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Therapy?: Andy Cairns exclusivo para o POP FANTASMA

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Andy Cairns (Therapy?) exclusivo para o POP FANTASMA

Alguém aí lembra do Therapy??

Nos anos 1990, quando o grunge estava em alta, a banda da Irlanda do Norte chamou a atenção com discos interessantes como Troublegum e Infernal love. Chegou inclusive a se apresentar em 1995 no Brasil.

Porém, o tempo passou, a cena rock se modificou, integrantes entraram e saíram e eles acabaram relegados a uma espécie de segundo escalão do rock, sem nunca contudo perder o peso do som, a fina ironia das letras e a qualidade nas composições. O disco mais recente deles é Cleave, lançado em 2018 pela nova gravadora Marshall Records, que faz parte daquela mesma empresa que lança amplificadores. Na formação do novo álbum, Andy Cairns (voz e guitarra), Michael McKeegan (baixo) e Neil Cooper (bateria).

Completando em 2019 30 anos de carreira, nós do POP FANTASMA batemos um papo via email com o simpaticíssimo vocalista e guitarrista da banda, Andy Cairns, que entre outras coisas destilou todo seu ódio contra o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, todo seu amor pela Elza Soares e demonstrou estar mais por dentro da cena rock underground brasileira que muito brasileiro por aí. Confiram.

(Agradecemos aos leitores Sandro Wagner, Marco Txuca e Generval Bonna pelas perguntas enviadas)

POP FANTASMA: Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estive no show do Therapy? no Rio de Janeiro em 1995 e curti bastante. Que memórias você tem dessa turnê pelo Brasil? E afinal, quando vamos vê-los novamente?
ANDY CAIRNS: Olá, Luciano! Minha passagem pelo Brasil, apesar de breve demais, foi incrível e é algo que lembrarei pelo resto da minha vida. O país era lindo, as pessoas apaixonadas e amigáveis, ??e os fãs que conhecemos eram incríveis. Alguns até nos ajudaram a conhecer tanto o Rio quanto São Paulo. Vimos o Pão de Açúcar de helicóptero e depois fomos à estátua do Cristo. Passamos um tempo em praias, clubes, bares e em um dia de folga no Rio, fomos ao Estádio do Maracanã, onde assistimos o Flamengo jogar contra o Palmeiras!

De Thirty seconds of silence (nome da primeira demo, de 1989) pra trinta anos de banda, como foi passar pelo tempo e as suas mudanças da forma como se ouve e consome música? Como manter a paixão? (Pergunta enviada pelo leitor Sandro Wagner). Nós nos sentimos muito felizes por termos passado 30 anos trabalhando como músicos profissionais. Claro que tivemos alguns problemas durante o percurso, mas trabalhamos duro para que isso aconteça todos os anos. Mudanças no negócio da música acontecem e nós nos adaptamos da melhor maneira possível. Quando começamos a banda, ninguém tinha laptop ou celular e todos ouvimos nossas músicas em vinil! Música e shows especialmente ao vivo nos mantêm animados e engajados. Também ouvimos novas músicas regularmente.

Na minha opinião, o trabalho mais recente do Therapy?, Cleave, prova que a banda está ainda bastante pesada e agressiva. Parabéns, achei o disco incrível! Qual sua opinião sobre ele e como o público o recebeu? Muito obrigado por suas ??palavras gentis! O público realmente reagiu positivamente a Cleave, muitas pessoas dizem que ele soa como “Therapy? clássico” e parece que ele conseguiu trazer de volta alguns dos nossos fãs dos anos 90 que perderam o interesse pela banda quando nos tornamos um quarteto. As músicas são pesadas, mas cativantes e os temas líricos são aqueles com os quais as pessoas podem se relacionar, especialmente nesses tempos sombrios.

