Lançamentos
andre l. r. mendes: single novo resgata “Por aí”, música de sua antiga banda, Maria Bacana

O EP Ok hippie, próximo lançamento do cantor e compositor baiano andre l. r. mendes, vai tomando forma. Dois singles já foram lançados e agora sai o terceiro, que é um retorno ao seu início de carreira, já que andre dessa vez relê em formato acústico e minimalista Por aí, de sua antiga banda, Maria Bacana.
“Apesar de não ser uma das músicas que ficaram mais conhecidas, essa é a minha canção favorita do álbum da Maria Bacana de 1997. Ela tem uma simplicidade e uma leveza que me agradam até hoje. Além do mais, essa gravação é, pra mim, também uma homenagem à Lelê, baixista da banda, que se foi em 2021 vítima da Covid e era peça fundamental na sonoridade da MB. Eu até canto uma frase de contrabaixo dele nessa regravação pra deixar a homenagem explícita!” conta andre, que pela primeira vez regrava uma música de sua antiga banda.
Servindo de batedores para o EP, já saíram os singles Eu me lembro muito bem e Música de casamento. Dessa vez, para Ok hippie, andre adotou como método gravar apenas com voz e violão e lançar sempre o primeiro take. Por aí ganhou um clipe gravado em plano sequência. O EP será o segundo lançamento “cheio” de andre neste ano, já que em 2023 saiu também o álbum Imperioso encantamento (Foto: Cintia M./Divulgação).
Crítica
Ouvimos: Citric Dummies – “Split with turnstile”

RESENHA: Zoação punk de alto nível: no novo Split with turnstile, o Citric Dummies mistura humor, raiva e hardcore em 20 minutos de caos divertido.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 9
Gravadora: Feel It Records
Lançamento: 17 de outubro de 2025
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Apesar do nome, o novo disco dessa banda punk de Minneapolis não tem (ahã, sei) nada a ver com o sucesso recente que o Turnstile anda fazendo, com sua mescla de emo, synthpop, yacht rock e estranhamento progressivo. O vocalista/baixista do Citric Dummies, o inacreditável David Lunch (!), jura que o nome surgiu de uma história contada pelo baterista do grupo, DV Tinner, que certa vez se machucou seriamente pulando uma catraca (“turnstile”, em inglês).
Seja como for, os Citric Dummies são da zoeira: Lunch, Tinner e o guitarrista David Cronutburger fizeram uma paródia da capa e do título Zen arcade, álbum histórico do Hüsker Dü, em seu álbum anterior, Zen and the arcade of beating your ass (2023) – um disco no qual a voz de Lunch insiste em soar como uma versão hardcore de Glenn Danzig (!). Die nasty, disco de 2020, tem faixas como Pitchfork 10 albums, Nirvana Killing Joke e Peel Sessions download. Dois anos antes, foi a vez do álbum The kids are alt-right, cuja faixa título descrevia um paraíso ao contrário em que cantores de alt-folk pulavam pelas ruas e as pessoas liam a pensadora burguesa-liberal Ayn Rand.
Split with turnstile, quinto álbum do CD, é zoação punk que, se você mexe um pouco, ganha ares de hardcore – em faixas como I don’t like anything, Bill’s garden (I wanna live in), I am your napkin e quase todas as outras. A nuvem de tags do grupo inclui referências de D.R.I. e GBH (em Bozo brain e Dropped out of punk), Motörhead (I can’t relate), muita coisa feita na cola de Dead Kennedys e The Damned do começo (Cruisin’ for the dead, por exemplo) e um punk pop com cara de Wire (I can’t stand the weekend). Doze músicas em inacreditáveis 20 minutos, com cara de ataque surpresa.
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Crítica
Ouvimos: Ugly Ozo – “Stargirl” (EP)

RESENHA: Em Stargirl, Ugly Ozo mistura confissão e ruído: ansiedade, isolamento e guitarras 90s entre Pixies, The Cure e Sonic Youth.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Rex Recs
Lançamento: 24 de outubro de 2025
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Nome artístico – quase um personagem, na verdade – lançado pela compositora Jessica Baker em 2019, Ugly Ozo originalmente seria apenas um projeto instrumental e sem rosto. Uma matéria no site Dork conta que Jessica conheceu o produtor Macks Faulkron, do selo Rex Recs, e a coisa mudou a ponto dela não apenas cantar, mas também entregar seu material mais pessoal e confessional já feito.
Stargirl, o EP, vem dessa onda. Nas cinco faixas, Jessica / Ugly Ozo bate forte em temas depressivos: ansiedade, isolamento, o lado tóxico das redes sociais, vulnerabilidade, insegurança – tudo num clima próximo do rock alternativo dos anos 1990 e do pós-punk, pagando tributo tanto a Pixies e Weezer quanto a The Cure e até a Sonic Youth.
- Ouvimos: Chloe Slater – Love me, please (EP)
Ugly Ozo traz sons ruidosos em Onto a winner, Ooh la la (música de ótimo refrão, na cola do Nirvana) e no glam-punk Sink or swim. Madonna, que une Sonic Youth e Pixies, foi feita para sua irmã mais nova e traz vocais quase falados. Cherry encerra o EP próxima do pós-punk gélido, com baixo à frente dialogando com a bateria – quase numa leitura menos sombria do som do Joy Division.
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Lançamentos
Radar: Tuany, Josie, Funk Como Le Gusta, Rafa Bicalho, Trabalhos Espaciais Manuais

