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Lançamentos

Radar: The Yagas, White Lies, Howling Bells, Sleaford Mods, Master Peace, Honeyglaze, Caïman

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A banda de metal The Yagas, com a atriz Vera Farmiga à frente

Lá vem de novo o The Yagas – a banda de metal liderada pela atriz Vera Farmiga, que ocupa os vocais. Após o álbum Midnight minuet, o grupo lança um novo single, diretamente inspirado pelo trabalho de Vera como atriz de filmes de terror. É ele que lidera o Radar de hoje, nessa época de muitos álbuns, muitos singles e muuuuita audição e escrita pra nós. Ouça em altíssimo volume e passe adiante!

Texto: Ricardo Schott – Foto (The Yagas): Divulgação

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THE YAGAS feat FYNN HAWKEY, “ILLUSION”. “Essa música é minha expressão auditiva de Invocação do mal: ​​Últimos ritos”, diz a atriz Vera Farmiga, que está no elenco do filme de terror, e é também – você já leu sobre isso até no Pop Fantasma – vocalista da banda de metal The Yagas, que lançou neste ano o disco Midnight minuet. O grupo retorna com seu primeiro single após o álbum de estreia, a pesada e elaborada Illusion, música inspirada pelas experiências extracorpóreas do filme. Para aumentar a vibe gótica da faixa e dar um ar de “tudo em família” à faixa, Fynn Hawkey, filho de Vera e de Renn Hawkey, tecladista dos Yagas, toca violoncelo na música.

WHITE LIES, “KEEP UP”. O White Lies solta mais uma prévia do que vem no disco novo, Night light, que chega em 7 de novembro. Depois de Nothing on me e In the middle, agora é a vez de Keep up, faixa que aparece junto com um visualizer. O som? Pós-punk de linhas retas, meio robótico, mas com um groove que escapa no refrão bonito e nas viradas melódicas — um motorik com suingue.

“Há um ritmo nesta música que soa tanto controlado e hipnótico quanto direcionado. Há um foco em canalizar energia, removendo qualquer coisa negativa ou que distraia. ‘Don’t block my rhythm again’ (verso do refrão). É uma canção pop determinada – descomplicada e ansiosa por pureza, sem obstáculos”, comenta a banda.

HOWLING BELLS, “UNBROKEN”. Criada em Sydney (Austrália) e depois migrada para Londres, a Howling Bells estava sem novos lançamentos desde 2014. Juanita Stein, a cantora, vinha desenvolvendo uma excelente carreira solo – resenhamos o mais recente dela, The weightless hour. A bela, ruidosa e sonhadora Unbroken abre nova série de lançamentos do grupo, com produção de Ben Hillier (Blur, Depeche Mode, Elbow) e clima sonhador, exposto no verso “sempre estive perdida em um grande sonho”.

“Você pode chamar isso de infantilidade ou estupidez, mas é preciso ter isso para acreditar que algo maior pode acontecer. Sobreviver como uma banda por mais de duas décadas exige uma garra extraordinária e, até certo ponto, irracionalidade. Nada disso faz sentido, exceto a vontade e o amor pela música em si. Unbroken é um testemunho de tudo isso”, conta Juanita. O clipe foi gravado num cinema, e traz Juanita vendo as cenas do próprio vídeo na tela grande.

SLEAFORD MODS, “MEGATON”. Jason Williamson e Andrew Fearn lançam o novo single do Sleaford Mods fazendo barulho – não apenas o ruído eletrônico da dupla, como também barulho pelas ruas. O clipe de Megaton foi dirigido por Nick Waplington e mostra Jason e Andrew lançando a faixa no Speaker’s Corner, no Hyde Park em Londres – um local tradicional para discursos, em que os Sleaford Mods dividiram espaço com os oradores que sempre aparecem por lá.

Megaton, uma música anti-guerra, fala sobre o feed das redes sociais como algo que prende as pessoas a ponto de elas não enxergarem a realidade, e só estarem aptas para ver corpos de academia e comida – enquanto o mundo tem mesmo é fome e genocídio. “Tudo está errado e toda reação é argumentada como certa, e nisso damos à luz comportamentos que sufocam a solidariedade e causam ondas massivas de alienação hemorrágica enquanto o mundo silenciosamente desmorona fora de cena”, filosofa Jason, de modo certeiro.

