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Vivian Benford e o novo disco, “Pomar”

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Carioca vivendo em São Paulo, a cantora Vivian Benford é um nome conhecido de quem acompanhava o meio indie nos anos 00. Foi vocalista da banda carioca Clarim Diário (Manhattan, do primeiro e único disco da banda, chegou a tocar em rádio). Há dez anos, soltou a voz numa versão cool de Cheia de manias, do Raça Negra, numa compilação indie dedicada à música do grupo de pagode, Jeito felindie.

Recentemente Vivian vem se dedicando à carreira solo, e vem fazendo algumas gravações, participando de alguns projetos e até gravou um álbum solo – o bom Jardim, de 2010. Dessa vez, ela lançou, ao lado do produtor executivo Leonardo Vinhas e do selo Scream & Yell, o álbum Pomar, que compila nove faixas desse repertório solo que estavam dispersas, no YouTube, no Soundcloud ou no computador de Vivian. O repertório inclui uma versão entre o rock e a MPB de Seo Zé, de Marisa Monte, e Eu sou o caso deles, dos Novos Baianos, e a releitura de Cheia de manias. Além de autorais como Existo e #vemjoão.

Batemos um papo com Vivian e ela contou algumas coisas sobre o novo disco.

Como surgiu esse disco novo? Foram você e o Leonardo Vinhas que montaram o repertório, não?

Esse disco surgiu depois que eu mostrei tudo que havia gravado em estúdio pro Leonardo Vinhas. Ele deu a ideia de montarmos uma coletânea pelo Scream & Yell com todas essas versões e singles. Na verdade, eu mandei várias músicas e o Leo fez a curadoria. Escolheu a ordem das músicas também. Eu aprovei tudo, mas a seleção foi dele.

Você já tinha feito coisas para o selo Scream & Yell. Como surgiu essa parceria?

A minha versão de Cheia de manias chamou atenção do Vinhas que me convidou pra alguns projetos do site. Além da amizade que construímos, ao longo dos anos, ele sabe que pode contar comigo no que diz respeito a prazos e qualidade do material.

Você passou alguns anos no Clarim Diário. Quando começou a perceber que surgiria uma carreira solo na sua vida?

Quando o Renato Zema, nosso violonista, faleceu, a banda acabou parando de tocar. O Gustavo Krebs, meu produtor que na época era baterista do Clarim, conseguiu uns horários vagos no estúdio que trabalhava e resolvemos montar um repertório para praticar gravação e produção. Dessas sessões de estúdio, que hoje chamo carinhosamente de Audiosfera Sessions, surgiu a vontade de seguir carreira solo, já que a música é algo mais do que essencial na minha vida. Inclusive, três faixas dessas gravações estão presentes no Pomar (Seo Zé, Come on closer e Lamento sertanejo).

As músicas do novo disco vieram de diferentes épocas da sua vida. Como foi unir esse material e o que você considera que tem de comum entre as faixas?

Eu senti uma sensação de coerência quando ouvi as músicas juntas na ordem do disco. Fiquei, de início, com medo de parecer um salada mista mas acabou me dando a sensação de que meu trabalho é consistente e que eu desenvolvi uma linguagem musical minha. Acho que em comum, as faixas têm o meu processo de amadurecimento como artista junto com os produtores que me acompanharam. Principalmente o Gustavo Krebs que sempre traduziu brilhantemente as minhas ideias.

E o clipe de Seo Zé? Como foi fazê-lo e quem dirigiu?

Seo Zé, foi dirigido pelo Rodrigo EBA!, que também é compositor de várias músicas do meu repertório. O roteiro e a produção fizemos juntos tendo um orçamento bem baixo no melhor estilo “faça você mesmo”. Fizemos na sala da casa dele em poucas horas garantidas pelo planejamento que fizemos antes. A ideia era mostrar a diversidade do Brasil e quem realmente faz esse país. Como diz a letra: “O Brasil não é só verde, anil e amarelo. O Brasil também é cor-de-rosa e carvão”.

No faixa a faixa do site Scream & Yell, o Leonardo Vinhas até diz que não sabe como você viu um rock numa canção como Seo Zé. De fato, tanto o arranjo dessa quanto o de Lamento sertanejo ficaram bem diferentes dos originais. Como é que costumam nascer os arranjos dessas releituras?

