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Lançamentos

Black Pantera: banda lança EP novo cantado totalmente em inglês, “Griô”

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Black Pantera: banda lança EP novo cantado totalmente em inglês, "Griô"

O Black Pantera já havia lançado um single mais recente em inglês, Dreadpool, citando Spike Lee, com estilingadas de baixo lembrando Bootsy Collins e bandas de indie metal como Primus. Agora sai um EP inteiro em inglês, Griô, formado por faixas que vinham gravando durante a agenda de shows (a banda vem excursionando bastante).

“A gente sempre quis fazer um projeto em inglês, já gravamos algumas músicas durante nossa carreira, mas pela primeira vez fazemos um EP todo em outra língua”, diz o baixista Chaene da Gama no comunicado de lançamento do EP. “Para nós é muito importante que as pessoas entendam o que estamos cantando e dessa vontade nasceu Griô“. Cujo título, por sinal, é uma palavra de origem africana que designa o “guardião da memória oral de um povo”.

“Griô são contadores de histórias, esses ancestrais que passavam o conhecimento para frente, através de contos, através de músicas, extremamente necessários para difundir a cultura de um povo e impedir que ela desapareça. Então a gente queria isso, acabamos sendo griôs da nossa era, pois falamos de retomada, do movimento negro, dos ativistas, da história do povo preto, dos impérios e tudo mais”, diz Chaene, que divide a banda com o irmão Charles Gama (guitarra, vocal) e com Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria).

“Contamos a história do nosso povo, tão apagada, tão sequestrada, mas de uma maneira que a gente posssa retomar isso e mostrar que nós somos história para além da escravidão e uma forma também de combater o racismo e elevar os nossos ancestrais, o nosso povo”, completa

Griô tem cinco faixas. Uma delas, Ukumkani, foi inspirada num sonho que Chaene teve com o avô pedindo para que ele “continuasse alimentando a fogueira, sem deixar o fogo apagar”. Burnout, lembrando o lado punk da fase Max Cavalera do Sepultura, fala sobre pedir ajuda quando estamos com problemas. O EP sai pela Deck.

Foto: Ênio Cesar/Divulgação

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Eel Men: reapresentando o punk rock (e o pós-punk) com “Exeter exit”

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Eel Men: reapresentando o punk rock (e o pós-punk) com "Exeter exit"

Algo me diz que, se estivéssemos lá por 2001, ou 2002, os Eel Men já estaria contratados por uma gravadora grande – a estética punk dessa banda, que parece o tempo todo homenagear bandas como Buzzcocks e Gang Of Four, tem tudo a ver com uma certa confluência entre anos 1970 e 2000 que se abriu nessa época. Esse grupo do Norte de Londres abriu atividades em 2021, já gravou um punhado de singles e um EP “ao vivo no estúdio”, e divulga agora o single Exeter exit.

A nova música dessa banda abre com uma certa cara de Roxanne, do The Police, ou de London calling, do Clash, graças à guitarra em clima quase ska. Só que o que vem em seguida é uma mescla do pós-punk de bandas como Gang Of Four com (de fato) o ataque selvagem do Clash, até mesmo nos vocais e no sotaque londrino. De modo geral soa como uma daquelas bandas punk do fim dos anos 1970 que não quiseram de jeito nenhum ser chamadas de new wave, ou algo do tipo.

O repertório dos Eel Men (que é formado por Jimmy nos vocais e guitarra, Rory na guitarra solo, Alec no baixo e Matt na bateria) inclui ainda outras músicas tão boas quanto Exeter exit, como Pink ones, a levemente sessentista Archetype (que tem uma inexplicável batida meio samba-punk-rock), a mod West green pirate e a dançante Are you there god it’s me, esta funcionando como um relógio rítmico. O grupo já fez uma extensa turnê pela Europa, com shows que foram “de festivais familiares a ex-quartéis-generais da Gestapo transformados em squats anarquistas”, e prepara seu primeiro álbum para fevereiro de 2025. Ouça Eel Men em alto volume aí embaixo.

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Ouvimos: Blood Wizard, “Grinning William”

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Ouvimos: Blood Wizard, “Grinning William”
  • Grinning William é o segundo álbum do grupo britânico Blood Wizard, projeto do músico Cai Burns. A produção foi feita por Theo Verney. Ao lado de Cai (voz, guitarra), estão Faye Robinson (voz, teclados), Tom Towle (guitarra), Ben Davis (baixo) e Adrian Cook (bateria).
  • O release apresenta o álbum como um lançamento mais calmo do que os anteriores ligados a Cai. “As inclinações mais alt-folk de sua estreia foram amplamente introduzidas em vez de guitarras baixas e mais robustas”, diz.
  • Nomes como Cate Le Bon e a neozelandesa Aldous Harding são citados como influencias por Cai.

Se você vir a capa do novo disco do Blood Wizard, levar em conta o nome da banda, e resolver ouvir achando que se trata de algum disco de heavy metal ou stoner rock, vai dar com a cara na porta – mas vá lá que a abordagem deles do som lo-fi tem seus parentescos com o design musical casca-grossa. O som do Blood Wizard opera em linhas nada finas localizadas entre Lou Reed e Mazzy Star, entre Primal Scream e Velvet Underground, entre o indie britânico dos anos 1980 e o vanguardismo de David Bowie nos anos 1970.