MASTER PEACE, “THERE’S NO MORE UNDERGROUND”. Projeto de rock dançante, eletrônico e misturado com vários outros estilos, comandado pelo londrino Peace Okezie, o Master Peace lançou seu primeiro álbum, o excelente How to make a Master Peace, em 2024 (foi resenhado pela gente aqui). Depois do álbum, vêm saindo mais alguns singles e o mais recente é There’s no more underground, som roqueiro e punk-pop que, segundo Peace, é “sobre se recusar a ficar escondido ou enclausurado. É sobre reivindicar seu espaço e seguir em frente, não importa o que aconteça”. O som tem muito a ver com Ramones e a introdução faz lembrar um hit do quarteto novaiorquino, The KKK took my baby away.

HONEYGLAZE, “TURN OUT RIGHT”. No ano passado, essa banda londrina lançou o disco Real deal, excelente e injustamente não resenhado aqui. Agora sai um outtake do disco como single, Turn out right – um tema folk doce, gravado como num ensaio ou session caseira, de quarto. “Esta é uma demo bem básica de uma música que nunca chegou ao Real deal”, explica a vocalista Anouska Sokolow, dizendo que a letra se parece com a de algumas outras faixa do disco. “No sentido de que é uma ironia melancólica, mas, no fundo, esperançosa”. Além do single, está também na coletânea A hideous collective, do Opus Kink, que arrecada fundos para o Music Venue Trust e o UK Artist Touring Fund.

CAÏMAN, “GRAND 8”. Vinda de Lyon, na França, a cantora e compositora Caïman faz dream-folk, com direito a climas bastante etéreos e até meio fantasmagóricos – afinal, o single anterior dela se chamava Dreams are ways to see dead people again. Já Grand 8, seu novo single, é uma canção luminosa que ganhou um clipe simples, feito numa camera de vídeo comum durante uma viagem, pela estrada. A letra foi inspirada no relacionamento de Caïman com suas sobrinhas, e explica que a vida é feita de altos e baixos, e que podemos superar tudo. Grand 8 vai estar no próximo disco de Caïman, previsto para 31 de outubro.

Lançamentos

Radar: Feralkat, CPM 22, Los Otros, Carvel, Brsk Gene

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Feralkat (Foto: Erica Ignácio / Divulgação)

Semana complicadinha por aqui: resfriado brabo (já falei disso no Radar anterior) e mal funcionamos ontem. Mas estamos aqui com o Radar nacional de hoje, destacando a novidade do single novo do Feralkat, do single comemorativo do CPM 22, do primeiro clipe de Los Otros, e de sons de Carvel e Brsk Geene. Ouça e repasse!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Feralkat): Érica Ignácio / Divulgação

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FERALKAT, “TSUNAMI”. Karukasy, próximo disco do projeto da musicista e cantora Natasha Durski, sai em 2026. E é aberto pelo single Tsunami, uma canção que une estilos que primam pelo escapismo musical e pela vibe imagética (dreampop e post rock). A ideia de Natasha foi falar do término difícil de um relacionamento, recorrendo a sons e imagens que evocam emoções de maneira densa.

“O ‘tsunami’ é tanto o mar turbulento interno quanto o pranto – as lágrimas dessa dor. O sample de Space song, do Beach House, reforça essa sensação, com o verso ‘who will dry your eyes when it falls apart’ ecoando na solidão desse fim”, conta Natasha, que gravou todo o material do disco em seu próprio estúdio. Ela recomenda inclusive o uso de bons fones de ouvidos para sentir o som do álbum por inteiro. “Trabalhei muito o paneamento (sons passando de um canal para o outro) e o estéreo”, avisa.

CPM 22, “30 ANOS DEPOIS”. A banda punk paulistana dá continuidade à comemoração pelas suas três décadas de história lançando um single que resume a sua trajetória até aqui. 30 anos depois surgiu de um texto escrito pelo vocalista Badaui, que foi transformado em letra pelo guitarrista Luciano Garcia – e sai no meio da turnê comemorativa do grupo.

“A ideia de fazer uma música em comemoração aos 30 anos da banda existia desde o ano passado, mas o processo de desenvolvimento começou há uns três ou quatro meses”, conta Luciano. Badauí completa: “No fim, essa música é uma homenagem à nossa trajetória e também um agradecimento a quem sempre esteve com a banda”.