Normalmente, eu trago músicas de referência. Como não toco nenhum instrumento e tenho um conhecimento mais geral de arranjo, trabalho com ideias e caminhos que gostaria que fossem pontos de partida. A partir daí, o produtor (que na maioria das faixas foi o genial Gustavo Krebs) usa seu próprio acervo mental de sons e timbres e junto com a banda constrói artesanalmente os arranjos. Muitas ideias aparecem na hora da gravação também. A mix é peça importante nessas músicas, pois também ajudou a construir uma personalidade musical pra mim.

E como tá sua vida em São Paulo? Por que rolou a mudança?

Mudar pra São Paulo foi uma decisão de saúde. Eu estava muito doente no Rio, me sentindo insegura e com síndrome do pânico. Sempre tive muito carinho por São Paulo e não me arrependo da mudança. Em pouco tempo aqui (três anos já!), consegui muita coisa bacana com música e mesmo com a pandemia, muitas oportunidades estão aparecendo. Acho legal citar a minha participação no Quintal Sessions, as minhas participações no Cinematographo do MIS cantando ao vivo as trilhas de Bonequinha de luxo e La la land, a participação no evento online de 54 Anos da banda Made in Brazil e a mais recente gravação no disco Vizinhos da colombiana Catalina Ávila.

https://open.spotify.com/episode/0CdMZ2Pby9ABkFIe22nAzL?si=VYdtllC2S-CrvKVup1Kb2A

Lançamentos

Radar: Jup do Bairro, Servio Tulio, Micah, Velavulto, Los Otros, Thrills and The Chase – e mais!

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Jup do Bairro acaba de lançar o single "A gente vive menos que uma sacola plástica"

Por pouco esse Radar nacional não sai: a semana ocupadíssima e vários outros BOs pra resolver acabaram atrasando tudo. Chegamos a tempo de anunciar que as sensacionais Jup do Bairro e Micah estão de música nova, que a faixa solo do Sérvio Túlio da qual falamos há alguns dias ganhou até clipe, e que, quem diria, até mesmo o Velhas Virgens tem seu lado sensível. Leia, ouça e repasse.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Jup do Bairro): Gabi Lisboa/Divulgação

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JUP DO BAIRRO, “A GENTE VIVE MENOS QUE UMA SACOLA PLÁSTICA”. Se você já achava o som de Jup do Bairro provocador, prepare-se para perder o sono ao ouvir o single A gente vive menos que uma sacola plástica. Conhecida por abordar uma variedade de misturas musicais que gravitam em torno do rap, Jup volta numa onda sombria e quase gótica, com sua voz ressoando grave ao lado de guitarra, bateria e ruídos. A faixa adiante o primeiro álbum da artista, Juízo final, previsto para sair em outubro pelo selo Meia-Noite FM e patrocínio da Natura Musical.

A gente vive menos que uma sacola plástica é uma peça de spoken word, em que ela disserta sobre “um possível fim do mundo que não é fabuloso, mas sim uma realidade desafiadora”, como afirma no texto de lançamento. A letra lembra que a vida passa rápido, que não somos o centro do universo, e que a modernidade não parece nem um pouco amigável: “Esperávamos um espetáculo no ar, fogos de artifício, sinalizadores, cavalos mutantes… E o fim chega, com microplásticos no mar e na corrente sanguínea”, declama Jup, lembrando também que nos dias de hoje, convivemos com “a inteligência artifícial bebendo muito mais água do que nós”. Pesadelo real.

SERVIO TULIO, “PLANES”. Demos essa com exclusivdade faz alguns dias: tem uma música que acaba de brotar do baú do saudoso Servio Tulio, músico da banda-dupla de sons eletrônicos Saara Saara, morto em 2023. Ele vinha preparando um disco solo, e sai agora Planes, que faria parte de uma ópera que o músico estava compondo. Uma canção bastante operística, que faz lembrar imediatamente bandas como Sparks.

Produzido por Johann Heyss, o single sai com uma capa feita por Marcellus Schnell (autor das capas dos dois discos do Saara) e masterização – feita a partir da mixagem original – de Daniel Watts. E chega às plataformas pela gravadora Slum Dunk, criada por Bruno Verner e Eli Majorado, integrantes do projeto Tetine. E mais: acaba de sair um clipe da faixa, dirigido por Paulo Severo.

