Lançamentos
Radar: Fiona Apple, The Cure remixado, Sparks, Nilüfer Yanya e mais sons novos

Os singles saem tão rápido que às vezes aqui no Radar nem dá tempo de acompanhar – e olha que são 20, 21 músicas por semana por aqui. Deu para colocar hoje o mais novo remix do The Cure, e a nova da Fiona Apple, mas tem música aqui atrasada em uma semana. Devagar a gente chega lá – preferencialmente no último volume.
Foto Fiona Apple: David Bell/Divulgação
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FIONA APPLE, “PRETRIAL (LET HER GO HOME)”. De tempos pra cá, Fiona Apple trocou os estúdios pelos tribunais. Literalmente. Com base em um direito garantido pela Constituição dos EUA — o de acompanhar processos judiciais, somado à Sexta Emenda, que assegura julgamentos públicos —, ela vem mergulhando nas engrenagens do sistema legal estadunidense. Resultado: virou observadora constante de audiências e virou também uma espécie de cronista informal dos absurdos que testemunha. Agora, canaliza essa experiência em sua primeira música inédita em cinco anos.
“Fui observadora de tribunais por mais de dois anos. Nesse período, tomei nota de milhares de audiências de fiança. Repetidamente, ouvi pessoas sendo levadas e colocadas na prisão, sem outra razão além de não terem condições de comprar sua liberdade. Foi particularmente difícil ouvir mães e cuidadoras serem tiradas das pessoas que dependem delas”, contou Fiona no texto de lançamento.
A faixa, Pretrial (Let her go home), é seca, direta e amarga. Uma mulher presa sem provas, mantida atrás das grades por não conseguir pagar a fiança, e que ao sair descobre que nem tem mais casa. O clipe, costurado com imagens reais, não alivia: mostra o que acontece quando o Estado vira as costas — e o que resta para quem é deixado para trás.
THE CURE, “WARSONG (CHINO MORENO REMIX)”. Mixes of a lost world, álbum com remixes do disco Songs of a lost world, o décimo-quarto do The Cure, está previsto para o dis 13 de junho. A banda acaba de liberar mais um remix que vai sair no álbum – e dessa vez, Chino Moreno, vocalista dos Deftones, revisitou as trevas da faixa Warsong. Por acaso, não é a primeira vez que os caminhos do The Cure e de Chino se cruzam: Robert Smith participou de Girls float + Boys cry, faixa de Goodnight, god bless, I love U, delete (2023), álbum do ††† (projeto paralelo de Chino).
SPARKS, “MY DEVOTION”. O próximo disco dos irmãos Mael, MAD!, tá quase chegando aí (está previsto para o dia 28). My devotion, single mais recente, é uma zoeira de Russel e Ron a respeito do fanatismo religioso e do ultranacionalismo. Aliás, leva o assunto “devoção” para outras paradas, falando até de quem tem obsessão por dinheiro, carros ou por uma religião. O som é aquele chamber pop tecno que todo mundo conhece dos melhores álbuns do grupo, como Kimono my house (1974). Além de My devotion, MAD! vem com faixas como Do things on my way, Don’t dog it, Running up a tab at the hotel for the fab, Lord have mercy e mais sete faixas.
NILÜFER YANYA, “COLD HEART”. Assim que a turnê do disco mais recente de Nilüfer, My method actor, chegou ao fim, ela e sua parceira criativa, Wilma Archer, começaram a revisitar uma série de músicas guardadas no baú da cantora. Uma das que ressurgiram foi Cold heart, um r&b alternativo com alma de eletrorock psicodélico. Instrumentação enxuta: só Nilüfer, um violão em clima de loop, programação, cordas e efeitos. Ela diz que o resultado final ficou bastante diferente: “A melodia inicial parecia muito espaçosa, como se houvesse espaço para tudo acontecer. Parecia uma espécie de experimento”, contou.
THURSTON MOORE, “THE SERPENTINE”. O álbum mais recente do ex-Sonic Youth, Flow critical lucidity, saiu no ano passado. Mas acaba de sair uma música nova de Thurston Moore, The serpentine – basicamente uma canção lúgubre, com ares de tecnorock, que soa como uma construção guitarrística do Velvet Underground, com acordes e solos circulares. A letra lembra uma estranha oração pagã: “Mina de ouro onírica de dente-de-leão/ improviso linhas prateadas no céu/ o luar excita as nuvens esta noite”.
