvet Underground & Nico (1967), estreia do Velvet Underground. E a de Sticky fingers, dos Rolling Stones (1971). Ou a de Black and blue (1978), disco ao vivo dos Stones. E de uma porrada de discos de jazz, clássicos e variedades dos anos 1950 e 1960. O artista multimídia morto em 1987 já tinha, como capista, uma assinatura reconhecível à distância. E isso bem antes de fazer suas obras mais conhecidas. Olha só esses exemplos aí de capas de discos de Andy Warhol.

E – detalhe – Andy Warhol já tinha uma fruta em sua vida, muito antes da banana da capa do disco do Velvet Underground. E já tinha sido apresentado à heroína anos antes de Lou Reed. Veja tudo isso nas capas abaixo.

As capas de discos de Andy Warhol

VLADIMIR HOROWITZ – “PIANO MUSIC OF MENDELSSOHN AND LISZT” (RCA, 1951). Nesse período, Warhol aplicou seu estilo – que soava artístico e rascunhado quase simultaneamente – a inúmeros discos de jazz e clássicos da RCA e de etiquetas como Prestige.

As capas de discos de Andy Warhol

ORQUESTRA SINFÔNICA NBC/ARTURO TOSCANINI – “WILLIAM TELL OVERTURE – GIOACHINO ROSSINI” (RCA, 1953). E não é que já havia uma fruta na vida de Warhol antes da banana da capa de The Velvet Underground & Nico? A maçã com a flecha representa as habilidades de arqueiro de Guilherme Tell. Uma das mais bacanas capas de discos de Andy Warhol.

As capas de discos de Andy Warhol

CARLOS CHAVES – “A PROGRAM OF MEXICAN MUSIC” (Columbia, 1949). Lançado originalmente em 1940 num set de quatro discos de 78 rpm, esse álbum ganhou uma capa de Warhol numa edição em LP, nove anos mais tarde. Essa capa saiu com duas versões diferentes nos EUA, variando apenas as cores e mantendo a arte de Warhol. No México, o disco ganhou uma outra capa, com uma foto e sem nada feito por Andy.

As capas de discos de Andy Warhol

COUNT BASIE – “COUNT BASIE” (RCA, 1955). O estilo de Warhol nessa capa ficou popular a ponto de ser imitado até em lançamentos da RCA brasileira, com um logotipo do lado e um desenho baseado numa foto, quase sangrando no LP. No original, era um álbum triplo, com três EPs de 45 rpm. Na Europa, saiu tudo separado.

As capas de discos de Andy Warhol
THELONIOUS MONK – “MONK” (Prestige, 1956). Trabalho em trio: Warhol operou ao lado do designer da Prestige, Reid Miles, que depois trabalharia na Blue Note. E a mãe de Andy, Julia Warhola, desenhou a caligrafia da esquerda, na capa.
As capas de discos de Andy Warhol

JAY JAY JOHNSON, KAI WINDING, BENNY GREEN – “TROMBONE BY THREE” (Prestige, 1956). Durante um tempo, existiu um formato alternativo de LP em 16 rpm, com mais tempo de duração de cada lado. Trombone by three foi reeditado no formato e ganhou essa capa alternativa feita por Warhol e Reid Miles.

As capas de discos de Andy Warhol

“VOL 2” – KENNY BURRELL (Blue Note, 1957). Vendo essa capa aí, que Warhol fez para o segundo disco de Burrell, dá até pra lembrar um pouco das ilustrações de Cesar Vilela para o selo Elenco. Como a do disco Baden Powell à vontade, de 1963. Essa foi igualmente parceria com Reid e foi a primeira ilustração de Andy para o selo.

As capas de discos de Andy Warhol
“BLUE LIGHTS VOL 1 AND 2” – KENNY BURRELL (Blue Note, 1958). Nos dois volumes, a mesma ilustração de Warhol, variando apenas a cor. Esse desenho aparece na capa do catálogo Andy Warhol – 1950s drawings, editado por Daniel Blau para o Louisiana Museum. E que inclui algumas capas de discos de Andy Warhol.
As capas de discos de Andy Warhol

JOHNNY GRIFFIN – “THE CONGREGATION” (Blue Note, 1958). Com o tempo, e com as reedições, as cores da camisa florida de Griffin na capa foram ficando bem menos nítidas e vivas.

As capas de discos de Andy Warhol

MOONDOG – “THE STORY OF MOONDOG” (Prestige, 1957). Louis Thomas Hardin, o popular Moondog (1916-1999), era músico de jazz, compositor, poeta, escritor e inventor de instrumentos. Cego desde os 17 mas bastante independente, Moondog andava por Nova York, para onde se mudou nos anos 1940, com um chapéu de viking. E era conhecido como “o viking da Sexta Avenida”, já que era por lá que ele costumava circular. Seu quarto disco tinha crédito como capista para Andy. Mas o termo “capas de discos de Andy Warhol” é só genérico aqui. Quase toda a arte era ocupada pela caligrafia da mãe Julia.

As capas de discos de Andy Warhol

TENNESSEE WILLIAMS – “READING FROM THE GLASS MENAGERIE, THE YELLOW BOOK E AND FIVE POEMS” (Caedmon, 1960). Mais uma parceria entre Andy Warhol e sua mãe. A gravadora Caedmon era especializada em discos de leitura de textos e poemas. O álbum do dramaturgo Tennessee Williams, autor de peças como Um bonde chamado desejo, saiu originalmente em 1953. E só ganhou capa feita pela dupla Warhol/Warhola em 1960.

