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Guilherme Lamounier: single resgata versão soul-progressiva de canção dos Beatles

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Guilherme Lamounier: single resgata versão soul-progressiva de canção dos Beatles

Muitos fãs mais recentes de Fabio Jr não devem se lembrar, mas nos anos 1970 ele apresentava um programa de TV ao lado de ninguém menos que Silvio Brito, o Aleluia, na Tupi. Era basicamente um musical, do qual volta e meia participavam outros artistas, mas no qual Silvio e Fabio também cantavam, o primeiro fazendo um estilo mais irônico, o segundo dando uma de (claro) galã jovem.

Foi de lá que veio o novo single póstumo de Guilherme Lamounier, cantando With a little help from my friends, dos Beatles, numa releitura que une soul e progressivo em doses quase iguais, com Lamounier cantando e tocando piano. Guilherme foi convidado do programa e em 1975, no palco da atração, fez a releitura dos Beatles, cujo registro ficou guardado por anos e chega só agora às plataformas.

O single foi lançado nas plataformas pelo selo Discobertas. A música foi extraída de uma fita que estava com Sérgio Van Lammeren, irmão do Guilherme, cedida na época da produção do álbum Simples – o primeiro álbum póstumo do cantor. A fita foi remasterizada por Zeca Viana e a arte foi feita pelo pesquisador Alipio Argeu, criador das contas do cantor nas redes sociais.

Recentemente saiu o single de Tudo ou nada, gravação de Guilherme feita em 1986 como tema da novela de mesmo nome, da Rede Manchete. Fabio Jr, por sinal, era amigo de Guilherme (aprendeu a cantar com ele, como muita gente afirma) e fez sucesso gravando outras canções dele, como Enrosca e Seu melhor amigo.

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Urgente!: E a música nova do T. Rex?

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1975 foi um ano difícil para Marc Bolan (1947-1977), líder da banda glam britânica T. Rex. Seu grupo ainda tinha bastante prestígio, mas não vendia mais discos como antes

1975 foi um ano difícil para Marc Bolan (1947-1977), líder da banda glam britânica T. Rex. Seu grupo ainda tinha bastante prestígio, mas não vendia mais discos como antes. Zinc Alloy and the Hidden Riders of Tomorrow, uma espécie de Ziggy Stardust tardio e particular lançado em 1974, era um ótimo disco mas esteve longe de ser considerado um clássico por críticos e fãs. Bolan vivia uma fase diferentona em sua carreira, durante a qual procurava explorar as possibilidades da união de rock e funk – uma mudança que, pouco depois, gerou até canções com vibe disco.

Foi nesse ano que Bolan pôs nas lojas uma de suas maiores ousadias: Bolan’s zip gun, lançado em fevereiro de 1975, era o décimo disco do T. Rex, e era também um passo à frente da fórmula glam boogie que havia marcado o grupo. Com sua esposa Gloria Jones fazendo backing vocals e tocando clavinet na banda, Bolan fazia uma mescla de glam, soul, blues, gospel e rock nostálgico – algo que já até rolava em clássicos como Electric warrior (1971), mas que aqui ganhava uma outra aparência sonora.

Não custa dizer que Bolan estava adiantando várias coisas nessa época, e que discos como Zinc Alloy e Zip gun são a cara de bandas como The Cure, Ultravox e Fontaines DC. Mas na época não deu tão certo. Muitos críticos e fãs ficaram insatisfeitos com Zip gun, um turma enorme enxergou no disco um baita retrocesso e Bolan, que passava por uma fase de excessos (de drogas, bebida e até de junk food), sentiu o golpe. Na real, já vinha sentindo em 1974 durante as gravações do disco, que passaram por diversas etapas, rascunhos e refações, com várias músicas sendo deixadas de lado. Bolan tomou conta da produção, passou por três estúdios, convidou e desconvidou músicos etc.

Foi com Zip gun já nas lojas que Bolan gravou I’m dazed, música descartada do T. Rex, registrada por ele pela primeira vez nos estúdios Château d’Hérouville, perto de Paris, em março de 1975 – e depois, numa segunda tentativa, no Musicland Studios, em Munique, em 22 de abril de 1975. Essa segunda versão foi descoberta em antigos tapes de Bolan e lançada como um single novo do T. Rex. A gravação saiu no dia 30 de setembro, data do que seria o 78º aniversário do cantor. No mesmo dia, a English Heritage lembrou da data instalando uma placa azul em sua antiga casa em Londres.

A descoberta foi feita por Martin Barden, consultor da gravadora Demon Music, que estava catalogando tapes antigos de Bolan e esbarrou na faixa. “Quando tocamos o rolo e a voz de Marc surgiu, foi mágico. Desenterrar esta faixa completamente inédita, I’m dazed, depois de 50 anos, é como encontrar um tesouro escondido e é um verdadeiro presente para os fãs. Esta música foi gravada quando Marc vivia uma vida itinerante, atravessando fronteiras e continentes – e produzindo algumas das músicas mais inovadoras de sua vida. É um prazer compartilhar novas músicas depois de todos esses anos”, disse, segundo a Uncut.

De fato, a magia de Bolan reside em I’m dazed, uma canção entre o soul e o glam rock, que faz lembrar até mesmo a fase inicial do T. Rex – embora tenha um riff de órgão que, combinado com guitarra, baixo e bateria, acabe dando uma vibe funkeada e experimental para a faixa. O clima espiritual e psicodélico da letra, por sua vez, lembra de Syd Barrett a Bob Dylan, passando por John Lennon.