THE BETHS, “METAL”. Lembra dos tempos áureos do jangle rock, em que até bandas como R.E.M. e Primal Scream eram parte da cena? Bom, o Beths, uma banda da Nova Zelândia, tem duas ou três coisas a dizer sobre o assunto – e acrescenta boas doses de peso herdado do pós-punk. Metal, o single novo (Anti-), fala dos problemas de saúde (e da recuperação) da vocalista Elizabeth Stokes. “Durante partes dos últimos anos, senti como se meu corpo fosse um veículo que me carregou muito bem até então, mas estava quebrando, algo sobre o qual eu tinha pouco ou nenhum controle”, contou. Peso emocional, som radiante.
TY SEGALL, “POSSESSION”. Dia 30 de maio sai o próximo disco de Ty Segall, Possession. A faixa-título sai como single, e é uma fábula curiosa, num estilo que une glam rock, soul e folk rock em doses iguais – quase parece uma das canções menos malucas do álbum The man who sold the world, de David Bowie (1970), como Black country rock. Os metais e a guitarra solo dão uma cara ensolarada e setentista para a canção, e aumentam mais ainda a expectativa pelo álbum novo de Ty.
CHUCK D feat DADDY-O, “NEW GENS”. Vem aí Radio Armageddon, o novo álbum de Chuck D – fundador do Public Enemy e um dos pilares do rap dos anos 1980 –, com lançamento marcado para 16 de maio. No single New gens, ele se junta a Daddy-O (Stetsasonic) para misturar samples, beats e versos afiados sobre as diferenças entre gerações de artistas e fãs de música. É aquele choque de eras que sempre existiu, mas que ganha nova camada no mundo de hoje. “Cada um de nós, em algum momento ou outro, passa por quatro grandes períodos de crescimento”, reflete a letra. E Chuck, claro, não deixa de puxar umas orelhas com elegância: “Eu tenho a sua idade, você ainda não tem a minha. E não se esqueça, nova geração: amo vocês. Divirtam-se”.
Lançamentos
Radar: Lights, Peach Blush, Julie Neff, Visceral Design, Schramm

Tem sons cintilantes, dramáticos, densos e pesados no Radar internacional de hoje, com a variedade de sempre – abrindo com o relançamento do disco de Lights, cantora australiana de eletropop, que surge com uma música nova. Ouça e passe pra frente!
Texto: Ricardo Schott – Foto (Lights): Warwick Hughes / Divulgação
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LIGHTS, “LEARNING TO LET GO”. Com uma turnê pronta para começar em fevereiro de 2026 em Edmonton, na Austrália, e seguindo Estados Unidos adentro, a cantora australiana Lights lança em 30 de janeiro a versão estendida de seu álbum A6. Com um som voltado para o eletropop, ela acaba de lançar a faixa Learning to let go, que vai estar na versão deluxe e também acaba de ganhar clipe, dirigida por ela própria.
“Essa música trata essencialmente da transformação emocional. “A forma como nossa percepção de algo pode mudar dependendo do nosso estado de espírito ou de experiências passadas, a ponto de ser difícil enxergar a realidade em uma situação e inferir a verdade. Às vezes, nosso único caminho a seguir é aprender a deixar ir”, conta ela.
PEACH BLUSH, “ERADICATION OF THE MIND”. Noise rock e pós-hardcore da pesada (e da – literalmente – quebrada, no que diz respeito a ritmos), vindo de Little Rock, Arkansas. O grupo é formado por veteranos da região, que são fãs de bandas clássicas como Hüsker Dü, Dinosaur Jr. e Mission of Burma.
No novo EP, Eradication of the mind, o grupo investe em três faixas que se impõem pelo ritmo feroz e pela intensidade nos vocais e arranjos – a faixa-título é a cara do brain rot, com versos como “observações: a comunicação está lenta / o tempo corroeu seu cérebro / você não é mais o mesmo, apenas uma casca de gênio que envelheceu / a erradicação da sua mente está cobrando seu preço”. O disco, lançado pelo selo Sunday Drive Records, é definido por eles como “uma onda de punk rápido e experimental, com temas de decadência e distorção”. E é mesmo.