Vai ter pelo menos um Radar nacional nesta semana – aliás tá tendo, abrindo com uma novidade na seção (Tuany) e prosseguindo com algums retornos (Josie, Trabalhos Espaciais Manuais), outra boa novidade (Rafa Bicalho) e um clássico (o Funk Como Le Gusta). Leiam, ouçam e repassem.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Tuany): Pietro Lionardi/Divulgação
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TUANY, “CURA”. O novo single dessa cantora de Santo André (SP) une MPB e rock brasileiro da mesma forma que Rita Lee e Cássia Eller faziam – o som de Cura, por sinal, tem emanações tanto de uma quanto da outra, com uma letra que “surgiu como um lembrete da Tuany de hoje para a Tuany do passado, de que tudo passa”, diz ela, que vê suas músicas, antes de tudo, como mensagens de conforto.
“Quando estamos imersos nos sentimentos ruins, parece que nunca vai ter fim, mas essa música foi escrita pra mostrar que não é bem assim. A felicidade pode ser reinventada”, acredita. Além da letra confessional, Cura é marcada por um riff de guitarra na cola de Santana, e por uma musicalidade que junta a descontração do rock nacional dos anos 1980 e a magia da música nacional setentista (além de Rita, nomes como Mutantes, Secos & Molhados e Kid Abelha são listados por ela como referências).
JOSIE, “LUZ”. Depois de Escuro – single lançado com exclusividade pelo Pop Fantasma -, a paulista Josie retorna com Luz. Mais do que o simples contraponto da faixa anterior, a nova música fala sobre o reencontro consigo mesma: “É sobre achar um lugar de plenitude dentro de nós, depois de atravessar o escuro em busca de ferramentas”, explica a artista. Na letra, essa sensação aparece em versos como “de tanto procurar, eu encontrei”.
O som de Luz passeia entre o eletrônico e o acústico, unindo programações a tímpanos e percussões mais comuns em orquestras. A inspiração para o arranjo veio do piano de Cais, clássico de Milton Nascimento e Fernando Brant.
FUNK COMO LE GUSTA feat LINO KRISS, “RADIO BOOGIE”. Essa big band paulistana que existe desde os anos 1990 já estava havia sete anos sem novos lançamentos, fazendo apenas shows. O FCLG volta em grande estilo com uma homenagem ao balanço e às rádios que divulgavam artistas como Carlos Dafé, Sandra de Sá, Hyldon, Tim Maia, Kool & The Gang e vários outros nomes nacionais e internacionais. Radio boogie traz também a participação de um velho amigo, Lino Krizz, nos vocais.
“Além de ser um convidado frequente nos nossos shows, ele é um expert quando se trata de funk e soul music. Estamos realizando um sonho em dividir uma faixa com ele”, explica Renato Galozzi, guitarrista do grupo. Radio boogie também é uma homenagem aos “aplicativos” de som mais populares dos anos 1970 e 1980: rádio, K7 e toca-discos.
RAFA BICALHO, “AMÉRICA DO SUL (VAZIA)” / “PROBLEMA SEU”. Cantor e compositor de Divinópolis (MG), Rafa já realizou trabalhos (compondo ou produzindo) com Clara X Sofia, Ana Laura Lopes e banda Escadacima – também lançou um álbum solo em 2024, Cena 1. Seu novo single duplo tem inspiração em nomes como Haim, Lou Reed, Beck, Mac deMarco e Fontaines DC, mas tem também uma filiação séria com a música pop nacional: dá para lembrar bastante de Paralamas do Sucesso ouvindo o clima dolorido e romântico de América do Sul (Vazia) e Problema seu.
América do Sul, por exemplo, é “sobre todo tipo de perda, saudade ou incompletude que a gente sente durante a vida e sobre aprender a fazer as pazes com isso, sejam elas passageiras ou não”, conta Rafa. Assuntos que ainda estavam frescos em sua mente na época em que a música foi feita, como a morte de sua avó, ou “uma conversa com minha namorada sobre passarmos o ano novo em continentes diferentes”, acabaram inspirando a canção.
TRABALHOS ESPACIAIS MANUAIS, “HARAPAN”. Em novembro sai Ponto de curva, o primeiro álbum dessa banda instrumental gaúcha, que costuma ser mais conhecida como TEM. Harapan é o último single antes do álbum sair, e traz uniões musicais entre forró, maracatu e afrobeat. Tomás Piccinini, o saxofonista do grupo, iniciou a música num improviso, e depois a faixa foi completada pelo grupo.
“O nome Harapan significa ‘esperança’ em malaio. Encontrei esse nome procurando traduções da palavra em outras línguas, e quando vi e ouvi ‘harapan’, achei uma sonoridade bonita e condizente com o significado que buscava”, conta.
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