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Cultura Pop

13 + 1 rockstars que fizeram comerciais sim, e daí?

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13 + 1 rockstars que fizeram comerciais sim, e daí?

Brasil, esse povo que se amarra numa treta. Um dos temas preferidos das comunidades de música do Facebook nos últimos dias é a banda Flor de Sal, que foi contratada por um braço musical da marca Farm, acaba de lançar o primeiro disco e, diz uma reportagem do jornal O Globo, construiu seu repertório em torno dos valores da empresa. “O primeiro disco, homônimo, está disponível nos principais serviços de streaming e traz dez faixas compostas pela dupla, que recebeu orientações da equipe de marketing da Farm sobre os temas e influências que os inspiram. Além disso, os músicos tiveram acesso a uma espécie de glossário com palavras que fazem parte do lifestyle da marca. As farmetes (como são conhecidas as consumidoras/fãs da marca) adoraram a ideia”, diz o texto.

Uma confusão entre conteúdo e patrocínio que entorta a cabeça de qualquer fã de música, muito embora a ideia da Farm já tenha feito gente comparar o Flor de Sal com Sex Pistols (criados em torno da butique Sex, de Vivienne Westwood e Malcolm McLaren), Monkees (que tinham uma série de televisão), etc. Enquanto você decide aí se deve ou não ouvir o som do Flor de Sal (não testamos nem temos vontade), vai aí uma listinha de 13 + 1 rockstars que mostram que esse negócio de “se vender” é muito relativo.

ROLLING STONES E O COMERCIAL DOS RICE CRISPIES. Você tem uma banda, está no começo da carreira, precisa de grana e surge a oportunidade de fazer um anúncio. E aí? Os Rolling Stones, que nunca tiveram muitos dilemas relativos a assuntos dinheirísticos, toparam sem problemas fazer um jingle para uma marca de cereal da Kelloggs em 1964. A melodia é a única composição do grupo atribuída a Brian Jones.

THE WHO E O COMERCIAL DA COCA-COLA. Em 1967, ano em que lançavam os jingles de brincadeirinha do disco The Who sell out, eles também gravaram de verdade um reclame para a Coca-Cola – que anos depois foi incluído até em coletâneas do grupo (saiu na caixa Thirty years of maximus r&b)

https://www.youtube.com/watch?v=JwlVJ-YWw6Y

E também fizeram um outro aproveitando o jingle “things go better with Coke”.

LEFT BANKE E O COMERCIAL DA COCA-COLA. Banda novaiorquina que inventou o “pop barroco” (e era chamada de “Bach-rock”), o Left Banke gravou em 1967 um jingle para a Coca-Cola, escrito pelo principal compositor da banda, Michael Brown. Segundo o filho de Brown, a música nunca foi usada. A banda também escreveu jingles para o spray para cabelos Toni e o serviço de aluguel de carros Hertz. O vídeo do jingle da Coca entra e sai a todo momento do YouTube. No momento, está fora de lá.

RAY CHARLES E… MAIS UM COMERCIAL DA COCA-COLA. E não só ele. Entre 1965 e 1966 a Coca-Cola faz uma campanha uber-maxi-king-size em que artistas famosos do universo pop-rock faziam criações (ou reembalavam músicas autorais de sucesso) em torno do slogan “things go better with Coke”. A empresa publicou um anúncio dizendo que estavam deixando de lado os jingles tradicionais e fariam um novo tipo de propaganda no rádio. Nomes como The Four Seasons, Jan and Dean, The Shirelles, Supremes, John Bubbles e Ray Charles atenderam aos chamados – a do cantor de Georgia on my mind ganhou até prêmio de spot de rádio. Anos depois, Ray Charles traiu o movimento e fez três comerciais da Pepsi.

https://www.youtube.com/watch?v=189lpNlIUDw

MOODY BLUES E… SIM, MAIS UM COMERCIAL DA COCA. A empresa norte-americana passou o rodo no universo pop-rock nos anos 1960 – levou até o Moody Blues, banda fundamental na passagem do rock psicodélico para as progressivices, e que também escreveu um spot para a empresa.

