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Urgente!: Tem gente famosa p* da vida com o line-up de Glastonbury

Escalações de festivais são assuntos polêmicos por si só. Afinal tem gente até hoje indignada com o Rock In Rio 2, de 1991, que escalou nomes como Debbie Gibson e Roupa Nova. E o que não falta é roqueiro reclamando que o evento “não é mais de rock”. E enfim, pelo menos dois nomes famosos já demonstraram descontentamento com a escalação da edição 2025 do festival de Glastonbury, que foi divulgada no começo do mês. Se você não viu, os nomes divulgados até agora são esses aí da foto de cima.
Lily Allen, uma das que estranharam a seleção, foi mais comedida e disse apenas que ficou “surpresa” de não ver Charli XCX entre as atrações principais. A cantora do álbum Brat vai cantar no segundo dia do festival (sábado) no Other Stage. Apesar do nome dela aparecer com destaque no pôster do evento, ela aparece com menos destaque que o de Neil Young & The Chrome Hearts (estrelona do dia) e que o de Olivia Rodrigo (headliner de domingo, no Palco Pyramid).
Lily disse que Olivia vai arrasar no show mas… “Charli XCX não ser a atração principal foi uma surpresa, só pela quantidade de material que ela tem e por quanto tempo ela está por aí. E ela é inglesa, e ela teve seu momento foda. Não entendo por que isso não aconteceu”, contou.
Já Azealia Banks, por sua vez, meteu o pau na escalação e postou no Xwitter que o festival “está maluco”. “Em que mundo o The 1975 é mais cotado do que Franz Ferdinand e The Libertines na Inglaterra? Em que mundo Charli XCX é mais cotado que Deftones, e mais cotado que Pink Pantheress? No Reino Unido?”, escreveu.
In what world are the 1975 billed higher than Franz Ferdinand & The libertines in England? In what world is charli xcx billed higher than the Deftones?? billed higher than Pink Pantheress? In the UK???? Where is FLO? WHY WOULD THEY BOOK THE KAISER CHIEFS AND NOT BOOK *KEANE* or… https://t.co/XKli7okIVC
— Azealia Banks (@azealiaslacewig) March 15, 2025
Não foi só isso: “Cadê o Flo? Por que eles contratariam o Kaiser Chiefs e não Keane ou Kenna? Sem Maximo Park? Sem Skunk Anasie?? Onde está Central Cee? Poundz, J.B2 e Russ Millions e eles? Sem Honey Dijon? Sem Shygirl? Quem ainda está contratando TV On The Radio sem Dave Sitek a tiracolo? Ainda estamos nessa coisa de Shaboozy? Sem Basement Jaxx? Scissor Sisters em 2025? O que vocês fizeram com Jamie Cullum? Sinto falta dele. Vocês podem trazer Dido de volta? Sinto falta dela também. E Mika, sinto falta dele também”.
Sobrou até para um veteraníssimo do rock. “Rod Stewart???? Por que não trazer Morrissey e Jonny Marr para a reunião dos Smiths? Glastonbury está meio acabado”, vociferou, provavelmente esquecendo de que é mais fácil mandar um zap para Jesus Cristo do que contar com a reunião desses dois aí.
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Lançamentos
Radar: The Guilteens, Janeiro Industrial, Belcebot, Mateus Capelo e mais sons do Groover

O Pop Fantasma agora também tá no Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins. Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova! (na foto, os Guilteens).
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THE GUILTEENS, “FURTHER DOWN THE CHANNEL”. Diretamente da Irlanda, The Guilteens sabe como criar atmosferas inquietantes. Further down the channel é um mergulho na psicodelia de terror, com guitarras de timbres mórbidos, um groove que oscila entre o rock e o jazz e uma aura sombria que permeia toda a faixa. O videoclipe amplifica essa sensação, contrastando cores estouradas com sombras quase absolutas, resultando em uma experiência visual hipnótica e perturbadora.
