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Cinema

Jogaram no YouTube Beware Of Mr. Baker, documentário sobre Ginger Baker

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Jogaram no YouTube Beware Of Mr. Baker, documentário sobre Ginger Baker

Deve ser a primeira vez que isso acontece no mundo. Beware of Mr. Baker, documentário sobre Ginger Baker, superbaterista conhecido pelo trabalho no Cream, no Air Force e no Graham Bond Organisation, abre com uma das cenas mais bizarras já vistas desde que fizeram o primeiro doc sobre qualquer assunto. Extremamente irritado com o fato de o diretor Jay Bulger entrevistar pessoas das quais “ele queria se ver livre”, Baker avisa que vai mandar o cineasta “para o hospital”. E o atinge no nariz com uma bengala.

O documentário, que estreou em 2012 no festival South By Southwest, foi colocado por uma boa alma no YouTube. Tá com legendas automáticas (razoáveis) em inglês. Vale citar que mesmo para quem tem o idioma de Shakespeare na ponta da língua, rolam algumas dificuldades. A começar pelo fato de Baker falar muito baixo e ruminar as palavras em vários momentos.

Ginger Baker nunca foi uma pessoa das mais fáceis, o que justifica bastante o nome do filme. Mentira: Ginger Baker sempre foi extremamente difícil. O músico inglês, que faz 80 anos em 2019, perdeu o pai na Segunda Guerra Mundial. Conheceu o jazz afanando discos – foi pego no flagra pela mãe, que disse que iria entregá-lo à polícia caso ele roubasse qualquer coisa de novo. Começou a tocar bateria ainda adolescente e logo tomou contato com percussões africanas, por intermédio de seu ídolo Phil Seaman.

Ginger foi tocar com Graham Bond e lá dividiu espaço com um baixista chamado Jack Bruce. Bruce e Baker tocariam depois no Cream, com Eric Clapton. O que é estranho, porque no período com Bond, os dois saíram numa porradaria física que terminou com Bruce socando e pisoteando Baker, ameaçando-o com uma faca e expulsando-o (!) do grupo. Na época do Cream, as brigas dos dois amigos conseguiam intimidar e deprimir até mesmo Clapton, que dá depoimentos assustadores para a câmera.

Boa parte do filme centra bastante na técnica inexplicável de Baker na bateria – o músico é considerado pai tanto da world music quanto do heavy metal. Já encrencas e histórias assustadoras de tão sórdidas, tem muitas também. A filha mais velha de Baker recorda que o pai queria abortá-la. O filho do baterista diz que não o vê há anos (apesar de uma reaproximação nos anos 1990, que terminou em briga).

A primeira esposa lembra de ter encontrado o baterista com várias fãs animadinhas numa turnê, e diz que o vício dele em heroína foi aumentando com o número de shows. Ginger lembra de estar na estrada, dirigindo, com três groupies no automóvel. Ligou o rádio do carro e ouviu a notícia da sua própria morte, por overdose de heroína. “Pensei: ‘Bom, morri, devo estar no céu com essas três garotas'”, conta, rindo.

O filme tá aí em cima. Aproveite e veja também uma entrevista de Baker e de Bulger, mais maluca ainda.

No lançamento do filme no London Film Festival, músico e diretor participam de uma sessão de perguntas-e-respostas, e Baker diz não ter ficado nem feliz nem triste com o resultado final, porque nem sequer quis ver o filme. Também reclama que se fala muita coisa maldosa a seu respeito (“não sou esse tipo de monstro violento”, jura, antes de ser lembrado por Bulger do dia em que deixou o nariz do cineasta sangrando).

Cinema

Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

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Parayba Rock Fest: filme que será exibido no evento relembra história de fotógrafo morto por covid

Marcado para este domingo (28) na Areninha Cultural Hermeto Pascoal (Lona Cultural de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro), o Parayba Rock Fest, do qual você ficou sabendo aqui, vai ter shows, DJs, exposições e várias outras atrações. E Michael Meneses, criador do selo Parayba Records e realizador da festa (que também comemora seus 50 anos de idade), vai exibir seu primeiro filme, Ver + – Uma luz chamada Marcus Vini. Michael, que é fotógrafo e professor de fotografia, iniciou o filme como trabalho de conclusão de curso de sua faculdade de Cinema.

“O que eu vou exibir no evento são os 50 minutos que já estão prontos do filme e que apareceram na apresentação do meu TCC. Ainda estou inclusive fazendo pesquisas para ele”, conta Michael, que com o filme, homenageia Marcus Vini, seu melhor amigo (“o irmão homem que eu não tive”, conta), morto por covid. Marcus era fotógrafo e, como Michael, foi professor universitário e cobriu festivais de música como o Rock In Rio.

“Marcus contraiu covid naquela época mais braba da doença, e morreu no dia em que ele deveria estar tomando a primeira dose”, lembra Michael. “Ele foi fotojornalista e curiosamente fazia aniversário no dia 19 de agosto, que é o Dia Mundial da Fotografia. E só soube disso depois que virou fotógrafo. Ele inclusive fez uma foto super importante numa enchente, que foi publicada no jornal Le Monde. A ideia do filme é focalizar o lado humanitário dele, um cara que estava sempre pensando em fazer doação de alimentos, coordenou um curso de fotografia em Madureira (Zona Norte do Rio)“. Antes do evento de Michael, o filme foi exibido também em lugares como a livraria carioca Belle Epoque.

O Pop Fantasma é um dos apoiadores do evento, ao lado de uma turma enorme. Para saber mais e comprar seu ingresso, confira o serviço abaixo.

SERVIÇO:
SHOWS COM AS BANDAS:

Netinhos de Dna Lazara, Benkens, NoSunnyDayz, New Day Rising (NDR) e Welcome To Tenda Spírita.
ALÉM DOS SHOWS:
Exibição do Documentário:
 VER+ – Uma Luz Chamada Marcus Vini – Direção: Michael Meneses
DJs: Explica e Chorão 3
Expo de fotos dos fotógrafos da Rock Press
Feira Cultural com: Disco de vinil, CDs, DVDs, roupas, livros, fanzines, artesanato, acessórios de moda rock, cultura geek e muito mais
Gastronomia Vegana: Vegazô – A Feira Vegana da Zona Oeste/RJ
DATA: 28 de julho 2024, às 14h.
LOCAL: Areninha Cultural Hermeto Pascoal – Praça 1 de Maio S/N – Bangu/RJ
INGRESSOS: antecipados aqui, na bilheteria da Areninha e na loja Requiem (Camelódromo de Campo Grande).

Foto: reprodução Instagram

 

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