Connect with us

Cultura Pop

Cinco funções que Brian Johnson desempenhava antes de entrar para o AC/DC

Published

on

Cinco funções que Brian Johnson desempenhava antes de entrar para o AC/DC

Antes de entrar para o AC/DC (fato que aconteceu há exatos 37 anos, em 29 de março de 1980), o vocalista Brian Johnson podia se gabar de ter pelo menos um fã famoso. E esse fã era ninguém menos que… Bon Scott, o cantor que esteve à frente do grupo australiano de 1974 a 19 de fevereiro de 1980, quando morreu.

Quem revelou foi ninguém menos que Angus Young, guitarrista solo do grupo, em papo publicado no livro “AC/DC – A Biografia”, de Mick Wall: Bon comentou com ele que tinha conhecido certa vez “um vocalista de uma banda chamada Geordie, Brian, que era um grande cantor de rock na linha do Little Richard. E Little Richard era o grande ídolo de Bon”.

Quando Scott morreu, a banda pensou em outros vocalistas para o seu lugar (Noddy Holder, gritalhão oficial da banda glam Slade, foi cotado, mas desistiu antes de fazer testes), mas Angus escreveu que Brian foi o primeiro a ser lembrado. Ligaram para ele, convidaram o cantor para um teste e… nada foi o mesmo para ambas as partes. E isso aí era o que ele fazia antes de entrar para o grupo – do qual está afastado hoje.

HOMEM DE FAMÍLIA: Quando o britânico Brian entrou para o AC/DC, já era casado há doze anos com Carol e tinha duas filhas, Joanne (nascida em 1968) e Kala (nascida em 1973 – na foto acima, ela aparece com o pai no aniversário de 5 anos). O casal não está mais junto desde os anos 1980 e Brian já está casado de novo há anos com Brenda.

THE JASPER HART BAND: Em 1971, Brian podia ser encontrado à frente dessa banda, que fazia versões soft-rock de canções do musical “Hair” e também gravou material autoral, nunca lançado – a não ser por trechinhos que vazaram no YouTube em 2011, como o dessa música aqui, “Down by the river”. Durou até toda a banda – menos o guitarrista Ken Brown – ser convidada para integrar um projeto mais profissional, capitaneado pelo guitarrista Vic Malcolm. Esse tal projeto durou, aos trancos e barrancos, até 1985, vendeu muitos discos e se chamava Geordie (e Brown, por sinal, toca adiante uma versão atualizada da Jasper Hart até hoje).

GEORDIE: A primeira banda de sucesso de Brian surgiu em 1972 em Newcastle, Inglaterra (o nome “geordie” é um apelido dado a quem nasce na região), e era um grupo meio glam, meio hard rock. Fizeram sucesso com singles como “Don’t do that” (1972) e “All because of you” (1973) e durante um bom tempo foram uma boa opção da gravadora EMI para competir com bandas pesadas e cheias de glitter como Slade e Sweet. Se você está acostumado com o esporro vocal de Brian no AC/DC, surpresa: nessa época ele gritava menos e cantava (um pouquinho só) mais formalmente.

SOLO: Quando o Geordie começou a fazer água, Johnson gravou um compacto solo pela gravadora Red Bus, ligada a EMI, com “I can’t forget you now” e “I can’t give it up”, duas canções românticas. Se no Geordie, Brian já cantava bem diferente do que faria no AC/DC, em “I can’t forget…” mal dá para reconhecer a voz dele.

GEORDIE II: Entre 1978 e 1980, o Geordie estava parado, Brian estava sem emprego como músico e o vocalista achou que seria uma boa ideia juntar três amigos – Derek Rootham na guitarra, Dave Robson no baixo e Davy Whitaker na bateria – e montar uma continuação da banda com o nome “Geordie II”. O projeto não foi adiante porque Johnson foi convidado para entrar para o AC/DC, mas a turma dessa formação se reencontrou com o cantor em 2001, fez alguns shows e até gravou duas músicas.