JANEIRO INDUSTRIAL, “SOROCABA, 2021”. Essa banda tem sonoridade emo-hardcore, vocais angustiados, guitarras pesadas e letras que falam sobre saúde mental e estados psicológicos em geral (“em formato de diário, exorcizando demônios na tentativa de suavizar momentos de batalhas internas”, revela o compositor e vocalista Murillo Fogaça). O Janeiro Industrial lançou em 2024 o EP de estreia Alteridade, no qual fala intensamente sobre amor e dores, como nessa faixa.
BELCEBOT, “CRIA OJOS… (BRENDA)”. O som dessa banda mexicana pode ser bandeirado tranquilamente como stoner rock – afinal, é pesado, lento e com vibe psicodélica e meio assustadora, com direito a um demoninho olhudo como símbolo. As definições usadas por eles para resumir o som vão de “sombrio” a “melancólico”. Para quem curte som pesado e clima trevoso.
MATEUS CAPELO, “SOBRE O TEMPO”. Radicado em Porto Alegre (RS), Mateus gravou a delicada Sobre o tempo em seu estúdio particular, valorizando uma sonoridade que lembra o synthpop oitentista e, simultaneamente, o indie pop feito hoje em dia, usando “a chuva como metáfora para falar sobre mudanças e amadurecimento”, conta. Além de músico, Mateus trabalha com cinema, fotografia e artes visuais, e já participou de festivais como MixBrasil, Recifest e DIGO.
DEAD AIR NETWORK, “CARCASS QUEEN”. “Junte-se à gente para redefinir o punk rock para uma nova geração”, afirma essa corajosa banda dos Estados Unidos. A cara de pau vale a pena: Carcass Queen, single deles, é uma música pulsante e energética, do tipo que vale ouvir diversas vezes. Uma música que, afirma a banda, “captura a complexidade do desejo, e um hino para os perdidos em memórias apaixonadas”.
BARUQUI, “QUASE”. Uma das faixas de Praia de Dois Rios, primeiro álbum desse carioca, a sensível Quase surgiu da boa e velha de tradição do papo de bar sobre filosofia e coisas da vida. “Um amigo defendia que existe um momento no qual a felicidade atinge seu máximo, e isso é uma fração de segundo antes de se conseguir algo que deseja muito”, conta ele. O som é puramente pop nacional adulto, remetendo também à MPB dos anos 1990/2000.
SINPLUS, “UNNATURAL DISASTER”. “Sem firulas, sem truques, só uma explosão elétrica e crua de rock alternativo de garagem”, promete essa banda suíça, que já passou até pelo festival Eurovisão, representando seu país, além de participar de vários festivais. O som novo é pós-punk-metal tribal, com vocais falados e ambientação sombria, como rola na música nova, Unnatural disaster. Ultimamente estão em turnê, divulgando o single.
DAIANE ANDRADE, “CANTO SUAÇUIENSE”. Cantora, compositora e musicista, Daiane veio da cidade de São Brás do Suaçuí, Minas Gerais. E presta homenagem ao local em seu novo single – inicialmente uma faixa pensada para ser só de violão e violoncelo, mas que acabou ganhando instrumentos como ukulele, piano, baixo e bateria. O clipe, uma homenagem aos profissionais que se arriscaram trabalhando na linha de frente durante a pandemia, é emoção pura, com imagens da cidade.
Lançamentos
Radar: Feeble Little Horse varia o som em nova música – e muito mais!

Feeble Little Horse voltou com música nova, Manu Chao convidou Juliana Linhares para fazer o som do bode, Lady Gaga levou o hit Abracadabra para a TV… e outras novidades no Radar internacional de hoje. Aumenta o som e põe tudo na sua playlist.
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FEEBLE LITTLE HORSE, “THIS IS REAL”. Finalmente sai o primeiro single dessa ruidosa banda desde o álbum Girl with fish (2023), que foi prejudicado pela falta de uma turnê para divulgá-lo. This is real pode assustar os fãs do primeiro álbum, porque lá pelas tantas o Feeble Little Horse chega a lembrar uma mescla de shoegaze com o “rock alternativo” norte-americano. É só impressão, calma – e a banda diz que ainda é cedo para dizer que a faixa é bastante representativa do que será o próximo disco (“mas ela se tornou algo que nenhuma outra música jamais se comparará”, despista a cantora Lydia Stocum).
