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Radar: Big Fish, Love Ghost, Wills Tevs e outros sons que chegaram pelo Groover

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Radar: Big Fish, Love Ghost, Will Tevs e outros sons que chegaram pelo Groover

O Pop Fantasma agora também tá no Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Aqui embaixo, separamos cinco nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova! (na foto, o Big Fish).

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BIG FISH, “VAD BLIR KVAR”. Essa banda sueca, ativa desde 1988, mantém sua formação original após cinco álbuns lançados. Vad blir kvar (em português, “o que permanecerá”) é uma faixa percussiva, sombria e espiritualizada, inspirada em uma experiência real: o vocalista David Giese teve que esvaziar a casa onde cresceu após sua mãe ser diagnosticada com demência. A percussão da música foi criada batendo garrafas pet em um tambor de óleo — um experimento sonoro que surgiu na gravação demo e foi mantido na versão final.

LOVE GHOST, feat KATSU ENERGY, “DECOY”. Um grupo norte-americano que mistura as guitarras pesadas do emo e a fala sinuosa do trap, com influências de bandas como Smashing Pumpkins. Em Decoy, o novo single, o Love Ghost traz o trap latino de Katsu Energy e chega com um som que tangencia até o shoegaze, mas com marcação rítmica suingada e diferente. A música vai entrar no álbum Memento mori, o próximo do Love Ghost, que sai em breve.

WILLS TEVS, feat. SIDE, “EU GOSTO DE ARRISCAR”. “Essa música é uma exaltação à impermanência”, conta Wills Tevs, que vem de São Paulo e promove uniões entre MPB e groove rock em Eu gosto de arriscar. “A música funcionaria em diferentes gêneros, como samba ou pop, mas pelo sangue que corre nas minhas veias, ela se inclina naturalmente para o rock”, diz ele, que convidou a banda Side para tocar na canção.

SINPLUS, “A TEAR GOING LONELY”. “É uma música sobre amor, perda e o lado agridoce do deixar ir”, conta essa banda ligada ao pós-punk e aos climas góticos sobre a faixa A tear going lonely. A canção tem uma atmosfera ambient dada pelos teclados, e vocais que lembram um Iggy Pop mais certinho.

DESU TAEM, “JUSTIFY YOURSELF”. Resenhamos o álbum Used meat 4 sale, dessa imprevisível banda norte-americana formada por pai e filho roqueiros, mas vale destacar essa mescla de punk e hard rock que eles lançaram no álbum. Manual deles para escutar a faixa: “Faça um acordo com alguém que esteja disposto a deixar você dar uns tapas nele continuamente durante a música. Então toque de novo e aproveite sua vez de levar um tapa! Coloque a música no repeat, agora você tem planos para o dia! Você pode fazer isso de novo amanhã também!”. Eita.

Crítica

Ouvimos: Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs, “Death hilarious”

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Ouvimos: Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs, “Death hilarious”

Vindo de Newcastle, Inglaterra, o Pigs x7 (melhor reduzir o nome ao longo do texto, ou vai complicar até pro SEO) é tido e havido como uma banda de doom metal. Em seu quinto disco, o simultaneamente irônico e sério Death hilarious, eles caem para cima de bandas como Helmet e Tool em vários momentos, e também mostram que passaram pela escola de metal do Sepultura.

Esse som surge em faixas como Detroit, Carousel (que tem a adição de um synth sujo e podre) e Glib tongued. Esta última segue a linha do metal rangedor dos anos 1990, com a cadência de quem alternava discos de hip hop e som pesado no CD player – e ainda tem El-P, do Run The Jewels, fazendo rap. Mas vá lá, o forte deles é abusar de referências metal-clássicas. O disco já abre com Blockage, metal cavalar lembrando até mais Judas Priest do que Black Sabbath. Collider mantém o olho nos anos 1970 e 1990 simultaneamente: é um stoner blues rock referenciado em Soundgarden e Black Sabbath. No final, tem o stoner lento de Toecurler, música de oito minutos que evoca o comecinho do Motörhead – ou a esquina que uniu o pré-punk ao metal.

No mais, a própria já citada Detroit ganha uma cara de blues demoníaco, lá pelas tantas, que é a cara dos anos 1990. E tem Stitches, com tecladeira podre e sonoridade localizada entre Black Sabbath e Deep Purple. Isso tudo já garante espaço para o grupo no coração de quem ouve metal há anos, mas prossegue ligada/ligado em novidades. Já as letras, em vários momentos, apontam para o fim de tudo – seja esse “tudo” a sociedade doente, o totalitarismo, ou alguém muito estranho e problemático que manda recados direto da própria tumba. Blockage, por exemplo, traz versos como: “na minha estupidez cega / voltei ao pó (…) / agora estou residindo / nas profundezas da Terra / o que eu teria dado por uma segunda chance?”.

