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Games

TecToy completa 30 anos com evento no Rio, e relança Pense Bem

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TecToy completa 30 anos com evento no Rio de Janeiro

A TecToy, que completa 30 anos, teve diversas fases. Sucesso com lançamentos como Pense Bem, Teddy Ruxpin, Mega Drive e os mini-games, baixa no mercado (nem na época em que produtos falsos choviam no mercado e a turma descobria que dava para baixar games da web), concordata e retorno em 2001. Tá na hora de comemorar, e aqui no Rio. O evento Game Point Tectoy rola até dia 12 de dezembro no Carioca Shopping, na Vila da Penha. E traz uma “experiência nostálgica e interativa” em games clássicos como Atari, Master System e Mega Drive. Para jogar, é R$ 5 por trinta minutos.

O evento faz parte das comemorações dos 30 anos da Tectoy e terá uma estrutura com os consoles e TVs de 32” Full HD, da AOC, parceira da atração, em que o público poderá jogar os lendários videogames dos anos 1980 e 1990. Para quem é fã, será um momento de nostalgia, já para as novas gerações, uma experiência diferente, com joysticks, cartuchos e, claro, a definição e a velocidade, que mesmo muito abaixo dos games atuais, proporcionam uma aventura única para os jogadores. “A Tectoy não poderia comemorar seus 30 anos sem proporcionar uma experiência nostálgica para os fãs de videogames clássicos, além de apresentar esses ícones para a nova geração de jogadores”, explica Victor Raful, gerente de E-commerce e Marketing da Tectoy.

O Carioca Shopping fica na Avenida Vicente de Carvalho 909, Vila da Penha (2430-5120). Seb a sáb, das 10h às 22h. Dom. e feriados, das 13h às 22h. R$ 5 para jogar 30 min.

E, ah, falando no Pense Bem, ele voltou às lojas

https://www.instagram.com/p/BX0NTOugi-w

Ricardo Schott é jornalista, radialista, editor e principal colaborador do POP FANTASMA.

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Games

Suzanne Ciani fazendo a triilha do pinball Xenon

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Suzanne Ciani fazendo a triilha do pinball Xenon

Lançado em novembro de 1980, o pinball Xenon trazia algumas novidades para o universo daquelas máquinas que se tornaram super populares nos anos 1970 e 1980. Para começar, a compositora de música eletrônica Suzanne Ciani foi convidada pela empresa Bally (que basicamente trabalhava com caça-níqueis e coisas ligadas ao universo dos cassinos) para fazer a música do jogo. E acabou também fazendo a voz feminina do game.

A ideia da Xenon era produzir algo “sexy” – ainda que vários fãs do game façam questão de destacar o pioneirismo da marca em criar um robô feminino, volta e meia dava para ouvir uns gemidos e uns “try Xeeenon” na parada. Mas Suzanne resolveu fazer mais do que havia sido encomendado a ela e foi entender como funcionavam o jogo e as reações de quem jogava. Tanto que além de fazer a música, sugeriu que sua própria voz fosse gravada como “reações” do robô. Voz e música foram gravados em chips especiais e, dessa forma, o jogo chegou a todos os usuários nos fliperamas da época.

E esse texto é só uma introdução BEM grande para o vídeo abaixo, que mostra uma reportagem do programa Omni Magazine com Suzanne e com a turma da Bally. Suzanne aparece compondo a música do game, colocando voz, argumentando que seria legal que o jogo tivesse a voz dela, entre outras coisas. A produção da máquina e do chip também aparece no vídeo.

Via Early Cianni

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Cultura Pop

Lembra do game do Sigue Sigue Sputnik (que nunca saiu)?

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Lembra do game do Sigue Sigue Sputnik (que nunca saiu?)

No disco The Who sell out (1967, leia texto e ouça podcast sobre esse disco no Pop Fantasma), o The Who brincou de incluir anúncios entre as faixas e até ofereceu espaço para marcas – pelo menos duas aceitaram, mas a Coca-Cola bateu o telefone na cara da banda. A banda britânica Sigue Sigue Sputnik, por sua vez, não estava brincando quando fez o mesmo em seu disco de estreia, Flaunt it, de 1986. A L’Oreal e a revista iD incluíram spots entre as faixas, entre outros anunciantes (ao que consta, cada reclame de 30 segundos custava 1500 dólares).

Agora, teve um anunciante muito especial que fez propaganda de um produto que nunca chegou a ser lançado. E esse anunciante foi… o próprio Sigue Sigue Sputnik.

Se você nunca ouviu os tais anúncios de Flaunt it, tá tudo aí – o do videogame do Sigue fica lá por 1:05. Aparentemente o grupo quis seguir os passos do Frankie Goes To Hollywood, que teve um videogame lançado, e quis ter o seu próprio. A produção chegou a ser anunciada pelo número 60 da revista Computer and video games, num texto meio punk, dizendo que o jogo tinha “cara de século 21” e que “você se depara com dezenas de canais de TV para escolher e vários personagens chegam às telas de vídeo e tentam explodir Tony James (guitarrista do grupo) em pedaços (hooray). Quando você destruir um invasor em uma janela, ele reaparecerá na próxima janela e assim por diante até que todas as quatro telas de vídeo tenham sido preenchidas”.