Tá a fim de ter esse single em vinil? Bom, dia 7 de novembro I’m dazed sai em compacto de 7 polegadas, em edição limitada, com outra raridade de Bolan, Billy Super Duper, no lado B. Corra pra conseguir o seu (e não discuta preço, vai ser caro mesmo…)!

Texto: Ricardo Schott – Foto: Capa do single

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Crítica

Ouvimos: AFI – “Silver bleeds the black sun…”

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Em Silver bleeds the black sun…, o AFI troca o emo e o hardcore pelo pós-punk gótico e darkwave, entre acertos sonoros e alguma repetição.

RESENHA: Em Silver bleeds the black sun…, o AFI troca o emo e o hardcore pelo pós-punk gótico e darkwave, entre acertos sonoros e alguma repetição.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Run For Cover Records
Lançamento: 3 de outubro de 2025

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“É… olha só, eles estão diferentes, né?”, disse muita gente quando ouviu o disco de 2017 do AFI, uma banda norte-americana outrora mais conhecida por sua filiação a estilos como emocore, punk, hardcore, pós-hardcore, etc. O álbum AFI, mais conhecido como The blood album por causa da capa sangrenta, estourou hits como a ótima Aurelia, e foi seguido por um outro disco, Bodies (2021), que seguia a mesma linha do anterior: uma esquina sonora entre emo e pós-punk, cheia de ótimos momentos, e servindo como cláusula de evolução.

Agora corta pra Silver bleeds the black sun…, décimo-segundo disco do AFI. O disco novo foi lançado como uma reinvenção da banda, o que de fato ele é: o grupo decidiu sair da tal esquina, pegou o caminho do pós-punk, foi andando e deu de cara com toda a onda gótica e darkwave. E esbarrou com uma turma que une elementos de punk, pós-punk, música eletrônica, David Bowie, Roxy Music. Esse caminho já surgia disfarçado em alguns momentos de The blood album e de Bodies, álbuns que, no geral, têm clima agridoce e noturno.

  • Ouvimos: Rocket – R is for rocket

Vai aí a pergunta que não quer calar: a mudança funcionou? Funcionou mais ou menos: o AFI parece estar realmente disposto a jogar o jogo de bandas como The Cult, Sisters Of Mercy, Interpol, Molchat Doma e o The Cure da época do álbum Disintegration (1989). Em vários momentos, dá super certo: o vocalista Davey Havok assume os vocais graves e soa como uma mescla de Bryan Ferry, Ian McCulloch e Paul Banks (Interpol). Às vezes também soa como uma versão amigável de Nik Fiend (Alien Sex Fiend). Faixas sombrias como The bird of prey e Blasphemy & excess, a darkwave fiel de Holy visions e a vibe bowieófila de Spear of truth são um bom abre-alas desse AFI novo.

Tem o detalhe de que, pra você jogar o mesmo jogo que alguém experiente, alguma graça nova tem que vir – e vale dizer que gótico e darkwave não são ondas lá muito pródigas em novidades, tanto que até hoje surgem vários grupos que se repetem. É nessa que Silver bleeds the black sun… acaba cansando um pouco lá pela metade, justamente porque as ótimas melodias de discos anteriores são substituídas por uma fórmula de estilo, que surge em faixas como Behind the clock, Margerite e A world unmade.

Entre os caminhos mais acertados de Silver estão o pós-punk sombrio de Voldward, I bend back, e o final, com Nooneunderground – esta, uma música que traz uma versão maníaca e barulhenta do AFI anterior, soando como um Hüsker Dü com charme glam. Se vai dar certo, vai depender de muita coisa – principalmente dos fãs novos e antigos. Mas sendo otimista, Silver bleeds the black sun… soa menos como uma metamorfose completa, e mais como a transição para uma fase em que o AFI vai combinar evolução no estilo e na melodia, tudo na medida certa.

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Crítica

Ouvimos: Hugo Mariutti – “This must be wrong”

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Em This must be wrong, Hugo Mariutti troca o metal por britpop, pós-britpop e toques eletrônicos, num disco elegante e surpreendente.

RESENHA: Em This must be wrong, Hugo Mariutti troca o metal por britpop, pós-britpop e toques eletrônicos, num disco elegante e surpreendente.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: ForMusic
Lançamento: 5 de setembro de 2025

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Guitarrista de bandas como Shaman e Viper, Hugo Mariutti costuma ir além do heavy metal em sua carreira solo. This must be wrong, quarto disco solo do músico, é quase um álbum de britpop e pós-britpop – o que com certeza vai afastar fãs mais radicais, mas vai atingir outros públicos.

O som de várias faixas faz lembrar grupos com Starsailor, Keane, Semisonic (banda norte-americana de rock alternativo, mas cujo som parece às vezes mais próximo do rock britânico dos anos 1990/2000). Nem mesmo o Coldplay do começo escapa de surgir no disco – no caso, na balada celestial Away.

  • Ouvimos: Guitar – We’re headed of the lake

Heaven, a faixa de abertura, valoriza o uso de sintetizadores – que ganham um clima quase tecnopop na sequência. Out of time (You don’t know) traz elementos de New Order e R.E.M, e baladas como Someone like you investem num som elegante, entre o rock e o folk. O piano de Wherever you go, por sua vez, tem evocações de Supertramp e até de Elton John, enquanto Sometimes, mesmo tendo uma guitarra próxima do blues, é mais ligada ao rock britânico dos anos 1990.

Hugo deixa entrever sons próximos do metal em alguns momentos do disco – o estilo surge disfarçado no início meio solene da faixa-título e até em alguns climas da balada Alone, ainda que a vibe eletrônica da faixa tenha mais a ver com The Cure do que com o Shaman. Já em Smile, surge uma faceta mais distorcida e pós-punk.

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