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Entrevista: Zak Tell (Clawfinger) fala sobre a história da banda, sucessos e polêmicas

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Entrevista: Zak Tell (Clawfinger) fala sobre a história da banda, sucessos e polêmicas

A banda sueca Clawfinger é conhecida por suas letras diretas e ácidas, por sua sonoridade intensa e, principalmente, por ser uma das precursoras da fusão entre rap e metal. Formado em 1989 por quatro amigos com gostos musicais completamente distintos que trabalhavam em um hospital psiquiátrico em Estocolmo, lançaram seu álbum de estreia Deaf dumb blind em 1993, um estrondoso sucesso que tocou sem parar na MTV do mundo todo (inclusive daqui do Brasil) e colocou a banda de vez no mapa internacional.

Suas performances ao vivo são conhecidas por serem intensas e cheias de energia e, quem presenciou seus shows em São Paulo e no Rio de Janeiro no distante ano de 1995, há de concordar: O Clawfinger foi umas das primeiras bandas a tocar no festival Monsters of Rock e, mesmo encarando uma plateia de milhares de headbangers ávidos por Ozzy Osbourne, não se intimidaram e puseram todos para pular. Nesta entrevista exclusiva, o vocalista Zak Tell fala sobre sua trajetória, sucessos e suas experiências ao longo dos anos e também das várias polêmicas que os acompanham. Enjoy!

Primeiramente gostaria de dizer que vi o show do Clawfinger no Rio de Janeiro em 1995 e gostei muito. Que lembranças você tem dessa turnê no Brasil? Alguma chance de vermos vocês aqui de novo?

Nada além de boas lembranças, éramos um bando de jovens escandinavos que tiveram a chance de viajar para a América do Sul e tocar com alguns dos maiores nomes do hard rock e metal, então ficamos emocionados. Ficamos por aí por quase duas semanas e fizemos quatro shows de 30 minutos, então a gente teve tempo de sobra pra se divertir. Foi uma época louca, muito exótica para nós e uma experiência única na vida.

Nós pudemos conhecer os caras do Faith No More, Therapy?, Paradise Lost, Megadeth etc, sair, beber cerveja, ir a clubes e restaurantes, ver os pontos turísticos e fazer shows para grandes multidões de metalheads totalmente loucos da América do Sul, foi demais! As chances de nos encontrarmos novamente são mínimas e há algumas razões para isso. A primeira é que eu não acho que nossa base de fãs é grande o suficiente, o que significa que provavelmente não há nenhum promotor disposto a correr o risco de pagar todas as despesas da turnê para podermos ir até lá. Ainda assim, com isso dito, você NUNCA sabe, eu adoraria ir lá novamente, eu realmente adoraria!

O Clawfinger no começo era uma banda difícil de rotular, devido às várias influências musicais, mas com o tempo vocês se tornaram uma grande influência para várias bandas de nu metal. Como você vê isso?

Acho que ainda somos difíceis de rotular, nem mesmo nós sabemos exatamente o que somos ou como se chama a música que tocamos. Apenas gostamos de uma grande variedade de música, gostamos da forma como soamos e não sabemos fazer de outra forma, é isso que fazemos simplesmente porque somos as pessoas que somos e temos as influências que temos. Se outras bandas foram ou não influenciadas por nós, não faço ideia, mas talvez tenhamos e, se sim, isso é ótimo, é claro!

Mesmo sendo claramente contra o preconceito, várias de suas canções, como N* e The faggot in you foram mal interpretadas na época em que foram lançadas (NOTA: N* é a abreviatura de um termo em inglês para se referir de forma pejorativa aos afrodescendentes e faggot é um termo grosseiro para se referir a homossexuais e à comunidade LGBTQIA+ em geral). Você ainda tem problemas com essas músicas? Acha que seria possível gravá-las hoje em dia?

Algumas pessoas escolheram nos interpretar mal, mas no geral eu acho que a maioria das pessoas entendeu a mensagem. Era uma época muito diferente, não havia redes sociais, recebíamos nossas notícias nos jornais e na televisão e, embora as pessoas tivessem consciência política, ainda não havia uma cultura acordada. Era uma época mais simples de várias maneiras, mesmo que nada fosse realmente simples.

