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Cultura Pop

Oito detalhes sobre o Golden Bomber

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Golden Bomber

Lançando um single chamado Deatte 8-byo (Encontro de oito segundos), a banda japonesa Golden Bomber decidiu fazer um show… de oito segundos. No dia 29 de junho, em Tóquio, os fãs do grupo viram os rapazes correrem para os instrumentos e tocarem durante esse tempo. Cronometrado num relógio enorme atrás deles. Olha aí, ó.

https://www.youtube.com/watch?v=uWYPkkMREEE

Se você NUNCA ouviu falar do grupo, não se preocupe. Eles ainda não viraram mania por aqui. Embora haja um culto silencioso a eles. Mas caso eles se tornem a próxima paixão da sua irmã/filha/sobrinha/neta, vão aí oito historinhas sobre eles. Leia para você pode ter assunto com as crianças e adolescentes da sua família daqui a alguns meses.

TOCA AÍ. No Domingão do Faustão, eles levariam uma bela escovada do apresentador, que acredita que “quem sabe faz ao vivo!”. O único integrante da banda que realmente toca instrumentos é o vocalista Sh? Kiry?in. Ele também compõe e andou escrevendo músicas para outros artistas. O trabalho de Yutaka Kyan (guitarra), Jun Utahiroba (baixo) e Kenji Darvish (bateria) é feito por músicos de estúdio – algo que é admitido pelos próprios rapazes). E a banda apenas finge que toca. Eles se consideram uma “air band” (sim, no estilo dos concursos de air guitar) e um grupo de “visual rock”.

ALIÁS E A PROPÓSITO, o grupo foi fundado por Shõ e Yutaka. Diz a lenda que, ao ouvir o amigo tocar guitarra pela primeira vez, Shõ achou tudo muito ruim. Mas decidiu mantê-lo na banda e transformar o GB numa air band.

NUNCA OUVI FALAR DESSES CARAS E ME ORGULHO DISSO. Então se prepara para a verdade: isso diz mais a respeito de você do que deles. O Golden Bomber já existe há doze (!) anos e seus integrantes já estão encostando nos 40 anos. O baterista Kenji, mais velho da formação atual (entrou em 2009) nasceu em 1980. No Brasil ainda não é uma moda que pegou. Mas de treze anos para cá, já foram onze discos e inúmeros singles. A popularidade deles é tanta que os fãs esperaram até SEIS horas pelo tal show de oito segundos.

QUE VISU, HEIN? O Golden Bomber é uma banda de visual kei. É um movimento de grupos japoneses que usam maquiagens artísticas e penteados extravagantes, com cores diferentes de cabelo. Tem quem veja nisso um movimento musical, porque essas bandas têm lá suas relações com heavy metal, hard rock, glam rock etc. E vale dizer que não é novidade. As bandas de heavy metal japonesas dos anos 1980 já eram parte disso aí. Olha só o grupo X Japan em 1992.

QUATRO ANOS. Foi o tempo que o Golden Bomber demorou para lançar o primeiro single. Dakishimete shwarz saiu em primeiro de maio de 2008. Olha aí a banda tocando a música ao vivo.

https://www.youtube.com/watch?v=F4denYEXokY

COMÉDIA. Os clipes do Golden Bomber têm dancinhas legais e descontraídas. E alguns deles são paródias ou da cultura japonesa, ou de outros artistas. No clipe do hit Dance my generation, de 2013, a turma toda aparece de ternos coloridos fora de moda, com ombreiras, num visual meio anos 1980. O clipe ficou bastante popular e há uma versão para o game JustDance, da Ubisoft. Já no vídeo de Yokubo no uta (2016), eles fizeram uma homenagem a uma banda clássica de visual kei, Malice Mizer. O clipe é cheio de referências ao vídeo de Bel Air, do grupo veterano. E uma das grandes referências do Golden Bomber é a banda de heavy metal japonesa Dir En Grey, que existe há vinte anos. Também no clipe de Yokubo no uta, Sho aparece com o mesmo visual usado por eles na fase clássica, tanto no cabelo quanto na maquiagem.

Em 2011, numa entrevista ao site JaMe World, de cultura japonesa, Utahiroba foi perguntado sobre o que recomendaria para quem nunca ouviu o Golden Bomber. Respondeu: “Seria melhor se essas pessoas tivessem começado por ouvir algo como o Dir En Grey”.

https://www.youtube.com/watch?v=7Bgr76R0eeg

https://www.youtube.com/watch?v=3Pw9_9opszQ

VIDA DURA ESSA DE ROCKSTAR. Na mesma entrevista ao JaMe World, que foi concedida durante a Japan Expo de Paris em 2011, perguntaram a eles se havia algum ritual antes dos shows. Kenji mandou na lata: “Sexo”. Yutaka não perdeu tempo: “Olhar mulheres bonitas da França!”