MICAH feat. MARCOS GABRIEL FARIA, “ARAME FARPADO”. Cultivando plantas mortas, primeiro álbum da cantora carioca Micah, está em financiamento coletivo e sai em 2026. Arame farpado, primeiro single do disco, fala sobre amores, relações de poder e afetos em combustão, com uma argamassa sonora pesada e percussiva, unindo rock e ritmos afro. Micah vem da Zona Oeste do Rio, eternamente prejudicada pelas falhas no transporte público, e a faixa acaba se transformando em hino existencial e de protesto. Ela e o convidado Marcos Gabriel Faria (Ventilador de Teto) cantam sobre os espaços que eles ocupam na cidade e na vida: o sonho, o palco, o sotão, a Lapa, os trens.

VELAVULTO, “MUDANÇA”. De Joinville (SC), essa banda estreia com o single Mudança, misturando a densidade de Radiohead e Smashing Pumpkins com ecos nacionais de Adorável Clichê e YMA. O resultado é um indie rock intenso e ao mesmo tempo delicado, que reflete sobre as mudanças que fazemos ao longo da vida – tanto as mudanças de endereço quanto as transformações inevitáveis e pessoais – e tudo que a gente vai deixando para trás. O clipe traduz essa atmosfera de forma íntima e tocante: a vocalista e guitarrista Ana Croce canta enquanto dirige, e aos poucos vão surgindo imagens em VHS de sua infância ao lado da família.

LOS OTROS, “ROTINA”. A abertura dessa música tem conexões com Roll with me, do Oasis – mas é só começar a ouvir, que dá para perceber relações sérias com Beatles, rock de garagem, glam rock e outros estilos próximos. Rotina, single novo da banda paulistana Los Otros (Isabella Menin, baixo e voz; Tom Motta, guitarra e voz; Vinicius Czaplinski, bateria), surgiu de um riff que virou música, e ganhou uma letra em que o personagem não aguenta mais viver a mesma vida todos os dias.

THRILLS AND THE CHASE, “NO CITY LIGHTS”. O vocalista do Thrills, Calvin Kilivitz, considera que o novo single, No city lights, soa como uma “cena pós-créditos” do álbum anterior do grupo, Thrills after dark. “A canção é um epílogo e também uma espécie de epitáfio, já que o futuro dos Thrills é um enigma a ser resolvido em breve e também como um quarteto… acho”, diz ele. No city lights traz a banda de volta sem o tecladista Claudio Guidugli, e operando de modo minimalista, com pads no lugar de bateria, e um som mais simples e introspectivo. Já tem até clipe, dirigido por Roberta Fabruzzi.

GUTO BRANT, “CORAZÓN Y SOL”. Single do álbum ao vivo Falanti, que chega às plataformas dia 10 de outubro, Corazón y sol leva o trabalho do mineiro Guto para um clima de valsa peruana – gravada em trio acústico e cantada em espanhol. “Ela canta uma musa que se confunde com os elementos da natureza – o ouro, a água, a prata, o sol. Acho que a letra e melodia impõem esse certo mergulho dramático, onde o amor é visto como uma força vital e misteriosa. No fundo, é um lembrete da nossa pequenez diante da natureza”, conta Guto.

LAIKA ESTÁ AUSENTE, “ORQUÍDEA”. Cheguei ate essa banda quando estava escutando música numa plataforma, e de repente acabou um disco que eu estava escutando- daí Orquídea surgiu. É o primeiro single do Laika Está Ausente, banda de Ponta Grossa (PR) que engrossa as fileiras do rock triste feito no Brasil, com referências musicais de estilos como dream pop, e letra de amor perdido.

VELHAS VIRGENS, “MERDA DO CARALHO”. Quem diria: a velha banda ogra paulistana volta falando de pés na bunda, tristezas românticas e vulnerabilidades do dia a dia amoroso – no estilo deles, claro, mas que voltaram desse jeito, voltaram. O hard rockão Merda do caralho, que traz ligeiras evocações do som punk e do metal oitentista, surgiu de uma história real do passado amoroso do vocalista Paulão: sua então namorada (que hoje é a esposa dele) foi morar em outra cidade, as coisas ficaram bem turbulentas e ele passava as noites bebendo e ouvindo Bread e Smokey Robinson, como na letra.

DANIEL FONSECA, “PLASTIC IDOL”. Cantor, compositor e guitarrista brasileiro radicado na Califórnia, Daniel indica seu som para fãs de bandas como Deftones, Radiohead e Sleep Token. Plastic idol, seu novo single, tem peso herdado dessas bandas e aproxima punk, peso anos 1990 e nu-metal, com riffs pesados e uma estrutura melódica que lembra também bandas como Muse.

