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Radar: Holy Death Temple, Olivia Dares The Darkness e mais sons do Groover

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Radar: Holy Death Temple , Olivia Dares The Darkness e mais sons do Groover

O Pop Fantasma agora também tá no Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins. Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova! (na foto, o Holy Death Temple).

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HOLY DEATH TEMPLE, “ALGO-RHYTHM IS GONNA GET YOU”. Ele, o algoritmo, vai te pegar. A banda de punk gótico e dançante de Seattle avisa: não importa credo, cor, religião ou gênero, ninguém escapa da engrenagem das redes sociais. Fake news, memes bizarros, stalking digital – o algoritmo te fisga onde você menos espera, e nessa faixa, eles transformam essa paranoia digital em uma trilha frenética para a era da hiperconectividade.

OLIVE DARES THE DARKNESS, “WELCOME TO THE CLUB”. Vindo da Carolina do Sul, esse grupo de darkwave traz vocais femininos intensos (cortesia de Rebecca Darling) e uma sonoridade que flerta mais com o metal do que com o pós-punk tradicional. No novo single, eles contam com a colaboração do artista eletrônico PlanetRobot, de Londres. “Ele adicionou uma nova dimensão à nossa canção”, comenta Rebecca. O resultado é um híbrido sombrio que combina texturas industriais com atmosferas etéreas.

DUPLEXITY, “NOT TODAY”. Uma dupla “dinâmica” de irmãos que aposta no pop-rock? Sim, mas com melodias viciantes e um toque de power pop e hard rock. Not today chega como um hino otimista em tempos nublados, incentivando todo mundo a celebrar suas conquistas e viver o presente, sem se deixar sufocar pela negatividade do dia a dia.

STEVE LIEBERMAN, THE GANGSTA RABBI, “I WANNA BASS WITH A WHAMMY BAR”. Esse músico judeu de carreira extensa e criações bem experimentais – uma delas é The Noise Militia (#38/76), canção que dura 35 horas, 41 minutos e nove segundos – lança um álbum por mês, praticamente. E o mais recente lançamento é Wowwing them with distortion, que ele diz ser seu disco com volume mais alto (e olha que os anteriores já requerem cuidados com os ouvidos). Para marcar a chegada do novo trabalho, ele solta esse single ruidoso, que mistura o espírito do hard rock setentista com suas já tradicionais camadas de distorção.

EGHOZA, “HOLIDAY”. “Meu objetivo é criar consciência com minha música e inspirar as pessoas”, afirma esse rapper enigmático, cujo trabalho transita entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Em Holiday, ele entrega um R&B leve, com pegada indie-pop, que soa como trilha perfeita para um dia em que tudo parece dar certo.

IMMORAL KIDS, “NIGHTHAWKS”. A dupla francesa, que já deu as caras aqui antes, revisita agora uma composição de Sophonic, produtor de seu país. Conhecidos por misturar pós-punk, synthpop e um toque de terror irônico, eles transformam a faixa numa peça densa, carregada de tensão e mistério.

MUELLERCRAFT, “PRISON OF MIND”. O rock progressivo vive no underground, e o multi-instrumentista Jay Nelson Mueller está aí para provar. À frente do projeto Muellercraft, ele lançou Dystopia 31, uma ambiciosa ópera-rock de ficção científica sobre uma revolta em Megacity, lar de quarenta milhões de humanos. Prison of mind mergulha na interseção entre hard rock e prog, evocando nomes como Yes, Rush e Marillion.

SARA DIANA, “VEGAS”. A cantora pop de Miami, conhecida por suas letras introspectivas e uma performance que flutua entre o pop e o metal, retorna com um novo single de atmosfera mais leve. Vegas é um mergulho em tudo que Sara associa ao escapismo, traduzido em uma sonoridade inspirada no pop adulto dos anos 1980. Sem bateria, apenas teclados, guitarra e voz, a faixa captura essa fuga da realidade com elegância e nostalgia.

Foto Holy Death Temple: Divulgação.