Hoje em dia optamos por não tocar mais N* nos shows, os tempos mudam e não vemos sentido em não mudar com eles também. O que nos daria o direito de continuar tocando a música quando o resto do mundo está se adaptando, não usando a palavra e está em muitos aspectos mais consciente do que costumava ser? Certamente é uma discussão complicada, pode-se argumentar que palavras são apenas palavras e que a música é de fato antirracista, mas a discussão é mais complexa do que isso, portanto temos que aceitar os fatos, sermos humildes e respeitarmos. Não temos vergonha disso e nenhuma desculpa precisa ser feita no que me diz respeito, sabemos o que defendemos. Mas sentimos que a música não se encaixa bem no clima de hoje e, para ser honesto, sempre foi uma aposta arriscada.

Temos sete discos lançados, então realmente não é um problema para nós. Estamos orgulhosos da música, mas há hora e lugar para tudo, e agora não é o lugar nem a hora! Quanto a The faggot in you, bem, nunca tivemos problemas com essa música e a letra não é tão carregada quanto N*. Poderíamos ter gravado essas músicas hoje, com certeza, mas elas teriam sido recebidas de maneira muito diferente e teria sido muito mais problemático, provavelmente, embora a intenção claramente não fosse essa!

Por falar na música N*, tem um vídeo no Youtube onde um rapaz afro-americano ouve a canção e no final se diz ofendido porque “garotos brancos estão tentando dizer aos negros o que eles devem achar certo ou errado”. Qual é a sua opinião sobre isso?

Você está falando sobre Vin e Sori. Eu vi o vídeo e achei que tocou em vários pontos realmente pertinentes, temos que respeitar o fato de que não viemos de um histórico que nos dá o direito de decidir o que é certo ou errado quando se trata desse tópico, mesmo que tenhamos liberdade de expressão para tal. Na verdade, eu os respondi, escrevi um comentário lá para eles. Acho que provavelmente é mais fácil se eu copiar aqui o que escrevi para eles, fique à vontade pra compartilhar (veja no fim do texto)

Mesmo fazendo shows, você não lançam disco novo desde 2007. Por quê? Há alguma chance de ouvir novas músicas em breve?

Bem, nós lançamos singles em 2018, 2019 e 2022, então música nova já rolou. No momento temos algumas novas músicas sendo feitas, mas lançar um LP não está nos nossos planos. Isso não quer dizer que nunca haverá um, mas recomendo às pessoas que não fiquem ansiosas por isso. Antigamente, a música era nosso trabalho em tempo integral e mesmo assim às vezes era difícil encontrar tempo e inspiração para fazer um álbum, hoje em dia vários de nós temos outros empregos em tempo integral, e alguns de nós moramos em outras cidades e países, o que torna tudo ainda mais difícil.

E outra, fazer um álbum hoje em dia não é o mesmo que costumava ser, é uma forma antiquada de consumir música com a qual nem todos se identificam mais. Além disso, não fazemos mais parte do jogo de negócios da música e, portanto, não precisamos seguir as velhas regras. Sempre que tivermos uma música que acharmos boa o suficiente, nós a lançaremos, simples assim.

O que você sabe sobre música brasileira (Sepultura não conta!)?

Não muito, exceto pela típica música instrumental, como a salsa, a bossa nova, a batucada do samba no carnaval e coisas assim. O problema é que, para mim, as letras são uma GRANDE parte da experiência que é ouvir uma música, então, quando não consigo entender o que está sendo dito, perco o interesse rapidamente na maioria das vezes. Ah, e sim, eu amo o Sepultura!

Zak, ouvi dizer que agora, quando não está em turnê, você trabalha em uma escola. Como conciliar coisas tão diferentes?

São apenas dois trabalhos diferentes em duas realidades diferentes, qual eu gosto mais? Música, é claro, mas ter os dois me faz apreciá-lo ainda mais. 30 anos depois, ainda tenho a sorte de bancar o rockstar de vez em quando, o que é um luxo que a maioria das pessoas não tem em suas vidas profissionais. Sim, às vezes eu posso estar cansado depois de um longo fim de semana fazendo shows e pode ser difícil de repente levantar às 06:50 de uma segunda-feira e pegar o metrô para trabalhar das 9 às 5, mas vale TOTALMENTE o sacrifício. Até hoje, tocar no palco com Clawfinger é o maior prazer que já experimentei e não mudaria isso por nada no mundo. E agora é mais divertido do que nunca!

