Cultura Pop
Trompe Le Monde: 30 coisas que você não sabe sobre o disco dos Pixies de 1991


Em 1990, quando os Pixies lançaram seu quarto LP, Bossanova, surgiu um papo de que o disco seguinte de Black Francis (voz, guitarra), Kim Deal (voz, baixo), David Lovering (bateria) e Joey Santiago (guitarra) seria todo de heavy metal. Não foi bem assim: Trompe le monde (1991), que acabou sendo o último álbum da banda em sua fase inicial – até que resolvessem voltar em algum momento da década passada – era basicamente um disco de punk rock, com toques de psicodelia e muito da mão pop-rock que surgiria nos primeiros discos solo de Francis, já com o nome de Frank Black.
De qualquer jeito, um resultado musical que tem tudo a ver com um ano, 1991, em que se diz que os Estados Unidos finalmente entenderam o punk. No caso dos Pixies, a migração para um som mais porradeiro deu em riffaramas como a faixa-título, o funk-rock de U-Mass, o power pop de Palace of the brine, o AC/DC protopunk de Palace of sound, a suíte gritalhona The sad punk e muitas outras. Como se trata de um dos discos preferidos do POP FANTASMA, decidimos relembrar 30 fatos ligados à história do álbum. Ouça o disco e pega aí as infos. De heavy metal, só mesmo as fofocas sobre o álbum…
QUASE DEU MERDA. Uma semana antes da turma entrar em estúdio para fazer Trompe le monde com o produtor Gil Norton, Black Francis deu um ataque e demitiu a baixista Kim Deal. Norton lembra ter ouvido falar que Kim tomou uns gorós a mais, deu uma entrevista para uma rádio desancando publicamente o vocalista, Francis ouviu o bate papo e ficou puto. Depois de muita insistência por parte do produtor, o cantor desistiu da ideia e Kim ficou.
NA ESTRADA COM OS PIXIES. O disco foi começado no mesmo estúdio que a banda havia feito Bossanova, o Master Control, em Burbank. Faltavam letras e vocais e a banda deixou o trabalho para cair numa turnê. Norton fuçou no cangote do grupo enquanto excursionavam: agendou datas em Londres, no Blackwing, e em Paris, no Des Dames, para a banda completar o trabalho.
BLACKWING. Construído numa igreja abandonada no sudoeste de Londres, o Blackwing tinha se notabilizado como uma das usinas de força do tecnopop e do rock experimental dos anos 1980. Discos de Yazoo, Depeche Mode, Fad Gadget, Dead Can Dance e vários álbuns do selo Mute Records saíram de lá.
DES DAMES. O estúdio Des Dames por sua vez, era uma espécie de Abbey Road (construído na Rua Des Dames, em Paris) da Philips francesa. De lá saíram álbuns de Paul Mauriat, Serge Gainsbourg e vários nomes do pop do país. O local também era uma preferência de artistas americanos e britânicos em turnê pela França. Em 1984 Gil já havia comandado as gravações de Ocean rain, disco do Echo & The Bunnymen, na mesma casa.
ALIÁS E A PROPÓSITO. De passagem por Paris em 1970, os Mutantes gravaram o disco Tecnicolor no Des Dames. Essas sessões foram parar no quarto disco da banda, Jardim elétrico, em 1971. O nome do estúdio aparece na contracapa do disco.
EM CIMA DA HORA. Sem tempo para maiores maquiagens, os Pixies faziam músicas pouco antes delas serem gravadas, num clima bem mais experimental e rascunhado que nos discos anteriores. Por causa disso, Norton e o técnico de som Steve Haigler passaram boa parte do tempo gravando faixas de bateria e baixo para músicas que não tinham a menor ideia de como ficariam, já que Francis não terminava as letras nem as ideias principais das melodias.
FALANDO NISSO. Trompe le monde foi gravado praticamente com a banda separada. Os músicos nem se cruzavam no estúdio. Coube à equipe reduzidíssima (produtor e engenheiro de som) fazer o meio de campo, já que o grupo mal se comunicava.
DAS ANTIGAS. Os Pixies resolveram resgatar uma música do comecinho da banda para o disco. Subbacultcha estava na demo Purple tape, gravada em 1987, e que gerou o EP Come on pilgrim. Mas permanecia inédita. Testemunhas afirmam que muita coisa do disco vinha também de coisas que estavam guardadas havia anos no armário de Black Francis, incluídas aí canções como Planet of sound e U-Mass.
REFERÊNCIA. Em Planet of sound, Black Francis fala em “a terra do Classical gas“. É uma referência a esse tema instrumental composto e gravado por Mason Williams em 1968, e que se tornaria popularíssimo nos Estados Unidos.