Lançamentos

Urgente!: Primeiro disco do Public Image Ltd ganha edição “alternativa”

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Urgente!: Primeiro disco do Public Image Ltd ganha edição "alternativa"

E esse tal lançamento do Public Image Ltd? Vamos por partes. Historicamente, os mercados musicais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos funcionam em paralelo. Tanto que existem discografias britânicas e norte-americanas de bandas como Beatles, Rolling Stones, Kinks, The Who. Ou seja: para cada país, discos com nomes diferentes, capas diferentes, ordem das faixas diferentes, músicas diferentes, mixagens diferentes, e vai por aí.

Mais exemplos: a Capitol Records, divisão norte-americana da EMI, só topou lançar The piper at the gates of dawn, estreia do Pink Floyd (1967) se fizesse algumas mudanças. Desfigurou completamente a lista de faixas, pôs o single See Emily play (ausente do LP britânico) abrindo a seleção, jogou a quilométrica Interstellar overdrive lá para o fim do disco e lançou o disco pela subsidiária “indie” Tower Records. Em 1979, a Columbia praticamente transformou numa coletânea o primeiro disco do Clash – lançado dois anos antes – para lançá-lo nos Estados Unidos.

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E, bom, uma coisa bem mais complexa aconteceu com um dos discos mais abrasivos da história do rock: First issue, primeiro álbum do Public Image Ltd (1978). A Warner norte-americana disse em 1979 que lançaria o disco, desde que fossem remixadas ou regravadas seis das oito faixas (Theme, Fodderstompf, Annalisa, Public Image, Low life e Attack – ou seja, quase todo o disco). A ideia era que o lançamento norte-americano fosse considerado algo “único” em termos de vendas, daí as tais mudanças.

O problema foi que a Warner simplesmente desistiu de lançar o disco nos Estados Unidos. A única dessas músicas a ser lançada foi a versão diferente de Fodderstompf, que saiu num lado B de single ainda em 1979 – mas as fitas da tal “versão alternativa” foram arquivadas de maneira errada – e perdidas. Em 2013 o selo Light In The Attic pôs First issue nas lojas norte-americanas em vinil e fechou o ciclo de qualquer jeito.

Agora corta para o Record Store Day de 2025. A festa foi em 12 de abril, mas se você tiver sorte, ainda consegue esbarrar com uma cópia em vinil do mix alternativo de First issue lançada em tiragem limitada para o evento. O disco traz cinco das seis faixas do original-que-não-foi-lançado nos EUA em 1979 (Fodderstompf ficou de fora, sei lá o motivo). Como todo o material foi feito em meio às gravações de Metal box, segundo disco do PiL (1979), a relação inclui também Swan lake, que saiu nesse álbum – e que foi publicada em single como Death disco.

Urgente!: Primeiro disco do Public Image Ltd ganha edição "alternativa"

O novo lançamento ganhou também uma capa alternativa – com o mesmo conceito, mas fotos diferentes da formação do PiL na época – e sai por uma junção especial da Universal com a Rhino Records, apenas para Reino Unido/Europa e América do Norte/Canadá. Olha aí a versão de Public image, um remix que destaca a voz de John Lydon e os pratos da bateria, logo no começo.

A tal versão de Fodderstompf que saiu apenas em single (e não está no tal disco novo) tá aqui.

 

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Ouvimos: Sault, “10”

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Ouvimos: Sault, “10”

O Sault continua misterioso como sempre. 10, novo disco, saiu de surpresa na internet, mas as informações são poucas. Observando os créditos das faixas no Spotify, dá para ver que o casal Cleo Sol (compositora e cantora) e In-Flo (produtor, compositor) fez tudo, juntando forças com colaboradores importantes como o baixista Pino Palladino, o rapper Chronixx, a compositora Lydia Kitto e o jazzista afrobeat Duane Atherley. Levando em conta que o Sault gosta de arremessar discos nas plataformas e depois sumir com eles, sabe-se lá o que vem por aí, se esse 10 vai chegar até 2026 disponível, ou não.

O que se sabia do Sault era que havia um núcleo duro formado por Cleo Sol, Kid Sister, Little Simz, Chronixx, Michael Kiwanuka e o produtor In-Flo. Provavelmente essa corrente foi quebrada para 10: Little Simz reclama que emprestou dois milhões de libras para In-Flo e nunca viu a cor do dinheiro, e a coisa vem rolando nos tribunais.