Cultura Pop

No nosso podcast, os últimos dois anos do Nirvana (e de Kurt Cobain)

Published

on

Não é uma história fácil de ouvir – já avisamos. O final é triste, as atitudes foram impensadas, o entorno era completamente tóxico. Em seus últimos dois anos, o Nirvana teve mais “acontecimentos” em sua carreira e nas vidas pessoais de seus integrantes do que em dez anos de várias bandas. Foi uma banda que vendeu quase tanto jornal quanto disco e ingresso para show -não houve ser humano vivo que não acompanhasse de perto a vida do vocalista Kurt Cobain. No meio do caminho, um disco que se tornou um sonho e um pesadelo para todos os envolvidos, In utero (1993), o último do grupo.

No episódio de hoje do Pop Fantasma Documento, nosso podcast. a gente dá uma olhada em como andavam as coisas com Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl entre 1992 e 1994. E aproveita para dar uma olhada no mundo no rock alternativo, no fim da “onda grunge” e em como bandas como Nirvana e Sonic Youth foram criando uma nova onda de interesse pelo rock, a partir dos sons do submundo.

Século 21 no podcast: Mannequin Pussy e Morcegula.

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts. 

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Continue Reading

Cultura Pop

No nosso podcast, o R.E.M. de “Automatic for the people” e “Monster”

Published

on

No nosso podcast, o R.E.M. de "Automatic for the people" e "Monster"

Já pensou que legal vender milhões e milhões de cópias de um disco? Tem gente que depois de alcançar números muito altos,  entra numa onda de “preciso vender mais que isso”. E tem gente que simplesmente finge que não liga – afinal, depois de conseguir tanta fama e grana, pra que se preocupar? E tem gente que pira. O R.E.M., por sua vez, depois de vender 9 milhões de cópias – que depois evoluíram para 18 milhões – de Out of time (1991), simplesmente já se enfiou num estúdio para preparar outro disco. E permaneceu sumido do universo das turnês, focando apenas em aparições na TV e shows ocasionais.

No episódio de hoje do Pop Fantasma Documento, nosso podcast, a gente dá uma olhada nos bastidores dos discos Automatic for the people (1992) e Monster (1994) e observa tudo o que estava acontecendo com uma das maiores bandas de rock do mundo, numa época em que parecia que Peter Buck, Michael Stipe, Bill Berry e Mike Mills eram ouvidos até por gente que nem tinha o hábito de ouvir música.

Século 21 no podcast: Dolly e The Parking Lots.

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts. 

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas!

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Pavement, “Cautionary tales: Jukebox classiques”

Published

on

Ouvimos: Pavement, "Cautionary tales: Jukebox classiques"
  • Cautionary tales: Jukebox classiques é o novo box retrospectivo do Pavement, com músicas dos lançamentos da banda em 7 polegadas, além de algumas outras coisas, como as versões alternativas das faixas Black out e Extradition, lançadas em 2006 para quem fez a pré-encomenda da nova versão do disco Wowee zowee (1995).
  • A caixa já está disponível nas plataformas – mas em formato físico, Cautionary tales sai apenas no dia 12 de julho. O pacote inclui reproduções dos singles originais de 7″ e um livreto de 24 páginas.

Blur, Cate Le Bon, Parquet Courts, Nirvana, Weezer, Super Furry Animals, The Coral e até o R.E.M. Todas essas bandas/artistas, em algum momento da carreira, foram comparadíssimas a um verdadeiro gigante do indie rock, o Pavement. Ou se deixaram deliberadamente influenciar pela banda criada pelos guitarristas e vocalistas Stephen Malkmus e Scott Kannberg. Um grupo que, vindo da Califórnia, estava mais para projetinho lo-fi e barulhento vindo de Nova York ou de algum canto ensimesmado de Seattle, embora fizesse sentido no cenário de um estado norte-americano bastante diversificado.

No caso do Nirvana, passou para a história o quanto a música do Pavement inspirou a composição de In utero (1993), último álbum do trio liderado por Kurt Cobain. Dando uma ouvida nas primeiras faixas desse Cautionary tales: Jukebox classiques, caixa (por enquanto apenas virtual) reunindo todo o material de 7 polegadas lançado pelo grupo, fica evidente que sem o ruído berrado dos dois primeiros EPs do Pavement, Slay tracks: 1933 – 1969 (1989) e Demolition plot J-7 (1990), porradas do álbum do Nirvana como Scentless apprentice não teriam sido feitas.