CADÊ A KIM?. Kim Deal estava bem insatisfeita com o fato de Trompe estar em vias de se tornar quase um disco solo de Francis, sem muito espaço para suas colaborações. Black Francis, além dos vocais gritados, fazia vozes bem parecidas com as da baixista em quase todas as músicas – Trompe le monde, a faixa título, parecia cantada por ela, mas não era. Gil Norton ficou particularmente aborrecido com o fato de Bird dream of the Olympus Mons, que originalmente iria para a voz dela, ter sido cantada por Francis. Foi o que bastou para cortar de vez o tesão da baixista.
U-MASS. A música U-Mass era uma brincadeira com os tempos em que Black Francis passou estudando antropologia na Universidade de Massachussets (que é realmente abreviada para U-Mass ou UMass). Foi lá que ele conheceu Joey Santiago, que estudava economia. Ambos deixaram seus cursos no segundo ano.
ALIÁS, Joey deu uma entrevista a um jornal da universidade faz pouco tempo e disse que essa música, bem como outras da banda, não faz referência a nada exato. “Em U-Mass, Charles (Black Francis, cujo nome verdadeiro é Charles Thompson) não estava falando da vida no campus. Assistir a todos aqueles fodidos na época, como os ??direitistas militantes, era educativo. Foi uma grande surpresa”.
JESUS & MARY CHAIN. Trompe le monde se tornou popular por causa de uma releitura, a de Head on, do Jesus & Mary Chain. Norton lembra que ao terminar essa música, Tanya Donelly, da banda Throwing Muses e das Breeders, pintou no estúdio. Com a chegada dela, uma turma da gravadora 4AD acabou indo à casa de Norton para uma festinha. O produtor lembra de ter ficado sem graça quando viu ninguém menos que Jim Reid, do Jesus, aparecer lá. “Tinha acabado de mixar a regravação de uma música dele, e nem o conhecia”, brincou.
SOZINHO. Testemunhas lembram que, no fim da gravação de Trompe le monde, ainda que a 4AD tivesse os Pixies como topo de linha, estava claro que era o fim. Tinha sido planejado que o staff da gravadora iria ao estúdio para levar todo mundo para jantar e encerrar a gravação. Ninguém apareceu, e os outros integrantes da banda deixaram Francis sozinho lá, decidindo os últimos detalhes.
CLIPE E SINGLE. Caciques da 4AD e da Elektra (que distribuía o selo indie) apostavam inicialmente em Alec Eiffel como clipe. Peter Lubin, A&R do selo, peitou geral e escolheu Head on. E acabou tendo uma missão daquelas: convencer os Pixies, que detestavam fazer clipes, a fazer um clipe da música. Black Francis disse que faria se fosse tudo ao vivo, em só um take, no tempo de duração da faixa.
CLIPE E SINGLE II. O resultado das discussões para Head on, você viu bastante na MTV entre 1991 e 1992: Lubin deu a ideia de dividir a banda em vários blocos, capturados por doze câmeras, como se fossem uma espécie de cubo mágico em que pescoços e articulações eram deixados de lado. Até chegar nesse resultado – produzido musicalmente por Scott Litt – Lubin teve que argumentar por algumas horas com Black Francis, com quem teve um encontro num restaurante chinês na Flórida. E a gravadora precisou despejar uma carreta de grana em técnico de som e de imagem para que tudo saísse visualmente perfeito. Deu certo, já que a MTV adorou o vídeo.
MAS ainda assim Alec Eiffel ganhou clipe.
CASO DE AMOR. Só para ficar claro: a Elektra, que distribuía a 4AD, amava os Pixies. Mas estava cada vez mais sem paciência com as teimosias deles.
EU VENHO DE LONGE. Eric Drew Feldman, que tocou teclados no disco (e em alguns shows da época), foi baixista de Captain Beefheart And His Magic Band em 1976, e tocou também com Pere Ubu. Seu irmão Jeff tocou tablas em Space (I believe in) e Lovely day. O emprego seguinte de Eric foi como produtor e músico do próprio Frank Black. Eric aparece como figurante de luxo no clipe de Alec Eiffel, que você viu lá em cima.
NO BRASIL. Trompe le monde não foi lançado de imediato no Brasil. Só anos depois a Roadrunner Records lançou o disco aqui, e já em CD.
NADA DE IMPRENSA. Durante a divulgação de Trompe, Francis se recusou a dar entrevistas. Esnobou até mesmo uma capa da Time out, o que deixou a 4AD e a Elektra bastante putas.
