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Urgente!: caixa de gordura vs. Bryan Adams, dois shows em SP e… seguro contra cancelamento

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Urgente!: caixa de gordura vs. Bryan Adams, dois shows em SP e... seguro contra cancelamento

Sabia dessa? Uma caixa de gordura mal lavada pode causar mais problemas do que você imagina, e causou o cancelamento de um show de Bryan Adams na Austrália. Esse é um dos assuntos fora do padrão que aparecem hoje no Urgente!, mas tem também coisa séria: um show importantíssimo acontece neste fim de semana em São Paulo, uma banda norte-americana vem para o Brasil comemorar aniversário de disco, o melhor do rock goiano em disco novo e… tem uma novidade do ramo de seguros que pode interessar a uma turma enorme do meio artístico.

LIMPE SUA CAIXA DE GORDURA. “Fatbergs são enormes blocos de gordura de cozinha, graxa e outros resíduos solidificados, geralmente unidos por lenços umedecidos e trapos. Essas monstruosidades entopem sistemas de esgoto, causando bloqueios severos que podem ser caros e trabalhosos de remover”, explica didaticamente o site da rádio NPR. Pois bem, um desses nojentíssimos icebergs de gordura recentemente levou ao cancelamento de um show de ninguém menos que Bryan Adams em Perth, na Austrália – agendado para o dia 9 de fevereiro.

O cancelamento foi anunciado poucas horas antes da apresentação, quando os fãs já se aglomeravam nos arredores da RAC Arena, onde rolaria a apresentação. Enquanto isso, equipes corriam para drenar poças d’água que ameaçavam transformar o local em um caos ainda maior. O detalhe mais surreal? Só na tarde do evento, com milhares de fãs chegando, os organizadores perceberam o tamanho da (literalmente falando) cagada. O dinheiro dos ingressos foi reembolsado, Bryan Adams se desculpou, mas a frustração ficou no ar. No Facebook, um fã desabafou: “Devastador… 15.000 pessoas esperando nas ruas por horas”.

E convenhamos: provavelmente essa foi a primeira vez na história que um show foi cancelado por culpa de um bloco gigante de gordura.

ROCK DE GOIÁS AO VIVO NO AQUÁRIO. A gravadora goiana Monstro Discos acaba de lançar um registro poderoso: Estúdio Sesc – Goiânia Noise. O álbum reúne performances ao vivo captadas em um estúdio com paredes de vidro (e em formato de aquário), montado especialmente para o 28º Goiânia Noise Festival, em 2024.

Com produção e direção de Gustavo Vazquez, o disco traz uma seleção vibrante de doze bandas — 6º Sentido, União Clandestina, Distorce, Sangra D’Água, AnarkoTrans, Idos de Março, Banana Bipolar, Realife, Nienori, SóTão, Sheena Ye e The Last Shot — cada uma contribuindo com uma faixa. A sonoridade passeia pelo punk, flerta com o experimental e captura a essência crua e energética do festival – e do próprio rock da região.

O GUARDADOR DE ÁLBUNS BRANCOS. Uma notícia triste da qual só tomei conhecimento esta semana: Rutherford Chang, artista conceitual texano de ascendência asiática, morreu no dia 24 de janeiro, aos 45 anos. Chang era filho de um bilionário chinês e também psicólogo, mas, ao contrário do que sua origem possa sugerir, sua vida e obra sempre foram mais sobre o inesperado do que o convencional.

A bem da verdade, dá para dizer que suas histórias pessoais são mais fascinantes do que sua arte propriamente dita. Desde a infância, Chang colecionava de tudo — uma obsessão que, com o tempo, dominou seu trabalho artístico. Para os fãs de música, talvez o aspecto mais intrigante de sua trajetória tenha sido sua obsessão com The white album (1968), dos Beatles.

Chang não se contentou em ter uma ou duas cópias. Ele foi além: acumulou nada menos que 3.417 versões do disco, exibindo as capas em uma mostra que chegou a ser registrada no seu Instagram (@webuywhitealbums). Em 2013, foi ainda mais longe. Lançou, em tiragem limitada, o White album x 100, um experimento sonoro que envolveu mixar cem cópias do álbum, uma sobre a outra. O resultado? Um caos sonoro, já que alguns dos discos estavam arranhados ou sujos. “Parece um pouco com Panda Bear mixado com Kevin Parker”, comentou alguém no SoundCloud do projeto (onde você pode escutar o lado A do disco). Enfim, impossível não admirar a irreverência de alguém que fez da sua obsessão por colecionismo uma forma de arte. R.I.P.