LOS OTROS, “ROTINA”. A abertura dessa música tem conexões com Roll with me, do Oasis – mas é só começar a ouvir, que dá para perceber relações sérias com Beatles, rock de garagem, glam rock e outros estilos próximos. Rotina, single novo da banda paulistana Los Otros (Isabella Menin, baixo e voz; Tom Motta, guitarra e voz; Vinicius Czaplinski, bateria) já havia sido comentado e elogiado por aqui, lembra? E agora virou clipe, mostrando a banda em ação, tocando e fazendo de tudo para evitar ela própria, a tal da rotina.

CARVEL, “NÓS DOIS SABEMOS”. Vindos de Vinhedo (SP),  Guilherme Avelino (voz e guitarra), Lucas Argenton (guitarra), Victor Gonzales (baixo) e João Gabriel Diamantino (bateria) definem seu som pela união do indie rock com o ritmo de nomes como Jamiroquai. A faixa Nós dois sabemos antecipa o lançamento de Ainda é tempo, álbum previsto para 2026, e fala sobre o término de um relacionamento, só que comentando também sobre mudanças e fases novas – justamente num momento de mudanças para o grupo. O clipe, dirigido pelo guitarrista Lucas Argenton, mostra a banda tocando em estúdio, sempre em preto e branco – e só se torna colorido no final, representando a mudança na história do grupo.

BRSK GENE feat. KOUTH, “F.a.L.a // c.o.m.i.g.o.”. Com nome de música e de banda estilizados (Brsk Gene é a abreviatura de “berserk gene”, algo como “gene furioso”), esse projeto musical veio de Massaranduba, município de Santa Catarina que é conhecido como a capital local do arroz. Jus/i, que criou o Brsk Gene, garante que a natureza de sua música é a intensidade, e fala nas letras de temas como ansiedade, TDAH, relacionamentos complexos e a luta para existir de maneira autêntica no mundo.

O som traz referências de metalcore, trap metal, eletrônica e peso em geral. O single F.a.L.a // c.o.m.i.g.o. fala sobre “esse limiar perigoso entre o real e o surreal, mas também sobre aquela sensação de ser estranho, inadequado, e a relação desesperadora disso com a necessidade de conexão social. E tem o acréscimo dos vocais da trapper paulistana Kouth.

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Ouvimos: Gaby Amarantos – “Rock doido”

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Disco-filme com 22 faixas em 36 minutos, Rock doido mostra Gaby Amarantos unindo tecnobrega, pop e festa em uma obra inventiva e multimídia.

RESENHA: Disco-filme com 22 faixas em 36 minutos, Rock doido mostra Gaby Amarantos unindo tecnobrega, pop e festa em uma obra inventiva e multimídia.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Deck
Lançamento: 29 de agosto de 2025

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Rock doido, o disco novo de Gaby Amarantos, tem um formato que lembra o de discos de bandas casca-grossa como D.R.I.: são 22 faixas curtíssimas em 36 minutos (!). Não é apenas um disco: tem ainda Rock doido, o filme, que traz todas as músicas do álbum filmadas com Gaby, convidados e sua turma, tudo em plano sequência, com o pessoal se movimentando em vários cenários subsequentes.

O disco funciona na medida que você esteja disponível para aprender uma nova forma de ouvir música: Rock doido é totalmente montado como se fosse uma festa, um DJ set, ou um passeio curto pelas festas de aparelhagem do Pará. Junto com a recente volta da Gang do Eletro (resenhada pela gente aqui), é quase um relato de como várias tendências musicais se uniram em momentos diferentes para gerar o tecnobrega e estilos afins.

Não é um disco feito para “tocar no rádio” e está mais para um suposto antecipador de tendências que, provavelmente, vão dar canal no rádio ou na TV em algum momento – a graça de Rock doido é justamente o lado multimídia dele, de ser um álbum que vira filme (está no YouTube na íntegra e pode, quem sabe, ser exibido na TV). A mistura de referências também chega à capa, que lembra tanto Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, quanto Dangerous, de Michael Jackson.

