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Som

Mantre, do Sergipe, lança clipe gravado em sua terra natal e em Buenos Aires

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A banda sergipana Mantre lançou o disco Introspecto, lançado em 2016, e solta agora o clipe de Sem razão, com cenas filmadas entre a terra natal da banda e os bosques de Buenos Aires. A direção é de Jesus Alves e, na história, o personagem principal fica preso em uma sequência de fatos ligados a um acidente. O grupo é formado por Nonato Matos (bateria), Diego Trindade (voz/baixo) e Lucas Black (guitarra), e teve a ideia do clipe durante uma comemoração de fim de ano.

A história do clipe tem início em um bosque nos arredores da capital argentina, com algumas cenas feitas na Praia de Jatobá e Parque Eólico, ambos na Barra dos Coqueiros no Sergipe. “Durante nosso brainstorm tivemos a ideia de um ciclo em que o personagem está preso a um lapso temporal caçando a si mesmo. Essa foi a forma de metaforizar a culpa que sofremos sobre nossos próprios atos. No caso, o ato do personagem ter matado sua família em um acidente”, revela Nonato.
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Crítica

Ouvimos: Lathums, “Matter does not define”

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Ouvimos: Lathums, “Matter does not define”

Vindos de Wigan, cidade a meio caminho entre Manchester e Liverpool, os Lathums parecem um híbrido da música dos dois locais – e isso fica evidente no terceiro disco, Matter does not define. No Reino Unido, a banda já conquistou um bom espaço: abriu shows para os Killers, tocou em estádios antes de partidas de futebol e tem uma base de fãs fiel. Outra curiosidade é que o grupo surgiu de um projeto de uma escola de música – os integrantes foram reunidos por um tutor da instituição e, a partir daí, começaram a tocar juntos.

Por acaso ou não, este novo álbum marca um retorno às origens, já que John Kettle, o tal “tutor” da banda, divide a produção com Chris Taylor. O resultado se situa entre o pós-punk e um clima sessentista, evidente em faixas como Leave no stone unturned, uma balada nostálgica que remete a Paul McCartney, e Stellar cast, um indie pop com batida ska sutil, lembrando o início dos Kaiser Chiefs.

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O disco também se inclina bastante para o power pop, com músicas como Heartbreaker, No directions, Refections of lessons left (a “faixa-título” do disco, dos versos: “quando eles aprenderão que não é a matéria o que define um ser?/são os reflexos das lições que eles deixam”), Dynamite (que evoca os Raspberries) e Unrequited love, uma balada que tem muito de Big Star e também tem muito de Bon Jovi. São essas faixas que melhor definem a identidade sonora do álbum.

Na reta final, os Lathums exploram outros territórios: há influências de country, com o slide guitar de Knocking at your door; de pub rock, na animada The jester, que lembra a one-hit wonder Sister Hazel; e até um baladão nostálgico, Surrounded by beauty, que soa como uma mistura de The ballad of John and Yoko (Beatles) com It’s now or never (Elvis Presley). A escorregada vem justamente na última faixa, Long shadows, um blues-rock chatinho que lembra os momentos menos inspirados de Eric Clapton. Um raro tropeço num disco cheio de boas cartas na manga, vale dizer.

Nota: 8
Gravadora: Modern Sky UK/Island
Lançamento: 28 de fevereiro de 2025.

 

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Crítica

Ouvimos: Lilywhite, “Silver lining” (EP)

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Ouvimos: Lilywhite, “Silver lining” (EP)

Quarteto holandês formado por Dennes Fikken (voz, guitarra), Pim Klompenmaker (guitarra), Nathan Barnacle (bateria) e Yde Blaauw (baixo), o Lilywhite define a si próprio com a frase “pense no antigo Coldplay fundido com o Interpol e produzido por Daniel Lanois”. Sua discografia até o momento é formada por três EPs que flertam tanto com a neopsicodelia quanto com o pós-punk, sem necessariamente voltar muito ao passado dos dois estilos, e apostando sempre na criação de atmosferas sonoras.

Silver lining, terceiro e melhor EP até o momento, soa meditativo em April, quase desértico (com guitarras em clima de faroeste) em Cheeks are cold e celestial em Happily ever after – que abre em vibe meio country e tem momentos que lembram bastante o som de Kevin Ayers. What if we… abre quase como um blues gelado, conduzido por riffs de guitarra decrescentes e ambientação fria – logo vai ganhando ritmo quase marcial, conduzido por uma bateria e percussão herdadas do Velvet Underground.

No final, a melhor música: I want I trade I fear abre em clima quase fantasmagórico graças aos vocais e se revela um pós-punk com tons góticos, em que aparecem uma parede voadora de guitarras e violões, e um som que cobre a faixa, quase como uma sombra. Um encerramento perfeito para um EP que consolida o Lilywhite como um nome a se acompanhar de perto – por sinal, a banda anuncia que todos os EPs, mas a inédita Sunk, serão reunidos num LP chamado Future, que sai em breve.

Nota: 9
Gravadora: Minstrel Music
Lançamento: 14 de fevereiro de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Hello Cosmos, “Keep digging” (EP)

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Ouvimos: Hello Cosmos, “Keep digging” (EP)

Vindo da Inglaterra e já comparado (segundo eles próprios) a bandas como Sleaford Mods, Idles e LCD Soundsystem, o Hello Cosmos está mais para um grupo de pós-punk selvagem. Os vocais de Ben Robinson são do tipo palavra-de-ordem – lembram os de Mark E. Smith, do The Fall, às vezes – e transformam-se rapidamente em gritos. O EP Keep digging abre com Turn off the news, música de poucos acordes, baixo cavalar e guitarras socadas, que se torna quase um modelo para todas as faixas do disco.

Na sequência, o punk rock nervoso Use the tools traz vocal cantado como num megafone e bateria no comando, à frente. A faixa-título traz um clima gótico para o EP, com vozes sussurradas e sombrias. A desesperada Skin é conduzida por rajadas de teclados e por um baixo que lembra Joy Division e (por que não?) Legião Urbana.

No fim, a faixa mais “normal” do EP, Butterfly wing, localizada entre o pós-punk e o peso do rock noventista, com vocal surpreendentemente falado no estilo Jim Morrison. Essa variedade nas gravações dos vocais, além das marcações cerradas de guitarra e baixo, são o que confere mais personalidade ao Hello Cosmos, uma banda cuja vibe parece mais vir da construção de ambientes do que do puro formato canção. E um grupo que vale acompanhar.

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

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