Na sua opinião, quais os três melhores álbuns do Therapy?? E qual é o pior? Em primeiro lugar, Troublegum (1994) porque quando tocamos essas músicas ao vivo, posso ver o quanto elas significam para as pessoas. Esse álbum foi uma parte significativa da vida de muitos fãs e sou grato por termos feito esse disco pra eles. O segundo é Babyteeth (1991), pois foi nosso primeiro álbum e foi feito numa época difícil na Irlanda do Norte, quando era complicado para os músicos serem ouvidos, encontrar shows e conseguir contratos para gravação. Nós autofinanciamos a gravação trabalhando em outros empregos e ensaiando em nosso tempo livre. Nós éramos grandes amigos na época e ver o disco ser lançado e chegar até o número um no UK Independent Album Charts foi surreal!

Em terceiro lugar, Cleave, que é um disco muito forte e nós três nos saímos bem demais. A bateria está incrível, assim como o baixo e as músicas são poderosas. Também foi muito divertido gravar com o produtor dos anos 90, Chris Sheldon, novamente. Já o disco do Therapy? que eu menos gosto é Shameless (2001). Nos divertimos muito gravando em Seattle com o lendário Jack Endino, mas a verdade é que as músicas não eram muito boas e era visível que Graham Hopkins (baterista da banda na época) tinha planos de trabalhar com outros músicos, então ele não foi muito agradável com a gente durante o processo, o que acabou causando estresse.

Por que Fyfe Ewing, Graham Hopkins (ex-bateristas) e Martin McCarrick (ex-guitarrista) deixaram a banda? Vocês ainda mantém contato? (Pergunta enviada pelo leitor Marco Txuca). Fyfe deixou a banda porque estava ficando difícil trabalharmos juntos e também porque ele odiava fazer turnês. Graham queria estar em uma banda que fosse mais acessível e desse mais grana, então ele foi embora achando que seria uma estrela. Pedimos a Martin McCarrick para sair porque ele se tornou muito mais difícil de lidar do que era no começo. Uma pena, pois ele é um cara legal e um músico maravilhoso. Não guardamos ressentimento por eles e desejamos a todos boa sorte. Nunca mais os vimos, mas esperamos de coração que onde quer que estejam, estejam todos saudáveis ??e felizes!

Essa é uma pergunta de fã: por que na música Potato junkie, tem um verso que diz que “James Joyce (um dos maiores escritores do século 20) está trepando com a minha irmã”? Qual o significado disso e por que exatamente ele? Essa música foi escrita sobre a mercantilização da cultura irlandesa e como ela era usada para atrair turistas. Todos nós amamos James Joyce, mas achávamos estranho o fato de haver tantos bares em Dublin que alegavam ter conexões com ele, especialmente para visitantes americanos. A frase da música veio na minha cabeça durante um ensaio. Na verdade, eu nem tenho uma irmã!

Qual a sua opinião sobre a livre troca de arquivos em MP3 na internet? Você acha que pode ser um problema para você e/ou sua gravadora? Ou a internet é uma aliada? Bem, a gente teve que se adaptar. Eu tenho um filho pequeno e ele ama ouvir música, ouve o tempo todo, mas ele não compra nenhuma música nem possui nenhum CD ou vinil. É apenas a realidade de hoje. Se você tiver sorte de ser tão grande quanto o Metallica ou Ed Sheehan, as pessoas também comprarão sua música. Temos sorte, somos uma boa banda ao vivo, para que possamos sempre apoiar nossos álbuns nos shows.

Você acha que o Therapy? merecia maior reconhecimento por tudo que fez ao longo desses anos? Eu amo essa banda, então sempre acharei que merecemos maior reconhecimento!