POR QUE AS BANDAS AINDA LANÇAM CDs? É o que o Golden Bomber se pergunta em um de seus últimos clipes, #CD ga Urenai Konna Yononakaja. O nome significa algo como “este mundo em que CDs não vendem mais”. O quarteto assiste a uma aula em que o professor ensina que “músicos estão mortos”. E todos aparecem, no fim do vídeo, com máscaras de QR Code (!).

https://www.youtube.com/watch?v=OZxFDdc-3m4

E a pauta do Golden Bomber é ideia do amigo e colaborador Luciano Cirne.

Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

Mais Pop Fantasma Documento aqui.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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Crítica

Ouvimos: Justin Bieber – “Swag II”

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Swag II, continuação de Swag - disco anterior - mostra Justin Bieber dividido entre fé, família e excesso criativo: poucos bons momentos de r&b e soul, mas também muita sobra esquecível.

RESENHA: Swag II, continuação de Swag – disco anterior – mostra Justin Bieber dividido entre fé, família e excesso criativo: poucos bons momentos de r&b e soul, mas também muita sobra esquecível.

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Tenho a ligeira impressão que, em algumas semanas, vai virar moda nas festas, bares e debates online defender Swag II, a continuação do Swag de Justin Bieber, que a gente resenhou aqui. Vale dizer que pela quantidade de músicas, e pela rapidez com que o material chegou às plataformas, não dá para não imaginar que pode haver algo de errado com esse excesso de produção. Justin Bieber não é um artista que sofre de incontinência criativa, nem sequer é um artista desligado da fruição que os fãs precisam ter de seu trabalho.

Dá para imaginar muita coisa sobre os bastidores de Swag II: 1) Justin está precisando focar em alguma coisa para distrair a mente; 2) Justin está levando bastante a sério a ideia de que em tempos de plataformas e algoritmos, é preciso sempre pensar em algo diferente para não sumir do Google e da IA; 3) Justin quis entregar um repertório no estilo “entendeu ou quer que eu desenhe?” em relação à sua fé em Cristo e seu amor pela esposa e pela família. O que dá para ter certeza: quem achava que o ótimo Swag seria um disco horrível pode ver agora boa parte de suas previsões se confirmarem.

Por acaso, Swag II começa com um r&b chamado Speed demon que parece um recado para as Candinhas de plantão, e para quem falava mal dele e acabou adorando o primeiro Swag: “eles tentam dizer que estou louco / mas agora eles estão cantando cada linha (das minhas músicas)”. É pop adulto, mas adulto para quem anda lá pelos 30 anos – e portanto, tinha uns 15 na época dos primeiros hits do cantor.

Nas letras do disco, Justin faz questão de mostrar que é um cara mudado, e que não vai fazer sua mulher sofrer (Better man), faz canções de redenção e autoestima (I think you’re special), louva seu filho (Mother in you) e homenageia toda sua família, dos pais aos cachorros, em Everything Hallelujah – teminha de violão que chega a lembrar Pais e filhos, da Legião Urbana, e ganha uma cara de soul gospel na sequência.

Por sinal, boa parte de Swag II aponta para uma espécie de gospel que não ousa dizer seu nome – até que Justin decide encerrar o disco com Story of god, uma narração de oito minutos sobre a história bíblica de Adão e Eva no Jardim do Éden. Fui dar uma olhada no que andam falando dessa faixa e Rob Shefield, da Rolling Stone, fez a melhor comparação: “Se você ouvir esta música neste fim de semana, significa que ficou tempo demais na festa e o anfitrião está apelando para táticas nucleares para expulsar os convidados da casa”. Na real, é só Justin esfregando na cara do/da ouvinte o que já havia em canções como Believe e Purpose – e vale recordar que o Swag I terminava com um gospel cantado por Marvin Winans.

Musicalmente, o que tem de imperdível em Swag II? Bom, Love song é um r&b com cara meio jazz, que vai crescendo na cara de quem ouve. Witchya é um soul com clima de doo wop atualizado, com beat abafado e textura que dá para pegar. Don’t wanna, com baixo estilingando, tem um ritmo que parece abraçar o ouvinte. Tem All the way, balada soul com cara anos 80, em que Justin tenta cantar igual a Michael Jackson (sem a menor competência, claro), além do clima psicodélico de araque de Safe space.

Não perfaz metade do disco, que é repleto de faixas que soam como pontes e deixam a impressão de algo mal colado, com sons que parecem desandar – como rola em faixas como Bad honey, Poppin’ my s**t e a bossinha tocada na guitarra Petting zoo, além de Dotted line, tentativa de soar lo-fi e despojado como no primeiro Swag, mas que acaba soando apenas como uma música chatinha, mesmo.

As letras, por sua vez, continuam o grande problema de Justin: sem ter a vivência, a autoridade e a capacidade para contar histórias de arrepiar, ele recorre a metáforas nada-a-ver, tentativas de parecer mauzão e machão (como em Petting zoo, na qual ele parece narrar uma briga com a esposa e chama a oponente de “cadela”), e a poemas de amor sem muita graça. Você precisa ser muito fã ou muito curioso/curiosa para encarar Swag II.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 5,5
Gravadora: Def Jam/Universal Music
Lançamento: 5 de setembro de 2025.

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