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Urgente!: Sly Stone se despede. Pedro Francisco (Papangu) solo – e mais

RESUMO: Sly Stone morre aos 82, deixando legado no funk e rock. Pedro Francisco (Papangu) lança single solo. Crise do Arcade Fire.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação
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Qualquer palavra é pouco para explicar a importância de Sylvester Stewart, o popular Sly Stone – influência básica no funk, no rock, e em quase tudo do universo pop que surgiu depois que ele apareceu. O músico, criador da banda Sly and The Family Stone, morreu nesta segunda (9) aos 82 anos. Sua família divulgou uma nota revelando o óbito: “Após uma batalha prolongada contra a doença pulmonar obstrutiva crônica e outros problemas de saúde subjacentes, Sly faleceu em paz, cercado por seus três filhos, seu amigo mais próximo e sua família extensa”.
O som de Sly and The Family Stone, grupo que formou em 1966 com seu irmão Freddie, não se prendia a gêneros: era funk e soul, mas era psicodelia, gospel, música de protesto, orgulho negro, tudo junto – e a formação da “família” de Sly acompanhava a variedade, com pretos, brancos, mulheres. Dance to the music, hit de 1967, criou uma base para futuros músicos que se aventurassem a unir soul e lisergia. Os Temptations aprenderam direitinho e lançaram os LPs Cloud nine (1969) e Psychedelic shack (1970). George Clinton (Parliament-Funkadelic) foi outro aluno aplicado. A apresentação de Sly and The Family Stone no Festival de Woodstock, em 1969, marcou época: o grupo botou a plateia hippie para berrar “higher!” no refrão do balanço I wanna take you higher.
Os excessos foram tomando espaço demais na vida de Sly Stone: o abuso de cocaína e PCP (e o posterior uso de crack) comeu sua fortuna e foi deixando o músico catatônico. Shows cancelados e discos fracassados começaram a ser mais comentados pela imprensa do que suas poucas aparições públicas. Em 2011, o jornal New York Post descobriu que Sly estava vivendo como sem-teto, morando numa van branca em Los Angeles. Um casal de aposentados deixava que ele usasse o chuveiro de sua casa e checava se ele havia se alimentado.
Houve vários retornos durante os últimos anos. Em 2010, ele retomou a Family Stone e fez um show no festival Coachella. Em 2011, mesmo ano em que surgiu a história de que ele vivia numa van, Sly soltou o disco I’m back! Family & friends, com remixes e três inéditas. Em 2023, o artista lançou uma autobiografia, Thank you (Falettinme be mice elf agin) e, para divulgar o livro, concedeu uma raríssima entrevista para o periódico britânico The Guardian. A conversa rolou por e-mail e sem fotos novas, mas foi reveladora.
“Tenho problemas com meus pulmões, problemas com minha voz, problemas com minha audição e problemas com o resto do meu corpo também”, disse ao repórter Alexis Petridis, que diante das evidências anotou que Sly Stone estava “claramente muito doente” aos 80 anos. “Os problemas de saúde não me impediram de ouvir música, mas me impediram de fazê-la”, disse Sly em outra altura do papo. E enfim, morre Sly Stone, mas ficam a música e a ousadia.
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A banda paraibana Papangu é dedicada a uma mistura de sons progressivos e pesados – nada a ver com “metal progressivo”, o lance deles está mais próximo da pauleira das antigas, misturada com sons nordestinos (falamos do disco Lampião rei aqui) e sons de vanguarda. Pedro Francisco, multi-instrumentista do grupo, acaba de se lançar solo com o single Abelhas. Mas não espere nada parecido com sua banda de origem: a (ótima) canção de Pedro lembra Guilherme Arantes, 14 Bis, Dalto, Byafra e pop adulto oitentista em geral. Além de compor e cantar, o músico opera instrumentos como os sintetizadores Yamaha Reface DX e Roland JV-1080.
“É uma canção que fala sobre mudança de perspectiva, sobre ‘virar a chave’ e enxergar valor nas coisas do cotidiano”, afirma ele, que lançou em maio um EP instrumental, Rabiscando os sons, e prepara agora o álbum solo Pedregulhos, previsto para o segundo semestre de 2025 pela gravadora Taioba Music.
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Direto do site Hearing Things (montado por ex-repórteres e críticos da Pitchfork), uma análise bem interessante sobre o que foi acontecendo com o Arcade Fire nos últimos anos, e todos os problemas em torno do mais recente álbum da banda, Pink elephant (resenhado pela gente aqui).
