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Cultura Pop

Relembrando Orlandivo (1937-2017) em vídeos

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Morto aos 80 anos de “causas não reveladas” nesta quarta (8), o cantor e compositor Orlandivo foi um dos criadores da mistura de samba e rock – incentivou até Jorge Ben, que lhe deu “Por causa de você, menina” mas recebeu dele um “grava você, que vai estourar”. Ficou um bom tempo sumido do mercado: chegou a dar uma entrevista na década passada a um diário carioca agradecendo aos pirateiros que passavam seus antigos LPs para CD-R e vendiam em lugares como a Rua Pedro Lessa, na Cinelândia – ponto conhecido de vendas de LPs raros e algumas copiazinhas amigas em CD gravável. Os gringos que vêm ao Brasil comprar vinis em feiras e lojas também têm grande responsabilidade pela redescoberta do músico. O selo Mr. Bongo, por exemplo, acabou incluindo “Onde anda o meu amor” (do cultuado LP de 1977 do cantor) numa de suas coletâneas “Brazilian beats”, o que ajudou a música a virar artigo de festas descoladas aqui e lá fora.

Bem antes disso, Jorge Ben tinha gravado a música em 1964 em seu segundo disco, “Ben é samba bom”.

O hábito de fazer o ritmo das músicas batendo numa chave inspirou o nome de um de seus primeiros discos, “A chave do sucesso” (1962), e a arte gráfica do último CD que lançou, ‘Sambaflex”, de 2005. Nessa época, Orlandivo não tinha apenas uma chave para bater – tinha várias, já que era síndico do prédio em que morava na Zona Sul do Rio e andava com um chaveiro enorme. Revelou isso numa entrevista a Leda Nagle, no “Sem censura” (não achei vídeos disso).

Aqui, Orlandivo em 2011 no palco com o grupo paulistano Clube do Balanço, tocando o sambalanço “Palladium”.

Ao lado de Amanda Bravo, filha do compositor Durval Ferreira, recordando “Bolinha de sabão” e “Falaram tanto de você”. Amanda está preparando um disco de sambalanço que vai ter músicas de Orlandivo.

Orlandivo ficou famoso nos anos 1960 como crooner da orquestra de Ed Lincoln (1932-2012). Com ele fez várias músicas, shows e gravações. Olha aí “O bêbado”, num disco de Ed Lincoln lançado em 1971 – parceria dos dois. Dá pra ouvir a voz de Orlandivo no coral.

Em 1974, o grupo Baiano & Os Novos Caetanos, criado por Chico Anysio (o Baiano) e Arnaud Rodrigues (o Paulinho) no programa de TV “Chico City”, gravou o LP “…e?” pela CID, com produção de Durval Ferreira. Entrevistei uma vez o criador da CID, Harry Zuckermann, e ele disse que achava que estava faltando algo mais engraçado no disco. Orlandivo e Arnaud aprontaram então a malandra “Vou batê pa tu”, que virou o maior sucesso do álbum – lançado em CD nos anos 2000 e hoje disponível até no Spotify.

E olha a versão do autor aí, no ‘Sambaflex”.

Voltando lá no passado: quem era muito amigo de Orlandivo era ninguém menos que Paulo Silvino. Os dois serviram juntos no mesmo quartel – e Orlandivo havia se apresentado num programa de rádio em Santos (SP), na infãncia, em que o animador era o pai do humorista, Silvino Neto. Fizeram juntos músicas como a gozadora “A fábula que educa”, gravada por Paulo (que sim, já foi cantor e compositor) no LP “A nova geração em ritmo de samba” (1960). O portal Coisas da Música bateu um papo com Paulo sobre esse disco e essa época. Orlandivo não estava no disco como cantor.

E olha Orlandivo aí, no programa ‘Ensaio” da TV Cultura, com um de seus maiores sucessos, “Bolinha de sabão”.

E esse é um vídeo caseiro que alguém subiu dele no YouTube no ano passado. De acordo com o jornal “O Globo”, Orlandivo tinha se encontrado na semana passada com João Donato e mostrou músicas novas para ele. “Ele não estava muito bem de saúde, mas ao mesmo tempo estava criando muito e fazendo planos”, diz Amanda Bravo.

 

Foto: Divulgação

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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