Como foi participar do álbum tributo ao Black Sabbath? (Pergunta enviada pelo leitor Generval Bonna) Isso foi muito divertido, mas cansativo pra caramba! Gravamos a música com o produtor Chris Tsangarides em um dia entre os shows, mas Fyfe não tinha ouvido a música porque ele disse que “as músicas do Black Sabbath eram fáceis de tocar”. Passamos o dia todo tentando convencê-lo a tocar bateria corretamente, e então eu e Michael tivemos apenas algumas horas à noite para gravar rapidamente as guitarras e o baixo, então acabou que não ficou como nós queríamos. Algumas semanas depois, eu e Michael fomos para Los Angeles para gravar os vocais de apoio e os vocais principais com o próprio Ozzy. Terry Date foi o produtor dessa sessão e dessa vez as coisas fluíram de modo muito melhor e muito mais agradável. Ozzy foi gente finíssima e gravou sua parte rapidamente

(o Therapy? participou do tributo Nativity in black, de 1994, tocando Iron man com o próprio Ozzy Osbourne nos vocais)

O que você conhece de música brasileira (Sepultura não conta!)? Eu amo Deaf Kids e Rakta. Dois dos meus álbuns favoritos este ano são Metaprogramação (do Deaf Kids) e Falha Comum (Rakta). Eu vi o Deaf Kids ao vivo duas vezes este ano e foi como ser pego em uma tempestade. Em um dos shows, eles tocaram com Rakta e foi uma coisa fascinante. Eu estava encantado e não queria que o show terminasse! Adoro a faixa Gasolina, do Teto Preto, que música! Eu sei que você disse que o Sepultura não conta, mas posso incluir o novo álbum de Petbrick? Tem Igor Cavalera nele e é incrível. Eu também vi Igor se juntar aos Deaf Kids no palco em Londres e foi insano! Além disso, preciso mencionar A mulher do fim do mundo, de Elza Soares, uma obra lindíssima. Ritmos maravilhosos, guitarras criativas e, claro, aquela bela voz!

Andy, assim como você, eu também sou um grande fã de Captain Beefheart e do Hüsker Dü, então preciso te perguntar: Como essas bandas influenciaram o som do Therapy?? Quais são seus álbuns favoritos deles? Beefheart influencia o senso de absurdo e brincadeira em nossa música. Além disso, como guitarrista, não gosto muito de solos ‘tradicionais’. O solo de Die laughing por exemplo é influenciado pelos músicos que Beefheart tinha. Já o Hüsker Dü influenciou não só nosso modo de compor como também nossa atitude. Mostrou que qualquer um poderia tocar música feroz e melódica. Que banda! E claro, todos nós sentimos muito a falta de Grant Hart.

(olha aí o Therapy? tocando Diane, do Hüsker Dü).

Com quais bandas da atualidade você se identifica mais? No momento, minhas bandas favoritas são Rainbow Grave, Zonal, Rakta, Deaf Kids, Petbrick, Terminal Cheesecake e Debby Friday.

Não tem como não perguntar: Você tem acompanhado a situação política aqui do Brasil? Qual a sua opinião a respeito? Ah, sim, Jair Bolsonaro… Mas que babaca! Nós crescemos em tempos complicados na Irlanda, por isso temos simpatia por todas as pessoas que precisam passar por essa merda. Deve ser horrível. Não desanimem!

Deixe uma mensagem final para os fãs brasileiros. Obrigado por seu apoio ao longo dos anos, realmente esperamos vê-los novamente em breve. Continuem a lutar! (OBS: Ele escreveu essa resposta EM BOM PORTUGUÊS!)

BATE BOLA JOGO RÁPIDO
COR FAVORITA: Azul
COMIDA FAVORITA: Indiana
FILMES FAVORITOS: Todos do Tarkovsky
TIME DE FUTEBOL: Chelsea e a Seleção Brasileira!
PREFERE TOCAR AO VIVO OU ESTÚDIO?: Tocar ao vivo
COISAS QUE GOSTO:, Generosidade e Empatia
COISAS QUE ODEIO: Racismo
CÃES OU GATOS?: Cães

Veja também no POP FANTASMA:
Ave Sangria: baú dos anos 1970 aberto no novo disco
Festival de Águas Claras: o Woodstock brasileiro ganha documentário
– O Hüsker Dü e o começo do rock alternativo
Hüsker Dü lança Zen Arcade em Nova Jersey, em 1984
– Por onde anda o Hüsker Dü?
Mirror man: conheça o disco rejeitado (e depois aprovado) de Captain Beefheart

LUCIANO CIRNE é jornalista, flamenguista, casado, ama cachorros e aceita doações de CDs, DVDs, videogames e carrinhos!

