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Cultura Pop

Várias coisas que você já sabia sobre Argybargy, do Squeeze

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Várias coisas que você já sabia sobre Argybargy, do Squeeze

Você possivelmente conhece uma ou duas canções do Squeeze. A banda londrina, formada em 1974 e liderada até hoje pela dupla de cantores e compositores Glenn Tillbrook e Chris Difford, teve hits como Cool for cats, Up the junction, Tempted (a mais ouvida nas plataformas digitais até hoje) e Pulling mussels (From the shell). Na Inglaterra, a dupla Tillbrook & Difford tem fama de John Lennon & Paul McCartney da new wave. Aliás, o Squeeze é também a banda da qual saiu o hoje apresentador de TV Jools Holland, que foi tecladista do grupo até seu terceiro disco, Argybargy (1980).

Várias coisas que você já sabia sobre Argybargy, do Squeeze

No Brasil, infelizmente, o Squeeze sempre foi uma banda que você tem que informar às pessoas que ela existe, ainda que o grupo tenha uma carreira de mais de 40 anos. Poucos discos deles foram lançados aqui – entre eles, Babylon and on, de 1987. Mesmo Argybargy, o LP deste texto, chegou às quatro décadas em fevereiro de 2020 como novidade para muita gente.

CONTADORES DE HISTÓRIAS

Maldade, já que Argybargy mostra o refinamento de uma banda (Glenn na guitarra solo e voz, Chris na guitarra base e voz, Jools nos teclados e voz, John Bentley no baixo e Gilson Lavis na bateria) pródiga em contar histórias nas músicas. O Squeeze foi bem popular no auge da new wave investindo em melodias bem criativas (quase sempre de autoria de Glenn) e letras (quase sempre escritas por Chris) que fariam qualquer pessoa grudar o ouvido no rádio até saber como terminavam as desventuras do personagem.

Em Argybargy, o grupo fala, em tom de sitcom, sobre diversão juvenil à moda dos Kinks (em Pulling mussels, maior hit do disco), amores que acabam abruptamente (Another nail in my heart), emoções dúbias (If I didn’t love you). Separate beds, espécie de suíte de bolso sobre o início de um amor jovem (e não-aprovado pelas famílias do casal), lembra Kinks e Beach Boys.

Argybargy ganhou uma edição luxuosa em 2008 com vários bônus e até com comerciais de rádio – e que hoje pode ser escutada nas plataformas digitais. O álbum chega a quatro décadas em relativo low profile. Mas a banda vem voltando aos shows aos poucos. No dia 5 de dezembro, o Squeeze, hoje ainda liderado pela dupla Difford & Tilbrook, faz “o primeiro show com distanciamento social” da 02 Arena de Londres. Boa chance para os fãs londrinos matarem as saudades da banda e de alguns hits do disco.

E tá aí nosso relatório sobre Argybargy. Leia ouvindo o disco.

MAS O QUE É ARGYBARGY?

BOM, “argy bargy” (com um espaço entre as duas palavras) significa algo como “bate-boca”. Tinha tudo a ver com um disco que falava (ainda que por um viés bem humorado) de situações meio dramáticas, erros em relacionamentos e histórias que começaram super bem mas saíram do controle.

ALIÁS E A PROPÓSITO, aparentemente ia tudo bem com o Squeeze e a banda não tinha nenhuma discussão interna séria que poderia ser escutada pelos vizinhos dos músicos. O quinteto basicamente desfrutava do sucesso dos primeiros discos, Squeeze (1978) e Cool for cats (1979), fazia turnê, trabalhava nas músicas do terceiro álbum e tentava atender às reais expectativas da gravadora A&M por um novo disco.

DEU CERTO. Cool for cats, o segundo LP, estourara quatro hits (pela ordem: Goodbye girl, Cool for cats, Up the junction e Slap and tickle). E, dois anos antes da MTV iniciar atividades, pusera nas telinhas um clipe da faixa-título. O vídeo promocional (o termo “clipe”, vale lembrar, nem existia) ajudou a solidificar a imagem descontraída e um tanto saudosista do Squeeze. E a associar mais ainda o grupo com o conceito multiuso da new wave, que substituíra rapidamente o punk nos corações dos executivos de gravadoras e editores de jornais e colunas de música.

