Som
Mantre, do Sergipe, lança clipe gravado em sua terra natal e em Buenos Aires

A banda sergipana Mantre lançou o disco Introspecto, lançado em 2016, e solta agora o clipe de Sem razão, com cenas filmadas entre a terra natal da banda e os bosques de Buenos Aires. A direção é de Jesus Alves e, na história, o personagem principal fica preso em uma sequência de fatos ligados a um acidente. O grupo é formado por Nonato Matos (bateria), Diego Trindade (voz/baixo) e Lucas Black (guitarra), e teve a ideia do clipe durante uma comemoração de fim de ano.
A história do clipe tem início em um bosque nos arredores da capital argentina, com algumas cenas feitas na Praia de Jatobá e Parque Eólico, ambos na Barra dos Coqueiros no Sergipe. “Durante nosso brainstorm tivemos a ideia de um ciclo em que o personagem está preso a um lapso temporal caçando a si mesmo. Essa foi a forma de metaforizar a culpa que sofremos sobre nossos próprios atos. No caso, o ato do personagem ter matado sua família em um acidente”, revela Nonato.
Notícias
Urgente!: Tem gente famosa p* da vida com o line-up de Glastonbury

Escalações de festivais são assuntos polêmicos por si só. Afinal tem gente até hoje indignada com o Rock In Rio 2, de 1991, que escalou nomes como Debbie Gibson e Roupa Nova. E o que não falta é roqueiro reclamando que o evento “não é mais de rock”. E enfim, pelo menos dois nomes famosos já demonstraram descontentamento com a escalação da edição 2025 do festival de Glastonbury, que foi divulgada no começo do mês. Se você não viu, os nomes divulgados até agora são esses aí da foto de cima.
Lily Allen, uma das que estranharam a seleção, foi mais comedida e disse apenas que ficou “surpresa” de não ver Charli XCX entre as atrações principais. A cantora do álbum Brat vai cantar no segundo dia do festival (sábado) no Other Stage. Apesar do nome dela aparecer com destaque no pôster do evento, ela aparece com menos destaque que o de Neil Young & The Chrome Hearts (estrelona do dia) e que o de Olivia Rodrigo (headliner de domingo, no Palco Pyramid).
Lily disse que Olivia vai arrasar no show mas… “Charli XCX não ser a atração principal foi uma surpresa, só pela quantidade de material que ela tem e por quanto tempo ela está por aí. E ela é inglesa, e ela teve seu momento foda. Não entendo por que isso não aconteceu”, contou.
Já Azealia Banks, por sua vez, meteu o pau na escalação e postou no Xwitter que o festival “está maluco”. “Em que mundo o The 1975 é mais cotado do que Franz Ferdinand e The Libertines na Inglaterra? Em que mundo Charli XCX é mais cotado que Deftones, e mais cotado que Pink Pantheress? No Reino Unido?”, escreveu.
In what world are the 1975 billed higher than Franz Ferdinand & The libertines in England? In what world is charli xcx billed higher than the Deftones?? billed higher than Pink Pantheress? In the UK???? Where is FLO? WHY WOULD THEY BOOK THE KAISER CHIEFS AND NOT BOOK *KEANE* or… https://t.co/XKli7okIVC
— Azealia Banks (@azealiaslacewig) March 15, 2025
Não foi só isso: “Cadê o Flo? Por que eles contratariam o Kaiser Chiefs e não Keane ou Kenna? Sem Maximo Park? Sem Skunk Anasie?? Onde está Central Cee? Poundz, J.B2 e Russ Millions e eles? Sem Honey Dijon? Sem Shygirl? Quem ainda está contratando TV On The Radio sem Dave Sitek a tiracolo? Ainda estamos nessa coisa de Shaboozy? Sem Basement Jaxx? Scissor Sisters em 2025? O que vocês fizeram com Jamie Cullum? Sinto falta dele. Vocês podem trazer Dido de volta? Sinto falta dela também. E Mika, sinto falta dele também”.
Sobrou até para um veteraníssimo do rock. “Rod Stewart???? Por que não trazer Morrissey e Jonny Marr para a reunião dos Smiths? Glastonbury está meio acabado”, vociferou, provavelmente esquecendo de que é mais fácil mandar um zap para Jesus Cristo do que contar com a reunião desses dois aí.
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Lançamentos
Radar: The Guilteens, Janeiro Industrial, Belcebot, Mateus Capelo e mais sons do Groover

