Connect with us

Lançamentos

Pessoa, músico baiano, mostra “transformação musical” em single novo

Published

on

Pessoa, cantor e compositor baiano, acaba de lançar nas plataformas de streaming o single Fotossíntese. A canção, escrita em parceria com o compositor Xauim, convida o ouvinte para uma experiência a partir da dimensão do som.

“Criar é fruto de muitos atravessamentos. Na música que o sujeito produz não está somente aquilo que ele ouve, mas também aquilo que vê, come, toca. Para vivenciar essas sensações escolhi o reggae, pois sinto que é o gênero musical que me faz sentir esse convite contemplativo”, explica Pessoa, que toca teclados e guitarra na faixa.

Fotossíntese tem a produção de Marcelo Santana (que toca teclados, baixo e synth) e dá continuidade à imersão de Pessoa no universo reggae, dessa vez evocando efeitos dub, arranjos de sintetizadores e coros. A faixa é o segundo single do próximo álbum que Pessoa pretende lançar este ano.

Pessoa já lançou três EPs: Esse é pra tocar no streaming (2019), Surreal (2020) e Não fique jururu (2021). Suas canções tem como inspiração “as reflexões e belezas colhidas no cotidiano”, como afirma.

Crítica

Ouvimos: Porridge Radio, “The machine starts to sing” (EP)

Published

on

Ouvimos: Porridge Radio, “The machine starts to sing” (EP)

Sem muitas explicações, o Porridge Radio chegou ao fim logo após lançar seu melhor álbum – cujo título já sugeria uma despedida, Clouds in the sky they will always be there for me (2024, resenhamos aqui). A intensidade quase gutural dos vocais de Dana Margolin e a sensibilidade extrema do som da banda talvez tenham cobrado um preço maior do que se imaginava. Como último recado, o grupo lança o EP The machine starts to sing, com quatro faixas das sessões do disco final – ainda que a banda britânica rejeite a ideia de “sobras de estúdio”.

A faixa quase-título, Machine starts to sing, com mais de seis minutos, traz uma das especialidades do Porridge Radio: começa soturna e contida, mas cresce em peso, ambiência e intensidade, à medida que a letra soma lembranças dolorosas, sombrias e infantis. Ok, na sequência, é um folk onde o vocal de Dana é um lamento, um gemido, quase choro, com um peso esmagador na garganta. Já Don’t want to dance é um folk triste com aura de rock dos anos 60, tocado no violão e crescendo até um final de intensidade maníaca.

O encerramento vem com os silêncios e esporros de I’ve got a feeling (Stay lucky), onde a letra busca sentido no caos e em mensagens dispersas – outra especialidade da banda. “E eu tenho um sentimento, um sentimento dentro de mim / desenterrando ervas daninhas até que algo comece a acontecer”. De fato, um adeus que não pede explicação, só sentimento.

UPDATE: Dana Margolin decidiu falar um pouco sobre o fim da banda num papo com o podcast da revista Loud & Quiet.

Nota: 8,5
Gravadora: Secretly Canadian
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: The Murder Capital, “Blindness”

Published

on

Ouvimos: The Murder Capital, “Blindness”

O terceiro disco da banda irlandesa The Murder Capital, Blindness, é uma verdadeira tensão entre climas, timbres e gêneros – e é mais um disco que expõe aquela nossa velha tese, de que bandas como Wire e Public Image Ltd estão entre as mais influentes do universo.

O vocal blasé e a sensação de “tudo desabando” provocada por vários arranjos do álbum remetem diretamente a esses dois grupos, especialmente em faixas como Moonshot, That feeling (que abre com um clima à la Brian Eno, ou David Bowie em Berlim) e Can’t pretend to know. Mas o Murder Capital reproduz essas influências com personalidade, incorporando ainda diversas outras referências.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Em meio ao ruído e ao clima pós-punk, a banda soa como um Duran Duran do mal em Worlds lost meaning, que traz algo misturado ali que também lembra Private dancer, hit de Tina Turner. A distant life remete à fase 1969 do Velvet Underground, enquanto Love of country assume um inesperado tom de rock sulista norte-americano – só que carregado de sombras. A faixa, um cântico contra a guerra e a supremacia, traz tensão nas afinações e versos cortantes: “eu sou apenas uma criança alcançando devaneios de alguns potes desta terra / você poderia me culpar por confundir seu amor pelo país com ódio ao homem?”.

Blindness ainda transita pelo rock dos anos 1990 em faixas como The fall e Death of a giant, que em alguns momentos evocam um Soul Asylum maldito ou um Guided By Voices distorcido – e, no caso dessa última, mexe com climas ligados ao math rock e ao pós-hardcore. Já Swallow abre com um loop hipnótico antes de se transformar em uma faixa na tradição dos Smiths, mas com uma voz grave, descambando depois para um som que parece o lado sombrio do Arctic Monkeys e dos próprios Smiths.

O álbum se encerra com Trailing a wing, uma composição de clima cinematográfico, com guitarras que oscilam entre o casual e o pesado, fechando o disco em tom sombrio.

Nota: 9
Gravadora: Human Seasons Records
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Dadá Joãozinho, “1997” (EP)

Published

on

Ouvimos: Dadá Joãozinho, “1997” (EP)

Tds bem global, disco de estreia de Dadá Joãozinho (2023), músico de Niterói (RJ) que se radicou em São Paulo, é inclassificável. Mas encontra abrigo justamente em seu experimentalismo, que une rap, jazz, música eletrônica, beatmaking, funk e MPB filtrada por evocações, intencionais ou não, a nomes como Di Melo.

A estreia unia também psicodelia, sambas em desconstrução e música “fluida”, que se desfaz e derrete como num quadro surrealista. Nas letras, o existencialismo pessoal de quem se muda para uma metrópole assustadora e precisa ganhar dinheiro para conseguir não ser engolido e cuspido rapidamente pela cidade grande, e as emoções de quem vive paixões arrebatadoras em meio ao caos.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

1997, EP novo de Dadá Joãozinho (o título é o ano de seu nascimento), oferece uma continuação mais orgânica e mais definível do que no álbum de estreia, trazendo várias sonoridades que, de uma forma ou de outra, giram em torno do samba. Olha pra mim, soft rock gravado com o grupo Raça, sugere uma busca do formato canção, mas com linguagem própria, com experimentalismo dosado. 100 anos, que elege o amor como “uma prática”, é um samba-rock “voador” que tem parentesco com o Azymuth. Subindo em árvore (De qualquer forma é grande) é outro samba-rock, mas que descamba para um clima folk e sonhador, cabendo efeitos de som.

As maiores curiosidades do EP ficam para o final: As coisas, parceria com a cantora carioca Jadidi, tem ar de ciranda, ou de marcha, com tom eletrônico e voz soft – a letra evoca uma tarde calma, e lembra um pouco a poesia de Antônio Cícero. Landa, divulgada como single antes do EP sair, é uma espécie de dream-MPB, com psicodelia e experimentação, mas que lá pelas tantas lembra nomes como Geraldo Vandré e Sérgio Ricardo. A letra, em clima de oração, espera por dias melhores e recorda entes queridos: “ô minha vó / queria abraçar minha prima/queria que não tivesse briga/briga de família”.

Nota: 9
Gravadora: Innovative Leisure
Lançamento: 18 de fevereiro de 2025.

Continue Reading
Advertisement

Trending