ONDA NOVA

PARA ENTENDER a que veio uma banda como o Squeeze, só dando uma repassada no estilo musical ao qual ela é associada. A new wave não é um estilo molezinha de se definir. Ela é entendida como uma vertente mais acessível, romântica e colorida (e menos blasé e nariz erguido) do pós-punk. E geralmente era feita por bandas que não tinham atitudes iconoclastas em relação ao rock dos anos 1960 e do primeiros 1970.

ISSO (hum) explica o fato de bandas como Pretenders ou The Cars, por exemplo, serem arejadas o suficiente para estarem na gavetinha da new wave. E não serem consideradas “cerebrais”, engajadas e cabeçudas o suficiente para se misturarem com a turma do pós-punk (coisa de bandas como Television, Talking Heads, Gang of Four, etc). A verdade é que a new wave já era um pós-punk. Mas, em alguns casos – e num entendimento mais vazado que defesa de time de várzea – qualquer coisa que tivesse um ar pós-punk (enfim, um rock simplificado mas sem as limitações do punk) já era atirada sem dó nem piedade na vala new wave.

TECLADOS. Se a música fosse dançante e tivesse sintetizadores, era meio caminho andado para que vários jornalistas e até várias bandas já classificassem a música como “new wave”. Caso fosse uma imitação do Blondie, do Devo ou do B-52’s, nomes muito bem sucedidos e costumeiramente associados ao estilo, mais ainda.

ALIÁS E A PROPÓSITO, num entendimento bem machista (do tipo que costuma classificar estilos musicais como “de menininha”), bandas com mulheres na formação já eram automaticamente classificadas como new wave e não como punk. E isso, ainda que um grupo feminino como as Go-Go’s, por exemplo, tivesse raízes fincadas no diversificado e miscigenado punk californiano (você já leu sobre isso no POP FANTASMA).

QUANDO TUDO ERA MATO

O SQUEEZE surgiu bem antes até do punk, em 1974, no Sul de Londres. Quem deu início aos trabalhos foi Difford, que aos 18 anos roubou 50 centavos da bolsa da mãe para colocar um anúncio numa confeitaria (oi?) recrutando músicos para sua banda. Tillbrook respondeu o anúncio. Mas chegou lá e descobriu que não havia banda nenhuma, só o futuro parceiro de composições. Difford diz que não foi só ele que apareceu. “Teve um outro sujeito com quem eu realmente não concordava e ele era bastante dominador, e eu não precisava disso naquele momento”, contou.

DUPLA. Os dois começaram a compor juntos e logo foram entrando os outros colegas (Jools entre eles). Glenn, autor de boa parte das melodias, era fã de jazz e de artistas como Jimi Hendrix, Elvis Presley e Amon Düul, e tinha fama de bom guitarrista. Chris, fã de David Bowie, MC5 e Stooges, era craque em inserir referências literárias de todas as categorias em suas letras, ou nomes de antigas atrações de TV (o Cool for cats do primeiro hit deles era o nome de uma atração televisiva de rock dos anos 1950). Ambos adoravam bandas de “grandes canções”, como Beatles e Kinks.

VELVET

HOJE É DIFÍCIL IMAGINAR, mas o Squeeze fazia parte da mesma cena musical do Dire Straits. Ainda que os resultados sonoros fossem bem diferentes, tanto uma quanto a outra eram bandas de Deptford, no sudoeste de Londres, e dividiram vários palcos. Os primeiros shows da banda de Mark Knopfler, em 1977, foram dados ao lado do Squeeze, num festival local. Outra banda da mesma galera, mas que não se tornou tão ilustre, era o Alternative TV, que unia punk e reggae.

SIM, o nome Squeeze foi mesmo tirado do disco Squeeze, do Velvet Underground (do qual falamos aqui). Embora nem Chris nem Glenn sejam muito fãs do álbum. A banda lembra que colocaram vários nomes num chapéu, sacudiram e escolheram o que saiu.

POR SINAL, John Cale, co-fundador do Velvet acabou produzindo o primeiro EP (Packet of three, de 1977) e o primeiro LP (epônimo, 1978) da banda. Todavia, a A&M, que contratara a banda, não deixou o ex-Velvet nem chegar perto das faixas de trabalho do LP,  porque tinha achado as produções de Cale muito anti-comerciais. O próprio grupo, num rasgo de confiança do selo, produziu as canções.