SHOWS. Você já deve saber, mas não custa lembrar: o Helmet vem ao Brasil (mas só a São Paulo) comemorar 30 anos de seu terceiro álbum, Betty (1994). Relembrei algumas histórias desse disco aqui faz um tempinho. A banda novaiorquina trabalhou nesse disco com um produtor da moda – ninguém menos que Butch Vig, o cara que cuidou de Nevermind, clássico do Nirvana. Mas ele cuidou de apenas uma faixa do álbum, Milquetoast (que era justamente um dos temas do filme O corvo). No restante, a própria banda fez toda a produção ao lado de T-Ray, e esmerou-se em fazer com que Betty não apenas não soasse como um disco comercial, como também se alinhasse com o lado mais experimental do rock de Nova York

A apresentação vai rolar no dia 30 de abril (quarta-feira, véspera de feriado), no Carioca Club, em São Paulo. A abertura fica por conta do Debrix, uma banda pesada de São José dos Campos (SP). Após passar pelo Brasil, o grupo desembarca na Argentina e no Chile. Ingressos e demais infos aqui.

MAIS SHOWS. No domingo (23), o Cine Joia, em São Paulo, vai receber o festival Cecília Viva, um evento com uma causa mais do que nobre. A Associação Cultural Cecília, um dos espaços mais importantes da música independente na cidade, perdeu sua sede após uma invasão e roubo. “Após enfrentar um dos momentos mais difíceis de sua história, o festival renasce como uma celebração da arte e da solidariedade, buscando reunir recursos para um novo ciclo da Cecília”, explicam os organizadores.

O line-up reúne nomes de peso: Boogarins (a banda da terceira foto lá de cima, em imagem clicada por Gabriel Rolim), Rakta, Test, DJ Nuts, o coletivo carioca Crizin da Z.O. e Kiko Dinucci. Os ingressos já estão à venda neste link, mas a grande novidade é o lançamento de uma coletânea dupla em vinil, disponível exclusivamente no Cine Joia no dia do evento, com toda a renda revertida para a causa. Produzido em parceria com os selos Nada Nada Discos e All Music Matters Records, o álbum traz faixas de algumas atrações do festival, além de contribuições de Emicaeli, Bioma, Hurtmold e até das lendárias Mercenárias e Azymuth.

CANCELAMENTO NUNCA MAIS. O assunto agora é outro tipo de cancelamento – nada a ver com o do show do Bryan Adams. Enfim: falou mais do que devia nas redes sociais? Se envolveu em polêmica durante uma entrevista e acabou cancelado? Não se preocupe, seus problemas acabaram. Uma agência londrina de seguros chamada Samphire Risk, especializada em atender clientes milionários em casos de extorsão, sequestro, terrorismo e viagens a países perigosos, criou um… seguro contra cancelamento.

Isso mesmo. O tal serviço tem nome (Preempt) e, diz um textinho do site Fast Company, fornece gerenciamento de crise nível hard “para ajudar os cancelados a minimizar os danos. Por 60 dias, uma equipe irá lutar contra qualquer imprensa negativa nas mídias sociais e tradicionais”. Outra coisa: tomou uns gorós a mais e soltou aquele tweet polêmico ou deliberadamente escroto às 2h da manhã? Não tem problema: eles têm uma linha telefônica que funciona 24 horas por dia, perfeita para quando você faz esse tipo de cagada e precisa de atendimento emergencial. “Além disso, a empresa fornece uma equipe de pesquisadores e analistas que ajudarão a sinalizar potenciais riscos de reputação antes que eles explodam na sua cara”, está no texto.

O Fast Company deixa claro que o serviço é caríssimo, mas oferece um excelente conselho grátis para quem tem medo de cancelamento e não quer gastar muito: “Se você não tem nada de bom para dizer, simplesmente não diga nada”. Tá certo.

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Urgente!: fãs do The Jam homenageiam Rick Buckler e viralizam último show da banda

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Quando Paul Weller resolveu acabar com o Jam

Com a morte recente do baterista Rick Buckler, da lendária banda setentista The Jam, fãs do grupo – e do músico – passaram a compartilhar um vídeo raro e melancólico: a gravação de 33 minutos do último show da banda, realizado no Centro de Conferências de Brighton, em 11 de dezembro de 1982.