JULIE NEFF, “FINE!?” (CLIPE). Uma canadense com fortes laços com o Brasil. O álbum de estreia de Julie Neff, previsto para o ano que vem, tem produção da brasileira Cris Botarelli (Far From Alaska, Ego Kill Talent, Swave). Fine!?, faixa com uma sonoridade que cruza o blues e o pop, e que aborda o esforço de fingir que está bem enquanto se enfrenta uma crise de depressão e ansiedade, já havia aparecido aqui no Radar – e dessa vez retorna para o lançamento do clipe da canção, que foi filmado em São Paulo, com direção de Jader Chahine, e tem bastante inspiração no vídeo de Send my love, de Adèle.
“Para o clipe, eu quis incorporar elementos dourados e referências do Kintsugi presentes na capa, mas com um visual mais dramático. A ideia é que você pode usar toda a maquiagem ou roupas sofisticadas que quiser, mas isso não apaga a dor que está acontecendo internamente”, conta Julie.
VISCERAL DESIGN, “GIVE IT TIME”. Projeto dividido entre EUA, Inglaterra e França, criado pelo músico Tyler Kaufman, o Visceral Design faz pop eletrônico com clima denso e meio deprê. Give it time, novo single, traz as perspectivas de um ex-casal sobre o fim do relacionamento de longa data que unia os dois – os versos trazem frases de ambos, abrindo com a perspectiva da mulher, e partindo para as visões do homem. A mensagem é de superação (“seguimos em frente sem parar”), mesmo com a tristeza.
SCHRAMM, “DON’T CALL ME”. Projeto de um alemão só, o Schramm (é justamente o nome do cara) é definido por ele de forma bem interessante: “Eu escrevo músicas muito divertidas e um pouco tristes em inglês e alemão. Eu chamo de indie rock lo-fi e energético com influências de pós-punk e new wave, mas muito bom. Algumas pessoas chamaram de ‘nova new wave alemã’, mas na verdade não é muito alemão. E também não é muito ‘neu’, mas é muito legal”. Seja lá que definição você queira dar, o pós-punk viajante e deprê do single Don’t call me, com recordações de Japan e The Cure, é realmente muito legal – e o EP novo do Schramm, Something smelling funny, sai em fevereiro.
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Crítica
Ouvimos: Buckingham Nicks – “Buckingham Nicks” (relançamento)

RESENHA: Buckingham Nicks ressurge como pérola do soft rock setentista: um disco intenso, country-rock e pré-Fleetwood Mac, cheio de tensão, charme e ótimas canções.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Rhino Records
Lançamento: 19 de setembro de 2025
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Daria até para dizer que Buckingham Nicks, único disco do casal Lindsey Buckingham e Stevie Nicks, lançado em 1973 – dois anos antes da dupla se juntar ao Fleetwood Mac – é o típico disco “pouco ouvido e muito falado”. Nem tanto: à medida que o FM ia fazendo sucesso, o álbum ganhava reedições em alguns países durante os anos 1970 e 1980. Nos últimos anos, era bastante baixado na internet e ouvido no YouTube. Só não tinha saído em CD nem estava disponível nas plataformas digitais.
O álbum de Stevie e Lindsey pertence a um limbo dos discos feitos por antigos casais e que hoje habitam uma espécie de cantinho da vergonha – consigo lembrar também do bizarro Two the hard way, gravado pelo então casal Greg Allmann e Cher em 1977, e nunca (nunquinha mesmo) reeditado. A diferença é que se Buckingham Nicks não fosse um puta disco, Mick Fleetwood, baterista e co-fundador do FM, não teria achado nada demais quando um produtor chamado Keith Olsen lhe apresentou à ótima música Frozen love. Em busca de uma liga nova para o grupo, Mick acho que aqueles dois desconhecidos eram a solução (e eram, diga-se).
- Mais Fleetwood Mac no Pop Fantasma aqui.
- Recentemente, Madison Cunningham e Andrew Bird regravaram todo o disco Buckingham Nicks como… Cunningham Bird. Resenhamos aqui.
Olsen tinha produzido Buckingham Nicks, lançado sem repercussão alguma pela Polydor em 1973. Mais que isso: foi ele quem conseguiu o contrato com a gravadora, numa época em que ele até hospedava o casal. O som do disco era um soft rock afirmativo e dramático, enraizadíssimo no country, em faixas como Crying in the night, a blues-ballad Crystal, o belo country-rock Long distance runner (marcado pelos vocais fortes de Stevie) e a curiosa Don’t let me down again, que além da referência beatle no título, tem ecos de Get beck, do quarteto de Liverpool.