As onze faixas desses dois EPs (incluindo pérolas como Box elder e You’re killing me!) perfazem a primeiríssima fase da carreira do Pavement, uma banda que, por ter vindo de uma cidade pequena na Califórnia (Stockton), parecia se sentir mais à vontade para zoar tudo o que via de longe, e ainda falar do dia a dia de seus conterrâneos nas letras. O próprio grupo não parecia perceber o quanto seu som, apesar de focar no ruído, era sociável – caíram até nas graças do DJ inglês John Peel, que descobriu a banda e passou a divulgá-la.

Slanted and enchanted, álbum de estreia (1992), provocou inveja em boa parte dos grandes nomes do rock da época, Kurt Cobain incluso: era porrada musical elaborada, com uma ou outra canção com tendência a grudar no ouvido – Summer babe, incluída no box, era desse disco, e Cautionary tales resgata também lados B como Baptist blackstick e raridades como Sue me Jack, rock suingado e elegante para os padrões do grupo na época.

De Crooked rain, crooked rain (1994, o segundo disco) em diante, o Pavement ficaria mais elegante, inclusive. Traria barulhos incluídos de modo dosado, em meio a canções mais formais, influenciadas por country, power pop, Beach Boys, Neil Young. A banda juvenil dos primeiros EPs estava se tornando um The Cure bem mais indie, um Television dos anos 1990 ou quem sabe um Grateful Dead da mesma década – misterioso, cultuado e com um séquito de fãs.

Essa história é contada por intermédio de músicas que fizeram o grupo ganhar um número bem grande de fãs no Brasil, como Cut your hair e a bela e quase radiofônica Gold soundz. Ou Range life, canção que, em sua letra, espalhava brasa para Smashing Pumpkins (“eles não têm nenhuma função, e eu não entendo uma palavra do que eles dizem”) e Stone Temple Pilots (“eles não merecem nada mais do que eu”). Billy Corgan, dos Pumpkins, agarrou ódio do Pavement por causa disso – já se recusou a dividir palco com eles em festivais.

Lados B dessa época, como a vinheta instrumental Kneeling bus, com bateria desencontrada e tom dado por riffs de guitarra e solos de piano elétrico, são as boas descobertas da caixa. Daí para diante, o Pavement já fazia parte do cenário indie oscilando entre canções contemplativas e melodias que sequestravam a atenção – além de letras que os fãs, antes de tudo, gostavam de discutir. I love Perth, referência à maior cidade da Austrália Ocidental, faz os fãs australianos da banda debaterem em fóruns na internet até hoje.

A referência irônica à psicodelia californiana de Gangsters and pranksters também despertou a atenção de muita gente. Unseen power of the picket fence, feita pela banda para aparecer na coletânea No alternative (1993), é cara de pau: a música pinta um retrato bem estranho do R.E.M., a ponto de muita gente se perguntar até hoje se ninguém da banda ficou ofendido ou grilado com versos como “o cantor tinha cabelo comprido/o baterista sabia como se restringir/o cara do baixo tinha os movimentos certos/o guitarrista não era nenhum santo”, em meio a referências a discos e músicas do quarteto (“Time after time era a música que eu tinha como menos favorita”, cantam).

O slacker rock (sinônimo de rock blasé e garageiro) do Pavement foi se tornando cada vez mais palatável e de longo alcance à medida que novos álbuns surgiam: Wowee zowee (1995), o ultra-trabalhado Brighten the corners (1997) e finalmente o controverso Terror twilight (1999) – este, produzido por Nigel Godrich (Radiohead), que tentou colocar o espírito livre do Pavement numa redoma, embora a banda tenha soado fora de tempo e espaço como sempre, em Spit on a stranger e Carrot rope, além do B side Harness your hopes, tudo isso presente em Cautionary tales. Uma história bem legal de ouvir, e de contar.

Nota: 10
Gravadora: Matador.

Continue Reading
Advertisement

Trending