MANU CHAO feat JULIANA LINHARES, “MELÔ DO BODE”. A nova de Manu Chao é esse single vibrante que mistura guitarrada com sonoridades mexicanas, trazendo dois brasileiros para a festa: a cantora Juliana Linhares e o guitarrista Felipe Cordeiro. O trio entrega um perfeito tema de novela sertaneja, com versos irreverentes como “esse bode dá bode / eu não quero saber / esse bode dá bode / é por isso que eu quero vender”. O álbum mais recente de Manu, Viva tu, foi resenhado aqui.
SUNFLOWER BEAN, “NOTHING ROMANTIC”. Esse trio de Nova York caminhou do soft rock (com herança evidente do Fleetwood Mac) ao quase-metal, passando pelo indie-pop. Mortal primetime, disco deles que sai dia 25 de abril, parece que vai unir todas essas viagens sonoras – o grupo já declarou que nomes como Heart, Pat Benatar e Joan Jett estão entre as referências do álbum, e Nothing romantic, novo single, dá ótimas pistas desse caldeirão sonoro. Música e clipe refletem bem a onda atual da banda. “Ela é sobre rejeitar o mito do artista torturado — perceber que as alegrias da criatividade não precisam vir dos baixos da miséria. O vídeo espelha essa jornada, capturando nossas vidas como músicos em turnê entre performances de pesadelo”, contam.
ILLUMINATI HOTTIES, “777”. Parece que vem por aí um grande ano para o Illuminati Hotties, projeto da cantora, compositora e produtora Sarah Tudzin. Se você ouviu o álbum que o Hotties lançou em 2024, Power, e já curtiu a evolução no som do projeto, confira toda a potência shoegaze de 777, o single novo – é promessa de que tem algo bem legal vindo aí.
LADY GAGA, “ABRACADABRA”. Já falamos sobre Mayhem, o novo disco de Lady Gaga, e ela certamente não precisa de mais divulgação, mas vale destacar a performance avassaladora no Saturday Night Live, que transformou Abracadabra em um clipe ao vivo. Gaga voltou disposta a reconquistar antigos fãs, mas voltou com disposição para ser o que Ozzy Osbourne e Alice Cooper fariam se largassem o rock e abraçassem o pop dançante e vigoroso. É dance music com notas de misticismo, para perturbar os sentidos.
THE HARD QUARTET, “LIES (SOMETHING YOU CAN DO)”/”COREOPSIS TRAIL”. O novo supergrupo da cena alternativa – formado por Emmett Kelly, Stephen Malkmus, Matt Sweeney e Jim White – lançou um excelente álbum de estreia no ano passado e já retorna com um single duplo na base do “vale tudo”. Lies (Something you can do) traz aquele slacker rock típico do Pavement (banda de Malkmus), enquanto Coreopsis trail é uma jam de cinco minutos em que cada integrante parece estar solando para si próprio – e o resultado é pura diversão.
THE DRIVER ERA, “DON’T TAKE THE NIGHT”. O novo single do The Driver Era – duo formado pelos irmãos Ross e Rocky Lynch – tem algo que evoca o clássico Give me the night, de George Benson, mas filtrado por uma pegada indie-pop-dance moderna. Além da nova música, a dupla traz mais novidades: entre abril e maio, eles desembarcam no Brasil para shows no Rio e em São Paulo, e o álbum Obsession chega no dia 11 de abril.
NOVANGOGH, “YOU’RE RIGHT THERE”. Um prato cheio para fãs de rock dos anos 1990, seja o pessoal do britpop ou os grunges que sempre garimparam influências do passado sem culpa. O Novangogh, grupo de Los Angeles, mistura tudo isso em You’re right there, uma balada com ecos de folk, country-rock e psicodelia. Até a capa do single traz um Van Gogh “roqueiro”.