O show completo foi bem maior, com 16 músicas e dois bis. O primeiro deles, aliás, foi fechado por In the city, o primeiro sucesso do grupo, e por Town called malice, um dos últimos. A apresentação começou com o hit Start!, mas a gravação disponível inicia apenas a partir da faixa In the crowd, do álbum All mod cons (1978). O vídeo, como era de se esperar, é amador – mas já ouvi bootlegs bem piores.

Dava para imaginar o ranço nos bastidores daquela apresentação: Paul Weller, líder e principal compositor do The Jam, tinha decidido encerrar a banda no auge do sucesso comercial – justo após o estouro do LP The gift (1982) e do hit nº1 Town called malice. O anúncio surpreendeu os colegas, especialmente o baixista Bruce Foxton, que anos depois descreveu a decisão como “devastadora”. A separação foi comunicada no dia 30 de outubro de 1982, após uma série de shows pelo Reino Unido. Weller acreditava que a banda havia chegado ao limite, e não queria se tornar refém do próprio sucesso.

Sem remorso algum, Weller seguiu em frente. Montou o Style Council, embarcou em uma carreira solo bem-sucedida e, sempre que perguntado sobre o fim do The Jam, disse que tudo havia acontecido na hora certa. Em 2007, disse à Billboard que nem se lembrava direito do dia em que tomou a decisão. Um ano depois, ao New Musical Express, reafirmou tudo e chamou a separação de “decisão artística”. Em 2015, num documentário sobre a banda exibido pelo canal Sky, mandou a pá de cal: “O The Jam nunca vai se reunir. Para mim, seria contra tudo o que sempre defendemos” (fonte: Radio X).

“Defendemos?” O saudoso Buckler tinha uma visão diferente. Em entrevista ao jornal Woking News & Mail, lembrou que soube do fim ao ser chamado para uma reunião em 1982 (“estranhei, porque nunca tínhamos reuniões da banda”) . Ao chegar, foi o próprio John Weller, pai de Paul e empresário do grupo (sim, o pai do principal compositor cuidava dos negócios), quem anunciou o fim. “Foi quase como se John não conseguisse pronunciar as palavras. Tenho certeza que ele não queria que a banda terminasse”, disse.

Buckler disse entender mais ou menos a atitude de Paul, que se sentia sobrecarregado por ser o principal compositor. Mas tinha uma outra sugestão: um hiato, em vez de um fim definitivo. “Nós – especialmente Bruce – tentamos dizer: ‘Por que não damos um tempo de seis meses? Assim, cada um pode testar projetos solo e ver como nos sentimos depois’. Foi tudo muito repentino, não parecia fazer sentido acabar assim”, recordou. Paul Weller, segundo ele, praticamente não falou nada – deixou que o pai conduzisse o encerramento.

O relacionamento entre Weller e os outros dois nunca mais foi o mesmo, embora eventualmente voltassem a se falar. Buckler e Foxton permaneceram próximos: chegaram a montar uma banda chamada From The Jam, que tocava repertório do trio. Já Rick cuidou por vários anos de um site de fãs do Jam, ainda no ar.

Aliás, Buckler e Foxton também tentaram um novo trio, o Sharp, que lançou um único single em 1986, com as faixas Entertain me e So say hurray (The Emperor’s New Clothes). Ambas foram compostas pelo terceiro integrante, Jimmy Edwards – um ex-membro da banda punk Sham 69, que já havia tocado com Foxton no Time UK, banda pós-Jam de relativo sucesso em 1983.

Olha Entertain me aí. Para quem havia ficado na saudade quando o Jam chegou a fim, é o que sobrou.

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Bohemian rhapsody, do Queen, continua sendo um verdadeiro arquétipo do rock operístico: ambicioso, teatral e com um storytelling marcante. Pode-se argumentar que há exageros na faixa, mas convencer seus fãs (e os fãs ardorosos do Queen, em especial) de que se trata de uma música ruim, chata ou superestimada… esquece, que não vai rolar.

Recentemente, o jornalista Reuben Cross, da Far Out, resolveu falar da canção, reunindo seus próprios argumentos contra e a favor, na tentativa de responder à pergunta: Bohemian rhapsody é realmente uma boa música? “Só porque uma música faz um sucesso enorme não significa que ela seja realmente boa”, provoca logo no início. Mais adiante, porém, ele reconhece o impacto da faixa: “Há tanta coisa acontecendo na música que é virtualmente impossível ouvir a faixa inteira e não encontrar algo impressionante nela”. O texto tá aí.

