Cultura Pop
Trilhas sonoras de videogame em vinil

Se você assim como eu tem mais de 35 e é um(a) gamemaniaco (a), certamente já fez duas coisas: UM, baixou algum emulador pra matar a saudade dos classicos da sua infância no computador e DOIS, se pegou cantarolando em algum momento aquela musica marcante do seu jogo favorito. E se você além de gamemaníaco (a) também é colecionador (a) de vinis, na certa também já desejou que alguma empresa disponibilizasse essas trilhas de videogame numa edição caprichada, em vinil 180g, colorido e tudo mais, não é mesmo?
Pois bem, seus problemas acabaram. O selo inglês Data Discs se especializou em lançar LPs com o melhor das trilhas sonoras de jogos antigos. E mesmo que jogos eletrônicos não sejam sua praia, não tem problema: os arranjos são lindíssimos e é perfeitamente possível apreciá-los sem nunca ter colocado a mão num joystick. Vejamos aqui alguns dos seus lançamentos mais interessantes:
STREETS OF RAGE 1, 2 e 3: A série de pancadaria notória no Mega Drive tem a assinatura de um dos mais famosos compositores para games, Yuzo Koshiro (ele ainda será bastante mencionado nessa matéria, podem anotar!). Ouvindo, percebe-se o porquê de ser tão respeitado: é incrível como ele conseguiu fazer arranjos tão ricos com um hardware tão limitado. Fãs de techno e/ou de batidas funkeadas certamente vão curtir.
SHENMUE: Yuzo Koshiro novamente foi responsável pela maravilhosa trilha deste, que foi lançado em 2001 para o Dreamcast e é considerado até hoje um dos melhores e mais bonitos jogos de todos os tempos. Como este RPG se passa parte no Japão, parte em Hong Kong, boa parte das canções têm forte influência da cultura oriental. Simplesmente lindíssima.
PANZER DRAGOON: O nome Yoshitaka Azuma não quer dizer nada no ocidente. Mas no Japão, Azuma, morto em 2012, é um músico cultuado e respeitado, tendo lançado inúmeros CDs de new age entre os anos 1990 e 2000. Suas composições para Panzer Dragoon foram uma de suas raras aventuras no mundo dos jogos. Conforme o release no site da Data Discs bem frisa, “o repertório não faria feio na discografia do Tangerine Dream”. Assino embaixo.
ALTERED BEAST: Essa é uma das minhas favoritas! Quase todo mundo teve esse cartucho, que acompanhava o Mega Drive até meados dos anos 1990. Como não se emocionar com a introdução da musiquinha da primeira fase, com Zeus gritando “RISE FROM YOUR GRAVE”?? Interessante também ressaltar que esse foi um dos poucos álbuns do selo que, para dar uma incrementada na qualidade do som, saíram somente em 45 rpm.

AFTER BURNER: Composta por Hiroshi Kawaguchi, que fez as músicas de nove entre dez arcades de sucesso da Sega (você certamente já jogou clássicos como Out Run, Space Harrier, Virtua Fighter e Dynamite Dux em algum shopping center) é uma trilha que destoa um pouco das demais apresentadas até aqui, pois em 99,9% do tempo o que rola é um rock nervoso e neurótico que também impressiona pela complexidade. Se duvida, assista a esse video do YouTube onde um guitarrista toca a canção-tema e repare como os solos são bem trabalhados.
REVENGE OF SHINOBI: Olha aí o titio Yuzo Koshiro novamente, dessa vez com uma trilha completamente maluca que mistura dance music com canções típicas japonesas! O resultado é inusitado, mas também impressionante!
https://www.youtube.com/watch?v=UcsTdVbhA3E
METAL SLUG: O game é divertidíssimo e a trilha é tão bacana quanto. Já havia sido lançada em CD no Japão numa caixa caprichadíssima com 5 discos contendo todos os sons da série (sem exagero, tinha até efeitos sonoros!), mas em vinil ainda era inédito. De todos os títulos apresentados, esse jogo é único o que não foi lançado oficialmente para nenhum console da Sega. Saiu originalmente para o cultuado Neo Geo, febre nas videolocadoras brasileiras nos anos 1990 e cujos cartuchos hoje em dia são vendidos por preços astronômicos. Se duvidam, olhem esse anúncio no mercado livre onde pedem 2.500 REAIS (!!!) por um!
Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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