As capas de discos de Andy Warhol

CBS RADIO SERIES BROADCAST – “THE NATION’S NIGHTMARE” (Columbia Special Products, 1952). A heroína já fazia parte da vida de Warhol 15 anos antes de ele fazer a capa do LP que tinha Heroin, de Lou Reed. Um de seus trabalhos nos anos 1950 foi fazer a capa desse disco, que trazia um radiodocumentário da emissora CBS sobre o flagelo das drogas injetáveis. Como você já viu aqui mesmo no POP FANTASMA, era comum há muuuuuito tempo as gravadoras fazerem discos falados. Às vezes até com audiodocumentários e gravações de rádio.

As capas de discos de Andy Warhol
THE JOE NEWMAN OCTET – “I’M STILL SWINGING” (RCA, 1956). EP duplo, relançado depois como LP simples, e com variações das cores das letras. Warhol fez apenas o desenho e o autor do lay-out não está creditado.

Mais sobre Andy Warhol no POP FANTASMA aqui.
Mais sobre as capas de discos de Andy Warhol aqui.
Via Voices Of East Anglia e Vinyl Factory.

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

Frank Kozik, um dos mais criativos artistas gráficos e criadores de capas de discos dos últimos 30 anos, morreu no sábado, de causas não-reveladas, aos 61 anos, na Califórnia. Nascido na Espanha e radicado nos Estados Unidos, filho de norte-americano e espanhola, Kozik fez artes para bandas como Queens Of The Stone Age (o primeiro disco, de 1998, epônimo), Melvins (Houdini), Offspring (Americana), e ainda criou pôsteres de turnê para Nirvana, Sonic Youth, White Stripes, Butthole Surfers e outros grupos.

“Frank era um homem maior do que ele mesmo, um ícone em cada gênero em que trabalhou”, diz uma declaração compartilhada pela esposa de Kozik, Sharon. “Ele mudou drasticamente a indústria da qual fazia parte. Ele era uma força criativa da natureza. Estamos muito além de sortudos e honrados por fazer parte de sua jornada, e ele fará falta além do que as palavras poderiam expressar”. Ele costumava atribuir muito do seu trabalho artístico ao fato de ter “um senso de humor sombrio” e a ter crescido no meio do punk rock.

Kozik começou a fazer pôsteres enquanto morava em Austin, Texas, no início dos anos 1980 e chegou a trabalhar com publicidade antes das capas de discos, Também foi dono de uma gravadora, a Man’s Ruin Records, e foi diretor criativo da Kidrobot, a empresa de brinquedos artísticos de edição limitada. Dirigiu também um clipe do Soundgarden, Pretty noose.

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E se a capa “da raquete” do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

Se você ouviu o episódio mais recente do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre o Led Zeppelin no ano de 1972 (não ouviu? tá aqui), deve lembrar que em 1972, o grupo estava elaborando o disco Houses of the holy, que acabou sendo lançado só um ano depois. E que antes daquela capa com as crianças ficar pronta, Storm Thorgerson, da empresa Hipgnosis, havia sugerido a eles uma capa “com uma quadra de tênis verde e uma raquete” – que Jimmy Page odiou.

Aparentemente essa capa rejeitada (rejeitadíssima, Page ficou p… da vida com a sugestão e mandou o designer sumir da frente dele) nunca tinha sido desenhada. Pelo menos até agora. A Aline Haluch, que faz as artes do Pop Fantasma Documento e do Acervo Pop Fantasma, fez três versões da ideia original de Storm para Houses of the holy. Mais do que uma brincadeira com a história, fica aqui como homenagem a esse designer morto em 2013, e que revolucionou as capas de discos.

“A ideia foi fazer aquelas brincadeiras das capas do Pink Floyd, como a do cara cheio de lâmpadas no disco ao vivo A momentary lapse of reason (de 1988, feita pelo mesmo Storm Thorgerson). Quis brincar com as sobreposições das redes, mas são redes de aço, aquelas de cadeia. Um pouco como se fosse um condomínio, já que tênis é um jogo da elite, cercada de proteção”, conta. “Na segunda capa, a própria raquete é de grama. E na terceira, tem um céu, meio que para brincar com a paisagem da capa do disco Atom heart mother, também do Pink Floyd (1970, com capa também de Storm)“.

A que a gente mais gostou (a do céu), ganhou a faixinha branca com o nome do disco e da banda, que vinha envolvendo a capa do LP original. 🙂

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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Aquela vez em que Elifas Andreato começou a fazer capas de discos

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“Em 2009, os jornalistas Marcos Lauro e Peu Araújo entrevistaram o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbnail da rede mundial. Players como Spotify já existiam, mas ainda não eram populares como hoje. A matéria nunca saiu, isso acontece. Mas um trecho do material guardado está aqui em homenagem a Elifas Andreato, que nos deixou no dia 29 de março aos 76 anos. Vida eterna ao artista e sua imensa obra”.

Logo depois que Elifas morreu, o radialista, jornalista e podcaster Marcos Lauro subiu no YouTube esse bate-papo dele e de Peu com o capista. A conversa é curtinha mas cheia de detalhes a respeito de como Elifas entrou no mundo das capas de discos – ele trabalhava na editora Abril Cultural em 1970 e acabou fazendo as capas da série História da Música Popular Brasileira, com discos vendidos em bancas de jornal. O trabalho gráfico foi considerado inovador para a época, “e a ideia era interpretar cada personagem de uma maneira”, conta. Foi a partir daí que Elifas conheceu vários artistas e se envolveu com o trabalho nas capas de discos. Partiu direto para a produção de uma capa de Paulinho da Viola – a do disco Foi um rio que passou em minha vida, em 1970, mas ainda apenas usando uma foto do cantor, sem desenhos.

Confira o bate-papo aí.

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