Connect with us

Som

Necrobutcher, do Mayhem, fãzão de Talking Heads

Published

on

O pessoal da loja de discos Amoeba, em San Francisco, achou por lá Jørn Stubberud – o popular Necrobutcher, baixista da banda de black metal Mayhem. O cara estava comprando uns CDs e, ao mostrar suas novas aquisições para a série de vídeos What’s in my bag, deu uma surpreendida em muita gente. Nem só de metal e som extremo vive o homem: ele estava levando pra casa Music for the masses, do Depeche Mode, que recomendou para os momentos deprês. Também apresentou Kick, do INXS (1987), um disco que ele afirmou já ter tido em vinil e estava levando em CD.

Discos do Cult e do Ministry (o pesadaço The mind is a terrible thing to taste, que ele classificou como um substituto pro LSD) também estavam na bolsa do cara. Que apresentou para a câmera Fear of music, do Talking Heads. “Gosto de bandas que têm grandes baixistas”, afirmou. E mais discos do Police, dos Rolling Stones e dos Beastie Boys. Confere aí.

Crítica

Ouvimos: Lathums, “Matter does not define”

Published

on

Ouvimos: Lathums, “Matter does not define”

Vindos de Wigan, cidade a meio caminho entre Manchester e Liverpool, os Lathums parecem um híbrido da música dos dois locais – e isso fica evidente no terceiro disco, Matter does not define. No Reino Unido, a banda já conquistou um bom espaço: abriu shows para os Killers, tocou em estádios antes de partidas de futebol e tem uma base de fãs fiel. Outra curiosidade é que o grupo surgiu de um projeto de uma escola de música – os integrantes foram reunidos por um tutor da instituição e, a partir daí, começaram a tocar juntos.

Por acaso ou não, este novo álbum marca um retorno às origens, já que John Kettle, o tal “tutor” da banda, divide a produção com Chris Taylor. O resultado se situa entre o pós-punk e um clima sessentista, evidente em faixas como Leave no stone unturned, uma balada nostálgica que remete a Paul McCartney, e Stellar cast, um indie pop com batida ska sutil, lembrando o início dos Kaiser Chiefs.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

O disco também se inclina bastante para o power pop, com músicas como Heartbreaker, No directions, Refections of lessons left (a “faixa-título” do disco, dos versos: “quando eles aprenderão que não é a matéria o que define um ser?/são os reflexos das lições que eles deixam”), Dynamite (que evoca os Raspberries) e Unrequited love, uma balada que tem muito de Big Star e também tem muito de Bon Jovi. São essas faixas que melhor definem a identidade sonora do álbum.

Na reta final, os Lathums exploram outros territórios: há influências de country, com o slide guitar de Knocking at your door; de pub rock, na animada The jester, que lembra a one-hit wonder Sister Hazel; e até um baladão nostálgico, Surrounded by beauty, que soa como uma mistura de The ballad of John and Yoko (Beatles) com It’s now or never (Elvis Presley). A escorregada vem justamente na última faixa, Long shadows, um blues-rock chatinho que lembra os momentos menos inspirados de Eric Clapton. Um raro tropeço num disco cheio de boas cartas na manga, vale dizer.

Nota: 8
Gravadora: Modern Sky UK/Island
Lançamento: 28 de fevereiro de 2025.

 

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Lilywhite, “Silver lining” (EP)

Published

on

Ouvimos: Lilywhite, “Silver lining” (EP)

Quarteto holandês formado por Dennes Fikken (voz, guitarra), Pim Klompenmaker (guitarra), Nathan Barnacle (bateria) e Yde Blaauw (baixo), o Lilywhite define a si próprio com a frase “pense no antigo Coldplay fundido com o Interpol e produzido por Daniel Lanois”. Sua discografia até o momento é formada por três EPs que flertam tanto com a neopsicodelia quanto com o pós-punk, sem necessariamente voltar muito ao passado dos dois estilos, e apostando sempre na criação de atmosferas sonoras.

Silver lining, terceiro e melhor EP até o momento, soa meditativo em April, quase desértico (com guitarras em clima de faroeste) em Cheeks are cold e celestial em Happily ever after – que abre em vibe meio country e tem momentos que lembram bastante o som de Kevin Ayers. What if we… abre quase como um blues gelado, conduzido por riffs de guitarra decrescentes e ambientação fria – logo vai ganhando ritmo quase marcial, conduzido por uma bateria e percussão herdadas do Velvet Underground.

No final, a melhor música: I want I trade I fear abre em clima quase fantasmagórico graças aos vocais e se revela um pós-punk com tons góticos, em que aparecem uma parede voadora de guitarras e violões, e um som que cobre a faixa, quase como uma sombra. Um encerramento perfeito para um EP que consolida o Lilywhite como um nome a se acompanhar de perto – por sinal, a banda anuncia que todos os EPs, mas a inédita Sunk, serão reunidos num LP chamado Future, que sai em breve.

Nota: 9
Gravadora: Minstrel Music
Lançamento: 14 de fevereiro de 2025.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Hello Cosmos, “Keep digging” (EP)

Published

on

Ouvimos: Hello Cosmos, “Keep digging” (EP)

Vindo da Inglaterra e já comparado (segundo eles próprios) a bandas como Sleaford Mods, Idles e LCD Soundsystem, o Hello Cosmos está mais para um grupo de pós-punk selvagem. Os vocais de Ben Robinson são do tipo palavra-de-ordem – lembram os de Mark E. Smith, do The Fall, às vezes – e transformam-se rapidamente em gritos. O EP Keep digging abre com Turn off the news, música de poucos acordes, baixo cavalar e guitarras socadas, que se torna quase um modelo para todas as faixas do disco.

Na sequência, o punk rock nervoso Use the tools traz vocal cantado como num megafone e bateria no comando, à frente. A faixa-título traz um clima gótico para o EP, com vozes sussurradas e sombrias. A desesperada Skin é conduzida por rajadas de teclados e por um baixo que lembra Joy Division e (por que não?) Legião Urbana.

No fim, a faixa mais “normal” do EP, Butterfly wing, localizada entre o pós-punk e o peso do rock noventista, com vocal surpreendentemente falado no estilo Jim Morrison. Essa variedade nas gravações dos vocais, além das marcações cerradas de guitarra e baixo, são o que confere mais personalidade ao Hello Cosmos, uma banda cuja vibe parece mais vir da construção de ambientes do que do puro formato canção. E um grupo que vale acompanhar.

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

 

Continue Reading
Advertisement

Trending