Essa segunda faceta dá as caras em Apples + Oranges, canção dançante e falada, enquanto um lado agridoce e pop surge em Sciencefiction, a faixa de abertura de Grinning William . Na sequência, a faixa título, cantada pela tecladista Faye Robinson com voz despedaçada, é pura acidez, algo próximo do shoegaze, mas sem a explosão do estilo musical. Devil dressed in disguise ameaça uma batida meio surf, meio Jorge Ben no começo, mas é só disfarce: a canção vira um pós-punk dançante, com ritmos quebrados, lembrando bandas como Television Personalities. A letra traz os pensamentos viajantes de alguém que descobriu que era o diabo disfarçado – algo entre o cut up de William Burroughs e Arnaldo Baptista/Syd Barrett.

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O que vem depois em Grinning William surpreende: o grupo consegue soar como um The Fall focado na construção de canções e influenciado pela fase anos 1990 de Bowie (Big fish). Depois solta uma baladinha linda, psicodélica e meio louca (Babytooth, que parece usar a metáfora dos “dentes de leite” para falar sobre perda da inocência), um folk-de-bateria-eletrônica com vocais rappeados (Back2bed), um belo pós-punk de synth e violão (Indecision, dos versos “tentamos tirar um tempo para sermos nós mesmos/quem se importa com o que está acontecendo lá fora?/estamos aqui em casa dançando”).

Fechando, lembranças de Day in, day out, do XTC, em Sinister star, e o tom circular e hipnótico de Higher energy!, ameçando um stoner rock no começo, e tornando-se um pós-punk experimental e motorizado. Quem ouvir o disco no Bandcamp ganha uma faixa bônus, a baladinha lo-fi Flowers of evil. No geral, Grinning William é surrealismo poético e musical, com excelentes melodias e surpresas pelo caminho.

Nota: 9
Gravadora: Sad Club Records

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Crítica

Ouvimos: A Day In Venice, “A man without a name”

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Ouvimos: A Day In Venice, “A man without a name”
  • A man without a name é o quinto álbum do A Day In Venice, projeto musical da Itália criado pelo músico Andrej Kralj, que é compositor, produtor, pintor e poeta. Ele define o som do grupo como uma obra em progresso, “das primeiras influências do metal até a mais recente mistura de alternativo/prog/pós-punk/shoegaze”.
  • No disco, Andrej tocou tudo, contando apenas com a guitarra de Marjan Milič em três faixas, e com os vocais de Amanda Palomino e Mariana Leon. O material foi gravado no próprio estúdio do músico.

O ano vem sendo bastante produtivo para o A Day In Venice, uma banda de pós-punk da Itália. Até o momento já lançaram oito singles – um deles, o quase ambient Stillness, saiu acompanhado de um belo clipe que mostra pessoas de todas as idades acordando e se colocando em movimento.

Os singles mais recentes são Castle of love e Angels at play – a primeira, uma música com bastante eco na gravação de guitarras e tom próximo do dream pop; a segunda, um curioso desdobre sombrio do som do grupo, com guitarras distorcidas e baixo à frente. Os clipes da banda são também bastante elaborados e reveladores, como em Stillness e na farra sensual e gastronômica de Castle of love.

Em agosto, lançaram o EP When dreams are born again, com uma sonoridade próxima das bandas mais celestiais dos anos 1980 – The Sundays, Cocteau Twins e até o lado calmíssimo dos Smiths e do R.E.M. E em julho foi a vez de A man without a name, quinto álbum do projeto liderado por Andrej Kralj, um álbum curto, em que ele produz, toca tudo, e traz à frente os vocais de Amanda Palomino e Mariana Leon, sempre com letras em inglês.

De modo geral, é uma banda que (e isso já pode ser visto no clipe de Stilness, que não está no EP), dedica-se bastante a um tipo de som feito para pelo menos tentar levar um dia em paz na vida: letras introspectivas e que falam sobre sonhos, melodias solares e coisas do tipo. A man… traz o A Day In Venice buscando se aproximar de bandas como Echo and Bunnymen (influência em Tendencies, faixa de abertura), e de uma sonoridade próxima a uma versão mais light do shoegaze – como na parede de guitarras da marcial How blind, que ainda tem diálogo de baixo e teclado lembrando New Order.

No decorrer do disco, tem o punk quase pop de Feeling the heat, a dramaticidade entre o punk e o grunge da faixa-título, o tom meio Blondie, meio The Sound de Vibrant whispers (unindo a alegria de uma banda, e o tom maníaco da outra) e uma espécie de power pop gótico em Night owl. No terço final, o punk dicotômico (luz e sombra) de Narrations of loss and death, e o tom dark de Sailing to the end of words e Through the embers of hell. Nada de 100% original, mas as referências são excelentes. Adote essa banda.

Nota: 8
Gravadora: Independente

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