Um detalhe: se em Rumours, disco de 1977 do Fleetwood Mac, o casal ficava se alfinetando nas músicas, Buckingham Nicks parece igualmente um ótimo espaço para a dupla fazer comentários sobre como andava a vida por aqueles tempos – a vida profissional e a vida íntima. Races are run, balada bittersweet abolerada e folk – na onda de You’ve got a friend, de Carole King – parece uma ode ao fracasso: “corridas são disputadas / algumas pessoas vencem / algumas pessoas sempre têm que perder”.
Provavelmente nem Stevie devia se iludir de que quem mandava ali era o então namorado – ainda que, conversando com Mick Fleetwood, ele exigisse levá-la junto com ele para o Fleetwood Mac, alegando que o casal formava um time de criação. Lindsey ainda protagoniza dois instrumentais (que, na boa, desandam bastante o disco). A balada soft rock Frozen love, que abre com a voz solo de Lindsey, parece um hino de ódio mútuo, que depois ganha uma bela e extensa parte instrumental, com cordas e solos de violão.
Stevie também teve que engolir a exigência da gravadora de que o casal posasse sem roupa (nada explícito) para a foto de capa. Enfim, tempos difíceis, mas o que aguardava o casal – Stevie, em particular – eram períodos bem melhores e de mais autoafirmação.
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Crítica
Ouvimos: Anika, Jim Jarmusch – “Father, mother, sister, brother” (trilha sonora do filme)

RESENHA: Sai trilha de filme Father, mother, sister, brother, de Jim Jarmusch. As músicas são feitas pelo cineasta com Anika e o material revisita Nico e mistura versões sombrias e ambients estranhos.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7,5
Gravadora: Sacred Bones
Lançamento: 14 de novembro de 2025
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Já anunciado pela plataforma Mubi para estreia em breve no Brasil, Pai, mãe, irmã, irmão, novo filme de Jim Jarmusch tem nomes como Tom Waits, Adam Driver, Mayim Bialik, Charlotte Rampling e Cate Blanchett no elenco, e é repleto de reencontros entre pais, mães e filhos – além de descobertas e recordações estranhas. Uma curiosidade pré-filme (a não ser que você já o tenha baixado da Torrentflix ou Nettorrent, ou o tenha visto na Mostra de Cinema de São Paulo há poucas semanas) é a trilha dele, feita pela cantora e compositora alemã Anika ao lado do próprio diretor.
Aqui mesmo no Pop Fantasma eu cheguei a afirmar que Anika soava como uma filha perdida de Nico e Iggy Pop, só que criada por Lou Reed e tendo Ian Curtis como padrinho. Isso com certeza não passou despercebido a Jim, que conheceu a cantora em 2022, na celebração do 15º aniversário do selo Sacred Bones. O primeiro convite feito a ela foi para que regravasse These days, música tristíssima de Jackson Browne que Nico havia gravado em seu primeiro disco solo, Chelsea girl (1968). Duas versões da mesma música estão no disco – a melhor delas é a “Berlin version”, gravada em Berlim, com Anika acompanhada pelo quarteto de cordas Kaleidoskop.
These days é cheia de versos depressivos, que já dão a entender o clima da “comédia-drama” de Jim (“ultimamente, tenho pensado em como todas as mudanças aconteceram na minha vida / e me pergunto se verei outra estrada”, “por favor, não me confronte com meus fracassos / eu não os esqueci”). Além desse clássico da tristeza musical, a única outra música não-autoral do disco é uma versão do jazz divertido Spooky, imortalizada por Dusty Springfield – a releitura é cevada na experimentação, com voz, baixo, estalar de dedos e teclados.
O restante da trilha de Father, mother, sister, brother (nome original) são momentos sonoros do filme transformados em vinhetas ou faixas instrumentais, com Anika e Jim dividindo teclados e guitarras com efeito. Daí surgem ambients assustadores (as duas versões de Skaters), temas tranquilos (as duas The lake), pura psicodelia (The world in reverse) e sons meditativos (Jet lag, com teclados e cítara). Nem tudo se sustenta longe do filme, mas vale bastante pela referência história a Nico.
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