Quais foram as coisas mais engraçadas e loucas que aconteceram durante todo esse tempo em turnê?

Nos 30 anos que tivemos até agora, houve tantas que é difícil até tentar escolher uma situação específica. Mas lembro que certa vez tocamos em um clube nos arredores de Venice e brigamos feio pouco antes do show, o que foi uma péssima ideia; todos nós subimos no palco com raiva e frustrados. Eu pulei o mais forte que pude para tentar quebrar o chão do palco e de repente consegui quebrá-lo e fiquei só com a cabeça aparecendo. Nesse ínterim, nosso guitarrista Bård matou uma garrafa de uísque e ficou completamente bêbado. Os outros integrantes ficaram tão constrangidos que destruíram os instrumentos e saíram do palco. O que aprendemos? Nunca ter discussões antes da hora do show!

Na sua opinião, quanta força tem a música? Até que ponto ela é capaz de mudar a vida das pessoas ou da sociedade?

A música tem um poder incrível, muito além do que nós às vezes percebemos. Se você olhar além da programação sem cerébro das rádios com as quais somos constantemente alimentados à força, há muita música poderosa e muito o que pensar, independentemente do tipo de música que você possa gostar. A música tem a capacidade de mudar a forma como as pessoas pensam, a capacidade de nos fazer chorar, rir e nos emocionar profundamente. Acho que somos particularmente receptivos na adolescência e no início dos 20 anos. Sim, no final das contas, nós, como indivíduos, temos que tomar as decisões que mudam a vida, mas definitivamente acho que a música pode ser o catalisador que nos leva a fazer essas mudanças.

Deixe uma mensagem final para todos os fãs brasileiros.

Não sou muito bom com mensagens motivacionais, portanto direi apenas que sou grato por todos os fãs que temos ao redor do mundo e por ainda estarmos aí tocando música 30 anos após o lançamento do nosso álbum de estreia, então obrigado a todos por esse suporte, vocês são legais pra caralho! Continuem sendo boas pessoas e sendo vocês mesmos, muito amor e respeito de todos nós do Clawfinger!

E essa é a resposta de Zak Tell para os autores daquele vídeo que você leu lá em cima

Só vim aqui para dar um alô e agradecer. Obrigado Vin e Sori por tentar entender de onde viemos, em vez de apenas nos criticar por causa do título das músicas, isso teria sido muito mais fácil. Escrevi a letra há 30 anos, quando era um jovem prestes a completar 21 anos. É uma droga, fui ingênuo e tentei morder mais do que podia mastigar, mas foi honesto e de coração, minha intenção nunca foi ser provocativo apenas para causar rebuliço ou ferir os sentimentos de alguém. Na verdade, eu concordo com você em relação ao primeiro verso, mesmo sabendo que em minha mente eu estava, mais do que qualquer coisa, fazendo um questionamento.

Soou maniqueísta e parece que estou tentando fazer uma declaração sobre algo sobre o qual não sei quase nada. Tentar encaixar um tópico tão complicado no formato de uma música de três minutos e meio é uma tarefa quase impossível para começar e eu me lembro de estar preocupado, pois reduzimos a faixa e removemos algumas linhas, tornando a letra um pouco menos clara em alguns lugares. De qualquer forma, é claro que nunca vou conseguir entender a complexidade da questão sendo um sueco rosado, mas, novamente, nunca afirmei que entendi de fato. Eu abordei o assunto de um ponto de vista pessoal, muito baseado no meu amor pelo movimento hip-hop, a era de ouro do rap e do Public Enemy em particular, a surra de Rodney King sendo o fator de ignição para a existência do letra em questão, essa merda honestamente me fez chorar.

Eu não sei se teria escrito da mesma maneira hoje, provavelmente não, então estou meio feliz por ter escrito naquela época. É estranho, foi infeliz, mas foi um pensamento honesto, ingênuo e sem filtro de um jovem que não sabia muito, mas tinha muito a dizer. Ainda tocamos a música, sim, porque não moramos nos EUA, nossos fãs sabem quem somos e a maioria deles nos segue desde o início dos anos 90; se estivéssemos tocando para novos ouvidos e fora do contexto, imagino que o reação seria muito diferente. Quanto a todos os comentários sobre sermos ‘politicamente corretos’ e ‘de esquerda’, bem, essas são suas palavras, mas se se preocupar com as pessoas e querer mudança e igualdade para todos faz de você um comunista, então acho que sou um, mesmo que seja apenas um nome. Nunca usei para mim. Por último, mas não menos importante, para todos os ‘odiadores’: se você não gosta da nossa música, você realmente não precisa ouvi-la; há muita música por aí, então vá e encontre a que te apetece, boa sorte!”