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Duas bandas veteranas estão lançando coisas novas – e fazem questão de lembrar a seus fãs que elas não deixaram de produzir. Uma delas é o The Alarm, grupo galês formado em 1981, que sempre se dedicou a uma espécie de pós-punk de arena. No Brasil, muita gente deve se lembrar do álbum Eye of the hurricane, de 1987, lançado aqui, e que teve bastante projeção em “rádios rock” (o single Rain in the summertime tocou muito na Fluminense FM). O grupo retornou em 1999 sob a batuta do vocalista Mike Peters, e retornou aos estúdios em 2002 – essa nova fase, intitulada The Alarm MM++ , já tem 16 discos. Eles preparam álbum novo para este ano e já soltaram o single e clipe Chimera.

A outra banda é o The Primitives, grupo britânico de indie pop que surgiu em 1984 e estourou com o hit Crash (1988). Após encerrar atividades em 1992, eles voltaram no século XXI e agora lançam Let’s go round again – Second wave singles & rarities 2011-2025 (Norman Records), coletânea que documenta sua produção mais recente. Desde o retorno, em 2009, Tracy Tracy, Paul Court e Tig Williams lançaram dois álbuns, um EP, vários singles e marcaram presença em diversas compilações – parte desse material está reunido no novo lançamento.

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Carnaval pop: a Unidos do Viradouro, que lamentavelmente não foi a campeã do Carnaval 2025, lança neste ano a Ala da Inclusão, que abre espaço na Escola Mirim da agremiação para crianças e jovens com deficiência, até 21 anos. O desfile da ala vai rolar na Marques de Sapucaí – só que nesta sexta (7), um dia antes do Desfile das Campeãs, às 22h30. Entre as mentoras do projeto está Carol Reis, mãe de uma criança com paralisia cerebral e filha do cantor Byafra – sim, ele mesmo, o dono de vários hits dos anos 80.

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Radar: Péricles, Seu Jorge e um clássico do samba-rock relembrado

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Radar: Péricles, Seu Jorge e um clássico do samba-rock relembrado

Essa edição do Radar era para ter saído na semana passada, mas… o Pop Fantasma sumiu do ar e ficamos na mão por alguns dias, não deu pra publicar nada. Daí estamos um pouquinho em clima de Carnaval ainda, e tem até um som novo do Péricles. Ouça tudo no volume máximo!

PÉRICLES feat SEU JORGE, “BOCA LOUCA”. Sem samba, não dá – sem samba-rock, então, impossível explicar o desenvolvimento da música brasileira pós-anos 1960, já que o estilo abarca pioneiros como Jorge Ben e Luiz Wagner, e a turma de estilos como soul e pagode. Anunciando o disco Pagode do Pericão (Ao Vivo em São Paulo) – previsto para ser lançado em duas partes, a primeira ainda no primeiro semestre de 2025, Péricles convida Seu Jorge para rever um hit imortalizado pelo sambista paulistano Nelson Fernando de Moraes, ou Branca Di Neve (1951-1989). Branca, se você nunca ouviu falar, lançou Pensamento verde, gravada pelo Molejo (a faixa que cunhou a frase-gozação “sabe quem perguntou por você?/ninguém”) e foi gravado por nomes como Bebeto.

TRILHO ELÉTRICO, “PLOT TWIST”. Uma espécie de supergrupo pop nacional, o Trilho Elétrico reúne Lelo Zanetti (ex-Skank), Rodrigo Borges (sobrinho de Lô e Márcio, além de cantor e compositor solo), Manno Góes (compositor e fundador do Jammil e Uma Noites) e Lutte (ex-vocalista da banda Mosiah), traçando, naturalmente, uma ponte sonora entre Minas e Bahia. Com uma vibe power pop e um órgãozinho que evoca (claro) o Skank, o novo single do grupo – que lançou álbum em 2023 – o grupo põe no radar o lado mais bubblegum do rock nacional dos anos 1980/1990. Pop reconhecível à distância, feito para grudar na cabeça.

DOCE CREOLINA, “PARA ONDE FORAM OS MORCEGOS DA VILA INDIANA?”. Esse duo de Passo Fundo (RS), formado por Julia Manfroi e Mattos Rodrigues, faz som um som romântico, abolerado e neopsicodélico, com referências de post rock, música sessentista e sons cubanos e mexicanos. O novo single, o segundo deles, fala do suplício de uma saudade, em clima simultaneamente lisérgico e gótico. O EP de estreia Debaixo do chapéu de um cogumelo está previsto para abril.