Nota: 8
Gravadora: Missing Piece Records
Lançamento: 4 de abril de 2025

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Crítica

Ouvimos: Renegades Of Punk, “Gravidade”

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Ouvimos: Renegades Of Punk, “Gravidade”

Um supergrupo punk formado em Aracaju em 2007, o Renegades Of Punk lança seu segundo álbum, Gravidade. Em 16 curtas faixas, Daniela Rodrigues (guitarra, vocal), Ivo Delmondes (bateria, vocal) e João Mário (baixo, voz, synth) dedicam-se a uma música ágil, pesada, sombria e quase gótica, conduzida quase sempre pelo baixo – que soa como se tivesse sido gravado em uma igreja, ou qualquer lugar cheio de ambiência.

Os vocais de Daniela saem igualmente na frente, cuspindo uma poesia anárquica, que sempre elege o capitalismo e a exploração do trabalhador como alvos – sem sombra de panfletarismo. Gravidade abre com o punk motorik e gritado da ruidosa Apenas isso, segue com os efeitos psicológicos do capitalismo na cavernosa Bruxismo (que lembra The Damned), evoca Buzzcocks em faixas como Invisível, Cortaram meus olhos e Feitiço, e fala do dia a dia de muita gente na irônica e triste Sempre angústia: “eu sou a máquina que deu errado / não consigo homogeneizar (…)/ achei que era de carne e osso / mas era apenas aparelho com defeito / acreditando que podia ser diferente”.

Temas como o machismo da ciência e da medicina surgem em Ciseaux, e uma energia punk-hardcore lembrando Mercenárias e Ratos de Porão ganha a frente em Máquina e Depressa. Misoginia (dos versos “eles ocupando os cargos / nós em casa parindo / uma piada de mau gosto / falta lógica, falta empatia”), por sua vez, vai para o lado de bandas como Gang Of Four e Television Personalities. Se nunca ouviu, adote essa banda agora mesmo.

Nota: 9
Gravadora: El Rocha Records
Lançamento: 8 de março de 2025

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Crítica

Ouvimos: The Driver Era, “Obsession”

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Ouvindo: The Driver Era, “Obsession”

A obsessão (eta trocadilho imbecil) da dupla norte-americana de alt-pop The Driver Era parece ser a sonoridade do Spandau Ballet. You keep me up at night, primeira faixa de Obsession, quarto disco dos dois, inicia com riff de teclado, tem as indefectíveis lembranças de The Cure e New Order (comuns hoje hoje em dia), mas tem uma guitarra dançante e surfística que é a cara de um dos maiores hits do Spandau, Only when you leave. Everybodys’s love, lá para o final do disco, faz vir à memória outro hit do grupo britânico, True. Same old story também parece ter sido inspirada por audições do SB.

Outros detalhes musicais do Spandau são devidamente louvados ao longo da meia hora de duração de Obsession, mas vale dizer que está tudo misturado no eletrorock moderninho da dupla, que também cai para cima de Earth, Wind & Fire e Michael Jackson em Don’t walk away (com certo clima trap nos vocais), une trip hop e neo-soul em I’d rather die, e joga o/a ouvinte num vórtice de referências oitentistas em Don’t take the night, um dos singles do disco. The weekend, o mais próximo de um “rock típico” do disco, lembra o hit único do Wax (Right between the eyes, de 1986, lembra?) e, em determinados momentos, soa quase como um power pop.

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Essa soma de referências dá a ideia de um disco construído e montado, mais até do que composto – o Driver Era, não custa dizer, está bem longe de ser uma banda sem personalidade ou cara própria. Às vezes a coisa não engrena, como na dance music genérica de Touch. Um lado do Driver Era que, por sua vez, é um dos melhores da banda, passa pelo pop adulto: Nothing left to loose tem clima jazz dado pela bateria e pelo piano Rhodes, e um andamento análogo ao de Everybody wants to rule the world, do Tears For Fears. Better, no final, vai na mesma linha, unindo rock e algo próximo ao trip hop.

Em termos de letras, vale dizer que o Driver Era investe em versos de identificação fácil, como na louvação da liberdade de Weekend, o amorzinho de Touch e Don’t walk away e o sexo noturno de You keep me up at night. Fica aí claro que o objetivo dos irmãos Ross e Rocky Lynch (os dois do The Driver Era) é fazer pop extremamente fácil e extremamente descompromissado – nem as encucações de matrizes já citadas como The Cure e New Order brotam por aqui. Em alguns momentos, isso funciona, e bem – em outros, vira um calcanhar de Aquiles a ser resolvido.

Nota: 7
Gravadora: Too Records
Lançamento: 11 de abril de 2025

 

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