O tal game estava marcado para sair em setembro de 1986 e ainda teria a participação virtual de personagens bem famosos (e sabe-se lá se essa turma aparecia mediante pagamento de royalties): Madonna, Michael Jackson, Phil Collins e outros. A matéria incluía uma foto do jogo – na verdade uma péssima captura de tela.

Mas e aí, era legal esse jogo, pelo menos? Bom, provavelmente uma turma aí não achou, já que nem sequer foi lançado. O site Games That Never Weren’t encontrou um sujeito que trabalhava numa empresa de games e o cara se diz “a pessoa que perdeu a única cópia do jogo, que ficou inacabado”. Aparentemente, era uma enorme confusão. “Era um jogo jogável, não havia pontuação ou estrutura, mas você controlava um cara do grupo, atirando coisas em um banco de telas de TV, que mostravam caricaturas de várias celebridades (lembro que Phil Collins era uma delas)”, o cara afirma. Depois o site descobriu que, sim, havia uma cópia – que estava nos guardados de um outro cara, Darren Melbourne. O repórter do site jogou o jogo, viu que estava mesmo inacabado e viu as tais telas de TV (uma delas sim, tem Phil Collins).

O tal jogo do Sigue Sigue Sputnik, na verdade, foi sendo abandonado por alguns motivos importantes. Se em Flaunt it, a banda conseguiu vários anunciantes interessados, no game já não foi possível conseguir muitos patrocinadores. Um turma super nariz-erguido chegou a pedir 80 mil libras para liberar o licenciamento do game para alguma empresa – claro que ninguém ficou a fim de pagar essa exorbitância. Tony James, em conversas com a turma que bolou o game, deixou claro que queria ver “mais sangue” no jogo. Não teria mesmo como dar certo.

Se você estiver super curiosa/curioso para ver mais algumas imagens, o GTW fez também um vídeo mostrando como funcionava e contando mais alguns causos.

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Cultura Pop

Aquela vez em que David Bowie lançou um game chamado Omikron (!)

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O episódio 20 do nosso podcast POP FANTASMA DOCUMENTO detalha como David Bowie, considerado por muita gente boa como “o homem que viu o futuro”, chegou até o século 21 – a época em que ele gravou discos como Heathen (2001). O que ninguém esperava, pelo menos nos dia de hoje, é que no fim do século passado, Bowie lançasse um videogame – o único de sua carreira – com um nome que muita gente está ouvindo direto nos dias de hoje.

Omikron: The nomad soul saiu em 1999 pela então novata Quantic Dream, criada por (e mantida até hoje por) David Cage. Não era um game sobre vírus atacando populações ou coisa parecida. Bowie e sua mulher Iman dublaram personagens no jogo, que falava sobre uma cidade chamada Omikron, comandada por um ditador. Tudo começa a ruir quando aparece um investigador chamado Kay’l 669, que pede ao jogador para assumir seu papel, e ajudá-lo a investigar uma série de assassinatos. Dai para a frente, até demônios aparecem na história.

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O personagem dublado por Bowie é uma espécie de história virtual dentro do ambiente virtual – um revolucionário chamado Boz, que só existe dentro dos computadores de Omikron. Ele também interpreta um cantor de uma banda iniciante, The Dreamers, que canta as músicas que o artista fez para o jogo. As músicas do game foram todas feitas por Bowie e pelo guitarrista Reeves Gabrels, e apareceriam no disco Hours (1999). Era uma novidade, porque as produtoras de games suavam muito para licenciar canções famosas, e lá estava David Bowie compondo músicas exclusivas para o jogo. Houve comentários sobre um possível disco instrumental de Omikron, que acabou não sendo feito.

Olha os cinco minutos de aparição de Bowie no jogo.

“Para o papel de Boz, conversamos muito sobre o papel proativo que esse personagem tinha, de onde ele veio, o que buscava e David fez o resto”, disse Cage para o Le Monde. “Eu realmente dirigi muito pouco no estúdio porque não era necessário”. O promo do jogo, com algumas aparições do cantor, segue aí.

Olha aí Bowie e Gabrels na coletiva de lançamento do game, em 1999. O cantor diz que teve interesse especial pelo desafio de fazer música para um game, e que ele e o amigo haviam feito músicas para filmes durante vários anos. Bowie também chegou a admitir no papo que nunca foi um grande fã de games, e que seu filho Duncan, hoje cineasta, curtia jogar.

No Le Monde, Cage disse que ele, Bowie e Gabrels, para compor a trilha, ficaram trancados em um apartamento em Paris por um mês, e se viam quase todos os dias, para trabalhar. “Eu trouxe todos os designs do jogo, o roteiro, deixei minhas anotações espalhadas pelo apartamento. Durante várias horas por dia, contava a ele a história momento a momento, víamos as imagens juntos, conversávamos sobre o universo do game. E depois que eu saía, ele ficava trabalhando na música”, disse.

A Quantic Dream, empresa de Cage, é definida pelo jornalista de games Thomas Wilde como um estúdio que fez “alguns dos jogos mais estranhos das próximas gerações” e que adora “narrativa, nudez e, francamente, pretensão incrível”. A empresa já esteve sob investigação, acusada de condutas tóxicas, racistas e sexistas – em abril de 2021, a QD foi inocentada.

Mais um trecho do jogo, com a música New angels of promise.

E uma curiosidade para games fãs de Bowie é que o jogo ainda está à venda pelo Steam. Testa aí e conta para a gente!

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