CAR SEAT HEADREST, “GETHSEMANE”. Se você gosta de Car Seat Headrest, já sabe que eles não economizam em material – e agora se preparam para lançar a ópera-rock The scholars no dia 2 de maio. O novo single, Gethsemane, que foi assunto nosso aqui, tem 11 (!) minutos e mergulha em temas como espiritualidade, vida e morte. Não há latim gasto à toa: a faixa, que soa às vezes como um The Who indie (com referência aos teclados de Won’t get fooled again em determinada altura), é boa de verdade, e ainda ganhou um clipe formidável.
AIMLESS, “WEIRDO”. A Itália vai bem, obrigado – uma série de bandas interessantes vem surgindo por lá. O Aimless, uma dupla de Milão, une sons entre Nine Inch Nails e Queens Of The Stone Age, e sai metendo a mão e guitarra e bateria no novo single, Weirdo. Um EP está a caminho, e o visualizer do single é minimalista ao extremo: os dois integrantes sentados num banco de parque, dividindo um fone de ouvido e ouvindo música.
Foto Feeble Little Horse: Luke Ivanovich/Divulgação
Cinema
Urgente!: Filme “Máquina do tempo” leva a música de Bowie e Dylan para a Segunda Guerra

Descobertas de antigos rolos de filme, assim como cartas nunca enviadas e jamais lidas, costumam render bons filmes e livros — ou, pelo menos, são um ótimo ponto de partida. É essa premissa que guia Máquina do tempo (Lola, no título original), estreia do irlandês Andrew Legge na direção. A ficção científica, ambientada em 1941, acompanha as irmãs órfãs Martha (Stefanie Martini) e Thomasina (Emma Appleton), e chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), dois anos após sua realização.
As duas criam uma máquina do tempo — a Lola do título original, batizada em homenagem à mãe — capaz de interceptar imagens do futuro. O material que elas conseguem captar é todo registrado em 16mm por uma câmera Bolex, dando origem aos tais rolos de filme.
E, bom, rolo mesmo (no sentido mais problemático da palavra) começa quando o exército britânico, em plena Segunda Guerra Mundial, descobre a invenção e passa a usá-la contra as tropas alemãs. A princípio, a estratégia funciona, mas logo começa a sair do controle. As manipulações temporais geram consequências inesperadas, enquanto as personalidades das irmãs vão se revelando e causando conflitos.
Com apenas 80 minutos de duração e filmado em 16 mm (com lentes originais dos anos 1930!), Máquina do tempo pode soar confuso em algumas passagens. Não apenas pelas idas e vindas temporais, mas também pelo visual em preto e branco, valorizando sombras e vozes que quase se tornam personagens da história. Em alguns momentos, é um filme que exige atenção.
O longa também tem apelo para quem gosta de cruzar cultura pop com história. Martha e Thomasina ficam fascinadas ao ver David Bowie cantando Space oddity (o clipe brota na máquina delas), tornam-se fãs de Bob Dylan, adiantam a subcultura mod em alguns anos (visualmente, inclusive) e coadjuvam um arranjo de big band para o futuro hit You really got me, dos Kinks, que elas também conseguem “ouvir” na máquina. Um detalhe curioso: a própria Emma Appleton operou a câmera em cenas em que sua personagem Thomasina se filma (“para deixar as linhas dos olhos perfeitas”, segundo revelou o diretor ao site Hotpress).
Ainda que a cultura pop esteja presente, Máquina do tempo é, acima de tudo, um exercício de futurologia convincente, explorando uma futura escalada do fascismo na Inglaterra — que, no filme, chega até mesmo à música, com a criação de um popstar fascista.
A ideia faz sentido e nem é muito distante do que aconteceu de verdade: punks e pré-punks usavam suásticas para chocar os outros, Adolf Hitler quase figurou na capa de Sgt. Pepper’s, dos Beatles, Mick Jagger não se importou de ser fotografado pela “cineasta de Hitler” Leni Riefenstahl, artistas como Lou Reed e Iggy Pop registraram observações racistas em suas letras, e o próprio Bowie teve um flerte pra lá de mal explicado com a estética nazista. Mas o que rola em Máquina do tempo é bem na linha do “se vocês soubessem o que vai acontecer, ficariam enojados”. Pode se preparar.
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