(Convém ressaltar que na época que os respondi, a banda ainda não havia optado por deixar de tocar a música!)

LUCIANO CIRNE é jornalista, flamenguista, casado, ama cachorros e aceita doações de CDs, DVDs, videogames e carrinhos!

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Urgente!: Baú de Servio Tulio (Saara Saara) rende música inédita, “Planes”

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Urgente!: Baú de Servio Túlio (Saara Saara) rende música inédita, "Planes"

Grande pioneiro do pop eletrônico nacional, Servio Tulio (Saara Saara) estava preparando um disco solo antes de morrer em 2023. A música Planes, um vislumbre do que Servio estava criando, vai sair finalmente no dia 12 de setembro em single. O fonograma sai pela gravadora Slum Dunk, criada por Bruno Verner e Eli Majorado, integrantes do projeto Tetine.

Planes faria parte de uma ópera que o músico estava compondo, e já havia sido gravada em demo no fim dos anos 1980. “A canção tocava num assunto pessoal muito profundo”, conta Johann Heyss, músico, escritor, amigo de Servio e produtor executivo do lançamento. Ele ouviu a demo na época e recorda ter ficado perplexo com a faixa – que, no entendimento dele, não se parecia com nada que o músico havia feito no Saara.

O trabalho de Servio como radialista (ele foi responsável pela programação musical da Rádio MEC FM e produtor de programas na emissora) acabou atropelando outros projetos – e o disco solo voltou a ficar no radar do músico apenas em 2015. “Eu volta e meia cobrava uma versão definitiva de Planes. E ele volta e meia me mostrava uma versão diferente, sempre com aquela melodia complexa mas inesquecível”, diz Heyss.

Logo que Servio morreu, Heyss sugeriu a Cecilia, irmã do músico, e América Cupello, outra amiga próxima, que fosse feita uma garimpagem nos computadores dele. “Eu garanti que a música existia e devia ter uma versão boa de lançar. Cheguei a cantarolar um trecho que lembrava da melodia”, conta. E finalmente, Planes acabou sendo encontrada. O single sai com uma capa feita por Marcellus Schnell (autor das capas dos dois discos do Saara) e masterização – feita a partir da mixagem original – de Daniel Watts.

“Este single é um trabalho de amor, feito pela família e amigos próximos para divulgar e celebrar o talento de Servio Tulio, que fez a molecagem de nos deixar antes de finalizar o álbum. Ou será que ele finalizou e deixou escondido em algum HD?”, conta Heyss.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação

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Radar: Pic-Nic, Karnak, Edu K, Jonas Sá, The Monic e MC Taya – e mais!

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Pic-Nic (foto)

Ninguém esperava que Edu K, o vocalista da banda maldita De Falla, fosse transformar em punk rock um clássico pop brasileiro dos anos 1980 – e ele fez isso. No geral, o fator “ninguém esperava” é o que deveria deixar todo mundo ligado quando se trata de música. Afinal, a gente já vê muitas coisas previsíveis por aí afora. Por isso é que Edu K está no Radar nacional de hoje, ao lado de Pic-Nic (que lança clipe), The Mönic (que lança música ao lado de MC Taya, na união de rap, funk e metal), Jonas Sá, Karnak e uma galera que não cansa de surpreender todo mundo.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Pic-Nic): Divulgação

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PIC-NIC, “I WANNA BE ALONE”. Música do disco novo do grupo carioca, Volta, I wanna be alone foi a única canção a ser feita em inglês do álbum, “não por escolha, mas foi o único jeito que a letra saiu”. E ela acaba de ganhaar um clipe, dirigido por Henrique Aqualo. O vídeo mostra a banda em ação no palco improvisado da livraria carioca Baratos da Ribeiro, tocando entre estantes de livros e gôndolas de discos, enquanto figuras do indie do Rio aparecem de relance.