Já o som, seja lá o que tenha acontecido nas internas, volta mais ágil, mais ligado ao funk, mais ligado a energias de cura e a tons quase religiosos – e mandando bala na fusão jazz-soul, em faixas cujos títulos, vai entender o motivo, surgem abreviadas. The healing, uma música agitada sobre manter as emoções em dia, com sussurros, batuques e recordações do disco Off the wall, de Michael Jackson, vira T.H.Know that you will survive, que lembra as incursões de Lulu Santos pelas recordações da disco music durante os anos 1990, até nas linhas vocais, torna-se K.T.Y.W.S., e vai por aí.

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Prosseguindo, R.L. (Real love) é fusion leve com cara boogie, remetendo a Lincoln Olivetti e Earth, Wind and Fire. Outras facetas ligadas à música brasileira aparecem em H.T.T.R. (Higher than the rain), com batida afro latina no comelo, ruídos de chuva e um clima praieiro, de soul impregnado de Gilberto Gil e Caetano Veloso. S.O.T.H. (Sounds of the healing) é soul balançado e hipnótico, e parece coisa de quem escutou muito discos como Limite das águas (1977), de Edu Lobo, com sua fusão nordeste-jazz-soul. Tem ainda S.I.T.L. (Sorry it’s too late), com piano em cascata na abertura, e sequência com piano e synth, num clima de pop adulto que lembra Guilherme Arantes ou 14 Bis, pelo menos inicialmente – porque a bateria seca e o clima de soul progressivo guiam tudo para os anos 1970 e para hits de Stevie Wonder ou Terry Callier.

Esse clima viajante é o que dá a cara do som do Sault, e parece ter virado o verdadeiro objetivo do grupo em 10. Faixas como W.A.L. (We are living) e P (Power) soam como inícios de grandes suítes sonoras e dançantes, com frases insttrumentais e vocais que surgem como loops, e que parecem querer hipnotizar o/a ouvinte. L.U. (Look up) tem clima soul-indie-rocker e distorções na guitarra, parecendo uma música da fase psicodélica de algum grupo da Motown. No geral, algo para descobrir rápido: ouça 10 e aproveite antes que o Sault decida tirar o disco das plataformas.

Nota: 10
Gravadora: Forever Living Originals
Lançamento: 18 de abril de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Pai Guga, “O túmulo do mergulhador”

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Ouvimos: Pai Guga, “O túmulo do mergulhador”

Guga Valiante está há quase duas décadas cantando na banda Amplexos, de Volta Redonda (RJ) – um grupo cuja sonoridade une rock, afrobeat, brasilidades e boa mão para a composição pop. Com o nome artístico de Pai Guga, ele estreia em carreira solo com o álbum O túmulo do mergulhador, e se dedica não apenas a um som pessoal, como também a um imaginário pessoal. As faixas do álbum falam sobre descobertas, psicanálise, ansiedade, conversas com o espelho (Mirror) e palavras não ditas de modo geral (Feitiço, soul com cara de Titãs que ganha aparência de música eletrônica anos 1990, é bem isso).

Musicalmente, Pai Guga faz de O túmulo um disco psicodélico e variado. Essa vibe já surge na primeira faixa, Preciso, um samba-marcha que evoca Caetano Veloso, com guitarra lembrando Lanny Gordin e a Gal Costa de 1971. Lua rosa é MPB bregadélica, focando em gatilhos, crises de pânico e necessidade de respirar. Vento é MPB dream pop lembrando simultaneamente Charlie Brown Jr e Marcos Valle. Relacionamentos entre pai e filho, e entre tipos diferentes de masculinidade, brotam no drum’n bass tenso de A chave.

Guga traz de volta pensamentos e histórias da infância na parte final do disco, na união de folk e Jorge Ben de Gira e no diálogo entre ele e sua criança do neo soul Voo. O túmulo do mergulhador ressoa como uma sessão de terapia que virou letra e música, e ponte entre artista e ouvinte.

Nota: 8,5
Gravadora: Independente/Tratore
Lançamento: 7 de fevereiro de 2025.

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