NARC. Durante a gravação de Trompe le monde, ao que consta, Frank Black ficou meio obcecado com NARC, jogo lançado em 1988 que servia como uma espécie de veículo jogável da guerra anti-drogas empreendida pelo governo Ronald Reagan – que tinha lançado a campanha “diga não às drogas”. No game, o jogador investia violentamente contra qualquer ser humano ligado ao narcotráfico: usuários, aviões, traficantes etc. Ficou tão maluco pelo assunto que os Pixies gravaram a música do game, Theme from NARC, para o single de Planet of sound.
O AUTOR. Black Francis teria dito a um fanzine (o Dangerous Minds resgatou essa) que “Theme from NARC não tem realmente um refrão. Eu pensei que era muito legal, porque a progressão de acordes é completamente fodida. Não é uma progressão padrão do rock ‘n’ roll”. O compositor da canção, Brian Schmidt, trabalha há mais de três décadas fazendo trilhas para games e ficou surpreso de saber, por um amigo, da versão dos Pixies.
ALIÁS E A PROPÓSITO, pega logo aí tudo o que saiu nos singles de Trompe le monde. O de Planet of sound trazia Theme from NARC, Build high (de Black Francis) e Evil hearted you (antiga canção dos Yardbirds, composta por Graham Gouldman, que depois seria integrante do 10cc). Na sequência, tinha o single de Alec Eiffel. A versão francesa tinha outra canção do disco, Motorway to Roswell, e mais Planet of sound gravada ao vivo na Brixton Academy em 26 de julho de 1991, e Tame (de Doolittle), gravada no mesmo show. A britânica trazia só Motorway. O CD single americano vinha com Alec, uma versão instrumental de Letter to Memphis (do Trompe) e… Build high e Evil hearted you. Letter to Memphis, com vocais, viria isolada num single posterior. Head on, o último da série, repetia as versões ao vivo de Planet of sound e Tame, e tinha Debaser (do Doolittle) gravada ao vivo em Chicago em 9 de agosto de 1989.
NIRVANA. O trio liderado por Kurt Cobain estava para lançar seu disco de maior sucesso, Nevermind, naquela época. Havia certa expectativa para que eles abrissem os shows da turnê dos Pixies. Não aconteceu, até porque enquanto os Pixies se recolhiam, o Nirvana se tornou uma banda poderosíssima em pouco tempo.
SHOW DUPLO. Quem acabou abrindo vários shows para os Pixies foi justamente o Pere Ubu, banda na qual o tecladista Eric Drew Feldman ainda tocava por aqueles tempos. A sugestão foi do próprio Black Francis. Feldman tocou nos dois shows e não deixou o palco durante mais de duas horas.
E O U2? Os Pixies seguiram na turnê de Trompe le monde e, você deve lembrar, abriram para o U2, que divulgava Achtung baby com a Zoo TV Tour. Quem não ficou muito satisfeita com a chance foi Kim Deal, que reclamou de tocar para “lugares vazios, com as pessoas procurando suas cadeiras. Elas iam lá para ver o U2 e éramos a porra da banda de abertura”.
GLÓRIA A DEUS. Por causa da turnê com o U2, Francis acabou tendo uma oportunidade que jamais imaginaria: conhecer Larry Norman, o músico cristão que inspirou o título do disco Come on pilgrim. Larry era autor de um polêmico disco de psicodelia cristã, Upon this rock (1969) e em 1972 participou de um inimaginável “Woodstock de Cristo”, a Explo 72 (da qual o POP FANTASMA falou aqui). O encontro entre Norman e Francis teria acontecido em Sacramento, durante a turnê, e rolou por uma razão básica: boa parte da equipe do U2 é formada por cristãos, que conheciam o músico e sabiam que Francis era fã.
BASTIDORES. O U2 tinha uma porrada de camarins à disposição durante a turnê. Os pobres Pixies tinham que se vestir no tour bus, o que dava certa vergonha aos músicos. Num determinado momento, os quatro não se aguentaram e colaram um cartaz no ônibus: “Não entre, estamos usando nosso tour bus como camarim”. Deu certo: a turma do U2 passou lá, viu o aviso e arrumou um camarim decente para o grupo nas arenas. Pode parecer pouco, mas deu uma melhorada na combalida autoestima do quarteto.
ALIÁS E A PROPÓSITO. Esse texto foi motivado por esse vídeo maravilhoso dos Pixies no Dennis Miller Show, tocando Head on, Bird dream e Planet of sound.
Infos do livro Fool the world: The oral history of a band called Pixies, de Josh Frank e Caryn Ganz, em boa parte desse texto.
Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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