O Pop Fantasma agora também tá no Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins. Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova! (na foto, os Guilteens).
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THE GUILTEENS, “FURTHER DOWN THE CHANNEL”. Diretamente da Irlanda, The Guilteens sabe como criar atmosferas inquietantes. Further down the channel é um mergulho na psicodelia de terror, com guitarras de timbres mórbidos, um groove que oscila entre o rock e o jazz e uma aura sombria que permeia toda a faixa. O videoclipe amplifica essa sensação, contrastando cores estouradas com sombras quase absolutas, resultando em uma experiência visual hipnótica e perturbadora.
JANEIRO INDUSTRIAL, “SOROCABA, 2021”. Essa banda tem sonoridade emo-hardcore, vocais angustiados, guitarras pesadas e letras que falam sobre saúde mental e estados psicológicos em geral (“em formato de diário, exorcizando demônios na tentativa de suavizar momentos de batalhas internas”, revela o compositor e vocalista Murillo Fogaça). O Janeiro Industrial lançou em 2024 o EP de estreia Alteridade, no qual fala intensamente sobre amor e dores, como nessa faixa.
BELCEBOT, “CRIA OJOS… (BRENDA)”. O som dessa banda mexicana pode ser bandeirado tranquilamente como stoner rock – afinal, é pesado, lento e com vibe psicodélica e meio assustadora, com direito a um demoninho olhudo como símbolo. As definições usadas por eles para resumir o som vão de “sombrio” a “melancólico”. Para quem curte som pesado e clima trevoso.
MATEUS CAPELO, “SOBRE O TEMPO”. Radicado em Porto Alegre (RS), Mateus gravou a delicada Sobre o tempo em seu estúdio particular, valorizando uma sonoridade que lembra o synthpop oitentista e, simultaneamente, o indie pop feito hoje em dia, usando “a chuva como metáfora para falar sobre mudanças e amadurecimento”, conta. Além de músico, Mateus trabalha com cinema, fotografia e artes visuais, e já participou de festivais como MixBrasil, Recifest e DIGO.
DEAD AIR NETWORK, “CARCASS QUEEN”. “Junte-se à gente para redefinir o punk rock para uma nova geração”, afirma essa corajosa banda dos Estados Unidos. A cara de pau vale a pena: Carcass Queen, single deles, é uma música pulsante e energética, do tipo que vale ouvir diversas vezes. Uma música que, afirma a banda, “captura a complexidade do desejo, e um hino para os perdidos em memórias apaixonadas”.
BARUQUI, “QUASE”. Uma das faixas de Praia de Dois Rios, primeiro álbum desse carioca, a sensível Quase surgiu da boa e velha de tradição do papo de bar sobre filosofia e coisas da vida. “Um amigo defendia que existe um momento no qual a felicidade atinge seu máximo, e isso é uma fração de segundo antes de se conseguir algo que deseja muito”, conta ele. O som é puramente pop nacional adulto, remetendo também à MPB dos anos 1990/2000.
SINPLUS, “UNNATURAL DISASTER”. “Sem firulas, sem truques, só uma explosão elétrica e crua de rock alternativo de garagem”, promete essa banda suíça, que já passou até pelo festival Eurovisão, representando seu país, além de participar de vários festivais. O som novo é pós-punk-metal tribal, com vocais falados e ambientação sombria, como rola na música nova, Unnatural disaster. Ultimamente estão em turnê, divulgando o single.
DAIANE ANDRADE, “CANTO SUAÇUIENSE”. Cantora, compositora e musicista, Daiane veio da cidade de São Brás do Suaçuí, Minas Gerais. E presta homenagem ao local em seu novo single – inicialmente uma faixa pensada para ser só de violão e violoncelo, mas que acabou ganhando instrumentos como ukulele, piano, baixo e bateria. O clipe, uma homenagem aos profissionais que se arriscaram trabalhando na linha de frente durante a pandemia, é emoção pura, com imagens da cidade.
Crítica
Ouvimos: Neil Young, “Oceanside countryside”

Quantos anos você tinha quando percebeu que Relicário, um dos maiores sucessos de Nando Reis, tem uma introdução vocal bem parecida com a de Pocahontas, música de Neil Young que fala sobre o massacre de uma comunidade indígena?
Eu só fui perceber aos 50, depois de já ter escutado essa música várias vezes – e percebi ouvindo esse Oceanside countryside, mais um disco saído do projeto que vasculha os arquivos de Neil Young, e que é nada mais nada menos que o precursor de Comes a time, mergulho country lançado pelo cantor em 1978. As faixas foram todas gravadas entre maio e dezembro de 1977, e deixadas de lado, sendo rearranjadas posteriormente para outros álbuns. Young aparece em clima intimista no começo, e depois vai chegando uma banda.
Vale deixar claro que é um disco sem novidades e, dos itens que andam saindo dos arquivos de Neil, é um dos menos interessantes. Neil Young, mais do que sofrer de incontinência criativa, é daqueles artistas que lançam tudo, mas tudo mesmo, que acham que pode interessar aos fãs – e, vá lá, render algum dinheiro. Essa ética de trabalho transforma em boas surpresas discos que qualquer diretor artístico jogaria no lixo, como as guitarradas de Le noise (2010) e os rascunhos do começo da parceria com o Crazy Horse em Early daze (2012).
No caso de Oceanside, leve o termo rascunho bem a sério: faixas bonitas e épicas como Sail away, Lost in space e Captain Kennedy aparecem mal microfonadas, com som comprimido, uns errinhos aqui e acolá, e coisas do tipo. Faixas como Going back e The old homestead são praticamente demos. O country nostálgico It might have been é a “novidade” do álbum. Uma canção, por sinal, que não é de Young – foi gravada originalmente em 1959 por um popstar canadense chamado Joe London. E que fica boa na versão dele, por sinal.
A melhor maneira de encarar Oceanside countryside é ouvi-lo como uma demo de luxo feita por um artista fenomenal, com músicas realmente boas, mas que ainda estavam no esqueleto – fato que é perceptível até por quem nunca escutou as faixas terminadas que saíram em outros discos. E ora bolas, é Neil Young. Mas no arquivo dele com certeza tem coisas melhores.
Nota: 7,5
Gravadora: Reprise
Lançamento: 7 de março de 2025.
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