SOPHIA CHABLAU E UMA ENORME PERDA DE TEMPO, “EMBARAÇO TOTAL”. Uma das melhores faixas de Música do esquecimento (2023, já resenhado por aqui), o pós-punk sereno Embaraço total ganha agora um clipe dirigido por Luiza Aron. A canção, que fala das batalhas internas de cada dia – e abre com os versos “sem nunca saber muito bem / como conciliar / o giro da roda e o hábito de respirar” – ganha imagens à altura: enquanto os músicos tocam, quatro atores-mirins interpretam o grupo e recriam momentos da infância de Sophia e seus amigos. Assista, ouça, sonhe.

KARNAK, “CARLEVINDO É BOY”. O novo álbum do Karnak, Karnak Mezosoiko, previsto para 5 de setembro, gira em torno de uma fábula: a primeira fita demo da banda, de 1987, foi encontrada e está sendo lançada agora. Carlevindo é boy, novo single do disco, tem clima eletropunk, e lembra na letra dos antigos games Atari e Game Boy – que fala sobre um garoto abonado que perde seu Atati. “Carlevindo foi falar com o seu papai / e o papai do Carlevindo deu pra ele o Gameboy”, diz a letra. No clipe, um garoto interage com um robô, e outros robôs encarregam-se da coreografia.

ANA KARINA SEBASTIÃO, JACKIE CUNHA, ROGÉRIO MARTINS, “CONVERGÊNCIA”. A união de uma baixista (Ana Karina) com dois percussionistas (Jackie e Rogério) deu em jazz sensível e etéreo. Os três músicos encontraram-se a pedido do Selo Sesc, na série Encontros Instrumentais, e fizeram uma criação musical espontânea juntos – que sai agora no EIN 003, o terceiro EP da série. Convergência, a faixa de abertura, mostra o clima quase espacial do trio ganhando um clima feroz aos poucos, com diálogo entre percussões, baixo e efeitos sonoros.

JONAS SÁ, “DE SENTIR VOCÊ”. _MNSTR_, novo álbum de Jonas, sai neste mês pelo selo Risco. Depois da lançar o single Deus, o músico volta com um bittersweet quase legítimo – um soul acústico, batido no violão, que tem tanto do folk quanto de Gilberto Gil e Luiz Melodia. Entre synths, violões, batidas e corais, Jonas fala sobre como é importante a gente sempre estar do lado de quem a gente gosta. A mixagem da faixa foi feita pelo lendário Mario Caldato.

THE MÖNIC E MC TAYA, “BITCH, EU SOU INCRÍVEL”. Hit da MC Taya – que mistura heavy metal, funk e hip hop – Bitch, eu sou incrível volta em versão bem pesada e intensa, feita pela MC com a banda The Mönic. A versão surgiu quando a banda e cantora se apresentaram no festival Knotfest e apresentaram essa canção juntas – agora, virou single. “Juntas nos encontramos na vontade de derrubar essa cerca invisível que segura o rock de abraçar outros gêneros e furar a bolha. Esse som é sobre isso. Sobre a mistura de referências e estilos musicais não limitantes”, comenta Dani Buarque, vocalista da The Mönic.

EDU K. “URSINHO BLAU BLAU”. Se você pensou que era apenas brincadeira… não era. Edu K, vocalista do De Falla, tira onda punk pop regravando nada mais nada menos que Ursinho blau-blau, hit da banda Absyntho. Aqui pra nós, até que a releitura ficou bem bacana e deu um peso inimaginável para um anti-clássico da new wave brasuca. E de Edu se espera tudo: ele já misturou hip hop e rock, MPB e rock, fez miami-Bass, emo…

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Radar: The Sophs, Dynasty, Idles, Cristian Dujmovic, Spinal Tap, Zoo Sioux, Circa Waves

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The Sophs (foto)

Aqui pra nós: e esse negócio de disco com parte 1 e parte 2, hein? O Circa Waves, por exemplo, vem aí com a parte complementar do seu álbum Death & love – e a gente, que resenha discos, fica como? Esperando a parte 2 pra escrever tudo? Seja lá como for, eles mandaram muito bem no single novo deles, Cherry bomb, que entrou neste Radar internacional com singles novos do The Sophs, Idles, Cristian Dujmovic… Ouça tudo no último volume e vá acompanhando as novidades do mundo da música por aqui.

