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Cultura Pop

Elton John psicodélico

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O disco psicodélico de Elton John

Elton John nem sempre foi tão amigável assim com o repertório de Regimental Sgt. Zippo, seu primeiro verdadeiro LP, gravado entre 1967 e 1968, engavetado e preterido em favor de sua estreia, Empty sky (1969). O álbum sai pela primeira vez em LP em edição especial para o Record Store Day (dia 17 de julho) e mostra, finalmente, o comecinho de carreira de Elton.

Olha a capa aí.

O disco psicodélico de Elton John

Na época, Elton John e Bernie Taupin haviam recém-começado a compor juntos e mal se conheciam direito. E o cantor, em particular, tinha uma adoração tão imensa pelos Beatles que resolvera iniciar os trabalhos fazendo seu próprio Sgt Pepper’s. Ou algo parecido.

Regimental Sgt. Zippo é bem Sgt Pepper-ish. Ou meio parecida com Their Satanic Majesties request, o disco dos Rolling Stones. As letras eram algo como ‘alto no céu, com alcaçuz’, e coisas do tipo. À maneira delas, era algo bem cativante”, recordou Elton à Billboard em 1997, lembrando também que ele e Bernie Taupin haviam composto uma série de canções antes de se conhecerem, comunicando-se por correio.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Elton John comprando montes de discos na Tower Records em 1975

“Era toda uma biblioteca de canções que fizemos antes de gravar Empty sky. Praticamente dois discos de músicas que nunca foram escutadas, e nunca serão!”, disse, gargalhando.

Não foi bem assim, porque Zippo sai daqui a pouquinho, revelando um começo bem diferente de Elton. O The Guardian informa que “o jovem cantor-pianista era mais um explorador psicodélico do que um baladeiro das paradas”, escrevem lá.

“As harmonias são dos Beatles, há abundância de cravos e sons de flauta, e algumas das letras de Bernie Taupin são bem viajantes”, afirmam. Os títulos das faixas são também menos palatáveis do que Your song. Tem músicas como When I was tealby abbey, Sitting doing nothing, A dandelion dies in the wind e Watching the planes go by.

O livro Rocket Man: Elton John from A-Z, de Claude Bernardin e Tom Stanton, entrega que havia de fato umas quarenta canções compostas e gravadas nessa época. Entre elas algumas canções que Elton teria composto sozinho, e umas outras feitas com outros parceiros.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Veja Elton John musicando o texto de um manual de instruções (?)

Mas o material que extraoficialmente é conhecido como Regimental Sgt Zippo foi gravado no estúdio de Dick James, inicialmente com a ideia de promover a dupla de compositores. Embora Elton pensasse em fazer um disco de estreia com as faixas. Por causa dessas gravações, Elton acabou assinando com a empresa de James, DJM Records, e gravou seus primeiros discos lá.

O livro também entrega as influências de algumas músicas: ecos de John Lennon podem ser ouvidos na música-título, por exemplo. Outras canções que não estão no pacote que chega agora às lojas, como Annabella e Season of the rain, lembram Donovan.

E o título de Swan queen of the lauguing lake (também não incluída no disco) lembra sem fazer esforço algum Sad eyed lady of the lowlands, de Bob Dylan. Seja como for, Elton e Bernie começaram a compor material mais comercial, o cantor soltou singles como Lady Samantha, Your song e Skyline pidgeon, e o resto é história.

Algumas das faixas você já acha no YouTube. Olha aí a psicodélica Turn to me.

A dandelion dies in the wind parece uma balada do Steppenwolf.

E a faixa-título parece às vezes uma sobra beatle, às vezes uma canção que poderia estar em S.F. Sorrow, a ópera-rock dos Pretty Things.

Tem ainda o romantismo psicodélico de Nina (a voz de Elton está irreconhecível).

Aliás, pra quem já quiser ir às compras, Regimental já tá à venda em algumas lojas do Discogs, por preços a partir de R$ 175. Só coçar o bolso e fuçar.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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