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Cinema

Quando Sean Connery gravou (e zoou) os Beatles

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Quando Sean Connery gravou (e zoou) os Beatles

O que Sean Connery tem a ver com os Beatles? Vamos por partes. Compreendido por muitos antigos fãs como a aposentadoria do produtor dos Beatles, George Martin, o disco In my life, lançado em 1998, era um lançamento sui generis na carreira do artista.

Primeiramente, Martin decidiu convidar vários artistas que já conhecia e com quem já havia trabalhado para cantar no álbum, cujo repertório era composto quase inteiramente por canções do grupo de Liverpool. Até que veio a ideia: por que não chamar atores para soltar a voz no disco?

“Quando tive a ideia de fazer um último álbum há dois anos, queria fazer algo que sentisse prazer. Não queria trabalho duro. Então pedi a alguns amigos e alguns de meus heróis para colaborar comigo nisso. Cheguei a pensar em compor um álbum novo com minha própria música. Mas, em certa altura da vida, aprendi que isso seria tolo, porque parece que todo mundo me liga aos Beatles. Então pensei em escolher canções dos Beatles não muito regravadas. Comecei com alguns dos meus amigos, como Jeff Beck, Phil Collins. Depois, pessoas que admiro muito e eu sentia que teríamos bons momentos trabalhando juntos, mas que eu nunca tinha encontrado, como Robin Williams, Goldie Hawn, Jim Carrey…”, afirmou Martin à Folha de S. Paulo, em 20 de junho de 1998.

In my life não era o fim da carreira de Martin, mas era planejado para ser o último disco do produtor – daí o fone “largado” na capa. E, aliás, uma das maiores atrações do álbum era justamente Sean Connery. O ator, que naquele ano poderia ser visto na tela grande em dois filmes (Corações apaixonados e Os vingadores), declamava a letra da faixa-título, In my life, dos Beatles.

Martin disse, no mesmo papo com a Folha, que a ideia era ter alguém declamando a letra, e não simplesmente cantando. “Eu já conhecia Sean. Acho-o um dos melhores atores. E, neste caso, a música veio antes e o artista veio depois”, contou. “Eu queria que as palavras se destacassem porque são muito importantes. E Sean Connery tem uma grande voz”.

In my life, que tinha até a participação das Meninas Cantoras de Petrópolis cantando Ticket to ride (o coral participou de um show de Martin na Quinta da Boa Vista, no Rio, em 1993) acabou não sendo um dos itens preferidos da crítica musical naquele momento. Houve quem escarnecesse (maldade, aliás) principalmente da participação de Goldie Hawn cantando e tocando teclados em A hard day’s night, e da combinação incomum de Bobby McFerrin e Robin Williams em Come together.

“Tive a ideia de transformar A hard day’s night em algo com o clima de um jazz calmo. Quando sugeri que Goldie Hawn cantasse, ela pensou que eu estava louco. Acho que ela cantou melhor do que qualquer um poderia esperar”, contou Martin.

Aliás, em 2013 a Sky Sports decidiu usar a leitura de In my life feita por Sean numa reportagem sobre a despedida do treinador Alex Ferguson do Manchester United. Comoveu muitos torcedores.

Por sinal, não era a primeira vez que Sean Connery e os Beatles se cruzavam, não. Em primeiro lugar, 007 contra o satânico Dr. No, estreia da franquia James Bond, saiu em 5 de outubro de 1962. O mesmo dia em que chegou às lojas a estreia dos Beatles em vinil, o single de Love me do.

O impacto do grupo não aparece no filme, claro. Só que em 007 contra Goldfinger, segundo longa da franquia, lançado em plena beatlemania (em 1964), foi a vez do espião dar aquela zoada de classe na banda. Enquanto James Bond (Sean) joga charme para uma garota no quarto e percebe que o champanhe ficou quente, solta a seguinte frase pra cima dela. “Há algumas coisas que simplesmente não são feitas, como beber Dom Perignon 53 acima da temperatura de 38 graus Fahrenheit. Isso é tão ruim quanto ouvir os Beatles sem protetores de ouvido”.

Olha a cena aí.

Veja também no POP FANTASMA:
– Quando lançaram a primeira caixa mono dos Beatles
Joe Loss: olha eu aqui no prédio da EMI (e antes dos Beatles)
– Discos de comédia e “noites das Arábias”: a Parlophone antes dos Beatles

Cinema

Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

Marcado para este domingo (28) na Areninha Cultural Hermeto Pascoal (Lona Cultural de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o Parayba Rock Fest, do qual você ficou sabendo aqui, vai ter shows, DJs, exposições e várias outras atrações. E Michael Meneses, criador do selo Parayba Records e realizador da festa (que também comemora seus 50 anos de idade), vai exibir seu primeiro filme, Ver + – Uma luz chamada Marcus Vini. Michael, que é fotógrafo e professor de fotografia, iniciou o filme como trabalho de conclusão de curso de sua faculdade de Cinema.

“O que eu vou exibir no evento são os 50 minutos que já estão prontos do filme e que apareceram na apresentação do meu TCC. Ainda estou inclusive fazendo pesquisas para ele”, conta Michael, que com o filme, homenageia Marcus Vini, seu melhor amigo (“o irmão homem que eu não tive”, conta), morto por covid. Marcus era fotógrafo e, como Michael, foi professor universitário e cobriu festivais de música como o Rock In Rio.

“Marcus contraiu covid naquela época mais braba da doença, e morreu no dia em que ele deveria estar tomando a primeira dose”, lembra Michael. “Ele foi fotojornalista e curiosamente fazia aniversário no dia 19 de agosto, que é o Dia Mundial da Fotografia. E só soube disso depois que virou fotógrafo. Ele inclusive fez uma foto super importante numa enchente, que foi publicada no jornal Le Monde. A ideia do filme é focalizar o lado humanitário dele, um cara que estava sempre pensando em fazer doação de alimentos, coordenou um curso de fotografia em Madureira (Zona Norte do Rio)“. Antes do evento de Michael, o filme foi exibido também em lugares como a livraria carioca Belle Epoque.

O Pop Fantasma é um dos apoiadores do evento, ao lado de uma turma enorme. Para saber mais e comprar seu ingresso, confira o serviço abaixo.

SERVIÇO:
SHOWS COM AS BANDAS:

Netinhos de Dna Lazara, Benkens, NoSunnyDayz, New Day Rising (NDR) e Welcome To Tenda Spírita.
ALÉM DOS SHOWS:
Exibição do Documentário:
 VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini – Direção: Michael Meneses
DJs: Explica e Chorão 3
Expo de fotos dos fotógrafos da Rock Press
Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais
Gastronomia Vegana: Vegazô – A Feira Vegana da Zona Oeste/RJ
DATA: 28 de julho 2024, às 14h.
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ
INGRESSOS: antecipados aqui, na bilheteria da Areninha e na loja Requiem (Camelódromo de Campo Grande).

Foto: reprodução Instagram

 

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