A autora do texto, a jornalista Jill Mapes, descreve-se como uma fã antiga da banda e reconhece o quanto o crescimento do AF aconteceu numa época em que, por intermédio da eleição de Barack Obama, tudo parecia renovado nos Estados Unidos – “uma promessa de esperança e mudança”, lembra ela. Com o tempo, e com as acusações de má-conduta sexual envolvendo o vocalista Win Butler (reportadas inicialmente pela própria Pitchfork), muita coisa mudou, mas não apenas isso. “Era fácil para ouvintes casuais ignorarem o Arcade Fire diante dessas alegações porque a música estava em declínio há muito tempo”, argumenta ela.
Lançamentos
Radar: Charli XCX e John Cale, Telenova, Animal Scream, The Juliennes, These New Puritans

Resfriado, dor na coluna e a entrada com força na fase do condor (“com dor” em tudo quanto é canto)… nada disso impede o Pop Fantasma de manter o Radar funcionando, hoje apresentando cinco músicas internacionais que você tem que ouvir o mais rápido possível. Começando com Charli XCX e John Cale – um encontro que parece improvável, mas só parece.
Texto: Ricardo Schott – Foto (John Cale e Charli XCX): Divulgação
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CHARLI XCX feat JOHN CALE, “HOUSE”. Se você nunca imaginou ver a cantora britânica e o músico experimental norte-americana fazendo coisas juntos, tá aí sua chance – eles não apenas dividem o single House, da trilha da nova adaptação de O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë, dirigida por Emerald Fennell, como ainda por cima contracenam no sombrio clipe da faixa, dirigido por Mitch Ryan. Mais: se você tinha dúvida de que estéticas ligadas ao shoegaze à música mórbida viraram mainstream (ou algo próximo disso), a faixa tem ruído e morbidez para Ethel Cain nenhuma botar defeito. O som da viola elétrica de John, aliás, abre a canção.
No Xwitter, outro dia, Charli confessou seu fascínio por Velvet Underground, ex-banda de Cale, e pelo próprio músico. “Há alguns anos, assisti ao documentário de Todd Haynes sobre o Velvet Underground (…) Uma coisa que me marcou foi a forma como John Cale descreveu um requisito sonoro fundamental do Velvet Underground: que qualquer música tinha que ser ‘elegante e brutal’ ao mesmo tempo. Essa frase me prendeu (…). Ao trabalhar na música para este filme, ‘elegante e brutal’ era uma expressão que me vinha à mente constantemente (…) Então, decidi entrar em contato com ele (Cale) para saber sua opinião sobre as músicas que sua frase havia inspirado tão profundamente, mas também para ver se ele gostaria de colaborar em alguma delas”.
TELENOVA, “THE DEEP”. Tem disco novo dessa banda australiana de indie rock vindo aí – quer dizer, “vindo” devagar, já que The warning, o tal disco, sai só em 27 de fevereiro via EMI Music Australia. Anunciando o álbum, já saíram os singles Bitcrush, Paralysis ghosts e Mountain lion // Adore. Já The deep, novo single que anuncia o disco, é definido pela cantora Angeline Armstrong como “uma das músicas mais emocionalmente impactantes que já apresentamos. Há uma honestidade na letra que Josh e eu escrevemos juntos que vai além do que já fizemos antes. Ela foi escrita em meio a um período pessoal turbulento e talvez vocês consigam perceber isso”.
O clipe dirigido por Minh Nguyen (com direção criativa da própria Angeline) traduz o escapismo da letra em imagens: no vídeo, Angeline deixa os amigos num bar animado e anda pelas ruas de noite, como se estivesse sendo perseguida por alguém, ou fugindo – até amanhecer o dia com um banho de mar. “O vídeo, assim como a música, está repleto de imagens de entrega, fracasso, fé e retorno – esperamos que ele fale com vocês, onde quer que estejam”, diz Angeline.
ANIMAL SCREAM, “I’M A SPIRIT”. “Essa música fala sobre uma entidade confusa que de repente percebe que não pertence a este mundo e tenta escapar para outro lugar, mas teme ficar presa no meio do caminho se não conseguir chegar a tempo”, conta Chad Monticue, norte-americano de Pittsburgh, responsável pelo projeto musical Animal Scream. Chad é também um cara fascinado por ficção científica, tema que acaba vazando para as letras de sua banda.