ALIÁS E A PROPÓSITO, o primeiro disco tinha boa parte de seu repertório formado pelas primeiras canções da dupla, feitas quatro meses após os dois se conhecerem.

O EMPRESÁRIO

MILES COPELAND tinha pego o Squeeze para empresariar ainda em 1976. Em seguida, contratou a banda para o seu selo BTM Records. A gravadora teve vida curta. Mas ele acabou lançando os primeiros singles e o primeiro EP da banda por outro selinho próprio, o Deptford Fun City, só para lançar bandas locais.

NÃO PODE. “Squeeze” era um nome relativamente comum para bandas nos anos 1970. Não apenas por aludir a Squeeze box, hit do The Who de 1975, como também (e em primeiro lugar) por ser uma alusão cara-de-pau à masturbação masculina. Não custa lembrar que na capa do primeiro álbum do Squeeze havia um sujeito fortão divertindo-se solitariamente. Existia uma banda pouquíssimo conhecida chamada Squeezer, em Albuquerque, Novo México, nos EUA. E tinha também outra banda americana chamada Tight Squeeze. Na Austrália, havia um xará também. Por causa disso, o grupo de Chris e Glenn ficou conhecido como UK Squeeze por um bom tempo nos EUA, Austrália e Canadá.

ARGYBARGY, ENFIM

ESTÚDIO, PRODUTOR… A banda gravou Argybargy no célebre Olympic Studios, de Londres, com o experiente John Wood (Pink Floyd, Fairport Convention, Cat Stevens) dividindo os trabalhos de produção com a banda. O Squeeze tinha àquela altura na formação Chris, Glenn, Jools, Gilson Lavis (bateria) e John Bentley (baixo). Bentley substituíra Harry Kakoulli, que gravou os baixos dos dois primeiros discos. O novo integrante entrou para banda de maneira inusitada: o grupo já escolhera o novo baixista mas ele, atrasado para a audição, fincou pé e insistiu em tocar. Pegou a vaga. Em meio às gravações, a turma se divertia indo a bares e zoando. Especialmente Glenn e Jools, os mais exibidos da galera.

TECLADISTA FANFARRÃO. Jools Holland não era um compositor muito prolífico em sua própria banda (bom, em Argybargy, assinava Wrong side of the moon com Chris Difford). Mas era um músico com carisma e brilho próprio. Era também o integrante que mais falava no palco e tinha uma atitude brincalhona nos shows. Por causa disso, foi incentivado pelo empresário Miles a fazer as apresentações dos músicos, que Glenn e Chris sempre esqueciam de fazer. Acabou virando porta-voz da banda no palco.

PARTE 2.

CHRIS. Difford considerava Argybargy uma espécie de “disco 2” de Cool for cats, gravado quase com a mesma equipe e contando com a mesma disposição da dupla de compositores para contar histórias. As letras surgiram da vida nova de Chris, que mudara-se para Nova York com a mulher, grávida. A gravadora ficou contente com o desempenho dos dois primeiros singles, Another nail in my heart (janeiro de 1980) e If I didn’t love you (março).

ALIÁS E A PROPÓSITO. If I didn’t love you era a letra preferida de Difford, por causa do verso “compactos me lembram de beijos/álbuns me lembram de planos”, que faziam com que o compositor lembrasse da época em que levava namoradas para conhecer a coleção de discos dele.

ESCRITOR SAFADO. Já o single seguinte, Pulling mussels (From the shell), trazia reminiscências da época em que Chris e um amigo dirigiam até um caravan park para ver shows de bandas como Small Faces em um clube local. “Tentei imaginar como Ray Davies (Kinks) escreveria sobre esse fim de semana inglês típico”, contou Chris, que ainda incluiu na letra uma referência ao escritor americano Harold Robbins, autor de romances safadinhos como Os insaciáveis e Os pervertidos.

CAPA

MONTE DE CORES. O visual de Argybargy foi todo bolado por Mike Ross, um diretor de cinema que passou a colaborar com gravadoras e fotografou Paul McCartney, Beach Boys, Elton John, Chris de Burgh e vários outros. Ross também havia trabalhado nas capas dos discos anteriores da banda, já que era designer da A&M naquele momento. Mike Laye, o autor da coloridíssima foto da capa, trabalhou para revistas como The Face e igualmente já havia feito as imagens de Cool for cats.