  • Ouvimos: Lambada da Serpente – Lambada da Serpente (EP)

Com tanta rotatividade, eleger uma música preferida fica até complicado – inclusive porque os beats e refrãos vão se seguindo bem rápido. Essa noite eu vou pro rock introduz a/o ouvinte no clima festeiro. Short beira cu, Te amo fudido (com Viviane Batidão), Tumbalatum (terror fake com a já citada Gang do Eletro), Dá-lhe sal e Viciada em seduzir apresentam expressões locais e o clima da noite paraense a quem ouve o disco bem distante do Pará. Bonito feio é uma das faixas que separam um pouco o “tecno” do brega no álbum.

No final, tem Deixa, um samba-reggae que parece meio deslocado no álbum – é a música menos “rock doido” da fornada, mas talvez seja a tal “música de rádio” do disco. Sem crise: Rock doido é um disco-filme que confirma Gaby Amarantos como uma das artistas mais inventivas do pop brasileiro.

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Crítica

Ouvimos: Big Special – “National average”

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Dance-punk ácido e sarcástico, National average faz o Big Special rir da miséria britânica com ironia, fúria e riffs venenosos.

RESENHA: Dance-punk ácido e sarcástico, National average faz o Big Special rir da miséria com ironia, fúria e riffs venenosos.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 10
Gravadora: SO Recordings / Silva Screen Records Ltd
Lançamento: 4 de julho de 2025

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Chega a escorrer veneno de National average, segundo álbum do Big Special, dupla britânica cujo clima basicamente é o da dança punk – às vezes soando como um EMF (lembra deles?) que entrou em órbita, ou como um desdobramento da receita doidona do selo Food, na virada dos anos 1980 para os 1990. Em vibe funky, Joe Hicklin e Callum Moloney falam dos problemas mais bizarros vividos pela população britânica nos dias de hoje.

Na real, nada que seja estranho até mesmo aqui no Brasil. A faixa God save the pony, tributo pago a Talking Heads e à turma de Madchester, inclui no mesmo saco hambúrgueres superfaturados, gentrificação, gente instagramável (“mal ganho o salário mínimo / e sou um clichê do rock and roll / e, para ser honesto / não consigo acreditar em quanto tempo isso já durou”) e um estado de letargia total, como se todo mundo já estivesse acostumado com isso – à Rolling Stone, a banda disse que se trata de um “boa noite e boa sorte para o peso que todos carregamos. Somos os cavalos cansados ​​arrastando uma carga pessoal e, muitas vezes, o peso de outra pessoa”.

Outras canções falam também da merdificação geral que todo mundo vai levando adiante na vida, como The mess (que soa como um Tom Waits alt-metal) e Hug a bastard – esta, um reggae preguiçoso transformado em indie rock, com cara de Beastie Boys, Beck e até de Gorillaz, iniciado com os versos “encontrar deus? / cara, não consigo achar minhas chaves”. Nada se comparado a Shop music, synth pop stoner que equivale a um soco na boca do estômago de quem acredita em virtudes no mundo fonográfico, em versos como “vamos vender suas merdas / (…) e depois de vender suas merdas, vamos vender outras merdas” e “não consigo identificar o monstro quando ele está bem vestido / é o seguinte: dinheiro fala, mas não canta”.

Esse clima de desesperança e ironia é a cara de National average, disco que também fala sobre merdas passadas de geração a geração em família (o blues zoeiro Pigs puddin), de choque com o mercado fonográfico “profissional” (Professionals, uma mescla de The Who e Viagra Boys, se é que é possível), e de como todo e qualquer emprego ou chefe é uma merda (Yesboss, rap-punk sem o menor cacoete de rapper, com voz praticamente falada).

O disco novo do Big Special chega a ser um projeto multimídia – no sentido de que você tem que prestar atenção nas letras, ler as entrevistas, saber qual é a da banda e acompanhar o que eles andam falando para ter uma fruição total do disco. Em letra e música, tudo em National average soa como uma sequência de porradas bem dadas. O Big Special revisita-parodia o blues a la Eric Clapton em Domestic bliss, uma espécie de canção sophisti-punk que revira ao contrário o mito de Sísifo para falar sobre depressão e máscaras do dia a dia. Tem ainda Judas song, dance-punk sobre traição e rancor, com guitarras pesadas e um clima “eletrônico” que faz lembrar o Ultravox – mas com bastante sujeira.

Em resumo: National average é daqueles discos que fazem você rir, pensar e se envenenar ao mesmo tempo — e ainda sair dançando no final.

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