Desenho animado
Quando cancelaram Toro e Pancho (e em 1976!)

Bem antes de um gambá fedorento, assediador e sem-noção contumaz chamado Pepe Le Pew ganhar o cancelamento e a execração pública, outros desenhos já haviam passado pelo mesmo problema. Aliás, alguns deles bem antes dessa palavra, “cancelamento”, passar a indicar algo mais do que a descontinuidade de uma série ou programa de TV. Nos anos 1970, por exemplo, o desenho Toro e Pancho (ou Tijuana Toads, no título original) já estava deixando muita gente irritada.
Toro e Pancho eram dois sapos mexicanos que moravam no México (em Tijuana, como diz o título), tentavam se alimentar de pequenas presas (e quase sempre se davam mal!) e eram perseguidos por um pássaro chamado Crazylegs Crane – a “cegonha perna-fina”, que ganhou desenho animado próprio em 1978.
O desenho era uma criação da mesma empresa que fazia o desenhos da Pantera Cor de Rosa e, aliás, os dois sapos faziam parte dos novos personagens lançados para o programa da Pantera pela NBC, exibido aos sábados de manhã a partir de 6 de agosto de 1969. A empresa que cuidava disso tudo, a americana DePatie–Freleng Enterprises, Inc, tinha sido montada por dois ex-funcionários da Warner. Junto com eles, fizeram também outras produções, como O Inspetor (o baixinho bigodudo que coadjuvava os desenhos da Pantera) e O Tamanduá e a Formiga.
Falando assim, parece que Toro e Pancho eram uma série de longa duração que atravessou vários anos, mas foram poucos episódios – apenas 17 entre 1969 e 1972. Tanto que os desenhos couberam com folga num vídeo só do YouTube.
A série (cujos personagens principais eram dublados por, respectivamente, Dom Diamond e Tom Holland) sempre teve muitos fãs. Mas, por outro lado, sempre causou problemas. A começar porque os personagens eram mexicanos estereotipados: os desenhos em sua maioria apresentavam Toro e Pancho como dois sapos preguiçosos, que viviam de bicos, e que passavam o tempo todo de sombrero. Quando em 1976 a NBC levou ao ar o programa The Pink Panther laugh-and-a-half-hour-and-a-half show, decidiu incluir os desenhos dos dois sapões. Mas cortou o conteúdo étnico da atração e rebatizou o desenho como Texas toads.
David DePatie lembrou nesse papo aqui que havia outro desenho da mesma leva que lidava com estereótipos – a cobra azul de The blue racer perseguia um besouro japonês. Mas que ele se recorde, não houve problemas com isso. “Acho que ele continuou exatamente como nos desenhos animados”, recordou ele, que ainda foi responsável por levar o universo da máfia italiana (!) para o mundo mágico dos desenhos animados com The dogfather, que no Brasil passou como O poderoso cachorrão. Mas essa é outra história.
Desenho animado
Asparagus: desenho animado alucinante de Suzan Pitt

Um dos blogs que a gente mais gosta no mundo, o Messy Nessy Chic, publicou em sua seção de “coisas que achamos na internet” algumas imagens do desenho animado Asparagus, da animadora americana Suzan Pitt.
Fomos atrás para descobrir qual era a desse desenho e descobrimos uma maravilha sexy-psicológica-surrealista de dezoito minutos que está no YouTube (e que, como tudo que está no YouTube, como foi o caso do filme Som alucinante, pode desaparecer de uma hora pra outra, então pegue logo).
Suzan (1943-2019), que era originalmente pintora, tinha nove anos de trabalho como animadora quando lançou Asparagus. O filme foi lançado em 1979 como parte de uma instalação artística Whitney Museum of American Art, que incluiu o cenário do filme. Uma matéria no site Hyperallergic lembra que Asparagus estreou como abertura de uma exibição do desconcertante Eraserhead, de David Lynch. Também recorda que a cultura mexicana e a iconografia católica exerceram uma enorme influência no trabalho dela.
Cultura Pop
Miles Davis: entrevista em desenho animado

Miles Davis era um gênio e sabia disso. Bom, foi o que ele deixou bastante claro numa entrevista que deu ao jornalista Ben Sidran, falando sobre sua paixão pelo desenho (ele adorava desenhar e inclusive fez uns desenhos durante a entrevista), sobre sua amizade com Dizzy Gillespie e sobre o fato de música representar tudo em sua vida. “Eu estaria morto se não conseguisse criar”, disse o jazzista. “Não haveria nada pelo qual eu quisesse viver. É meio egoísta, mas gênios são egoístas”.
E, bom, o canal Jazz at Lincoln Center transformou o bate-papo em desenho animado, há uns quatro anos. Ficou bem legal.
Cinema
Pinóquio no Espaço Sideral: sim, isso existe

Pinóquio, a animação da Disney, foi feito em 1940. O que ninguém esperava era que a animação com a corrida espacial dos anos 1960 ajudasse no surgimento de uma versão interestelar da história moralista do boneco de madeira que queria ser gente, mas não conseguia vencer as tentações ao longo do caminho.
Pois é: em 1965 um diretor e roteirista americano chamado Fred Ladd foi contratado para reformatar e ajudar a lançar nos EUA uma animação belga chamada… Pinóquio no espaço sideral. Dirigido por Ray Gosseens, o filme era uma produção do editor da história em quadrinhos do Tintim (o belga Raymond Leblanc) e do cofundador da Filmation, a empresa que fez o desenho animado Archie Show (Norm Prescott) e a série da Poderosa Isis.
A novidade é que jogaram o desenho animado no YouTube.
A adaptação da história é uma continuação das aventuras nas quais o personagem já havia se envolvido. Pinóquio já havia virado uma criança e, como castigo por ter mentido, desobedecido e feito umas coisas erradas, tinha voltado a ser um boneco de madeira (e sonhava em voltar a ser um menino).
O garoto frequentava a escola, vivia com o pai (o carpinteiro Gepeto, que passava por uma baita crise financeira). Mas cai de novo numas tentações aí da rua, e acaba indo parar numa aventura espacial, ao lado de uma tartaruga alien, enviada por seu governo para investigar um aumento incomum de radiação em Marte. No desenho, a dupla enfrenta uma baleia gigante e répteis enormes – tudo para assustar seus filhos. Quem vir o filme vai ser poupado do chato Grilo Falante, que não surge no desenho animado, mas numa determinada hora Pinóquio conta umas mentiras e o nariz dele cresce. Igualzinho à história original.
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