GANG DO ELETRO, “BALADEIRA”. “A inspiração de Baladeira vem dos primeiros experimentos de DJs produzindo remixes em meados dos anos 2000. Loops de batidas feitas no computador misturados com alguns sintetizadores de instrumentos virtuais, faziam os frequentadores de festas de aparelhagem enlouquecerem dançando aos pares, cada um com seus caqueados, como diz o bom paraense”, diz o DJ Waldo Squash, de volta com a Gang do Eletro, ao lado de Keila, Maderito e Will Love. O single novo marca o retorno do grupo, que já havia se reunido para fazer uma turnê de dez anos do primeiro álbum (em 2023) e tem no radar um novo álbum.

TERRAPLANA feat WINTER, “HEAR A WHISPER”. Boa notícia para o Radar e também para as resenhas do site: dia 11 de março sai o próximo álbum do Terraplana, Natural, pela Balaclava Records. A puxar o disco, sai essa faixa sensível, com heranças da psicodelia e do shoegaze, cantada em inglês e português, e dividida pela banda com Samira Winter, artista curitibana radicada em Nova York. Hear a whisper fala sobre como é conviver com alguém que perde as lembranças sobre sua própria vida – um tema devidamente evocado pelo oscarizado filme Ainda estou aqui, de Walter Salles. O clipe, dirigido por Julia Lacerda e Elbi, une várias imagens e lembranças, e compara a memória que se esvanece com uma gravação (em VHS?) que vai se apagando com o tempo.

TERNO REI, “NADA IGUAL”/”VIVER DE AMOR”. Há boatos de que vem por aí um grande disco do Terno Rei. O quinto álbum da banda paulistana sai em abril pela Balaclava Records e é anunciado por este single duplo – que ganhou um cinematográfico clipe também duplo. Vestidos elegantemente (um fã não deixou de notar nos comentários do YouTube: “Olha o Terno Rei de terno!”), os quatro músicos vivem uma situação de desespero e fuga numa pista de aeroporto, começando com imagens sorumbáticas em preto e branco, que remetem a filmes do cinema novo. A capa do single, por sua vez, lembra o grafismo dos singles de rock nacional lançados pela WEA nos anos 1980 (aliás batemos um papo com o Terno Rei há um tempinho – leia aqui).

MORCEGULA, “RATAZANAGEM”. O duo formado pelo casal Rebeca Li e Henrique Badke é especialista em canções grudentas, com vibe punk ramônica e clima de terror. No caso de Ratazanagem, o novo single, o terror é o do dia a dia, e o demônio não é um sujeito com rabo, chifre e tridente, mas sim uma amiga falsiane e metida a cobra cascavel – uma referência que evoca Erva venenosa, versão do hit pop Poison ivy, gravada por Golden Boys, Herva Doce e Rita Lee. Um som curto, doce, grosso e grudento.

ESTÉREO BOUTIQUE, “FOTOS DO JAPÃO”. Preparando um EP para ser lançado em julho, o trio paulistano Estéreo Boutique revela um single envolvente que equilibra delicadeza sessentista e energia pós-punk. Com influências que vão de Wilco e Death Cab for Cutie a Boogarins e Boygenius, a faixa traz linhas de baixo pulsantes – numa espécie de versão punk de John Entwistle (The Who) – e uma sonoridade rica em camadas. Para os shows, prometem “uma experiência crua, experimental e imersiva”.

Foto Péricles e Seu Jorge: Caio Durán/Divulgação

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Radar: o lado dominatrix de Halsey em novo clipe, “Safeword”

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Radar: o lado dominatrix de Halsey em novo clipe, "Safeword"

Essa edição do Radar era para ter saído na semana passada, mas… o Pop Fantasma sumiu do ar e ficamos na mão por alguns dias, não deu pra publicar nada. Daí tem umas músicas que surgem meio atrasadas por aqui, mas que vale a pena falar e reportar – incluindo músicas novas de gente que acabou de lançar disco, como Halsey, Franz Ferdinand e Fontaines DC. Ouça tudo no volume máximo!

HALSEY, “SAFEWORD”. Depois do ótimo álbum The great impersonator (resenhado pela gente aqui), Halsey volta encarnando mais uma personagem – dessa vez, surge a dominatrix toda trabalhada no couro, ligada a paradas bem mais ferozes do que o clima indie pop pelo qual ela é conhecida. Safeword sai depois do último álbum da cantora e tem um daqueles clipes que, digamos, não são legais para ver no trabalho (mas como é Carnaval, apostamos que você está sossegadona/sossegadão em casa). O som é também um pouco mais ruidoso que o normal em se tratando dela, lembrando algo entre Bikini Kill e Joan Jett.