Texto: Ricardo Schott – Foto (The Sophs): Eric Daniels/Divulgação

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THE SOPHS, “DEATH IN THE FAMILY”. Esse sexteto de Los Angeles, contratado pela Rough Trade, estreou em maio com o single Sweat, que até apareceu num Radar anterior. Dessa vez voltam com Death in the family, uma espécie de stoner rock “ensolarado” com letra sombria: “Preciso de uma morte na família para virar a minha página (…) / preciso de intervenção divina para lavar essas cicatrizes”. Mais sinistro que isso, só o clipe, em que os integrantes do The Sophs vão sendo assassinados um após o outro – sobra apenas o vocalista que… Bom, assista ao vídeo!

DYNASTY, “COMBATIVE HEART”. Vindo de Hamilton, no Canadá, o Dynasty é uma dupla de synthpop que curte falar dos momentos duvidosos da vida. Tanto que Combative heart, o novo single, fala sobre a sensação de embarcar no desconhecido, de braços abertos, confiando na jornada mesmo quando ainda não se tem ideia nenhuma do que está vindo por aí – e mesmo quando uma parte de você tem medo e se recusa a seguir. O som tem cara de anos 1980, com teclados típicos da época, mas deixa um certo clima de heavy metal nos vocais – feitos pela cantora e compositora Jenni Dreager – e até no logotipo da banda.

IDLES, “RABBIT RUN”. Clima de porrada em letra, em música e em clipe. O grupo britânico acaba de soltar Rabbit run, e a faixa foi feita para a trilha de Caught stealing, o próximo thriller policial de Darren Aronofsky (Cisne negro, Réquiem para um sonho). Aliás, é uma das quatro faixas compostas pela banda para o filme – sendo que os Idles ainda fizeram a trilha incidental e contribuíram também com uma releitura de Police and thieves, de Junior Marvin, imortalizada pelo Clash.

Rabbit run é sombria, fria, misteriosa, com batida próxima do krautrock e clima explosivo que surge lá pelas tantas, sem aviso prévio. E a letra tem versos como “as paredes parecem pequenas, minhas veias estão se contraindo quando estou entediado / faço um cruzeiro, assalto e espanco quando estou entediado”.

CRISTIAN DUJMOVIC, “DESPUÉS, EL ORIGEN”. Músico radicado na Espanha, Cristian está preparando o EP Fín de un mundo, e em Después, el origen, fala do mundo e dos acontecimentos como rodas que giram, sem que a gente muitas vezes se dê conta. O som varia do pós-punk ao ambient em poucos segundos, como costuma acontecer nos singles dele. Recentemente Atisbo, EP mais recente de Cristian, foi assunto nosso.

SPINAL TAP feat ELTON JOHN, “STONEHEDGE”. Dia 12 de setembro sai a aguardada continuação do mockumentary This is Spinal Tap, um clássico cult que falava sobre uma banda fictícia de heavy metal que passou pelos mais diversos estilos em busca de sucesso, e que perdeu uma série de bateristas – todos mortos em circunstâncias misteriosas.

Spinal Tap II: The end continues mexe com dois temas que estão na moda, já que traz a reunião e o show final (haha) do grupo. Vestindo uma capa de druida que tira logo no começo do clipe, Elton John canta e toca piano nesse hard rock que estava na trilha original (aliás rende risadas em This is Spinal Tap) e que aqui se torna uma espécie de metal progressivo folk de brincadeirinha.

ZOO SIOUX, “GIMME WAMPUM”. No som desse projeto musical britânico, climas punk, pré-punk e meio blueseiros são levados às últimas consequências. Gimme wampum, um dos singles da banda, é um verdadeiro filhote de Lou Reed, Iggy Pop e Black Sabbath, cheio de vocais roucos e riffs de alto a baixo.

CIRCA WAVES, “CHERRY BOMB”. Na estica dos anos 1980, a banda britânica anuncia a segunda parte de seu disco Death & love (falamos da primeira parte aqui), que sai em 24 de outubro via Lower Third / [PIAS]. O anúncio vem com o bom synthpop Cherry bomb, cujo clipe é protagonizado por uma garota ruiva de patins, vestindo uma jaqueta com o nome da música e rodopiando enquanto curte um som no walkman.

Diz a banda que a faixa nova é sobre uma pessoa que faz qualquer coisa por você: entra numa briga, te chama para tomar uma cerveja, faz sempre algo de bom nos dias ruins. Altíssimo astral à vista, então – e a gente espera que a segunda parte do disco seja bem melhor que a primeira, ou torne todo o set do álbum bem bacana.

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