I’m a spirit é um pop sofisticado e percussivo que evoca Tears For Fears e Style Council, além de bandas nas quais ele diz se inspirar, como Beach House. “Incorporamos elementos cinematográficos em nossos álbuns e singles e aspiramos a fazer o tipo de música que as pessoas gostariam de samplear”, afirma Chad.
THE JULIENNES, “RAT RACE”. O primeiro single desse trio de Los Angeles tem uma abertura que lembra bastante Pixies e Joy Division – por causa da guitarra distorcida e afrontosa, e do baixo simples e pesado. Na sequência, são evocados outros deuses do punk: do Bad Religion da era Epitaph até o Hüsker Dü melancólico de discos como Zen arcade (1984) e Warehouse: Songs and stories (1987), passando pela era grunge. Rat race abre a divulgação do primeiro álbum dos Juliennes, Prisioners, previsto para 2026 – e em março tem turnê do grupo.
THESE NEW PURITANS, “THE OTHER SIDE”. Dupla britânica de art pop formada pelos irmãos Jack e George Barnett, os TNP lançaram Crooked wing, seu primeiro disco após a pandemia, em maio (a gente até resenhou, lembra?). E agora, quando a dupla está prestes a fazer uma turnê pela Europa, sai The other side, uma canção bastante minimalista (e linda) que ficou de fora do álbum.
“É só o Jack ao piano, improvisando ao vivo, comigo na bateria e no soprano. Sempre me incomodou o fato de ela nunca ter visto a luz do dia, porque mostra o Jack em sua melhor forma”, contou George. A música é uma peça instrumental, simples, meio ambient-meio clássica, e o visualiser tem como condimento o fato de trazer o tema todo partiturado. Ouça, prepare seu piano (ou seu teclado) e meta bronca.
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Lançamentos
Radar: João Gordo e Asteroides Trio, B+P, Serafim, Cristal, Fellini

É, a semana começou – somos contra, porque o fim de semana sempre é maravilhoso. Mas até que nosso trabalho é agradável (risos), já que é ouvir música, falar dela, conhecer coisas novas, lembrar de sons antigos e unir tudo com uma linha do tempo bem forte. E lá vai o primeiro Radar nacional da semana, abrindo com o encapetamento total de João Gordo e Asteroides Trio.
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JOÃO GORDO E ASTEROIDES TRIO, “PÊGO”. No começo de 2026, sai (pelas gravadoras Neves Records e All Music Matters) o disco da nova loucura do cantor do Ratos de Porão – sua associação com o Asteroides Trio, mais rock’n roll que a estileira pesadíssima do RxDxPx. Hallucinogenum infernale, o álbum, é adiantado com um single inspirado no Motörhead, Pêgo, com direito a um clipe de terror, ligado ao universo de Zé do Caixão (foi por acaso dirigido por Rubens Lima, discípulo do criador de À meia-noite levarei sua alma). No vídeo, o batera do Asteroides, Leandro Franco (também co-autor do roteiro do clipe ao lado de Rubens), interpreta um viciado em crack que sofre nas profundezas do inferno. João Gordo interpreta Satanás, ao lado da atriz Juliana Seabra, que também fez a maquiagem do clipe.
B+P, “PRECISO ME ENCONTRAR”. Aqui no Radar, evitamos dar regravações ou covers – mas não resistimos a essa versão que o duo de trip hop brasileiro criado por Ana Blancato e André Paumgartten fez do clássico do sambista Candeia, imortalizado por Cartola a ponto de muita gente achar que se trata de uma canção do autor de As rosas não falam. A dupla faz questão de ressaltar que a ideia é ir, em poucos minutos, do trágico ao cômico, e André diz que a música sempre foi seu jeito particular de contar histórias – o que já garante o clima quase teatral da versão.
“Quando idealizei o B+P com a Ana, botei na minha cabeça que a voz dela tinha todo um peso e sentimento que me remetiam aos discos clássicos do Cartola. Apesar dessa música ter sido composta por Candeia, a versão do Cartola me pega de jeito e eu sempre quis fazer uma versão dela”, diz André, anunciando também que em breve teremos um segundo álbum do duo (B+P – Blancato e Paumgartten, a estreia, saiu em março).