CREAM NO COMERCIAL DE CERVEJA. “Falstaff, a cerveja de St. Louis traz para você o Cream, de Londres”. O jingle do trio para o qual foi criado o termo “power trio” tocou bastante no rádio e saiu na box set Those were the days, de 1997.

IRON BUTTERFLY FAZENDO JINGLE DE DESODORANTE. Quase tão pai do heavy metal quanto o Led Zeppelin, essa banda norte-americana fez um jingle para o desodorante Ban Roll-On em 1968 – era na verdade um spin-off de So-Lo, música do debut Heavy, de 1968.

EDUARDO DUSSEK. Pouco após se apresentar no primeiro Rock In Rio, em 1985, o cantor de Rock da cachorra fez um comercial para o lançamento de um picolé de creme e morango da Kibon chamado Coração. E acredita que tem isso no YouTube? Só clicar abaixo.

JEFFERSON AIRPLANE NO COMERCIAL DE JEANS. Uma viagem de LSD musical prontinha para fazer você gastar sua grana num par de jeans Levi’s. Foi gravada pelo JA em 1967 e gerou muita problematização no meio hippie.

O jingle do Jefferson virou, na época, um “precisamos falar sobre isso” no universo dos rockstars que fizeram comerciais. O revolucionário Abbie Hoffman chegou a escrever uma carta para o Village Voice lembrando que enquanto a música era lançada, “mais de cem trabalhadores na fábrica da Levi’s fazem sua parte, que consiste em greve por causa das condições insalubres de trabalho”.

ANTONIO CARLOS & JOCAFI VENDENDO GASOLINA. Tão reis do samba-rock quanto Jorge Ben e Bebeto, os dois compositores e cantores baianos surfavam onda altíssima de popularidade em 1971 por causa de seu hit Você abusou. Foram convidados a fazer o mesmo job de Wilson Simonal e os Mutantes: jingle da petrolífera Shell, lançado em compacto, com ares de country-balanço. Olha aí.

THE NEW SEEKERS E… OUTRO COMERCIAL DA COCA? Sim. Essa banda britânica fez tanto sucesso em 1971 com a balada esperançosa I’d like to teach the world to sing que a empresa não perdeu tempo e os convidou para transformar o hino em… I’d like to buy the world a Coke. Saiu naquele mesmo ano, na série de comerciais “hilltop”, gravados no topo de uma colina, com uma turma de jovens.

MADNESS VAI DE HONDA. O grupo de ska, em 1981 fez comerciais para a Honda, no Japão. Fez tanto sucesso no país que a música In the city, que aparecia no comercial (do modelo – ora essa – Honda City), foi lançada em compacto por lá.

https://www.youtube.com/watch?v=8yrbDh9yN3k

MIKE LOVE E DEAN TORRENCE. O beach boy e o companheiro de Jan na dupla Jan & Dean foram convidados em 1982 pela Budweiser para regravar um oldie dos Beach Boys, Be true to your school, com o nome mudado para… Be true to your Bud. Ficou horroroso: os vocais da dupla parecem tirados da série Alvin e os Esquilos. Divirta-se cruelmente abaixo.

DORIVAL CAYMMI É NACIONAL. Em 1975, mesmo ano em que sua Modinha para Gabriela era tocada todas as noites na abertura da novela Gabriela, da Globo (na voz de Gal Costa), o cantor e compositor gravou um compacto promocional para o lançamento do cigarro Nacional Magnus, com a música Boa terra, boa gente (leia mais sobre isso aqui – inclui fotos do disquinho). Não há registro desse áudio no YouTube, mas em 2014, no centenário de Dorival, circularam vídeos que mostravam a canção como sendo uma “inédita” de Caymmi (olha aí embaixo). A partitura original pertence ao acervo do Instituto Antonio Carlos Jobim.

Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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