Cultura Pop

Quando Suicide gravou… “Born in the USA”, do Bruce Springsteen

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Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

A way of life, disco de 1988 da dupla de música eletrônica Suicide, é tido como um disco, er, acessível. Acessível à moda de Martin Rev e Alan Vega, claro. O disco pelo menos podia ser colocado tranquilamente na prateleira dos artífices da darkwave e era bem mais audível do que o comum de um grupo que havia lançado a assustadora Frankie teardrop. O disco era produzido por Ric Ocasek, líder dos Cars (que já havia produzido o segundo disco deles, de 1981, Alan Vega/Martin Rev), e tinha até uma eletro-valsinha, Surrender, além de um estiloso misto de rockabilly e synthpop, Jukebox baby 96.

O que ninguém esperava era que a dupla tivesse feito nessa mesma época uma estranhíssima versão de… Born in the USA, de Bruce Springsteen. A faixa surge numa versão ao vivo, gravada num show de Vega e Rev em 1988, em Paris. A dupla nem sequer disfarçou que a ideia era fazer uma versão bem lascada – saca só o sintetizadorzinho da música, e a referência a músicas como Lucille, de Little Richard, e o tema When the saints go marching in, logo na abertura. A “versão” da faixa resume-se a quase nada além do título da canção. Parece um karaokê do demo (e é).

A versão poderia ser uma bela pirataria, mas vira oficial nesse mês: vai aparecer em uma reedição de A way of life, prevista para o dia 26. A edição de luxo estará disponível em vinil azul transparente com Born in the USA e em CD com quatro faixas bônus, além do formato digital. O material extra inclui versões ao vivo de Devastation e Cheree, bem como uma versão inicial de estúdio de Dominic Christ. O pesquisador Jared Artaud encontrou as faixas enquanto trabalhava no arquivo de Vega, após a morte do cantor em 2016.

Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

E se você não sabia, vai aí a surpresa: Springsteen tá bem longe de ser um sujeito que diria “what?” ao ser informado da existência do Suicide. Pelo contrário: era fã da dupla e costumava dizer que a estreia do Suicide, o disco epônimo de 1977, era “um dos discos mais sensacionais que já ouvi”. Em 1980, o cantor esteve com a dupla e Vega descobriu que Springsteen era seu fã – e se surpreendeu.

“Ele estava gravando o disco The river (1980) e nós estávamos gravando nosso segundo álbum em Nova York. Então tivemos uma reunião de audição do nosso álbum. Havia três ou quatro figurões da nossa gravadora, e Bruce também estava lá. Depois que tocamos o álbum, houve um silêncio mortal… exceto por Bruce, que disse, ‘Isso foi ótimo pra caralho.’ Ele fazia questão de nos dizer o quanto nos amava”, contou em 2014 ao New York Post.

Mais: um texto do site Treblezine, a partir de audições da obra de Bruce e de entrevistas do Suicide, descobre: a dupla influenciou muito o sombrio disco Nebraska, tido como o “primeiro disco solo” (sem a E Street Band) de  Springsteen (1982), basicamente um disco sobre crise, desemprego e gente à beira do desespero pela falta de oportunidades. Houve uma versão elétrica e pesada de Nebraska, mas Bruce quis lançar o disco acústico, de voz, violão e registros crus, e que de fato lembram o clima esparso do Suicide do primeiro disco.

Na dúvida, ouça State trooper, cujos uivos lembram bastante os gritos (sem aviso prévio) de Frankie teardrop. “Lembro-me de entrar na minha gravadora logo após o lançamento do meu disco”, disse Vega depois de ouvir State trooper pela primeira vez. “Eu pensei que era um dos meus álbuns que eu tinha esquecido. Mas era Bruce!”