SERAFIM, “EQUINÓCIO”. O álbum desse cantor e compositor alagoano, Aqui pra nós, está previsto para o ano que vem. Até lá, ele adianta o disco com singles como Equinócio, música suave, com acordeom, surgida quando Serafim leu uma matéria afirmando que o momento do ano em que o sol corta o equador celeste e o dia e a noite têm a mesma duração.
“A música fala por si, mas se fosse destacar uma mensagem é que temos sempre que olhar pra dentro da gente pra fazer as coisas que a gente quer – e precisa. O sentimento que quis passar é o de buscar dentro da gente a força pra mudar o que está fora”, explica Serafim, que abordou temas como renascimento, coragem e autoconhecimento na letra da canção.
CRISTAL, “SOUTH SIDE”. No Sul do país, existe uma população negra bastante mobilizada – e que historicamente sempre enfrentou muito racismo, em meio à forte colonização europeia da região. A rapper gaúcha Cristal decidiu abordar o tema em sua música nova, South side, cuja letra expressa temas como preconceito, siingularidade e resiliência em versos fortes como “ruas secas de vida / pelos bairros do Sul, negros esquivam de armadilhas / caminhando com a morte, cavalos levam polícia / coronéis e fazendas acorrentam nossa brisa”.
A música ressalta a força de várias famílias e comunidades que resistiram durante décadas, inclusive a própria família da rapper, que serviu de inspiração. A produção da faixa foi feita por WillsBife e MDN Beatz.
FELLINI, “PERCO O AR”. Se você leu o nome “Fellini” lá em cima e já se animou com a possibilidade de existir uma música nova da banda indie paulistana, calma – Fellini, no caso, é a cantora e compositora Andressa Fellini, que acaba de lançar o EP Dance no meu quarto. E Perco o ar é um synthpop com um início de batidão funk, mirando posteriormente num som próximo da house music, mas com clima gelado e flutuante dado pelos teclados.
O disco já está sendo elaborado desde 2021, mas as gravações iniciaram em 2023, no estúdio caseiro dela. Bezerra, produtor indicado duas vezes ao Grammy Latino, a ajudou nesse processo. “A metodologia do home studio, desde as primeiras ideias até a finalização, criou as condições ideais para construir uma relação de intimidade e escuta. Foi nesse espaço que conseguimos desenhar o caminho que o EP precisava seguir”, afirma Fellini.
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Agenda
Urgente!: Meu Funeral e Mastrobiso lançam álbuns no Hangar 110 em SP, NoSunnyDayz convida amigos no Rio

Duas agendas de shows de rock movimentam o fim de semana – uma em São Paulo e outra no Rio, sendo que a de SP traz dois lançamentos de discos. A banda carioca Meu Funeral (foto 1) e a multiartista Mastrobiso tocam no templo roqueiro Hangar 110, em São Paulo, neste domingo (9) – a primeira lançando o curto e direto álbum Empacotado, a segunda estreando com o álbum Essa mina é mó veneno.
O show faz parte do festival Tente Não Clicar, que reúne ainda Melton Sello, Juvi e, nos intervalos, o DJ Juninho MP3. Tanto Meu Funeral quanto Mastrobiso são marcados pela variedade musical – o grupo já promoveu uniões de punk com funk e pagode, a cantora une estilos como hardcore, pop-punk e pós-punk.
Ingressos à venda pelo site Pixel Ticket. O Hangar fica na Rua Rodolfo Miranda, 110, Bom Retiro, e o festival acontece a partir das 18h.
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Já No Rio, neste sábado (8), a banda de som pesado NoSunnyDayz (foto 2) se apresenta no Centro Cultural Diversa, no Centro. A noite, batizada NoSunnyDayz Convida, reúne também as bandas Black Priest e Contramaré, além do DJ Renato JKBX nos intervalos. E o evento, claro, leva esse nome porque a banda anfitriã chama amigos para dividir o palco e ainda tem participações especiais em seu show — entre elas, Rodrigo Solidade (guitarrista da Canto Cego) e Glauber Nazario (guitarrista da própria Contramaré).
Na discografia do NSD, estão o álbum The gray, the black, and what we expect (2023)além de alguns EPs e singles — o mais recente é o compacto lançado em abril, com a metálica O bicho. Ingressos à venda pelo Shotgun. O Diversa fica na Rua da Carioca 54 A, Centro, e os shows começam às 20h. O evento tem apoio do selo Parayba Records.
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Texto: Ricardo Schott – Fotos: Divulgação
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