FONTAINES D.C, “IT’S AMAZING TO BE YOUNG”. O novo single dos Fontaines D.C., um compacto non-album, talvez seja a faixa mais grandiosa da banda até agora. E o clipe não fica atrás: dirigido por Luna Carmoon, ele encerra uma trilogia visual iniciada por ela ao lado do Fontaines DC nos vídeos de Here’s the thing e In the modern world. Os personagens Martin (Ewan Mitchell) e Spider (Grace Collender), apresentados nos clipes anteriores, voltam aqui em uma história de amor disfuncional que evoca Try, try, try, o clipe-curta dos Smashing Pumpkins – só que, desta vez, com um final feliz.

BLONDSHELL, “TWO TIMES”. Uma balada com alma dos anos 1990, pé no indie, um quê de folk e um tema que nunca sai de cena: os tropeços do amor. Sabrina Teitelbaum, a mente por trás do Blondshell, canta sobre a maneira torta como expressamos sentimentos – e como, às vezes, insistimos na ideia de que ciúme, brigas e turbulências são o tempero essencial dos relacionamentos. Sabrina deixa entrever também outro tema importante: e os relacionamentos tóxicos do dia a dia, como ficam nisso tudo aí? If you asked for a picture, disco novo do projeto, sai dia 2 de maio pela Partisan.

SLEIGH BELLS, “BUNCKY POP”. “Há partes de Brat que soam como Sleigh Bells, sabe?”, diz o site Stereogum, lembrando de uma coisa que muita gente fingiu não enxergar quando Charli XCX lançou seu disco mais recente. A dupla formada pela cantora Alexis Krauss e pelo guitarrista e produtor Derek E. Miller – que se conheceu quando Derek trabalhava num restaurante de comida brasileira no Brooklyn – anuncia o álbum Buncky Becky birthday boy para 4 de abril, puxado por um single saltitante e distorcido sobre um “cachorro feliz”. Uma homenagem ao cão de Derek, que já partiu, e aparece no fim do alegre clipe.

LEATHERETTE, “DELUSIONAL”. Curtinha (dois minutos), a nova música desse grupo italiano destaca os vocais blasé no estilo de John Lydon e a sonoridade pós-punk e ruidosa. A banda tem registrado suas músicas da maneira mais crua possível: em casa, sem firulas, cercada de bagunça e instrumentos baratos – incluindo alguns inesperados, como bandolim e bouzouki. Já a letra de Delusional é uma pequena epifania sobre amor e deslocamento, um conto de quem não se reconhece no próprio mundo.

HOST FAMILY, “DROMEDARY”. Aquele tipo de som que você lamenta que tenha chegado até você com alguns meses de atraso: essa banda de Los Angeles lançou este single em novembro de 2024, entregando um noise pop fenomenal, onde vocais etéreos se misturam a camadas de guitarras carregadas de clima shoegaze. Dromedary faz parte de Relief tape, uma fita K7 de tiragem ultra limitada, lançada para arrecadar fundos em resposta aos incêndios que devastaram a região de onde a banda veio. Ouça no último volume.

FRANZ FERDINAND, “BAR LONELY”. Essa música, uma das melhores do disco mais recente deles, The human fear (resenhado pela gente aqui) tem clima de faixa dos Kinks e do Who (e dos Beatles, e do Ira!), e um “papapa” típico do mais grudento pop sessentista. E saiu em single no dia 24 de fevereiro. Mas gostaríamos de chamar sua atenção para este vídeo do grupo tocando a canção numa sessão de sábado do CBS Mornings, soando como um Buzzcocks mod. O Bar Lonely, por sua vez, existe de verdade: fica em Tóquio e o dono é amigo de Alex Kapranos, vocalista e guitarrista.

THE STREETS, “HOW TO WIN AT ROCK PAPER SCISSORS”. “”O vencedor vai se repetir/os perdedores querem mudar”, diz o refrão da nova música do The Streets, um rap-indie-pop com um tom quase educativo, revelando supostas técnicas para vencer no clássico jogo de pedra, papel e tesoura. Além da nova música, a banda divulga um vídeo de doze minutos mostrando – entre teclados e beatmakings – como a musica foi feita e em que cenários a banda ficou burilando a nova canção (um ônibus de excursão, um barco, etc).

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