JÁ NA CONTRACAPA, a banda preferiu umas imagens em preto e branco, feitas pelos próprios integrantes usando uma câmera automática.

Várias coisas que você já sabia sobre Argybargy, do Squeeze

CADÊ O EMPRESÁRIO?

MILES A MILHAS (AI) DE DISTÂNCIA. Miles Copeland, empresário do Squeeze, estava começando a ficar cada vez mais animadinho com outra banda da qual cuidava na época. Nada menos que The Police, o power trio new wave do qual fazia parte seu irmão, o superbaterista Stewart Copeland. O Squeeze ficou meio enciumado, até porque Miles, segundo eles, deu uma sumida do dia a dia deles e passou a colocar o Police nos mesmos esquemas deles. Enfim, contrato com a A&M, turnê pelos EUA e hits nas rádios. Em pleno envolvimento com o Police, Miles enviou o Squeeze para uma turnê pela Austrália, aquele país em que – você leu lá atrás – eles precisavam meter um “UK” no nome.

ALIÁS E A PROPÓSITO, Difford diz que assistiu a uma suposta audição que Sting teria feito em busca de uma vaguinha de cantor no The Police. “Ele apareceu lá e eu disse a todo mundo: ‘Esse cara não canta nada!’. Obviamente eu estava errado”, contou. Mais obviamente ainda, a maioria das biografias do Police conta uma história bem diferente da do vocalista do Squeeze, já que Stewart e Sting tinham projetos juntos antes do grupo, e quem entrou depois foi o guitarrista Andy Summers.

EMPRESÁRIO NOVO

NO MEIO DA turnê de Argybargy, a banda voltou para a Inglaterra. Logo que chegaram, descobriram que estavam próximo a Malvern, onde rolaria um show de Elvis Costello e sua banda The Atrtractions (da qual fazia parte um velho amigo, o tecladista Steve Nieve). Foram lá bater um papo com Nieve e Elvis (uma grande influência do Squeeze, por sinal) e… Acabaram conversando um bom tempo com Jake Riviera, empresário de Elvis.

TCHAU QUERIDO. O papo foi tão bom que os cinco desistiram de Miles na mesma hora e correram para o escritório de Jake. O manager impressionou a banda com vários papos sobre sua coleção de discos. Também veio com conversas como “por que vocês não fazem mais por vocês mesmos?”.

MILES ficou puto e avisou que a A&M iria encarar a desistência como desfeita. De qualquer jeito, a banda ainda continuou lá por um bom tempo e ainda gravou na empresa outro disco fundamental em 1983, East side story. Aliás, muita gente considera esse álbum até melhor que Argybagy, mas aí é outra história. É o disco que tem o hit Tempted, que hoje, em tempos de plataformas digitais, é a música mais popular da banda.

NA TELINHA. Em 1º de agosto de 1981, surgiu a MTV. Em seguida, as bandas britânicas que invadiram as paradas americanas com hits-de-sintetizador e canções mais associadas à new wave, passaram a ser consideradas como parte de uma “segunda invasão britânica”. O Squeeze estava nessa, ao lado de nomes como Duran Duran, Pretenders, Dire Straits, Buggles e outros.

VALEU, JOOLS

APÓS Argybargy, um integrante perderia totalmente o interesse pela banda. Jools Holland, que já se sentia sem espaço criativo dentro do grupo, convocou os colegas para um café da manhã e avisou que deixaria o Squeeze. Também disse que seguria com Miles Copeland como empresário.  O músico, que já tinha gravado um EP solo em 1978, virou apresentador do popular The Tube ao lado de Paula Yates. Em seguida, passou a alternar trabalhos na TV com gravações e shows. Hoje, impossível não saber, apresenta o Later… with Jools Holland na BBC.

CHRIS, particulamente, ficou devastado com a saída de Jools, afirmando que para ele, era como “perder um dedo”. Considerava o amigo parte importante no clima de gangue de roqueiros que o Squeeze tinha. “Era algo inspirado pelos Small Faces e pelo The Who”, como disse.