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Cultura Pop

No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

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No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

A morte do baixista Cliff Burton, em 27 de setembro de 1986, desorientou muito o Metallica. Além do que aconteceu, teve a maneira como aconteceu: a banda dormia no ônibus de turnê, sofreu um acidente que assustou todo mundo, e quando o trio restante saiu do veículo, só restou encarar a realidade. A partir daquele momento, estavam não apenas sem o baixista, como também estavam sem o amigo Cliff, sem o cara que mais havia influenciado James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett musicalmente, e sem a configuração que havia feito de Master of puppets (1986) o disco mais bem sucedido do grupo até então.

Hoje no Pop Fantasma Documento, a gente dá uma olhada em como ficou a vida do Metallica (banda que, você deve saber, está lançando disco novo, 72 seasons) num período em que o grupo foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Metallica já era considerado uma banda de tamanho BEM grande (embora ainda não fosse o grupo multiplatinado e poderoso dos anos 1990) e, justamente por causa disso, teve que passar por cima dos problemas o mais rápido possível. E sobreviver, ainda que à custa justamente da estabilidade emocional de Jason Newsted, o substituto do insubstituível Cliff Burton…

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Skull Koraptor e Manger Cadavre?

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta-feira!

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Destaque

Dan Spitz: metaleiro relojoeiro

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Se você acompanha apenas superficialmente a carreira da banda de thrash metal Anthrax e sentia falta do guitarrista Dan Spitz, um dos fundadores, ele vai bem. O músico largou a banda em 1995, pouco antes do sétimo disco da banda, Stomp 442, lançado naquele ano. Voltaria depois, entre 2005 e 2007, mas entre as idas e as vindas, o guitarrista arrumou uma tarefa bem distante da música para fazer: ele se tornou relojoeiro (!).

A vida de Dan mudou bastante depois que o músico teve filhos em 1995, e começou a se questionar se queria mesmo aquela vida na estrada. “Fazíamos um álbum e fazíamos turnês por anos seguidos, e então começávamos o ciclo de novo – o tempo em casa não existia. É uma história que você vê em toda parte: tudo virou algo mundano e mais parecido com um trabalho. Eu precisava de uma pausa”, contou Spitz ao site Hodinkee.

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Na época, lembrou-se da infância, quando ficava sentado com seu avô, relojoeiro, desmontando relógios Patek Philippe, daqueles cheios de pecinhas, molas e motores. “Minha habilidade mecânica vem de minha formação não tradicional. Meu quarto parecia uma pequena estação da NASA crescendo – toneladas de coisas. Eu estava sempre construindo e desmontando coisas durante toda a minha vida. Eu sou um solucionador de problemas no que diz respeito a coisas mecânicas e eletrônicas”, recordou no tal papo.

Spitz acabou no Programa de Treinamento e Educação de Relojoeiros da Suíça, o WOSTEP, onde basicamente passou a não fazer mais nada a não ser mexer em relógios horrivelmente difíceis o dia inteiro, aprender novas técnicas e tentar alcançar os alunos mais rápidos e mais ágeis da instituição.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Discos de 1991 #9: “Metallica”, Metallica

A música ainda estava no horizonte. Tanto que, trabalhando como relojoeiro em Genebra, pensou em largar tudo ao receber um telefonema do amigo Dave Mustaine (Megadeth) dizendo para ele esquecer aquela história e voltar para a música. Olhou para o lado e viu seu colega de bancada trabalhando num relógio super complexo e ouvindo Slayer.

O músico acha que existe uma correlação entre música e relojoaria. “Aprender a tocar uma guitarra de heavy metal é uma habilidade sem fim. É doloroso aprender. É isso que é legal. O mesmo para a relojoaria – é uma habilidade interminável de aprender”, conta ele. “Você tem que ser um artista para ser o melhor – seja na relojoaria ou na música. Você precisa fazer isso por amor”.

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