 

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Ouvimos antes: Josie – “Escuro” (single)

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Josie mergulhou na experimentação musical e em seus próprios sentimentos para compor as faixas de seu EP Sensações, previsto para sair ainda este ano.

Moradora de Limeira (SP), Josie mergulhou na experimentação musical e em seus próprios sentimentos para compor as faixas de seu EP Sensações, previsto para sair ainda este ano. Uma mostra de como vai ficar o disco você vê com exclusividade aqui no Pop Fantasma: é o single Escuro, que sai nesta sexta (19), e ganhou também visualizer dirigido por Thomas Dalfré e Gi Angelo – a própria Josie fez o roteiro do vídeo, ao lado de Gi e Rodrigo Verde.

Filha do cantor e compositor Teixeira Santos e da compositora Maria Araújo, Josie nasceu em outro município de São Paulo, Diadema, e vive uma rotina musical desde a infância, cantando junto com os irmãos – gravou até um single com as irmãs Gisele e Nana Crist, Sofá, em 2023. A bossa introspectiva Escuro, composta por ela, com arranjo e produção de Leo Ferrarini, usa sons orgânicos e eletrônicos como moldura para outros tipos de vivências pessoais, daquelas que testam bastante nossas emoções.

“Todo mundo tem um escuro também / todo mundo tem algo que diz que não há / essa noite o medo dessa solidão / veio pra lhe assustar”, canta Josie na letra, antes de refletir: “não é só de alegrias que se vive essa vida não / às vezes é preciso ouvir a voz do outro”.

A imagem da capa do single (acima), feita pela fotógrafa Tamaris Araújo, representa a vulnerabilidade e as questões pessoais expostas na letra de Escuro. Na imagem, Josie aparece com uma pequena flor grudada ao peito com um esparadrapo, simbolizando a alma (flor), as feridas emocionais (esparadrapo) e o ato de levar a vida adiante, sempre com os sentimentos à flor da pele. Um conceito que está também no visualizer da música.

“Usamos o universo proposto nas fotos para que tudo dialogasse e transmitisse uma mesma mensagem. A ideia foi mostrar detalhes de um mesmo momento – o vento no cabelo, a flor sendo colada, a lagoa que transmite profundidade – conduzindo a atenção ao presente e convidando o público a observar seus próprios sentimentos”, conta Josie.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Tamaris Araújo/Divulgação

 

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Lançamentos

Urgente!: Prestes a vir ao Brasil, Stereolab lança single com duas faixas inéditas

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RESUMO: Stereolab lança single duplo, que sai também em edição limitada em vinil 7” – e vem ao Brasil fazer um show no mês de novembro.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Stereolab): Joe Dilworth/Divulgação

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Lançado em maio, o disco mais recente do Stereolab, Instant holograms on metal film, é bastante visionário: junta universos eletrônicos e psicodélicos e imagens sonoras entre o vintage e o moderninho. Afinal, desde o começo do grupo, o mundo pensado pelos líderes Lætitia Sadier e Timothy Gane é uma mescla de carros voadores e móveis estilosos dos anos 1960 – ou de homens com visual mod e mulheres de cabelo curto à Mia Farrow falando no celular e navegando na internet.

Essa vibe permanece no mais novo lançamento do Stereolab, o single duplo Fed up with your job / Constant and uniform movement unknown, que chegou às plataformas no dia 12 de setembro. A primeira faixas é uma mescla perfeita de pop elegante e krautrock, a segunda carrega mais ainda nas referências de pop francês e música dos anos 1960. No Bandcamp, ao lançar as duas músicas, o Stereolab pergunta, usando os nomes das duas faixas: “Você está sofrendo com um movimento desconhecido, constante e uniforme? Está farto do seu trabalho? Se estiver, precisa ouvir o novo single de 7” do Stereolab, com dois lados”.

O disco vai ganhar também formato físico: um single duplo lado A em vinil 7”, limitado a três mil cópias mundialmente, co-lançado pela Warp e Duophonic UHF Disks, será disponibilizado na véspera da turnê de quarenta e uma datas pela América do Norte e América do Sul, que começa em Nashville e termina na Cidade do México. E nunca é demais lembrar, a banda faz show dia 9 de novembro aqui no Brasil, no Balaclava Fest (ingressos aqui).

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