FORMAÇÃO VARIÁVEL. O posto de tecladista do Squeeze ficou variando nos dois discos subsequentes. East side story (1981) trouxe o ex-Roxy Music John Carrack nos teclados. O músico ainda soltou a voz solo em Tempted, maior hit do grupo. Sweets from a stranger (1982) tinha o multi-instrumentista Don Snow nos teclados. Descontente, a banda encerrou atividades no fim da turnê desse disco. E em 1984 aconteceu o que todo mundo já esperava: a dupla Chris Difford e Glenn Tillbrook lançou um disco “solo em dupla”, Difford & Tilbrook. Mas o disco costuma ser incluído em discografias do Squeeze e os singles aparecem até em coletâneas da banda.

JOOLS VOLTOU 

EM 1985, o Squeeze de Argybargy se reuniu por um motivo que tinha tudo a ver com aquele ano de Live Aid: toparam fazer um show de caridade. O show foi tão bom que a banda resolveu voltar a gravar e excursionar. Cosi fan tutti frutti, o sexto disco, lançado naquele ano, trazia Difford, Tilbrook, Holland, Lavis e o baixista do disco Difford & Tilbrook, Keith Wilkinson. Jools levou seu irmão adolescente, Christopher, para tocar teclados na turnê, mas ele durou pouco na turma.

EM 1987, ano de outro sucesso do Squeeze (o disco Babylon and on, dos hits 853-5937 e Hourglass) o tecladista montou a Jools Holland Big Band. A formação do grupo fixa trazia ele e um colega de Squeeze, o baterista Gilson Lavis. O excesso de compromissos tirou novamente Holland da banda em 1990. A partir daí, o Squeeze passou a girar em torno da dupla de compositores, com músicos entrando e saindo. Eventualmente, rolavam retornos de ex-colegas – Paul Carrack, por exemplo, voltou em 1993.

E DEPOIS?

O SQUEEZE entrou em declínio, saiu da A&M, foi para a I.R.S. (gravadora do ex-empresário Miles Copeland), para a Reprise e voltou para a A&M para lançar um de seus discos mais bem sucedidos dos anos 1990, Some fantastic place (1993), com Paul Carrack de volta. Encerrou atividades por alguns anos a partir de 1999. Chris e Glenn se distanciaram, pelo menos profissionalmente (os dois dizem que a amizade permaneceu), para cuidarem de carreiras solo. Em 2007, a banda retornou aos palcos para celebrar o relançamento de seu catálogo – a Universal, que controla a A&M, entrara na onda das edições “deluxe”, com vários bônus, e repôs discos de várias bandas de seu acervo.

APÓS VÁRIAS MUDANÇAS DE FORMAÇÃO, o Squeeze é um septeto. Incluindo Chris, Glenn (ambos voz e guitarra), Melvin Duffy (guitarra), Simon Hanson (bateria), Yolanda Charles (baixo), Stephen Large (teclados) e Steve Smith (percussão). O último lançamento dessa formação foi o disco The knowledge, lançado em 2017. Olha aí um dos shows dessa turnê.

E já que você chegou até aqui, conheça o canal de um sujeito chamado Steve Bertram, que é fanático pelo Squeeze e disponibiliza tudo quanto é tipo de raridade da banda em vídeo. Inclusive esse show de abril de 1980, em plena turnê de Argybargy. Tem vários documentários e entrevistas lá – infelizmente tudo sem legenda.

Com informações daqui, daqui, daqui e do livro Some fantastic place: My life in and out of Squeeze, de Chris Difford.

VEJA TAMBÉM NO POP FANTASMA:

– Demos o mesmo tratamento a Physical graffiti (Led Zeppelin), a Substance (New Order), ao primeiro disco do Black Sabbath, a End of the century (Ramones), ao rooftop concert, dos Beatles, a London calling (Clash), a Fun house (Stooges), a New York (Lou Reed), aos primeiros shows de David Bowie no Brasil, a Electric ladyland (The Jimi Hendrix Experience), a Pleased to meet me (Replacements), a Dirty mind (Prince), a Paranoid (Black Sabbath), a Tango in the night (Fleetwood Mac) e a Mellon Collie and the infinite sadness (Smashing Pumpkins). E a The man who sold the world (David Bowie).
– Além disso, demos uma mentidinha e oferecemos “coisas que você não sabe” ao falar de Rocket to Russia (Ramones) e Trompe le monde (Pixies).
– Mais Smashing Pumpkins no POP FANTASMA aqui.

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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